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INSTITUIÇÕES DE

DIREITO PÚBLICO E
PRIVADO
Profa. Ana Karoline Carvalho
DIREITO CIVIL

➢ Rege o direito dos particulares, ou seja, o conjunto de princípios e normas


concernentes às atividades dos particulares e às suas relações, disciplinando as
relações jurídicas das pessoas, dos bens etc.
➢ Preponderam as normas jurídicas das atividades dos particulares. Trata da
personalidade, da posição do indivíduo dentro da sociedade; como ele adquire
e perde a propriedade; como ele deve cumprir as suas obrigações; qual a
posição das pessoas dentro da família; qual a destinação de seus bens após a
morte etc.

05/06/2023
Divisão do Código Civil

1. Os sujeitos de Direito
1. Parte Geral 2. Objeto do Direito Pessoa física e Jurídica
3. Fatos Jurídicos
1. Direito das Obrigações
2. Direito das Empresas
2. Parte Especial 3. Direito das Coisas
4. Direito de Família
5. Direito das Sucessões
05/06/2023
➢ CONCEITO DE PESSOA NATURAL
Art. 1º, CC. Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.
- Sujeito de direitos e obrigações.
- Todo ser humano dotado de personalidade civil.

➢ Início da existência da Personalidade Civil


- A partir do nascimento com vida.
- Art. 2º, CC. A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida;
mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.

05/06/2023
➢ Capacidade Jurídica e Capacidade de Direito
Os plenamente capazes podem exercer sozinhos os atos da vida civil,
sem necessidade de representação ou assistência.
1. Capacidade jurídica ou capacidade de direito:
É a aptidão que a pessoa tem de gozar e exercer direitos.
Todas as pessoas são portadoras dessa capacidade, pouco importando a
idade, o estado de saúde, o sexo ou a nacionalidade.
2. Capacidade de exercício ou Capacidade de agir:
É aptidão de exercer os direitos e assumir, por si mesmo, obrigações na
ordem civil.

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➢ Incapazes
É o sujeito que por alguma razão (trauma grave, doença, uso de
entorpecentes), esteja impedido de praticar, por si mesmo, uma atividade ou os
atos da vida civil. É aquele que não pode exercer pessoalmente, sozinho, os atos
da vida jurídica. Há dois tipos de incapazes: os absolutamente incapazes e os
relativamente incapazes.
a) Os absolutamente incapazes
São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida
civil os menores de dezesseis anos (art. 3º, CC).
- Praticam atos nulos.

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b) Os relativamente incapazes
Art. 4º, CC. São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os
exercer:
I. Os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II. Os ébrios habituais e os viciados em tóxicos;
III. Aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir a
sua vontade;
IV. Os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial.

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- O exercício de seus direitos não é amplo, mas, sim, restrito. Podem exercer os
atos da vida civil que exigem menos formalidades.
- Praticam atos anuláveis.
Obs.: Tanto os relativamente incapazes quanto os absolutamente incapazes são
sujeitos de direito, sendo, portanto, detentores da personalidade jurídica ou
personalidade civil, entretanto, não possuem capacidade civil plena e, desse
modo, são incapazes juridicamente de atuar sozinhos nos atos da vida civil.

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➢ Proteção que o direito concede aos incapazes
A lei designa alguém para dirigir e defender os bens dos relativamente
incapazes, que em regra será o pai, a mãe ou ambos, quando for menor, e um
curador, quando for maior. Se o menor for órfão, o tutor será a pessoa que o
protegerá. Tanto o tutor como o curador são nomeados pelo juiz.
Nos atos da vida civil, os relativamente incapazes deverão ser assistidos
e os absolutamente incapazes representados, pelos seus pais ou representantes
legais.

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➢ Cessação da incapacidade.
Cessa a incapacidade: pela maioridade e pela emancipação.
1. Pela maioridade – a maioridade para o exercício da vida civil começa
quando uma pessoa completa 18 anos. A partir daí, ela passa a ser maior e capaz,
podendo praticar todos os atos da vida civil sem qualquer assistência.
2. Pela emancipação – normalmente, uma pessoa adquire a capacidade de
exercício quando atinge 18 anos de idade, e isto acontece automaticamente,
desde que não seja um doente mental. Entretanto, por uma exceção, ao atingir 16
ou 17 anos, pode conseguir essa capacidade por meio da emancipação.
Obs: Uma vez emancipado, jamais retornará à incapacidade, exceto em caso de
se tornar um doente mental.

