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Sujeito (continuação)
Atributos da personalidade: capacidade
Teoria da incapacidade
Direitos da Personalidade
Objeto do Direito Subjetivo: Bem
Conceito
Classificação:
a) Bens classificados em si mesmo
1º HORÁRIO
Ex. 2: Tutor pode adquirir bens do tutelado? Não pode por lhe faltar legitimação. Essa falta
de legitimação não poderá ser suprida.
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Teorias das incapacidades. Trabalha-se com os incapazes de fato. Não existe o incapaz
de direito.
Premissas:
1. A capacidade é a regra. A incapacidade é a exceção. (O legislador tem por
inclinação colocar na Lei a exceção)
2. Incapacidade. Conceito: incapacidade é a restrição legal à prática pessoal dos atos
da vida civil. Não existe incapacidade contratual, negocial.
3. A teoria das incapacidades existe para a proteção dos incapazes.
O estudo da teoria das incapacidades comporta grau. Existe tanto o grau total quanto o grau
parcial da incapacidade.
No grau total, têm-se pessoas com uma total inaptidão para praticar atos da vida civil. Essas
pessoas que apresentam uma total inaptidão para a prática de atos da vida civil são
denominadas absolutamente incapazes (art. 3º)
Em se tratando de absolutamente incapaz, para praticar ato da vida civil deverá ser
devidamente representado, sob pena de seus atos serem considerados nulos.
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No grau parcial, o que existe são pessoas com uma inaptidão relativa para a prática da vida
civil. Essas pessoas são denominadas “relativamente incapazes” e na prática de ato da vida
civil devem ser devidamente assistidas. Caso pratique ato sem que esteja devidamente
assistido, esse ato será anulável.
Caso pratique o ato sem que esteja devidamente assistido, o menor que mentir acerca da
sua idade dolosamente, enganando terceiro de boa-fé, não poderá pleitear a anulabilidade
do ato. Este ato será considerado perfeitamente válido e exigível (art. 180). O art. 180
estabelece a regra do tu quoque: não se pode fazer aos outros, aquilo que não gostaria que
fizessem com você.
Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-
se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou
quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se,
declarou-se maior.
Pessoas que, por deficiência, têm o discernimento reduzido. Ex.: esquizofrênico (a sentença
de interdição vai informar o que a doença faz com a pessoa).
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Pródigo é aquele que gasta ou destrói desordenadamente o seu patrimônio. O inc. IV exige
a interdição. O pródigo só precisará de assistente para os atos que importem disposição
patrimonial. Em atos de mera administração, o pródigo não vai precisar de assistente (art.
1.782).
Art. 1.782. A interdição do pródigo só o privará de, sem curador,
emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser
demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera
administração.
O pródigo para casar precisa de assistente? A regra é que não precisa de assistente. Se
planejar fazer pacto antenupcial, adentra-se no aspecto patrimonial, logo, precisará de
assistente e o pacto será assinado pelo pródigo e pelo assistente.
Observações
Índio. O Código Civil é feito para os iguais e o índio não é igual. Logo, ele será tratado por
uma lei especial (Lei 6.001/1973) e não pelo estatuto que nos rege.
Surdo-mudo. Deve-se analisar o que a surdo-mudez faz com a pessoa. Sendo assim,
poderá o surdo-mudo ser absolutamente incapaz, relativa ou plenamente capaz.
Ausente. Pessoa plenamente capaz.
2. Especiais:
a) Emancipação voluntária ou negocial: o procedimento está na lei de registro público nos
arts. 89 e ss. Os pais podem, por meio de instrumento público, emancipar o menor que
tenha no mínimo 16 anos. A emancipação é uma faculdade.
Não cabe revogação da emancipação, seja ela qual for. O art. 90 da L. 6.015 admite a
emancipação feita por instrumento particular. No entanto, este artigo foi tido por
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derrogado no que tange a esta hipótese. Logo, não se admite a emancipação voluntária
por meio de instrumento particular.
Lei 6.015
Art. 89. No cartório do 1° Ofício ou da 1ª subdivisão judiciária de cada
comarca serão registrados, em livro especial, as sentenças de
emancipação, bem como os atos dos pais que a concederem, em relação
aos menores nela domiciliados.
