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Direito Civil

Pessoas Naturais: Personalidade e Capacidade

Professor Fidel Ribeiro

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Direito Civil

DAS PESSOAS NATURAIS

DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE

INTRODUÇÃO
Conforme CARLOS ROBERTO GONÇALVES (Direito Civil Brasileiro, Parte Geral):
“O Código Civil disciplina as relações jurídicas privadas que nascem da vida em sociedade e se
formam entre pessoas, não entre pessoas e animais ou entre pessoas e coisas. São as relações
sociais, de pessoa a pessoa, física ou jurídica, que produzem efeitos no âmbito do direito.”

PERSONALIDADE
A personalidade é adquirda com o nascimento com vida, isto é, quando torna-se PESSOA.
CLÓVIS BEVILÁQUIA, define PERSONALIDADE como:
“a aptidão, reconhecida pela ordem jurídica a alguém, para exercer direitos e contrair
obrigações”.

Início da Personalidade (Código Civil)


Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo,
desde a concepção, os direitos do nascituro.

1. (FEPESE – 2017)
Assinale a alternativa que indica corretamente o momento em que começa a personalidade
civil da pessoa natural.
a) Concepção uterina.
b) Nascimento com vida.
c) Registro no Cartório Civil.
d) Ao completar dezoito anos.
e) Batismo.

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CAPACIDADE
DEFINIÇÃO (GENÉRICA, LÉXICO) DE CAPACIDADE (Novo Dicionário Eletrônico Aurélio versão
5.0. verbete: capacidade.):
“Qualidade que uma pessoa ou coisa tem de possuir para um determinado fim; habilidade,
aptidão”

AS CAPACIDADES DO DIREITO CIVIL

1. Capacidade de Direito ou de Gozo


X
2. Capacidade de Fato ou de Exercício

1 – CAPACIDADE DE DIREITO OU DE GOZO


A mais cobrada em concursos públicos, trata-se da capacidade de direito e sua “grande lição” é
demasiadamente simples, pode ser traduzida em uma simples frase:
Toda pessoa possui capacidade de Direito!
CC, Art. 1º: Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.
Isto é, toda pessoa está sujeita a possuir DIREITOS e OBRIGAÇÕES.
A criança é dotada de PERSONALIDADE? SIM. Tem capacidade de possuir DIREITOS e
OBRIGAÇÕES? SIM, também. Tem capacidade plena para exercer pessoalmente seus atos,
celebrar negócios jurídicos? NÃO.
CAPACIDADE DE DIREITO X PERSONALIDADE → Toda pessoa ao nascer com vida adquire
PERSONALIDADE. Assim, possui CAPACIDADE DE DIREITO.

2 – CAPACIDADE DE FATO OU DE EXERCÍCIO


Ao contrário da capacidade de direito, nem todas as pessoas a terão. Trata-se da capacidade de
exercer pessoalmente os atos da vida civil, que é, em regra, adquirida de forma plena aos 18
anos.
Importante que o candidato atente-se para as alterações no Código Civil, trazidas quanto pelo
Estatuto da Pessoa Com Deficiência referente à capacidade de fato.

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CÓDIGO CIVIL

Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de
16 (dezesseis) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: (Redação dada pela
Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II – os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
(Vigência)
III – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
IV – os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. (Redação
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

FIM DA MENORIDADE – 18 anos completos


Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática
de todos os atos da vida civil.

HIPÓTESES QUE FAZEM CESSAR A INCAPACIDADE AOS MENORES:


Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I – pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público,
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o
menor tiver dezesseis anos completos;
II – pelo casamento;
III – pelo exercício de emprego público efetivo;
IV – pela colação de grau em curso de ensino superior;
V – pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde
que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.

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2. (FCC – 2017)
O menor de dezesseis anos
a) não possui personalidade, a qual é adquirida com a maioridade civil.
b) possui personalidade e tem resguardados todos os direitos inerentes a ela, mas é
absolutamente incapaz para os atos da vida civil.
c) possui personalidade, mas os direitos inerentes a ela, bem como os atos da vida civil,
poderão ser exercidos pessoalmente apenas aos dezesseis anos completos, quando é
adquirida capacidade plena.
d) possui personalidade, mas os direitos inerentes a ela, bem como os atos da vida civil,
poderão ser exercidos, sob representação, apenas aos dezesseis anos completos, quando é
adquirida capacidade relativa.
e) possui personalidade e tem resguardados todos os direitos inerentes a ela, mas é
relativamente incapaz para os atos da vida civil.

TÉRMINO DA EXISTÊNCIA DA PESSOA NATURAL e MORTE PRESUMIDA

Art. 6º A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes,
nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.

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→ INFORMAÇÃO: Para a presunção de morte nos casos de decretação de AUSÊNCIA são


necessários DEZ ANOS do trânsito em julgado da sentença de sucessão provisória.
Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão
provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções
prestadas.

Morte presumida sem decretação de ausência:


Art. 7º Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I – se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois
anos após o término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida
depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do
falecimento.

Fenômeno da comoriência ou morte simultânea


Art. 8º Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum
dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.
Art. 9º Serão registrados em registro público:
I – os nascimentos, casamentos e óbitos;
II – a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz;
III – a interdição por incapacidade absoluta ou relativa;
IV – a sentença declaratória de ausência e de morte presumida.
Art. 10. Far-se-á averbação em registro público:
I – das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, a separação
judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal;
II – dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação;

Gabarito: 1. B 2. B

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