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DIREITO CIVIL

Prof. Ryan Nunes


CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

 DA PESSOA NATURAL: CONCEITO.


 DA PESSOA NATURAL: PERSONALIDADE JURÍDICA.
 DA PESSOA NATURAL: CAPACIDADE E INCAPACIDADES: O SUJEITO DE
DIREITO.
 DA PESSOA NATURAL: EMANCIPAÇÃO
PARTE GERAL - LIVRO 1 – DAS PESSOAS
 Comentário Introdutório

Entende Carlos Roberto Gonçalves:


“A Parte Geral contém três livros. O primeiro sobre as pessoas naturais e jurídicas, como sujeitos da
relação jurídica; o segundo, relativo aos bens, como objeto do direito, em torno dos quais se formam as
diversas relações jurídicas; e o terceiro, a respeito dos fatos jurídicos, que estimulam o relacionamento
humano e permitem criar, modificar ou extinguir direitos.”

“O Código Civil de 2002 cuida, no Livro I da Parte Geral concernente às pessoas, em três títulos, das
pessoas naturais, das pessoas jurídicas e do domicílio. O título das pessoas naturais, por sua vez,
divide-se em três capítulos, respectivamente sobre a personalidade e a capacidade, os direitos da
personalidade e a ausência. A inserção de um capítulo novo acerca dos direitos da personalidade
constitui relevante inovação, em face da importância e da atualidade do tema. A disciplina da ausência
foi deslocada do direito de família, em que se encontrava no Código de 1916, para a Parte Geral do atual
diploma, onde encontra sua sede natural.”
PESSOA NATURAL

1 – Conceito – Personalidade
 Segundo Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona: “personalidade jurídica é a aptidão
genérica para titularizar direitos e contrair obrigações, ou, em outras palavras, é o
atributo para ser sujeito de direito”.
 Adquirida a personalidade o ente passa a atuar, na qualidade de sujeito de direito (pessoa
natural ou jurídica), praticados atos e negócios jurídicos
 CC/02: Art. 1º Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.
 Pessoa jurídica também tem personalidade.
PESSOA NATURAL
2 – Aquisição da Personalidade Jurídica
 Nascimento com vida (art. 2º, CC/02);
 A pessoa natural, para o direito, é o ser humano, enquanto sujeito/destinatário de direitos e obrigações;
 Relação jurídica é toda relação da vida social regulada pelo direito (pessoas compõem a relação
jurídica);
 Teoria Natalista (teoria adotada pelo Código Civil de 2002);

** Segundo Pablo Stolze: “No instante em que principia o funcionamento do aparelho


cardiorrespiratório, clinicamente aferível pelo exame de docimasia hidrostática de Galeno, o recém-
nascido adquire personalidade jurídica, tornando-se sujeito de direito, mesmo que venha a falecer
minutos depois”.

** CC/02: Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a
salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
PESSOA NATURAL

3 – Nascituro
 Segundo Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona: “Cuida-se o nascituro do ente concebido,
embora ainda não nascido”.
 O CC/02 adota a teoria natalista, mas há um intenso debate sobre outras teorias adotadas
para afirmar o conceito de pessoa natural, que perpassa sobre as decisões do tribunais
inclusive

**CC/02: Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a
lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
PESSOA NATURAL

** Teorias:
 Natalista
Segundo Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona: “a tradicional teoria natalista, segundo a qual a
aquisição da personalidade opera-se a partir do nascimento com vida, conclui-se que não
sendo pessoa, o nascituro possuiria mera expectativa de direito”.
 Concepcionista
Segundo Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona: “A teoria concepcionista, por sua vez,
influenciada pelo Direito francês, contou com diversos adeptos. Segundo essa vertente de
pensamento, o nascituro adquiriria personalidade jurídica desde a concepção, sendo, assim,
considerado pessoa”.
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 Personalidade Condicional
Para Arnoldo Wald: “A proteção do nascituro explica-se, pois há nele uma personalidade condicional que surge, na
sua plenitude, com o nascimento com vida e se extingue no caso de não chegar o feto a viver”.