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III - pelo exercício de emprego público efetivo; (EXIGE O CONCURSO E O
EFETIVO EXERCÍCIO)
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
O fim do casamento por morte, separação ou divórcio, não faz com que o cônjuge
sobrevivente ou ex-cônjuge volte à situação de incapaz uma vez que a emancipação não se
revoga. Se o casamento chega ao fim por nulidade ou anulabilidade, aplica-se a regra da
putatividade (art. 1.561 do CC), produzindo efeito com relação ao cônjuge de boa-fé.
2º HORÁRIO
Problema. Um sujeito padece de um problema psicológico e não foi interditado, celebra um
negócio jurídico. Posteriormente, uma sentença de interdição é decretada. No entanto, o seu
efeito é ex nunc, não atingindo o ato praticado anterior à sentença de interdição a priori.
O curador poderá promover uma ação para obter a nulidade daquele ato e obterá êxito
provando a notoriedade daquele problema psicológico.
O ato será mantido se o terceiro estiver de boa-fé, visando proteger o terceiro de boa-fé.
Mas se a doença for notória, o ato será anulado.
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Dos direitos da personalidade
1. Conceito
Direitos da personalidade são aqueles direitos que possuímos sobre os nossos atributos
fundamentais. Ex.: honra, imagem, privacidade, integridade física, nome, intimidade etc.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação;
2. Características
Os direitos da personalidade são:
a) absolutos: o titular poderá opor o seu direito da personalidade contra toda e qualquer
pessoa (erga omnes) ao contrário dos direitos obrigacionais que são relativos (o titular
de um crédito só pode cobrar aquele crédito do seu devedor);
b) vitalícios: os direitos da personalidade não se transmitem com a herança;
c) extrapatrimoniais: não se circunscrevem a esfera patrimonial;
d) indisponíveis: o direito da personalidade, em regra, não poderá ser disposto pelo seu
titular. Esta regra comporta exceção (art. 11) e, em razão disso, muitos doutrinadores
falam que os direitos da personalidade são relativamente disponíveis.
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Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a
medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente
em linha reta, ou colateral até o quarto grau.
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio
corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou
contrariar os bons costumes.
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de
transplante, na forma estabelecida em lei especial.
Transexual. Por uma interpretação literal do art. 13, o transexual não poderia realizar a
cirurgia de mudança de sexo. O En. 06 do CJF acena num sentido oposto:
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En. 06 do CJF. A expressão “exigência médica” contida no art. 13 refere-se
tanto ao bem-estar físico quanto ao bem estar psíquico do disponente.
A pessoa será acompanhada por uma equipe multidisciplinar durante dois anos para
certificar que aquela pessoa sofre de transexualismo.
A doação de órgãos é uma exceção ao art. 13. Trata-se de transplante por ato inter vivos
(art. 13, parágrafo único). A L.9.434/1997 apresenta o que poderá ser doado por ato inter
vivos: órgãos dúplices e tecidos renováveis.
A doação causae mortis está prevista no art. 14 e deve atender objetivo altruístico ou
científico e a disposição será sempre gratuita.
O art. 199, §4º, da CR/1988 fala que é nula a comercialização de órgãos e por isso, o ato de
disposição destes.
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1.3 Art. 21: privacidade
b) Bens móveis.
Por sua natureza: art. 82
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Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:
I - as energias que tenham valor econômico;
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. (ex.:
DIREITO AUTORAL)
Aquisição. Bem imóvel: por meio de registro. Bem móvel: simples tradição (entrega
efetiva da coisa).
Vênia conjugal (outorga uxória/marital). Bem imóvel: necessária (art. 1.647). bem móvel:
não precisa.
Direito real de garantia. Bem imóvel: hipoteca, em regra. Bem móvel: em regra, penhor.
Prazos para usucapir. Bem imóvel > bem móvel.
c) Bens fungíveis: art. 85. Bens móveis que podem ser substituídos um pelo outro.
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da
mesma espécie, qualidade e quantidade.
d) Bens infungíveis: é aquele bem que não poderá ser substituído. Todo bem imóvel é
infungível. O móvel pode ser fungível ou infungível.
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e) Inconsumíveis: é inconsumível o bem cujo uso não importará a destruição da coisa e
não está destinado à alienação.
f) Consumíveis:
consumível de fato: art. 86, 1ª parte (cosmético, alimento: uso importa destruição
imediata);
consumível de direito: art. 86, 2ª parte (livro dentro da livraria para ser vendido,
eletrodoméstico dentro das Casas Bahia: destinado à alienação).
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição
imediata da própria substância, sendo também considerados tais os
destinados à alienação.
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