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→ Pessoa e personalidade:
- Pessoa: É o titular de relações jurídicas. É o sujeito que pode adquirir direitos e
contrair deveres na ordem civil. É todo ser humano, como: recém-nascido, criança,
adolescente, idoso, absolutamente incapaz, relativamente incapaz, ou seja, todo ser
humano nascido com vida.
- O nascituro pode adquirir direitos patrimoniais como ser proprietário de uma casa ou
de um carro, ou então receber uma herança ou uma doação?
R: Não. Tanto a Teoria Natalista quanto a Teoria Concepcionista concordam que para
ser titular e adquirir direitos patrimoniais materiais, a pessoa deverá nascer com vida.
→ Manifestação da Vontade na Capacidade Plena:
- Manifestar a vontade é quando a pessoa, ao realizar contratos, negócios jurídicos de
acordo com os seus interesses, desde que estejam dentro dos limites impostos pela
norma.
Ex: Se eu for comprar uma casa, eu posso escolher em qual bairro vou comprar, qual o
tamanho da casa, qual o valor que pretendo pagar, em quantas parcelas vou pagar etc.
- Capacidade plena: Na capacidade plena, a pessoa realiza todos os atos da vida civil,
sem a ajuda de um assistente ou de um representante.
- Emancipação Voluntária:
* Requisitos:
I – Vontade dos pais;
II – Vontade do menor;
III – Realizada no cartório, por instrumento público;
IV – Independe de homologação judicial;
V – O menor precisa ter 16 anos completos.
- Emancipação Judicial:
* Requisitos:
I – O menor possui um tutor;
II – O menor precisa ter 16 anos completos;
III – O juiz ouvirá o tutor;
IV – A emancipação é conferida pelo juiz, por sentença.
- Emancipação Legal:
* Requisitos:
I – Casamento;
II – Exercício de emprego público efetivo;
III – Colação de grau em ensino superior;
IV – Desde que o menor, com 16 anos completos, tenha economia própria em função
de: estabelecimento civil, comercial ou relação de emprego.
. Somente após aberta a Sucessão Definitiva vai ser presumida a morte da pessoa.
* Medidas judiciais CF: Ex: Habeas Corpus, Habeas Data, Mandado de Segurança,
Mandado de Injunção.
- Art. 14, §único do CC: O ato de disposição pode ser revogado a qualquer tempo.
- Sobrenome:
* Simples: Pereira; Silva etc.
* Composto: Pereira Gonçalves; Souza da Silva etc.
- Prenome que exponha a pessoa ao ridículo: O art. 55, §1° da Lei 6.015/75 determina
que os oficiais do registro civil não registrarão prenomes suscetíveis de expor ao ridículo
os seus portadores.
- Erro de grafia: O art. 110, I da Lei 6.015/73 determina que os oficiais do registro
deverão corrigir o nome da pessoa se houver evidente erro de grafia.
- Homonímia: Ocorre quando existem muitas pessoas com o mesmo nome (pode alterar
o nome nesses casos). O art. 55, §3° da Lei 6.015/73 determina que o oficial de registro
deverá orientar os pais, no momento de registrar o nome dos filhos, para acrescentar
sobrenomes de família, a fim de se evitar a homonímia. A pessoa pode pedir a alteração
de seu prenome diretamente no Registro Civil.
- Apelidos públicos e notórios: O prenome será definitivo, admitindo-se, todavia, a sua
substituição por apelidos públicos e notórios.
- Nome na adoção: O art. 47, §5° do ECA previu a possibilidade de alteração do
prenome do adotado durante a menoridade, caso haja requerimento do adotado ou de
qualquer dos adotantes.
- Alteração de prenome por coação ou ameaça: Art. 58, §único da Lei 6.015/73 → A
substituição do prenome será ainda admitida em razão de, por determinação, fundada
coação ou ameaça decorrente da colaboração com a apuração de crime em
sentença, de juiz competente, ouvido o MP.
- Nome social: A pessoa transgênero, maior de 18 anos, poderá requerer diretamente
ao Registro Civil das Pessoas Naturais a alteração de seu prenome a fim de adequá-lo à
identidade autopercebida.
- Alterações de sobrenome: O sobrenome pertence à família da pessoa. A Lei 14.382/22
alterou o art. 57 da Lei 6.015/73 e facilitou a alteração do sobrenome da pessoa.
