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ATIVIDADE DISCURSIVA

TÍTULOS DE CRÉDITO

Imagine que a sociedade Trigo Dourado Ltda. produtora de trigo, esteja


precisando de recursos financeiros para a aquisição de máquinas agrícolas que
facilitará a colheita do trigo, reduzindo o tempo em ½ do tempo atualmente
gasto.
Como a sociedade não possui recursos, esta procura o seu maior cliente e
propõe a emissão de uma Cédula de Produto Rural (CPR) com a promessa de
entrega do produto, sua indicação e as especificações de qualidade e
quantidade. Em contrapartida o valor das mercadorias seria paga
imediatamente, o que possibilitaria a sociedade adquirir as máquinas
necessárias.
Como garantia à CPR foi dado em alienação fiduciária as máquinas que seriam
adquiridas. Ato contínuo foram realizados os registros necessários nos
cartórios competentes.
 Antes do vencimento do título o beneficiário endossou em preto a CPR à
sociedade Bolos Caseiros Ltda. que passou a ser o legítimo portador.

Na data do vencimento do título, de quem o legítimo portador poderá exigir a


entrega dos produtos? Se os bens alienados fiduciariamente sofrerem perda,
deterioração ou qualquer forma de diminuição de seu valor, o que o legítimo
portador poderá exigir? Os bens dados em alienação fiduciária poderão ser
penhorados?

RESPOSTA

A lei nº 8.929/94, que institui a Cédula de Produto Rural afirma em seu artigo
10º, in verbis:

Art. 10. Aplicam-se à CPR, no que forem cabíveis, as normas


de direito cambial, com as seguintes modificações:
II - os endossantes não respondem pela entrega do produto,
mas, tão-somente, pela existência da obrigação.
Sendo assim, o legitimo portador poderá exigir a entrega dos produtos apenas
da sociedade Trigo Dourado Ltda., tendo em vista que o endossante não
responde pela entrega do produto.

Ainda, o mesmo diploma legal afirma em seu artigo 4º, ipsis litteris:

Art. 4º A CPR é título líquido e certo, exigível pela quantidade e


qualidade de produto nela previsto.
Parágrafo único. O cumprimento parcial da obrigação de entrega
será anotado, sucessivamente, no verso da cédula, tornando-se
exigível apenas o saldo.

Portanto, se os bens alienados fiduciariamente sofrerem perda, deterioração ou


qualquer forma de diminuição de seu valor, o legitimo portador poderá exigir a
baixa do valor dos bens.

Por fim, o artigo 18 da mesma lei, afirma:

Art. 18. Os bens vinculados à CPR não serão penhorados ou


sequestrados por outras dívidas do emitente ou do terceiro
prestador da garantia real, cumprindo a qualquer deles
denunciar a existência da cédula às autoridades incumbidas da
diligência, ou a quem a determinou, sob pena de responderem
pelos prejuízos resultantes de sua omissão.

Portanto, os bens dados em alienação fiduciária não poderão ser penhorados.

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