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CAPACIDADE E INCAPACIDADE

Capacidade e Incapacidade são elementos da personalidade, ouseja, com base no artigo 1 do


Código Civil, todas as pessoas pos-suem capacidade de direito, todos são capazes de adquirir
direi-tos e gozar deles, todavia existem pessoas que não podem exer-cer os seus direitos e os
atos da vida civil devido a algum motivoem específico, sendo que para isso é necessário a
capacidade defato (exercício do direito), que é aquela que pode ser exercidapessoalmente ao
que tange os atos da vida civil.

- De direito ou de gozo: É a capacidade de aquisição de direi-tos, não importando a idade da


pessoa.

- De fato ou de exercício: É a capacidade de exercício de di-reitos, de exercer, por si só, os atos


da vida civil.

Portanto, conclui-se que toda pessoa tem capacidade de direito,mas não necessariamente a
capacidade de fato, uma vez quepode lhe faltar a consciência para o exercício dos atos de
natu-reza privada. Caso a pessoa possua as duas espécies de capaci-dade, terá a chamada
capacidade civil plena; aqueles que nãopossuem a capacidade de fato são chamados de
INCAPAZES, ouno mesmo sentido a capacidade limitada.

A incapacidade absoluta, encontra-se mencionada no dispostodo artigo 3 do Código Civil.São


absolutamente incapazes de exercer pessoal-mente os atos da vida civil: I - os menores de
dezesseisanos.

Já a incapacidade relativa é trazida pelo art. 4 do Código Civil.Vejamos:

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deJurisprudência, Modelos e Peças. "os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
osébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, pordeficiência mental, tenham o
discernimento reduzido;os excepcionais, sem desenvolvimento mental com-pleto; e os
pródigos". Parágrafo único. A capacidadedos índios será regulada por legislação especial.
(VideLei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
No que se refere a incapacidade absoluta, tanto a doutrina comoa jurisprudência, entende que
tal sujeito não possui discerni-mento suficiente para praticar os próprios atos, sendo devida-
mente afastados de quaisquer atos da vida civil, bem como nosatos da vida jurídica. Todavia,
em caso de representação, terãoos pais, tutores e até curadores para exercerem os seus
direitos.

Outrossim, no que se refere ao ausente, não se pode estender aincapacidade, ainda que a
ausência seja declarada por sentença,pois se este aparecer, poderá exercer todos os atos da
vida civil,bem como assumir a direção de seus negócios.

É, pois, importante saber, que qualquer ato civil praticado porincapaz será nulo, conforme
inciso I do artigo 166 do Código Ci-vil, ou seja, não terá validade alguma.“Art. 166. É nulo o
negócio jurídico quando: I - cele-brado por pessoa absolutamente incapaz;”

Após a devida observância as características do absolutamenteincapaz, iremos adentrar as


especificidades do relativamenteincapaz.

Os sujeitos que são considerados como relativamente incapazespodem praticar os atos da vida
civil, desde que assistidos porseu representante legal, entretanto caso realize negócio
jurídico,poderá este ser anulável, vide artigo 119 do Código Civil.

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deJurisprudência, Modelos e Peças. Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo represen-
tante em conflito de interesses com o representado, setal fato era ou devia ser do
conhecimento de quem comaquele tratou.Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a
contarda conclusão do negócio ou da cessação da incapaci-dade, o prazo de decadência para
pleitear-se a anula-ção prevista neste artigo.

O ato praticado por incapaz sem a presença de seu represen-tante legal é válido no momento
em que é praticado, mas quepode ser anulado através de uma sentença judicial. Somenteduas
pessoas podem requerer a anulação desse ato jurídico pra-ticado por incapaz: o próprio
incapaz quando alcançar a incapa-cidade ou o seu representante legal, desde que o faça
dentro doprazo determinado. Esse prazo varia de acordo com cada ato,mas nunca deverá
ultrapassar 4 anos, e caso os interessados dei-xem de requerer que o ato seja anulado, ele se
torna válidodefinitivamente.