* Art. 57: A alteração posterior de sobrenomes poderá ser requerida pessoalmente
perante no cartório e independe de autorização judicial nos seguintes casos:
I – Para incluir sobrenomes de familiares;
II – Para incluir ou excluir sobrenome de cônjuge, mesmo durante o casamento;
III – Para excluir sobrenome do ex-cônjuge, após a dissolução da sociedade
conjugal;
IV – Para incluir ou excluir sobrenomes em razão de alteração das relações de
filiação, inclusive para os descendentes, cônjuge ou companheiro da pessoa que teve seu
estado alterado.
§1° - Para incluir o nome abreviado, usando como firma comercial registrada ou em
qualquer atividade profissional.
§2° - Para incluir ou excluir o sobrenome do companheiro(a) nos casos de união
estável; nas mesmas hipóteses previstas para as pessoas casadas.
§8° - O enteado ou a enteada, se houver motivo justificável, poderá requerer ao
oficial de registro civil que, nos registros de nascimento e de casamento, seja averbado o
nome de família de seu padrasto ou de sua madrasta, desde que haja expressa
concordância destes, sem prejuízo de seus sobrenomes de família.
- Curador:
* Art. 24 do CC: O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações,
conforme as circunstâncias, observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos
tutores e curadores.
- Sucessão Provisória:
* Art. 26 do CC: Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele
deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os
interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão.
* Quando poderá ser aberta a sucessão provisória?
I – 01 ano = Curadoria.
II – 03 anos = Se o ausente deixou procurador.
* Quem são os interessados na sucessão provisória?
. Art. 27 do CC: Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram
interessados:
I – O cônjuge não separado judicialmente;
II – Os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
III – Os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte;
IV – Os credores de obrigações vencidas e não pagas.
* E se o ausente aparecer?
. Art. 36 do CC: Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de
estabelecida a posse provisória, cessarão para logo as vantagens dos sucessores
nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecuratórias precisas,
até a entrega dos bens a seu dono.
* E se o ausente aparecer?
. Art. 39 do CC: Regressando o ausente nos 10 anos seguintes à abertura da
sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes
haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu
lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens
alienados depois daquele tempo.
. Após 10 anos da abertura da Sucessão Definitiva:
1) Terá direito aos bens existentes no estado em que se acharem;
2) Terá direito aos bens sub-rogados em seu lugar;
3) Terá direito ao preço que os herdeiros e demais interessados houverem
recebido pelos bens alienados.
. §Único: Se, nos 10 anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e
nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao
domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas
circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território
federal.
→ Domicílio: É o local onde a pessoa é encontrada, onde ela vai responder por suas
obrigações, exercer seus direitos e celebrar seus negócios jurídicos.
- Art. 70 do CC: O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua
residência com ânimo definitivo.
- Qual a diferença entre residência e moradia?
* Moradia = A pessoa não tem intenção de ficar (ex: Hotel; casa alugada para veraneio;
casa de um amigo etc).
* Residência = A pessoa possui o ânimo definitivo de se estabelecer no local (ex: Casa
onde a pessoa mora).
- Domicílio profissional:
* Art. 72 do CC: É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações
concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida.
→ Bens Corpóreos: São os bens que têm um corpo; uma existência física; material;
tangível. Temos como tocar, ver, sentir, etc (exs: Caneta; computador; casa; terreno).
→ Bens Incorpóreos: São os bens que não têm existência material; física; tangível;
mas possuem um valor econômico. São bens que não têm existência, apenas jurídica
(exs: Direitos autorais; direito de crédito; direito de usufruto; direito de utilização de uma
marca).
→ Bens Imóveis:
- Art. 79 do CC: São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou
artificialmente.
* Solo e tudo aquilo que se incorporar naturalmente ao solo (ex: árvores, vegetação
etc) ou se incorporar artificialmente ao solo (ex: casa, apartamento etc).
→ Bens Móveis:
- Art. 82 do CC: São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção
por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.
* Bens móveis suscetíveis de movimento próprio: São aqueles que não precisam de
uma força alheia para se movimentarem.
* Semoventes = animais. Os animais se movimentam por conta própria.