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➢ Casos de emancipação
Art. 5º, Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante
instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por
sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de
emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos
tenha economia própria.
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➢ COMORIÊNCIA
Comoriência é a morte de duas pessoas na mesma ocasião.
Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião não se podendo
averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão
simultaneamente mortos (art. 8º, CC).

➢ DOMICÍLIO
Resido com minha família em um bairro da capital; tenho escritório de
advocacia no centro e em uma cidade vizinha, aos quais compareço em dias
alternados. Se alguém propuser uma ação judicial contra a minha pessoa, onde
deverei ser acionado?

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- A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada em direito real sobre bens
móveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do réu (art. 46, CPC).

- Domicílio civil, é o lugar onde a pessoa natural estabelece a sua residência com
ânimo definitivo. (art. 70, CC).

- Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente,


viva, ou vários centros de ocupações habituais, considerar-se-á domicílio seu
qualquer delas (art. 71, CC).

- Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá


domicílio (profissional) para as relações que lhe corresponderem (art. 72, p.ú).
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➢ BENS JURÍDICOS E O OBJETO DO DIREITO.
Toda relação jurídica se estabelece entre pessoas, tendo por objeto um
bem jurídico.
Em um negócio onde o sujeito passivo deve algo ao sujeito ativo,
chamamos o objeto desse negócio de objeto do direito, que pode ser um bem
material ou imaterial.

- Classificação dos bens:


a) Corpóreos e incorpóreos d) Principais e acessórios
b) Móveis e imóveis e) Públicos e Particulares
c) Fungíveis e infungíveis
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➢ OBRIGAÇÕES
Obrigação para o direito é a relação jurídica (vinculo jurídico)
estabelecida entre um credor e um devedor e que tem por objeto uma prestação.
Nessa relação jurídica, vinculativa, de uma, duas ou várias obrigações, o sujeito
ativo, com o direito de crédito, denomina-se credor, e, o sujeito passivo,
obrigado da relação jurídica, o devedor.
- Fontes das obrigações:
a) Contratos
Geram obrigações, na medida em que vinculam a vontade do contratante
à do contratado, fazendo com que ambos assumam direitos e obrigações
recíprocas.

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b) Declarações unilaterais de vontade
Nascem da vontade do sujeito de direito que se obriga perante outrem.
Sua característica primordial, diferentemente dos contratos, é ser unilateral, ou
seja, surge de um lado só da relação jurídica. Exemplo da declaração unilateral
de vontade é a promessa de recompensa.

c) Atos ilícitos
O ato ilícito constitui fonte de obrigação nas ocasiões em que provém de
uma ação ou omissão culposa ou dolosa do agente, causando dano ou prejuízo à
vítima.

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- Tipos de obrigação:
a) Obrigação de dar
- Coisa certa
- Coisa incerta (e determinável)
b) Obrigação de fazer
c) Obrigação de não fazer

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➢ RESPONSABILIDADE CIVIL
A responsabilidade civil, para o direito, quando constatada, implica a
consequência de o agente responder por lesão causada direta ou indiretamente ao
patrimônio ou à pessoa, mediante indenização pecuniária.
Caracterizada a responsabilidade civil, o agente causador do dano poderá
responder por dano material, moral e/ou estético.
A responsabilidade civil classifica-se em subjetiva e objetiva.

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I. Responsabilidade subjetiva
A responsabilidade subjetiva é vista como a clássica das
responsabilidades e, para que no seu contexto haja indenização a ser fixada pelo
juiz, deverão estar presentes elementos estruturais indispensáveis:
(a) ação ou omissão voluntária do agente;
(b) dolo ou culpa;
(c) dano;
(d) nexo causal;
(e) imputabilidade.