O ébrio habitual (alcoólatra) é considerado relativamente inca-paz porque a embriaguez reduz


a capacidade do homem de dis-cernir, pelo fato de que o álcool muitas vezes destrói os neurô-
nios. Os alcoólatratas, ou dipsomaníacos (aqueles que têm im-pulso irresistível), desde que
interditados, não poderão praticarnenhum ato da vida civil sem a presença de seu
representantelegal.
Também são considerados relativamente incapazes os viciadosem tóxicos; os excepcionais
sem desenvolvimento mental com-pleto; o pródigo, que é aquele indivíduo que gasta seus
bens de-sordenadamente, destruindo seu patrimônio.

Cessação da Incapacidade

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A incapacidade cessa pela maioridade, que começa quando umapessoa completa 18 anos (art
5 do Código Civil), ou através daemancipação que poderá ser concedida pelos pais, em
virtudedo casamento, pelo exercício do emprego público efetivo, pelacolação de grau, e pelo
estabelecimento civil ou comercial, oupela existência de relação de emprego, desde que, em
funçãodeste, o menor com 16 anos completos tenha economia própria.Art. 5o A menoridade
cessa aos dezoito anos comple-tos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todosos atos
da vida civil.Parágrafo único. Cessará, para os menores, aincapacidade:I - pela concessão dos
pais, ou de um deles na falta dooutro, mediante instrumento público, independente-mente de
homologação judicial, ou por sentença do juiz,ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis
anoscompletos;II - pelo casamento; III - pelo exercício deemprego público efetivo;IV - pela
colação de grau emcurso de ensino superior;V - pelo estabelecimento civilou comercial, ou pela
existência de relação de emprego,desde que, em função deles, o menor com dezesseis
anoscompletos tenha economia própria.

DIREITOS DE PERSONALIDADE

Os direitos de personalidade são considerados como irrenunciá-veis e intransmissíveis, ou seja,


é aquele direito próprio sobre oseu corpo; imagem; nome; aparência ou quaisquer outros
aspec-tos constitutivos de sua identidade.

Tais direitos possuem disposição legal, prevista entre os artigos11 e 21 do Código Civil.

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MORTE PRESUMIDA - AUSÊNCIA


A morte presumida sem a declaração de ausência consta no art.7º do CC. Vejamos:“ Pode ser
declarada a morte presumida, sem decreta-ção de ausência: I – se for extremamente provável
amorte de quem estava em perigo de vida; II – se al-guém, desaparecido em campanha ou
feito prisioneiro,não for encontrado em até 2 (dois) anos após o términoda guerra”.

Se alguém, por exemplo, um brasileiro, que sofreu uma graveacidente aéreo, em 2009, e, até
hoje, seu corpo não foi encon-trado. Trata-se de uma morte com extrema possibili-dade de
ter ocorrido. Portanto, com relação a ele, pode serdeclarada sua morte presumida, inclusive
com certidão de óbitodada à família.

De acordo com o parágrafo único do art. 7º declara que tanto nahipótese dos incisos I e II, a
declaração de morte presumida sópoderá ser requerida após esgotadas as buscas e
averiguações,devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.

Com declaração de ausência

O art. 6º do Código Civil determina que:“A existência da pessoa natural termina com a
morte,presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em quea lei autoriza a abertura de
sucessão definitiva”.

Ou seja, ocorre quando a pessoa desapareceu, sem que houvesseuma situação em que se
pudesse presumir que a pessoa faleceu,ela, simplesmente, desapareceu de seu domicílio sem
deixarvestígios.

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deJurisprudência, Modelos e Peças. Segundo Paulo Lôbo “ausência é a presunção da morteda
pessoa física, para fins civis, em virtude de desco-nhecimento de seu paradeiro, após longo
tempo e cujascircunstâncias levam a fundadas dúvidas da continua-ção de sua existência”.

Na prática, o direito brasileiro prevê dois institutos distintospara casos de desaparecimento


em que não existe a constataçãofática da morte pela ausência de corpo: o da ausência e o do
de-saparecimento jurídico da pessoa humana.

No primeiro caso, a ausência acontece com o desaparecimentoda pessoa do seu domicílio,


sem que dela haja mais notícia. Naausência existe apenas a certeza do desaparecimento, sem
queocorra a imediata presunção da morte, uma vez que o desapare-cido pode voltar a
qualquer momento. Nesse caso, a Justiça au-toriza a abertura da sucessão provisória como
forma de protegero patrimônio e os bens do desaparecido.