* Bens móveis que adquirem movimento por força alheia: São aqueles que precisam
de uma força impulsionadora para adquirir movimento. Eles não conseguem se
movimentar por conta própria.
* Para que um bem seja considerado móvel, não pode haver a perda da substância,
nem da destinação econômico-social, nos termos do art. 82 do CC.
- Bens Infungíveis: São os bens que não se podem substituir por outro de mesma
espécie, qualidade e quantidade (exs: uma casa; um quadro do Salvador Dalí; um animal
de estimação etc).
- Bens Inconsumíveis:
* São os bens que são reutilizáveis, pois o uso não importa na destruição da
substância (exs: livro; carro; roupa etc).
- Bens Indivisíveis:
* São os bens que não podem ser divididos porque a divisão acarreta alteração na
substância, diminuição do valor ou prejuízo da utilidade.
* Art. 88 do CC: Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por
determinação da lei ou por vontade das partes (exs: servidão; terreno; coleção de quadro;
condomínio etc).
- Bens Coletivos:
* Art. 90 do CC: Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares
que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária (exs: Biblioteca; lanchonete
etc).
* Art. 91 do CC: Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas,
de uma pessoa, dotadas de valor econômico (exs: Patrimônio).
- Bens Acessórios:
* Acessórios/Acessórios: Seguem a classificação do bem principal (ex: Se uma casa é
considerada imóvel, as janelas dessa casa também serão consideradas imóveis).
* Acessórios/Pertenças: Não seguem o bem principal (ex: Móveis de uma casa).
* Princípio da Gravitação Jurídica: Quando o acessório segue o bem principal.
* Art. 93 do CC: São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se
destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.
* Art. 94 do CC: Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não
abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade,
ou das circunstâncias do caso.
→ Frutos e Produtos:
- A diferença entre frutos e produtos é que os frutos se regeneram e os produtos não se
regeneram.
- Os frutos podem ser classificados quanto a sua natureza:
a) Naturais: Aqueles que se regeneram pela própria natureza (exs: maçã; laranja; leite
da vaca etc);
b) Industriais: Se regeneram pela força do homem, da indústria (exs: lápis;
computador; livro etc);
c) Civis: Se regeneram mediante os juros (exs: juros de uma poupança; renda de um
aluguel etc).
- Os frutos podem ser classificados quanto a sua ligação com o bem principal:
a) Colhidos ou recebidos: Aqueles que já foram destacados do bem principal (ex:
Laranja que já foi retirada da laranjeira);
b) Pendentes: Aqueles que ainda estão ligados ao bem principal (ex: A laranja que
ainda está na laranjeira).
c) Percepiendos: Aqueles que ainda estão ligados ao bem principal, mas já deveriam
ter sido colhidos (ex: Um contrato que previa essa colheita e ainda não foi realizada).
d) Consumidos: Aqueles que já foram separados do bem principal, mas já não existem
mais pois foram consumidos (ex: A laranja que já foi retirada do bem principal e já foi
consumida).
- Art. 95 do CC: Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos
podem ser objeto de negócio jurídico.
- Acessões Industriais: Acréscimos feitos no bem novo (ex: A construção de uma casa
em um terreno).
- Não é considerada benfeitoria: Quando o valor da obra humana é maior que o valor da
própria matéria-prima.
a) A pintura em relação à tela.
b) A obra de arte em relação à matéria-prima (ex: A escultura em relação à argila).
c) A escrita em relação ao papel.
→ Bens Públicos:
- Art. 98 do CC: São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas
jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa
a que pertencerem.
* Pessoas jurídicas de direito público interno: União; Estados; Municípios; Autarquias;
Fundações.
→ Pessoa Jurídica:
- Conceito: É a reunião de pessoas e bens, que empreendem esforços em busca de fins
comuns, podendo ser sujeito de direitos e deveres na ordem civil.
* Requisitos: 1) Reunião de pessoas e bens;
2) Finalidade em comum;
3) Personalidade e capacidade jurídica própria.
* Art. 41, §Único do CC: Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito
público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber,
quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.
* Art. 48-A do CC: As pessoas jurídicas de direito privado, sem prejuízo do previsto em
legislação especial e em seus atos constitutivos, poderão realizar suas assembleias
gerais por meio eletrônico, inclusive para os fins do disposto no art. 59 deste Código,
respeitados os direitos previstos de participação e de manifestação.
