Você está na página 1de 4

DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

- Organização externa: criação de um ente com personalidade jurídica.


- Cria-se um novo ente fora da estrutura, com personalidade jurídica própria.
- Administração Indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades
de economia mista).
- Autonomia administrativa e patrimonial.
- Não obstante a ausência de hierarquia entre entidades diversas, os entes da
Administração Indireta se sujeitam a controle finalístico a ser exercido pelas entidades da
Administração Centralizada.

1. ESPÉCIES

1.1 Por outorga


- Descentralização por serviço ou descentralização funcional;
- Conferida somente para pessoas jurídicas de direito público (autarquias ou fundações
públicas de direito público);
- Nesta espécie de descentralização, há a transferência da titularidade e da execução de
uma atividade ou função a outra entidade;
- É realizada mediante lei específica que cria as entidades.

1.2 Por delegação


- Descentralização por colaboração;
- Feitas às entidades da administração indireta de direito privado ou a particulares;
- Transferência da execução dos serviços públicos, sendo a titularidade mantida sob a
custódia do Estado;
- Realizada mediante contrato, quando a transferência se da a particulares; e mediante lei,
quando se dá aos entes da Administração Indireta de direito privado.

2. ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

2.1 Autarquias
Exemplos: INSS, IBAMA, INCRA, CADE, ANEEL.
- Pessoa Jurídica de direito público.
- Criação: será criada somente por lei específica;
Art. 37, XIX, CF: “somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo
à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação”.
- Somente de extingue por lei.
- Objeto: atividade típica do Estado.
- Regime de Pessoal: regime jurídico único.
- Administrativamente, o regime jurídico é o mesmo aplicável aos entes políticos, não
obstante, não tenha a entidade autárquica poderes de natureza política. Ex.: privilégios
processuais, imunidade recíproca, responsabilidade civil objetiva, contratos
administrativos, atos administrativos, prescrição quinquenal (5 anos) etc.
- Patrimônio:
Para aquisição e alienação – somente pelo regime de licitação;
Impossibilidade de usucapião;
Impossibilidade de penhora;
- Foro processual: Justiça Federal (art. 109, inciso I, da CF) – autarquias federais!

- Autarquias em regimes especiais (agências executivas e agências reguladoras)


2.1.1 Agencias reguladoras
- Autarquia em regime especial para fiscalizar, regular, normatizar a prestação de serviços
públicos por particulares, evitando a busca desenfreada pelo lucro dentro do serviço
público;
- Tem poderes especiais, ante sua maior independência e autonomia, executando as suas
atividades com maior liberdade de atuação;
- Nomeação diferenciada dos dirigentes: são nomeados pelo Presidente da República,
após aprovação prévia pelo Senado Federal, para cumprir mandato certo, ao contrário das
demais autarquias em que os dirigentes são comissionados e, portanto, exoneráveis ad
nutum.
- As agências reguladoras terão como órgão máximo o Conselho Diretor ou a Diretoria-
Colegiada, que será comporto de até 4 (quatro) Conselheiros ou Diretores e 1 (um)
Diretor-Presidente ou Diretor-Geral.
Obs.: Quarentena: Os membros do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada ficam
impedidos de exercer atividade ou de prestar qualquer serviço no setor regulado pela
respectiva agência, por período de 6 (seis) meses, contados da exoneração ou do término
de seu mandato, assegurada a remuneração compensatória.
- Gozam do poder normativo.

2.1.2 Agências Executivas


- A outorga de tal qualificação se da por decreto presidencial.
- Qualificação dada a uma autarquia ou fundação;
- Celebram um contrato de gestão com o Ministério supervisor;
- Ao celebrar o contrato de gestão, a autarquia ganha status de agência executiva,
adquirindo vantagens especiais (concessão de mais independência e mais orçamento),
mas em troca, se compromete a cumprir um plano de reestruturação definido no próprio
contrato de gestão para se tornar, mais eficiente, o que envolve reduzir custos e
aperfeiçoar os seus serviços.
- 2 requisitos:
• autarquia ou fundação pública ter um plano estratégico de reestruturação e de
desenvolvimento institucional em andamento;
• ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo Ministério supervisor.

2.2 Fundações Públicas


- Exemplos: FIOCRUZ, FUNAI, FUNARTE.
- Existem fundações públicas (formada pela destinação de um patrimônio público) e
fundações privadas; as fundações públicas, por sua vez, podem ser de direito público (se
assemelha a autarquia) ou de direito privado (se assemelha a empresa estatal).
- Art. 37, XIX, da CF: “somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada
a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo
à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação”.
- Objeto: não pode ter finalidade lucrativa. Atividades sociais: assistência social, cultura,
defesa, conservação do patrimônio histórico e artístico, educação, saúde, meio ambiente,
pesquisa cientifica etc.
- Regime de Pessoal: regime jurídico único.
- Fundação pública de direito pública segue o mesmo regime das autarquias;
- Fundação pública de direito público segue o regime das empresas estatais.

2.3 Empresas estatais (engloba empresa pública e sociedade de economia mista)


- Criadas por autorização de lei específica;
- Pessoa jurídica de direito privado;
- Podem prestar serviços públicos ou exercer atividade econômica.
- Exemplos:
• Empresas Públicas: Banco Nacional de Desenvolvimento e Social (BNDS), Correios,
Caixa Econômica Federal, INFRAERO, Casa da Moeda.
• Sociedades de Economia Mista: Petrobrás, Banco do Brasil.
- Criação: Art. 37, XIX, da CF - “somente por lei específica poderá ser criada autarquia
e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de
fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação”.
(a personalidade jurídica só existirá com a inscrição dos atos no respectivo registro).
- Composição do capital:
• Empresa pública – possui apenas capital público;
• Sociedade de Economia Mista - capital público e privado (obs.: maioria das ações com
direito a voto é do poder público).
- Forma societária:
• Empresa pública – qualquer forma do direito empresarial;
• Sociedade de Economia Mista - apenas a forma de Sociedade Anônima.
- Foro competente das entidades federais:
• Empresa pública – art. 109, inciso I, da CF (Justiça Federal);
• Sociedade de Economia Mista – sem previsão (Justiça Estadual).
- Objeto: atividades econômicas e serviços públicos.
Art. 173, da CF: “Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta
de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos
da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei”.
- Art. 173, § 2º: “As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão
gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado”.
- Regime de Pessoal:
a) Regime celetista;
b) Concurso Público;
c) Impossibilidade de acumulação de empregos, cargos e funções públicas;
d) Submissão ao teto remuneratório.
- Regime patrimonial: passa pelo procedimento de licitação (procedimento diferenciado).
- Falência: a empresa estatal não pode falir (não se submete a lei de falências).

Se submetem ao teto remuneratório quando receberem recursos da União, dos Estados, do DF ou


dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. Art. 37, parágrafo
9º.

Você também pode gostar