No desaparecimento jurídico da pessoa, a declaração de mortepresumida pode ser concedida


judicialmente independente-mente da declaração de ausência, já que o artigo 7º permite
suadecretação se for extremamente provável a morte de quem es-tava em perigo de vida,
como são os casos de acidentes aéreosou naufrágios. Entretanto, ela só pode ser requerida
depois deesgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar adata provável do
falecimento.

A ausência poderá ser requerida por qualquer interessado oupelo Ministério Público, devendo
haver em relação à ausência aexistência de uma declaração judicial.

O art. 9º, inciso IV, do Código Civil determina a inscrição dasentença declaratória de ausência e
de morte presumida,vejamos:

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Art. 9o Serão registrados em registro público:

(...)

IV - a sentença declaratória de ausência e de mortepresumida.

O Juiz ao declarar a ausência, nomeará um curador para o au-sente, o qual deverá cuidar de
seus interesses bem como de seusbens.

A ausência compreende três fases:

curadoria dos bens do ausente: nesta fase, o legisladorse preocupa com a proteção dos bens
do ausente. A curado-ria tem, em regra, duração de 1 ano. Caso o ausente tenhadeixado
procurador, o prazo passa a ser de 3 anos. Essa fasese encerra, pela confirmação da morte do
ausente; pelo seuretorno ou pela abertura da sucessão provisória.

Na fase da sucessão provisória, os herdeiros podem en-trar na posse dos bens do ausente,
desde que prestem ga-rantia da restituição deles, em caso de retorno do ausente.Essa fase,
durará, em regra, 10 anos (contados do trânsitoem julgado da decisão que abre a sucessão
provisória). Oprazo se reduz para 5 anos, se o ausente tiver mais de 80anos e de mais de 5
anos datarem suas últimas notícias.Essa fase se encerra pela pela confirmação de morte do au-
sente, pelo seu retorno ou pela abertura da sucessãodefinitiva.

Sucessão definitiva: nesta que é a última fase, os herdei-ros podem solicitar o levantamento
das garantias prestadas,adquirindo assim, o domínio dos bens deixados. No en-tanto, o
domínio será resolúvel, uma vez que, caso o au-sente retorne, terá seus bens de volta, porém,
no estado em

2. 3. 1.

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que se encontrarem. Todavia, é importante ressaltarmosque o ausente só terá esse direito, se


retornar em até 10anos contados da abertura da sucessão definitiva, depoisdisso, não mais
terá direito aos bens.

PESSOA NATURAL

Pessoa natural considera-se o ser humano como sujeito de direi-tos e obrigações, bastando o
seu nascimento com vida, para arespectiva aquisição da personalidade.

Prescreve o art. 2 do CC:“A personalidade civil da pessoa começa do nascimentocom vida; mas
a lei põe a salvo, desde a concepção, osdireitos do nascituro (é o ser já concebido, mas
queainda se encontra no ventre materno)”.

Ocorre o nascimento quando, ao nascer, a criança é separada doventre materno e respira.


Quando se nasce morto, não se ad-quire personalidade jurídica.

Mas como nascerá com vida, a lei também salvaguarda, desde aconcepção, os direitos do
nascituro, como se tivesse uma perso-nalidade jurídica formal. A lei lhes assegura direitos, à
vida, as-sistência pré-natal, curador em casos de incapacidade dos pais,de receber herança,
doação e etc.

Teorias para o início da personalidade:

Natalista: teoria adotada pelo direito positivo. Exigem onascimento com vida para ter início à
personalidade. O STFjá decidiu que a proteção de direito do nascituro é, na ver-dade proteção
de expectativa, que se tornará direito, se ele

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nascer vivo. Os direitos encontram-se em estado potencial,sob condição suspensiva
(Interpretação Gramatical).

Concepcionista: para os adeptos dessa corrente a personali-dade começa antes do nascimento


com vida, pois desde aconcepção já há proteção dos interesses do nascituro. Afir-mam que
mesmo que ao nascituro fosse reconhecido ape-nas um direito, ainda assim seria forçoso
reconhecer-lhe apersonalidade, porque não há direito sem sujeito. Não hápersonalidade
parcial. Mede-se ou quantifica-se capaci-dade, não a personalidade. Esta é integral ou não
existe (In-terpretação Lógica).