* Art. 50 do CC: Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo
desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte,
ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que
os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens
particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou
indiretamente pelo abuso (ler parágrafos).
* Administrador provisório:
. Art. 49 do CC: Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a
requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório.
→ Das Associações:
- Associação Privada:
* Art. 53 do CC: Constituem-se as associações pela união de pessoas que se
organizem para fins não econômicos (não lucrativos).
* União de pessoas = Quaisquer pessoas que tenham uma finalidade em comum.
* Quais os fins permitidos? → Todos os fins, menos os ilícitos e os de caráter
paramilitar (exs: educação; cultura; saúde etc).
* Enunciado 534 do CJF: As associações podem desenvolver atividade econômica,
desde que não haja finalidade lucrativa.
* Art. 53, §único do CC: Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.
* O direito de reunião é um direito fundamental (art. 5°, XVII e XVIII da CF/88): Por que
as Associações estão previstas na CF/88? → Porque o direito de reunião e de associação
faz parte de um Estado Democrático. A reunião de pessoas é um direito fundamental.
Exceções ao direito de reunião: Estado de Defesa e Estado de Sítio.
* Art. 5°, XIX da CF/88: As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas
ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o
trânsito em julgado.
* Art. 5°, XX da CF/88: Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer
associado (exs: Recreativa de uma empresa; Associação dos Servidores Públicos do
Município etc).
* Art. 5°, XXI da CF/88: As entidades associativas, quando expressamente
autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente
(exs: A associação dos aposentados poderá ajuizar uma ação em favor dos aposentados;
Uma associação de defesa dos consumidores poderá defender seus direitos em juízo
etc).
* Associações privadas:
. Estatuto = Contrato social da Associação. Registrado no cartório de registro civil de
pessoas jurídicas.
. Art. 54 do CC: Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
I – A denominação, os fins e a sede da associação;
. Exs de denominação: Associação dos moradores do Bairro Fátima; Associação
de pais de alunos do Colégio São José etc;
. Exs de Finalidades da Associação:
a) Beneficente ou filantrópica → APAE; Santas Casas; AA etc;
b) Assistência Social → Asilos; creches; reformatórios etc;
c) Utilidade Pública → Escolas; colégios etc;
d) Religiosas;
e) Estudantil → UNE; Grêmios; Associações de ex-alunos etc;
f) Culturais → Literárias; musicais; artísticas etc;
g) Profissionais → Advogados; engenheiros; médicos etc;
h) Desportivas → Tênis; futebol; basquete etc.
i) Recreativas;
j) Sindicatos etc.
. Se o associado cometer uma falta e essa falta for definida como justa causa, ele
terá direito a um procedimento. Deverá ser aberto um processo administrativo
contra ele, e nesse procedimento ele terá direito de defesa e, caso ele não concorde
com a decisão final, caberá recurso. Essa forma já estará prevista no estatuto.
* Direito do Associado:
. Art. 58 do CC: Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função
que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na
lei ou no estatuto.
. Ex: O associado de um clube de natação não poderá ser impedido de utilizar a
piscina, se o estatuto prever esse direito. No entanto, o associado poderá ser impedido de
utilizar a piscina caso não tenha realizado exame médico, que é exigido por lei e pelo
estatuto.
. Ex2: O associado não poderá ser impedido de votar, se o Estatuto lhe conferir esse
direito. No entanto, o associado poderá ser impedido de votar caso esteja com as
mensalidades atrasadas e essa previsão estiver no Estatuto.
→ Das Fundações:
- Fundações Privadas:
* Conceito: É a dotação de bens livres, destinados a uma finalidade.
* Diferença entre Associação Privada e Fundação Privada:
. Associação Privada: É a reunião de pessoas que se organizam para uma finalidade
não lucrativa;
. Fundação Privada: É a dotação de bens livres, por meio de uma pessoa jurídica,
para atingir uma finalidade.
* Art. 62 do CC: Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou
testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e
declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
* Fundação por escritura pública: Fundação criada em vida pelo seu instituidor (ex:
Fundação Cafú; Fundação Roberto Marinho etc).
* Fundação por testamento: Fundação criada após a morte pelo seu instituidor, por
testamento (ex: Uma pessoa deixa 50% de seus bens para criar uma Fundação após a
sua morte).
