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ATIVIDADE DISCURSIVA – ÉTICA, POLÍTICA E SOCIEDADE

Para a burguesia em ascensão na época, era necessária uma teoria para aferir
sua legitimidade fazendo frente à hereditariedade que legitimava a nobreza. Tal
teoria é a da propriedade privada – como direito natural – elaborada de forma
coerente pela primeira vez pelo filósofo inglês John Locke (1632-1704).
Segundo ele, o trabalho é o que assegura o direito natural – como direito à
vida, à liberdade e aos bens necessários para manter e conservar a vida e a
liberdade.
Locke defende que a organização das leis e do Estado deve ser feita com o
objetivo de assegurar o respeito aos direitos naturais: a proteção da vida, da
liberdade e da propriedade de todos. Essa é a única razão de ser de um
governo.
Explique a relação entre as ideias de Locke e o desenvolvimento do
capitalismo na transição do século XIX ao século XX e algumas de suas
consequências:

RESPOSTA:
Nos primórdios, o homem se organizava conforme o Estado de
Natureza, que de acordo com John Locke (1998) configurava-se como um
estado onde as pessoas se submetiam às Leis da Natureza: no qual não há
nenhum governo atuando sobre os sujeitos, desta forma, cada um dos sujeitos
viviam livremente regidos pela lei do mais forte, estando livres para determinar
suas escolhas e ações, conforme os instintos naturais de proteção e
subsistência. Outrossim, Locke aferia que os sujeitos não se subordinavam a
nenhum agente externo além de si mesmos e dos fenômenos naturais,
portanto, presume-se que a plena liberdade e igualdade independem de
controle, mas sim de características natas.
Desta forma, Locke alega que o Estado de Natureza, embora contemple
uma ideia primorosa de liberdade e igualdade, não será um estado lúbrico, e
sim tendo limitações à sua liberdade, vista como ilimitada: pela preservação de
si próprio ou por alguma necessidade que venha a surgir que legitime sua
atitude. Cada um estará obrigado a se proteger, não estando em ameaça
devera-se, quanto puder conservar a humanidade. Neste sentindo, estando
impedido de tirar ou lesar a vida de outrem, a não ser que seja para defender-
se de uma ameaça, para preservar a sua integridade, a liberdade, a sua vida
ou de outrens. Portanto, apesar inexistir leis expressas que limitem a liberdade,
o indivíduo não gozará de uma liberdade ilimitada, vez que, este estará
submetido às leis de responsabilidade do próprio homem, as leis da natureza.
O homem nasce livre e independente, não estando sob subordinação de
outrem, ele não poderá ser privado destes direitos naturais atrelados ao seu
instinto, a menos que o próprio concorde com isto. Desta forma, como originar
um poder superior, que provenha defesa destes direitos naturais? Para Locke a
solução está em um pacto social, em acordo entre os indivíduos para que
possam conviver em harmonia garantindo proteção dos seus direitos naturais.
A liberdade é um direito fundamental, colocando-se no núcleo das
questões filosóficas e jurídicas, pois sua garantia é fundamental para a
dignidade dos sujeitos e ao mesmo tempo para a estrutura democrática do
Estado.
O posicionamento de Locke trouxe varias consequências, como por
exemplo a forma de economia de mercado, apresentando mais liberdade entre
a população e o comércio; a Revolução Industrial; a globalização e o grande
crescimento da tecnologia.

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