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Direito Civil
O Estatuto da Pessoa com Deficiência, lei de 06.07.2015, teve sua publicação oficial no DOU
em 07.07.2015, possuindo uma vacatio legis de 180 dias, entrando, portanto, em vigor, em janeiro de
2016.
Referido Estatuto tem como intuito modificar o pensamento e educar as pessoas para terem
uma visão de que a pessoa com deficiência é um ser plenamente capaz, podendo se desenvolver para
tanto, chegando a vida adulta sem depender dos outros.
1. CONCEITO
O conceito de pessoa com deficiência está previsto no art. 2º do EPD2, o qual nos diz:
Art. 2o Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo
de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais
barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de
condições com as demais pessoas.
Percebe-se que a pessoa com deficiência é aquela que tem um impedimento a longo prazo e
NÃO transitório, de uma dessas quatro naturezas: Física – ex.: não tem os dois braços; Intelectual –
ex.: possui síndrome de down; Mental – ex.: possui esquizofrenia; Sensorial – ex.: surdo-mudo; E que
não impeçam de ele ter uma capacidade plena dentro da sociedade.
ATENÇÃO! Não confundir a pessoa com deficiência prevista no art. 2 do EPD com a pessoa com
mobilidade reduzida do art. 3º, IX do mesmo diploma. Neste caso, nós temos os casos dos idosos, da
gestante, obesos, pessoas com dificuldade de se locomoverem.
Para constatar que a pessoa possui alguma deficiência, prevê o art. 2º, §1º do EPD uma
avaliação, quando necessária, de uma análise multidisciplinar.
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Aula do dia 24.04.2016
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Estatuto da Pessoa com Deficiência
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Art. 2º-§1o A avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsicossocial, realizada por
equipe multiprofissional e interdisciplinar e considerará 3:
I - Os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo;
II - Os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;
III - A limitação no desempenho de atividades; e
IV - A restrição de participação.
Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua capacidade
legal em igualdade de condições com as demais pessoas.
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos Art. 4º São incapazes, relativamente a certos
atos, ou à maneira de os exercer: atos ou à maneira de os exercer:
I - Os maiores de dezesseis e menores de dezoito I - Os maiores de dezesseis e menores
anos; II - Os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
II - Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e III - aqueles que, por causa transitória ou
os que, por deficiência mental, tenham o permanente, não puderem exprimir sua vontade;
discernimento reduzido; IV - Os pródigos.
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Art. 124. O § 1o do art. 2o desta Lei deverá entrar em vigor em até 2 (dois) anos, contados da entrada em vigor
desta Lei.
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Quadra ressaltar, que toda pessoa que nasce com vida tem capacidade de direito e
personalidade. A lei, para alguns, retira a capacidade de fato e as torna incapazes. Como consequência
disso, essas pessoas incapazes não podem praticar os atos da vida civil sozinhas, precisando ser
representadas ou assistidas, dependendo da incapacidade.
A retirada da pessoa com deficiência do rol do art. 3º não pretendeu a desproteção desse
grupo, pelo contrário, visa educar a sociedade como um todo, modificando a forma como são tratados
e visto até agora. Tem o intuito de inserir a ideia de que essas pessoas podem ser adultos diferentes e
independentes.
Um dos métodos adotados pela lei para colocar em prática essa ideia está previsto no art. 53
do EPD, que trata da acessibilidade.
Art. 53. A acessibilidade é direito que garante à pessoa com deficiência ou com mobilidade
reduzida viver de forma independente e exercer seus direitos de cidadania e de participação
social.
A ideia deste artigo é de que todos nós devemos, em diversos aspectos da nossa vida,
adotar/tomar providências para facilitar a vida das pessoas com deficiência, como por exemplo, a
adoção do desenho universal, inserção de instrumentos que garantam a autonomia, entre outros.
Outro método é a previsão da tecnologia assistida, art. 74 do EPD, a qual garante “à pessoa
com deficiência acesso a produtos, recursos, estratégias, práticas, processos, métodos e serviços de
tecnologia assistida que maximizem sua autonomia, mobilidade pessoal e qualidade de vida”.
O Estatuto previu também o chamado sistema educacional inclusivo para as pessoas com
deficiência, artigos 27 a 30, como “forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus
talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses
e necessidades de aprendizagem”.