* Finalidades da Fundação Privada: Art. 62, §único do CC:
I – Assistência social;
II – Cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III – Educação;
IV – Saúde;
V – Segurança alimentar e nutricional;
VI – Defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do
desenvolvimento sustentável;
VII – Pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização
de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos
e científicos;
VIII – Promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;
IX – Atividades religiosas.
.OBS: Art. 67 do CC → Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister
que a reforma: II – Não contrarie ou desvirtue o fim desta.
. Art. 68 do CC: Quando a alteração não houver sido aprovada por votação
unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do
Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná-la, se
quiser, em 10 dias.
* Só será usado esse artigo quando tiver uma minoria vencida, ou seja, quando
não for unânime. Nesse caso, quando houver uma minoria vencida, os administradores,
ao submeterem as alterações do Estatuto ao Ministério Público, requererão que se dê
ciência à minoria vencida para impugná-las, se quiserem, no prazo de 10 dias.
→ Fatos Jurídicos:
- Conceito: Fatos jurídicos são os acontecimentos que trazem reflexo para o mundo do
Direito, que produzem consequências jurídicas.
- Fatos naturais = Fatos jurídicos (sentido estrito): Eventos da natureza, são divididos
em:
* Ordinários: Aqueles que naturalmente vão ocorrer:
1 – Nascimento;
2 – Morte;
3 – Maioridade aos 18 anos; etc
c) Neutro: Não são nem gratuitos e nem onerosos, não têm atribuição patrimonial
(exs: Instituição de bem de família; cláusula de incomunicabilidade etc);
d) Bifrontes: Podem ser tanto gratuitos quanto onerosos (exs: Contrato de depósito;
doação etc).
* Quanto à forma:
a) Formais ou solenes: Forma especial prevista em lei (exs: Casamento; cheque;
escritura pública de venda de imóvel etc);
b) Não formais, não solenes ou forma livre: As partes escolhem a forma do negócio
(exs: Recibo; notificação extrajudicial; venda de bens móveis etc).
* Quanto à existência:
a) Principais: Existem por si mesmos (exs: Contrato de compra e venda; contrato de
locação; prestação de serviços etc);
b) Acessórios: Existem em razão de um contrato principal (exs: Garantia em um
contrato de compra e venda; fiança em um contrato de locação; multa em um contrato de
prestação de serviços etc).
- Existência, Validade e Eficácia dos Negócios Jurídicos:
* Art. 104 do CC: A validade do negócio jurídico requer:
a) Agente;
b) Objeto;
c) Forma;
d) Manifestação de vontade.
* Plano da existência: Para que exista o negócio jurídico, tem que ter 4 elementos:
a) Agente;
b) Objeto;
c) Forma;
d) Manifestação de vontade.
* OBS: Exemplos de negócios inexistentes:
a) Agente = testamento em favor de um cachorro;
b) Objeto = contrato de compra e venda da Torre Eiffel;
c) Forma = certidão de casamento feita em casa;
d) Manifestação de vontade = contrato de compra e venda não assinado pelo
vendedor.
* Plano de validade: Para que o negócio jurídico tenha validade, ele precisa ter (art.
104 do CC):
a) Agente capaz;
b) Objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
c) Forma prescrita ou não defesa em lei;
d) Manifestação da vontade livre.
* OBS: Exemplos de negócios que não teriam validade:
a) Agente incapaz = contrato assinado por menor de 16 anos;
b) Objeto impossível = contrato de prestação de serviços de um pintor que morreu
antes de pintar o quadro;
c) Forma = procuração pública realizada com documentos falsos;
d) Manifestação da vontade não é livre = contrato assinado porque a pessoa está
com uma arma apontada para sua cabeça.
* Plano de eficácia: A eficácia (os efeitos) do negócio poderá estar suspensa por uma
condição suspensiva ou por um termo inicial.
. Exs: a) Somente comprarei o imóvel se for aprovado o financiamento na Caixa
Econômica Federal;
b) Aluguel de um imóvel para a temporada de verão, para daqui a 6 meses.
c) Determinado ou determinável =
. Objeto determinado: É o objeto certo, que é descrito pela: Quantidade; Gênero;
Qualidade (ex: 100 canetas BIC → Quantidade: 100; Gênero: Canetas; Qualidade:
Esferográfica, azul, marca BIC, ponta fina, referência 777).