2.

ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

O Estatuto da Pessoa com Deficiência está previsto na Lei 13.146de 2015.

Tal estatuto trouxe inúmeras mudanças para o cenário jurídico,entre elas a matéria estudada
acima, no que se refere a capaci-dade. Vejamos:

O art. 3º, caput, agora afirma: "São absolutamente incapazes deexercer pessoalmente os atos
da vida civil os menores de 16 (de-zesseis) anos". O inciso I passou para o caput. E os incisos II
eIII do art. 3º foram revogados pela aludida Lei n. 13.146/2015.Assim, não mais são
considerados absolutamente incapazes osque, por enfermidade ou deficiência mental, não
tiverem o ne-cessário discernimento para a prática desses atos, e os que,mesmo por causa
transitória, não puderem exprimir sua von-tade. Como exemplos do último caso, aponta-se:
embriaguez(eventual), hipnose, transtorno, estado de coma, anestesia geral,efeito de drogas
(psicotrópicos, estupefacientes), perda de me-mória, contusão cerebral. O Código Civil
português menciona aincapacidade acidental, no art. 257, 1.

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O art. 4º foi também substancialmente alterado pela citada Lein. 13.146/2015 e ficou assim:
"São incapazes relativamente acertos atos ou à maneira de os exercer: I- os maiores de dezes-
seis e menores de dezoito anos; II- os ébrios habituais e os vicia-dos em tóxico; III- aqueles
que, por causa transitória ou perma-nente, não puderem exprimir sua vontade; IV- os
pródigos".

A referida lei consolidou as premissas trazidas pela Convençãodas Nações Unidas sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiên-cia – CDPC, representando notável avanço para a proteção
dadignidade da pessoa portadora de ausência ou disfunção de umaestrutura psíquica,
fisiológica ou anatômica. As inovações bus-cam e retratam a evolução pela inclusão social e ao
direito à ci-dadania plena e afetiva.

Sua natureza incorpora um novo modelo social alvidrado pelosdireitos humanos que é a
reabilitação da própria sociedade, vi-sando, assim, minorar as barreiras de exclusão e incluir o
defici-ente na comunidade, garantindo-lhe uma vida independente,com igualdade no exercício
da capacidade jurídica.

Cumpre destacar os arts. 6º e 84 do referido diploma legal, queatestam que a deficiência não
afeta a plena capacidade civil daspessoas, inclusive para I - casar-se e constituir união estável;
II -exercer direitos sexuais e reprodutivos; III - exercer o direito dedecidir sobre o número de
filhos e de ter acesso a informaçõesadequadas sobre reprodução e planejamento familiar; IV -
con-servar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória;V - exercer o direito à
família e à convivência familiar e comuni-tária; e VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à
curatela e àadoção, como adotante ou adotando, em igualdade de oportuni-dades com as
demais pessoas.

Dispõe o art. 84 que "A pessoa com deficiência tem asseguradoo direito ao exercício de sua
capacidade legal em igualdade decondições com as demais pessoas". Por conseguinte, em seu
art.114, o Estatuto altera diversos artigos do Código Civil, remode-lando consubstancialmente
a teoria das incapacidades, uma vezque passou a declarar apenas uma hipótese de
incapacidade ab-soluta: os menores de 16 anos, inexistindo, portanto, no Orde-namento
Pátrio, pessoa maior absolutamente incapaz. Em sín-tese, os arts. 3º e 4º do Código Civil
sofreram as principaismodificações.

A nova estruturação do regime jurídico das incapacidades reper-cutiu diretamente na


aplicação do instituto da prescrição contraas pessoas com deficiência. Isso porque o art. 198, I
do CódigoCivil estabelece que não corre a prescrição "contra os incapazesde que trata o art.
3º". Dessa forma, aqueles que não tinhamdiscernimento para a prática dos atos civis e os
impossibilitadosde exprimir sua vontade eram beneficiados com o impedimentoou a
suspensão do curso do prazo prescricional. A partir da edi-ção da lei 13.146/15, somente os
menores impúberes é que esta-riam contemplados com a regra protetiva do art. 198, I, do alu-
dido Código, já que os demais deixaram de compor o rol de seuart. 3º. (www.migalhas.com.br)

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