Em suma, a pessoa com deficiência possui capacidade de fato, podendo praticar todos os atos
da vida civil, inclusive os atos dispostos nos incisos do art. 6º do EPD, que são atos ligados a dignidade
da pessoa humana.
Tem legitimidade para ingressar com a ação de Tomada de Decisão Apoiada a própria pessoa
com deficiência, indicando expressamente os apoiadores (§2º do art. 1.783-A do CC/02), e além disso,
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juntará à inicial um termo (doc. escrito), no qual constará os limites do apoio e o prazo de vigência do
acordo (§1º do art. 1.783-A do CC/02).
3.1.1. Procedimento
O juiz ouvirá a equipe multidisciplinar, o MP, os apoiadores e realizará oitiva da pessoa com
deficiência para então decidir se homologa ou não o acordo de tomada de decisão apoiada. Uma vez
homologado o acordo, a sentença será o termo de decisão apoiada, tendo validade e efeitos contra
terceiros, desde que respeitados os limites do apoio acordado (§4º da art. 1.783-A do CC/02).
i) Denúncia (§7º);
ii) Revogação (§9º) – pode se dar a qualquer tempo, inclusive antes de terminar a
vigência do acordo; e
iii) Renúncia, ou seja, pela vontade do apoiador (§10º)
Caso o terceiro ainda fique inseguro de realizar negócio jurídico com a pessoa com deficiência,
apesar dela possuir o termo de decisão apoiada, ele pode requisitar que os apoiadores assinem o
negócio jurídico junto com o apoiado.
Excepcionalmente, a pessoa com deficiência será submetida à curatela, uma vez que agora, a
curatela é vista como medida extraordinária para a proteção dessas pessoas, devendo o juiz, ao
conceder a curatela, fundamentar de maneira clara os motivos da concessão (art. 85, §2º do EPD).
Podem propor a ação de interdição as pessoas previstas no art. 747 do NCPC, ou seja, cônjuge
ou companheiro, parentes ou tutores, representante da entidade em que se encontra abrigado o
interditando e o MP. Além disso, a própria pessoa com deficiência, conforme previsão no estatuto
(disposições transitórias, artigo 114 do EPD, quando se refere ao artigo 1.768 do CC/02)
Podem ser submetidos a curatela, conforme art. 1.767, I do CC/02, aqueles que, por causa
transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade.
Ressalta-se, que, por este artigo não prever que são submetidas à curatela as pessoas com
deficiência, alguns autores vêm sustentando a inaplicabilidade deste instituto a esse grupo. Além disso,
as pessoas com deficiências não estão inseridas no rol do art. 3º do CC/02. Somente há previsão, no
art. 4º, II do CC/02 das pessoas que por causa transitória ou permanente não puderem exprimir sua
vontade.
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3.2.1.Procedimento
A sentença da curatela tem como efeitos: (i) nomear um curador e (ii) fixar os limites da
curatela.
O juiz não pode retirar da pessoa com deficiência os atos da sua dignidade, ou seja, não pode
privá-lo de casar, de ter filhos e da sua sexualidade, de votar e etc, pois isso não tem ligação com a
questão patrimonial, já que a curatela deve se limitar a dispor sobre a prática de atos negociais,
patrimoniais.
Antes mesmo do EPD, a doutrina sempre divergiu sobre a natureza jurídica da curatela, e
mesmo com a entrada em vigor do estatuto, a controvérsia não se diluiu.
O melhor para concurso é adotar a corrente que defende a natureza constitutiva da sentença
de curatela, até mesmo porque, atualmente, a curatela possui natureza excepcional em relação a
proteção à pessoa com deficiência, já que em regra, essas pessoas possuem capacidade de fato. Assim,
somente após uma sentença de curatela é que se teria certeza da incapacidade relativa da pessoa com
deficiência, mudando, portanto, a natureza jurídica da pessoa.
Não sendo interditada, a pessoa com deficiência, em regra, possui capacidade de fato, uma
vez que não é automática a presunção de incapacidade, e, portanto, a realização do negócio jurídico,
em regra, será válida.
Ressalta-se, porém, que há controvérsia com relação à validade do negócio jurídico realizado
por pessoa com deficiência sem o total discernimento, mas que não é interditada e nem possui o termo
de decisão apoiada. Adotando a 2ª corrente, que entende que a sentença é declaratória, ou seja, uma
futura sentença de interdição somente daria certeza de que a pessoa já era relativamente incapaz, o
negócio jurídico realizado seria anulável, uma vez que essa pessoa já deveria estar interditada, mas
que por algum motivo não está (artigo 171, I c/c art. 4º, II, ambos do CC/02).
