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Nomes: Caroline Nunes Oliveira, Gabriel Sanches, Tais Garcia e Vinicius Eckerleben.
CURATELA
1. Características:
GONÇALVES (2019), diz que: “O caráter publicista advém do fato de ser dever do
Estado zelar pelos interesses dos incapazes. Tal dever, no entanto, é delegado a
pessoas capazes e idôneas, que passam a exercer um múnus público, ao serem
nomeadas curadoras”.
2. Espécies de curatela:
O Código Civil declara, no art. 1.767, com as alterações promovidas pela Lei n.
13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência) sujeitos a curatela:
Mais adiante, entretanto, como já dito, o aludido diploma trata também da curatela dos
nascituros (art. 1.779).
As curadorias especiais, como esclarece Orlando Gomes, “distinguem-se pela finalidade
específica, que, uma vez exaurida, esgota a função do curador, automaticamente. Têm cunho
meramente funcional. Não se destinam à regência de pessoas, mas sim à administração de bens
ou à defesa de interesses. Para fins especiais, as leis de organização judiciária cometem a
membros do Ministério Público as funções de curadoria. Esses curadores oficiais assistem
judicialmente nos negócios em que são interessados menores órfãos, interditos, ausentes, falidos.
Daí a existência dos curadores de resíduos, de massas falidas, de órfãos e ausentes, de
menores”.
Dentre as curadorias especiais podem ser mencionadas:
a) a instituída pelo testador para os bens deixados a herdeiro ou legatário menor (CC,
art. 1.733, § 2°);
b) a que se dá à herança jacente (CC, art. 1.819);
c) a que se dá ao filho, sempre que no exercício do poder familiar colidirem os
interesses do pai com os daquele (CC, art. 1.692; Lei n. 8.069/90, arts. 142, parágrafo
único, e 148, parágrafo único, f);
d) a dada ao incapaz que não tiver representante legal ou, se o tiver, seus interesses
conflitarem com os daquele;
e) a conferida ao réu preso;
f) a que se dá ao revel citado por edital ou com hora certa, que se fizer revel (curadoria
in litem, CPC, art. 72, I e II).
Observa-se que o art. 3°, que trata dos absolutamente incapazes, teve todos os seus
incisos revogados, apontando no caput, como únicas pessoas com essa classificação, “os
menores de 16 (dezesseis) anos”.
Curatela dos impedidos, por causa transitória ou permanente, de exprimir sua vontade
Não se cuida, como já dito, de enfermidade ou deficiência mental, mas de toda e qualquer
outra causa que impeça a manifestação da vontade do agente. Incluem-se aqui as doenças
graves que tornam a pessoa completamente imobilizada, sem controle dos movimentos e
incapacitadas de qualquer comunicação, em estado afásico, ou seja, impossibilitadas de
compreender a fala ou a escrita, como sucede comumente nos casos de acidente vascular
cerebral (isquemia e derrame cerebral), e nas doenças degenerativas do sistema nervoso, que
deixam a pessoa prostrada, sem lucidez, perturbada no seu juízo e na sua vontade, ou em estado
de coma.
Preleciona Silvio Venosa que, nessa categoria “incluem-se as pessoas que podem ser
interditadas em razão de deficiência mental relativa por fatores congênitos ou adquiridos, como os
alcoólatras e os viciados em tóxico. Como essas pessoas podem ser submetidas a tratamento e
voltar à plenitude de suas condutas, os estados mentais descritos são, em princípio, reversíveis”
A curatela dos toxicômanos abrange os incapazes em virtude do vício ou dependência de
substâncias tóxicas em geral, seja cocaína, morfina, ópio, maconha ou outra, bem como o álcool.
Curatela do Nascituro
Art. 1.779, CC: Dar-se-á curador ao nascituro, se o pai falecer estando grávida a mulher, e
não tendo o poder familiar. Assim estabelecendo o Código Civil no que diz respeito ao nascituro,
estas são as duas hipóteses em que cabe curatela.
O interesse na curatela do Nascituro está quando este vier a receber legado, doação ou
herança.
3. O Procedimento De Interdição
O art. 747, NCPC, dispõe sobre a legitimidade para a interdição, sendo um rol taxativo, não
preferencial, sendo assim, qualquer das pessoas indicadas pode promover a ação.
O Art. 1.775, CC, indica quem deve ser nomeado curador ao interdito, com isso a curatela
pode ser legitima (§1º e §2º) ou dativa (§3º).
Após a nomeação o curador deve zelar pela pessoa e pelos bens do curatelado.
Cabe ao Ministério Público ou a quem tenha legitimo interesse requerer, nos casos
previstos em lei, a remoção do curador ou a sua substituição, conforme dispõe os arts. 761 e 762,
NCPC, respectivamente.
Segundo Gonçalves (2020, pag. 721) a respeito da natureza jurídica da sentença que
decreta a interdição, tem prevalecido o entendimento de que não é constitutiva, por não criar o
estado de incapacidade, mas apenas declaratória da existência de uma situação. Para que seja
possível anular atos práticos antes da sentença, deve ser provada a incapacidade naquela época,
isto em uma ação autônoma.
Levantamento Da Interdição
Regulado pelo Código de Processo Civil, em seu art. 756, levantar-se-á a curatela quando
cessar a causa que a determinou. Pode ser pedido pelo interessado, pelo curador ou pelo
Ministério Público e será apensado aos autos da interdição, conforme §1º do referido artigo. Será
nomeado um perito ou uma equipe multidisciplinar para proceder ao exame do interdito. Para a
apresentação do laudo, será designada nova audiência de instrução e julgamento (§2º).
Após o acolhimento do pedido, será decretado o levantamento da interdição, este, por sua
vez, pode ser integral ou parcial, e será publicado a sentença após o transito em julgado, na forma
do art. 755, §3º.
Referências:
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: volume 6 - direito de família. 16. ed. São
Paulo: Saraiva, 2019. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/
9788553608966/cfi/696!/4/4@0.00:61.7. Acesso em: 15 jun. 2020.