. Objeto determinável: É o objeto incerto, que é descrito pela: Quantidade; Gênero
(Qualidade = não tem ou está descrito de forma incompleta) (ex: 100 canetas →
Quantidade: 100; Gênero: Canetas; Qualidade: ???).
* Exs em que o silêncio pode importar anuência: Se o dono do imóvel locado for
vender o imóvel, ele precisa dar o direito de preferência ao locatário. Se o locatário não
manifestar interesse (silêncio), no prazo de 30 dias, é como se ele tivesse manifestado a
sua vontade em não adquirir o imóvel (art. 28 da Lei 8.245/91).
* Art. 113, §2° do CC: As partes poderão livremente pactuar regras de interpretação, de
preenchimento de lacunas e de integração dos negócios jurídicos diversas daquelas
previstas em lei.
→ Da Representação:
- Art. 115 do CC: Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo
interessado.
* “Por lei” = Representação legal.
* “Pelo interessado” = Representação convencional ou voluntária.
- Tipos:
* Representação Legal: Ocorre quando a lei define quem vai representar a pessoa
(natural ou jurídica).
* Representação Convencional ou Voluntária: Ocorre quando uma pessoa (natural ou
jurídica) escolhe por vontade própria uma outra pessoa (natural ou jurídica) para exercer
direitos e/ou deveres em seu nome. Por ser uma escolha baseada na vontade, é que
chamamos a representação de convencional ou voluntária.
. A forma de exercer a representação convencional é a procuração. A procuração é
o instrumento do mandato, ou seja, é o documento que autoriza uma pessoa a exercer
direitos e/ou deveres em nome de outra pessoa.
- Poder do representante de realizar negócios jurídicos consigo mesmo (art. 117 do CC):
* Art. 117 do CC: Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio
jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo
mesmo.
* O representante, ao exercer o mandato, deve buscar os interesses do representado e
não seus próprios interesses, por este motivo ele não pode celebrar negócios consigo
mesmo.
* Substabelecimento: Art. 117, §único do CC → Para esse efeito, tem-se como
celebrado pelo representante o negócio realizado por aquele em quem os poderes
houverem sido subestabelecidos.
. Substabelecer os poderes quer dizer passar (transferir) para outra pessoa os
poderes.
2) Evento futuro: A condição tem que estar relacionada a um evento futuro (exs:
Possível aprovação de um financiamento na CEF; possível promoção no emprego etc).
3) Evento incerto: A condição tem que estar relacionada a um evento incerto (exs:
Ser aprovado no exame da OAB; ser sorteado na mega-sena etc).
* Condição Suspensiva: É uma cláusula que pode ser inserida no negócio jurídico e
que suspende a eficácia desse negócio (ou parte dele). Em virtude dessa condição
suspensiva, a eficácia do negócio jurídico está suspensa.
. Art. 125 do CC: Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição
suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.
. Até quando ficará suspensa a eficácia do negócio jurídico? → Depende se ocorreu
ou não a condição.
→ Se ocorrer a condição, o negócio jurídico surtirá efeitos:
* Condição Resolutiva: É uma cláusula que pode ser inserida no negócio jurídico.
. Art. 127 do CC: Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará
o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele
estabelecido.
. Art. 128 do CC: Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os
efeitos, o direito a que ela se opõe mas, se aposta a um negócio de execução continuada
ou periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos
atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza da condição pendente e
conforme aos ditames de boa-fé.
→ Se ocorrer, põe fim a eficácia do negócio jurídico:
. É aquela que termina a eficácia do negócio jurídico (ex: O aluno perderá a bolsa de
estudos caso tire nota abaixo de 7 no bimestre).
. Na condição resolutiva, enquanto não se realizar a condição, o negócio jurídico (ou
parte dele) produzirá efeitos, podendo-se exercer os direitos provenientes do negócio.
. Assim que implementada a condição, o negócio jurídico (ou parte dele) deixará de
surtir efeitos e cessarão os direitos provenientes do negócio.
. O art. 123, II e III do CC, determina que as condições ilícitas invalidam o negócio
jurídico.
. Art. 123 do CC: Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:
II – As condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita (contrárias à lei; ordem pública;
aos bons costumes e as puramente potestativas);
III – As condições incompreensíveis ou contraditórias (condições perplexas).