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PESSOAS NATURAIS

Art.1º, do CC: “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil” – trata-se da
capacidade de direito ou de gozo, que é aquela para ser sujeito de direitos e deveres na
ordem privada, e que todas as pessoas têm sem distinção.
- Capacidade de fato ou de exercício: é aquela para exercer direitos, e que algumas
pessoas não têm (absolutamente e relativamente incapazes).
- CAPACIDADE DE DIREITO (GOZO) + CAPACIDADE DE FATO (EXERCÍCIO) =
CAPACIDADE CIVIL PLENA.

1. INÍCIO DA PESONALIDADE CIVIL


- Art. 2º, do CC: “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas
a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”.
Teorias:
• Teoria natalista: prevalecia entre os autores clássicos do Direito Civil, para quem o
nascituro não poderia ser considerado pessoa, pois o Código Civil exige, para a
personalidade civil o nascimento com vida. O nascimento com vida é marco para o início
da personalidade civil;
• Teoria da personalidade condicionada: é aquela pela qual a personalidade civil começa
com o nascimento com vida, mas os direitos do nascituro estão sujeitos a uma condição
suspensiva, ou seja, são direitos eventuais. No caso, a condição é justamente o nascimento
daquele que foi concebido;
• Teoria concepcionista: é aquela que prevalece entre os doutrinadores contemporâneos
do Direito Civil. Para essa corrente, o nascituro possui personalidade civil desde a
concepção.
Ex.: alimentos gravídicos resguarda os direitos do próprio nascituro.
Obs.: a Lei de Biossegurança tutela a integridade física do embrião, reforçando a teoria
concepcionista. A utilização de células-tronco embrionárias é exceção e não regra.
- Enunciado nº 1, do Conselho da Justiça Federal: “A proteção que o Código defere ao
nascituro alcança o natimorto no que concerne aos direitos da personalidade, tais como
nome, imagem e sepultura”.

2. INCAPACIDADE
- O Estatuo da Pessoa com Deficiência alterou substancialmente os arts. 3º e 4º do CC. O
objetivo foi a plena inclusão da pessoa com algum tipo de deficiência, tutelando a sua
dignidade humana. A dignidade-liberdade substitui a dignidade-vulnerabilidade da
pessoa com deficiência
- Nova redação (desde 2015):
• Absolutamente incapazes (art. 3º, do CC): São absolutamente incapazes de exercer
pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.
• Relativamente incapazes (art. 4º, do CC): São incapazes, relativamente a certos atos
ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
IV - os pródigos.

Obs.: O Estatuo da Pessoa com deficiência prevê que:


Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua capacidade
legal em igualdade de condições com as demais pessoas.
§ 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela, conforme a
lei.
§ 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo de tomada de decisão
apoiada.
§ 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui medida protetiva
extraordinária, proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada caso, e durará o
menor tempo possível.
§ 4º Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas de sua administração ao
juiz, apresentando o balanço do respectivo ano.
Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de natureza
patrimonial e negocial.
§ 1º A definição da curatela não alcança o direito ao próprio corpo, à sexualidade, ao
matrimônio, à privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho e ao voto.
§ 2º A curatela constitui medida extraordinária, devendo constar da sentença as razões e
motivações de sua definição, preservados os interesses do curatelado.
§ 3º No caso de pessoa em situação de institucionalização, ao nomear curador, o juiz deve
dar preferência a pessoa que tenha vínculo de natureza familiar, afetiva ou comunitária
com o curatelado.

2.1 Incapacidade absoluta


- Somente os menores de 16 anos (menores impúberes).
- Os absolutamente incapazes devem ser representados nas práticas da vida civil por seus
genitores, em decorrência do poder familiar, ou se os pais falecerem ou perderem o poder
familiar, por tutor.
- Devem ser representados, sob pena de nulidade absoluta do ato praticado (art. 166,
inciso I, do CC).

2.2 Incapacidade relativa


a) Maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
b) Ébrios habituais e os viciados em tóxico;
c) Aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
d) Pródigos.
- Devem ser assistidos na prática dos atos civis, sob pena de anulabilidade do ato praticado
(art. 171, inciso I, do CC).

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