Obs.: O negócio jurídico anulável aceita confirmação, podendo a própria pessoa com
deficiência, quando interditada, ratificar, através do seu curador o negócio jurídico realizado.
Salienta-se que o negócio jurídico gerará efeitos até que ocorra a sua anulação. O interessado
tem o prazo de 04 anos para requerer, contados da cessação da sua incapacidade, conforme art. 178
do CC/02.
Há ainda uma terceira corrente que entende, baseado no art. 166, VII do CC/02, que o negócio
jurídico realizado por pessoa com deficiência antes da interdição é nulo. Porém, deve-se tomar cuidado
com essa interpretação, pois não é isso que diz o artigo em comento. Para aplicação deste artigo deve-
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se observar se o terceiro não cumpriu com a boa-fé objetiva, implicando em abuso de direito, art. 187,
CC/02, quando, portanto, o ato é ilícito. A pessoa com deficiência, neste caso pode pedir perdas e
danos ao terceiro.
O artigo traz em seus incisos os impedidos de atuarem como testemunhas. Com as mudanças
introduzidas pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência, Lei n. 13.146, de 06.07.2015, no campo das
provas, poderão testemunhar aqueles que, por enfermidade ou retardamento mental, puderem
exprimir a sua vontade e os cegos e surdos, quando a ciência do fato que se quer provar dependa dos
sentidos que lhes faltam, desde que a tecnologia assistida permita-os testemunhar.
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Artigo do professor Cristiano Sobral disponibilizado no site CERS.
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Art. 1.518. Até à celebração do casamento Art. 1.518. Até a celebração do casamento
podem os pais, tutores ou curadores revogar a podem os pais ou tutores revogar a
autorização autorização. (NR)
A autorização dada pelos pais ou tutores para a celebração do casamento pode ser revogada,
não necessitando ser motivada. O artigo sob comento sofreu alteração de acordo com disposto no
Estatuto da Pessoa com Deficiência, Lei n. 13.146, de 06.07.2015, passando a revogar a legitimação do
curador para revogar a autorização de casamento.
Resta mencionar que os inciso I do art. 1.548, consta como revogado pelo art. 123, inc. IV, do
Estatuto da Pessoa com Deficiência, Lei n. 13.146, de 06.07.2015. Dessa forma, não se decreta mais a
nulidade do casamento das pessoas com enfermidade mental, sem o necessário discernimento para a
prática dos atos da vida civil.
Com as modificações introduzidas pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência, Lei n. 13.146, de
06.07.2015, houve o acréscimo do parágrafo segundo o qual preceitua que a pessoa com deficiência
mental ou intelectual em idade núbil poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade
diretamente ou por meio de seu responsável ou curador.
I - O que diz respeito à sua identidade, sua honra I - O que diz respeito à sua identidade, sua honra
e boa fama, sendo esse erro tal que o seu e boa fama, sendo esse erro tal que o seu
conhecimento ulterior torne insuportável a vida conhecimento ulterior torne insuportável a vida
em comum ao cônjuge enganado; em comum ao cônjuge enganado;
II - A ignorância de crime, anterior ao casamento, II - A ignorância de crime, anterior ao casamento,
que, por sua natureza, torne insuportável a vida que, por sua natureza, torne insuportável a vida
conjugal; conjugal;
III - a ignorância, anterior ao casamento, de III - a ignorância, anterior ao casamento, de
defeito físico irremediável, ou de moléstia grave defeito físico irremediável que não caracterize
e transmissível, pelo contágio ou herança, capaz deficiência ou de moléstia grave e transmissível,
de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de por contágio ou por herança, capaz de pôr em
sua descendência; risco a saúde do outro cônjuge ou de sua
IV - A ignorância, anterior ao casamento, de descendência;
doença mental grave que, por sua natureza, IV - Revogado pela Lei nº 13.146, de 2015.
torne insuportável a vida em comum ao cônjuge
enganado
Sendo o erro essencial quanto à pessoa, haverá anulabilidade do casamento. Trata-se de rol
taxativo, não admitindo ampliações.