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II. Responsabilidade objetiva
Na responsabilidade objetiva, a responsabilidade do sujeito de direito
advém da simples ocorrência de uma conduta humana ou evento e do liame que
os liga ao dano. Para a teoria da responsabilidade objetiva, basta simplesmente
que o dano proceda da pessoa natural ou jurídica para existir o direito à
reparação civil.
Para haver indenização, basta a ocorrência do dano à vítima e a
existência de um nexo (nexo causal) entre esse dano e a conduta/ evento.

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- A Teoria do risco estipula que quem com a sua atividade colocar em risco
terceiros deverá responder pelos danos causados, independentemente de sua
culpabilidade.

- Não é necessário verificar se houve a vontade de cometer o dano ou a


ocorrência de ação ou omissão com negligência, imperícia ou imprudência.
Basta a existência do dano e a comprovação do liame (nexo causal) que o liga
à empresa.

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➢ PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
- Prescrição e decadência dizem respeito à perda de um direito, por
motivos do não exercício pelo titular. As regras gerais estão previstas no
Código Civil, mas são institutos aplicáveis a todas as áreas do direito. A
diferença está no estágio em que o sujeito se encontra na busca de seu
direito.

- Na prescrição, o sujeito perde o direito à determinada ação. Ou seja, seu


direito de exigir algo por meios legais deixam de existir.
- Já na decadência, a pessoa perde o próprio direito material, por não ter
formalizado o pedido de seu direito dentro de um prazo definido.

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- Na decadência a pessoa tem o direito, mas como não entrou com pedido
formal para sua realização dentro de determinado período de tempo, o direito
caduca.
- Os prazos de decadência podem ter origem na lei ou em acordos entre as partes
envolvidas. Esses prazos estão dispostos em diversas partes do Código Civil, e
se encontram principalmente na Parte Especial do Diploma Civil.
Diferentemente da prescrição, o prazo decadencial não pode ser impedido,
suspendido ou interrompido.

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- A prescrição extingue o direito à - Na decadência, também chamada
pretensão. Ou seja, o poder de de caducidade, o que se perde é o
exigir algo de alguém por meio de próprio direito material, por falta do
um processo jurídico, caso esse uso desse direito. Nele, existe um
direito não tenha sido utilizado em direito, e seu pedido deve ser
determinado espaço de tempo. O formalizado na justiça dentro de
direito material ainda existe, determinado prazo. Caso a
porém ele não pode ser alcançado formalização não seja feita, o direito
por vias jurídicas. A prescrição deixa de existir. Na decadência, a
pode ser alegada a qualquer ação deve ser reconhecida de ofício
momento pelas partes. pelo juiz.
- Arts. 205 e 206, CC.

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- A prescrição pode ser interrompida, - A decadência Não pode ser suspenso
nos casos descritos no art. 202 do ou interrompido.
Código Civil. A interrupção só pode - Não há exceções para casos de
ocorrer uma vez. decadência, ela ocorre para todos.
- A prescrição não ocorre para todos. - Na decadência, o prazo de
Segundo o artigo 197, não ocorre a perecimento se inicia junto com o
prescrição entre cônjuges, entre próprio direito.
ascendentes e descendentes, e entre
tutelados e seus tutores.
- O prazo prescricional se inicia após a
violação do direito, e geralmente é de
10 anos. Porém, a lei aponta prazos
diferentes para casos específicos

05/06/2023
- Exemplo: - Exemplo de decadência:
Uma empresa mandou seu funcionário Maria comprou um celular na loja de
embora, sem pagar pelos seus direitos. Pedro. Ao chegar em casa, percebeu
O funcionário então decide não colocar que o produto estava com problema.
a empresa na justiça. Porém, 10 anos Porém, não conseguiu ir reclamar no
depois, ele resolve entrar com ação mesmo dia, e logo saiu de viagem,
pedindo o que lhe é devido. Nesse caso, voltando apenas 30 dias depois.
o juiz irá negar o pedido, pois o prazo Quando chegou de volta, Maria foi até
para entrar com ação já havia prescrito. a loja para reclamar sobre o celular. No
Porém, se a empresa resolver pagar a entanto, Pedro já não podia fazer nada,
dívida, e depois se arrepender, não pois o prazo já havia decaído.
poderá exigir o dinheiro de volta, visto
que o direito material do funcionário
ainda era válido.

05/06/2023

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