** Direitos do Nascituro
a) o nascituro é titular de direitos personalíssimos (como o direito à vida, o direito à proteção pré-natal etc.);
b) pode receber doação, sem prejuízo do recolhimento do imposto de transmissão inter vivos;
c) pode ser beneficiado por legado e herança;
d) o Código Penal tipifica o crime de aborto;
e) como decorrência da proteção conferida pelos direitos da personalidade, o nascituro tem direito à
realização do exame de DNA, para efeito de aferição de paternidade.
f) Estabilidade gestacional (Direito do Trabalho).
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** Natimorto

 É aquele que “nasceu” morto.

 É dada a mesma proteção que é dada ao nascituro.

 Enunciado nº 01 da I Jornada de Direito Civil: “A proteção que o Código defere ao


nascituro alcança o natimorto no que concerne aos direitos da personalidade, tais como
nome, imagem e sepultura.”
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4 – Capacidade
 Segundo Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona: “Adquirida a personalidade jurídica, toda
pessoa passa a ser capaz de direitos e obrigações. Possui, portanto, capacidade de direito
ou de gozo.
 (...) Nem toda pessoa, porém, possui aptidão para exercer pessoalmente os seus direitos,
praticando atos jurídicos, em razão de limitações orgânicas ou psicológicas.
 Se puderem atuar pessoalmente, possuem, também, capacidade de fato ou de exercício.
Reunidos os dois atributos, fala-se em capacidade civil plena”.
 CF + CD = CAPACIDADE PLENA
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** Atenção!! Capacidade é diferente de Legitimidade.


 Legitimidade é a ausência de impedimentos jurídicos circunstanciais para a prática de determinados atos.
 Esta é a aptidão para a prática de determinados atos jurídicos, uma espécie de capacidade especial exigida em
certas situações. (Carlos Roberto Gonçalves)
 ** E o que se dá quando é ausente a capacidade de fato?
 R: Incapacidade Civil (absoluta e relativa)

4.1 – Incapacidade Absoluta


 Art. 3º do CC/02.
 O Estatuto dos deficientes (Lei nº 13.146/15) trouxe uma profunda mudança no instituto das incapacidades.
**Lei nº 13.146/15: “Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua capacidade legal
em igualdade de condições com as demais pessoas.
§ 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela, conforme a lei.
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4.2 - Incapacidade Relativa


 Art. 4º do CC/02.
**Situação jurídica dos indígenas

4.3 – Suprimento da incapacidade (representação e assistência)

** Incapacidade Absoluta – Representação


 O efeitos da incapacidade absoluta segundo Carlos Roberto Gonçalves: “A incapacidade absoluta
acarreta a proibição total, pelo incapaz, do exercício do direito. Fica ele inibido de praticar qualquer
ato jurídico ou de participar de qualquer negócio jurídico. Estes serão praticados ou celebrados pelo
representante legal do absolutamente incapaz, sob pena de nulidade (CC, art. 166, I)”.
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** Incapacidade Relativa – Assistência


 O efeitos da incapacidade relativa segundo Carlos Roberto Gonçalves: “A incapacidade
relativa permite que o incapaz pratique atos da vida civil, desde que assistido por seu
representante legal, sob pena de anulabilidade (art. 171, I). Certos atos, porém, pode
praticar sem a assistência deste, como visto no item 4.3.1.2 retro. Quando necessária a
assistência, ambos participam do ato: o relativamente incapaz e seu representante. Se
necessário for assinar algum documento, ambos o assinarão. Se faltar a assinatura de um
deles, o ato será anulável”.

** Curatela e Tutela
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5 – Cessação da Menoridade
 CC/02: “Art. 5 o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica
habilitada à prática de todos os atos da vida civil”.
 Emancipação
PESSOA NATURAL

6 – Emancipação
Carlos Roberto Gonçalves comenta: “Clóvis define emancipação como a aquisição da
capacidade civil antes da idade legal. Consiste, desse modo, na antecipação da aquisição da
capacidade de fato ou de exercício (aptidão para exercer, por si só, os atos da vida civil). Pode
decorrer de concessão dos pais ou de sentença do juiz, bem como de determinados fatos a que
a lei atribui esse efeito.”
PESSOA NATURAL

**Dispõe o artigo 5º do Código Civil:


Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos
os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público,
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver
dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em
função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
Bibliografia

 Código Civil de 2002;


 GAGLIANO, Pablo Stolze. FILHO, Rodolfo Pamplona. Novo Curso de Direito Civil.
Parte Geral. Vol. 1. 21ª ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Parte Geral. Vol.1. São Paulo:
Saraiva, 2021.

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