Como efeito da alteração introduzida pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência, Lei n. 13.146,
de 06.07.2015, foram modificados dois incisos do art. 1.557, CC/02, dispositivo que consagra as
hipóteses de anulação do casamento por erro essencial quanto à pessoa. O seu inciso III passou a
conter uma ressalva, eis que é anulável o casamento por erro no caso de ignorância, anterior ao
casamento, de defeito físico irremediável que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e
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transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua
descendência. Outra consequência foi a revogação do inciso IV do mesmo artigo.
Trata-se de encargo exercido por alguma pessoa com a finalidade de proteger e administrar a
vida e os bens de outrem que não se encontra em condições físicas ou mentais de cuidar de seus
próprios interesses. Sua natureza é essencialmente assistencial, como no caso da tutela. Para o seu
estabelecimento é necessário procedimento judicial.
Esse artigo sofreu alteração pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência, Lei n. 13.146, de
06.07.2015, ficando revogado os incisos II e IV.
ATENÇÃO! Os artigos 1.768 a 1.773, todos do CC/02 estão revogados pelo art. 1.072, II do CPC.
O Estatuto da Pessoa com Deficiência incluiu o art. 1.775-A que aborda a possibilidade de
curatela compartilhada segundo a apreciação do juiz no momento da nomeação de curador para a
pessoa com deficiência.
A nova redação desse dispositivo estabelece que as pessoas que por causa transitória ou
permanente não puderem exprimir sua vontade receberão todo o apoio necessário para ter
preservado o direito à convivência familiar e comunitária, sendo evitado o seu recolhimento em
estabelecimento que os afaste desse convívio. Bem contrário da antiga previsão do Código.
Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência
elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem
de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil,
fornecendo-lhes os elementos e informações necessários para que possa exercer sua
capacidade.
§ 1º Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a pessoa com deficiência e os
apoiadores devem apresentar termo em que constem os limites do apoio a ser oferecido e
os compromissos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo e o respeito à
vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa que devem apoiar.
§ 2º O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido pela pessoa a ser apoiada, com
indicação expressa das pessoas aptas a prestarem o apoio previsto no caput deste artigo.
§ 3º Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de decisão apoiada, o juiz, assistido
por equipe multidisciplinar, após oitiva do Ministério Público, ouvirá pessoalmente o
requerente e as pessoas que lhe prestarão apoio.
§ 4º A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efeitos sobre terceiros, sem
restrições, desde que esteja inserida nos limites do apoio acordado.
§ 5º Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação negocial pode solicitar que os
apoiadores contra-assinem o contrato ou acordo, especificando, por escrito, sua função em
relação ao apoiado.
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§ 6º Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou prejuízo relevante, havendo
divergência de opiniões entre a pessoa apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz, ouvido
o Ministério Público, decidir sobre a questão.
§ 7º Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão indevida ou não adimplir as
obrigações assumidas, poderá a pessoa apoiada ou qualquer pessoa apresentar denúncia
ao Ministério Público ou ao juiz.
§ 8º Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o apoiador e nomeará, ouvida a pessoa
apoiada e se for de seu interesse, outra pessoa para prestação de apoio.
§ 9º A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o término de acordo firmado em
processo de tomada de decisão apoiada.
§ 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua participação do processo de
tomada de decisão apoiada, sendo seu desligamento condicionado à manifestação do juiz
sobre a matéria.
§ 11. Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que couber, as disposições referentes à
prestação de contas na curatela.
Além dos já consagrados institutos protetivos de pessoa com deficiência, tutela e curatela,
surge o instituto da tomada de decisão apoiada através da Lei nº 13.146, de 2015.
O legislador conceituou a tomada de decisão apoiada como o processo pelo qual a pessoa
com deficiência elege pelo menos duas pessoas idôneas para prestar-lhe apoio na tomada de decisão
sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários para que possa
exercer a sua capacidade.
O beneficiário manterá sua capacidade de fato, mesmo nos atos específicos em que os
apoiadores ajudem na tomada de decisão.
Vale destacar que o objetivo do apoio é fornecer qualidade de vida à pessoa com deficiência,
sendo o papel dos apoiadores se manter fiel ao termo levado a juízo. A decisão tomada por pessoa
apoiada terá validade e efeitos sobre terceiros, sem restrições, desde que esteja inserida nos limites
do apoio acordado. O término do acordo firmado pode ser solicitado pela pessoa apoiada a qualquer
tempo.