Você está na página 1de 16

2.1.

9 Direito Civil – Orientações


2.1.9.1 Pessoas Naturais
2.1.9.2 Personalidade

Teoria natalista: personalidade começa com o nascimento com vida.

- Nascituro mesmo que não tenha nascido ainda possui direitos protegidos por conta da expectativa de direito
(imagem e sepultura).

2.1.9.3 Capacidade
É possível que alguém tenha personalidade, mas não plena capacidade (menor de 16 anos); ou, ao contrário,
que alguém tenha capacidade sem plena personalidade (pessoa jurídica). A capacidade é a aptidão genérica para ser
titular de direitos e obrigações.
No caso de incapacidade absoluta, há a representação do incapaz pelos pais, tutores ou curadores, que
exercem os atos em nome da pessoa.
Os relativamente incapazes não são representados, seja por tutor, seja por curador, como os absolutamente
incapazes. Eles são assistidos, o que consiste na intervenção conjunta do assistente e do assistido para a prática
do ato. Os relativamente incapazes por idade são assistidos pelos pais ou tutores; os relativamente incapazes por
outras causas são assistidos por curador.

2.1.9.4 Emancipação
A emancipação, assim, é a aquisição da plena capacidade antes da idade legal prevista, sem que isso
altere a menoridade do emancipado, evidentemente.
- A emancipação voluntária é irrevogável, mas pode ser anulada se presente algum dos vícios de consentimento.
2.1.9.5 Presunção de morte e ausência

São quatro as possibilidades de se presumir a morte de uma pessoa atualmente. Três delas previstas no
CC/2002 e uma na legislação especial.
1 Ausência (sucessão definitiva): desaparecer do domicilio, falta de noticias e falta de representante/procurador
- Declaração de ausência: não tem prazo, juiz nomeia um curador (cônjuge, pais, descendentes ou o juiz escolhe por
fim ou justifica outros) para os bens e publica editais (por 1 ano ou 3 se o ausente deixou representante que não tem
poderes e não quer)
- Sucessão provisória: qualquer pessoa pode abrir (herdeiro, direito sobre bens, credor, MP). Se o ausente voltar, e
não for por má fé, ele tem direito a todos os bens como se encontram

- Sucessão definitiva: quando a +5 anos ele desapareceu e +80 anos de idade hoje (pula todas as etapas anteriores
2 Extremamente provável a morte quando em perigo de vida: desastres humanos e naturais (avião, terremoto,
temporal)
3 Desaparecimento em campanha/prisioneiro dois anos depois da guerra:

2.1.9.6 Comoriência

Já a comoriência é a presunção de morte simultânea de pessoas reciprocamente herdeiras

- esgotar as possibilidades de averiguar fática e cientificamente a precedência de quem morreu. Se houver meio de
identificar quem morreu primeiro, não se aplica a regra da comoriência.

-uma pessoa deve ser herdeira da outra, ou ter outro direito patrimonial derivado dessa relação

2.1.9.7 Domicílio
O domicílio é a localização espacial da pessoa, ou seja, local onde ela estabelece residência, com ânimo
definitivo. A residência é onde a pessoa se fixa, ainda que temporariamente e mesmo que de maneira quase fugaz.
- Necessidade
- Fixidez: pode ser alterado com animo definitivo
- Unidade: um domicilio apenas, salvo pessoa que mora em dois locais, trabalho e moradia
*domicilio profissional: apenas para os atos da profissão
*domicilio por contrato: modifica as regras de competência, o geral é outro, mas o contrato é outro, geralmente
ocorre em contratos com empresa
*domicilio legal, forçado: incapaz, servidor público, militar, marítimo, preso, diplomatas
2.1.9.8 Pessoas Jurídicas
Personalidade
Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no
respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no
registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo - como se pessoa fosse (no sentido de “ser humano”).

Classificação

A. Pessoas jurídicas de direito público: As pessoas jurídicas de direito público interno que tiverem estrutura de
direito privado serão regidas pelas regras do Direito Privado.

B. Pessoas jurídicas de direito privado

*Quanto às organizações religiosas, sua criação, organização e funcionamento não podem sofrer intervenção estatal
Como disse mais acima, o nascimento da pessoa jurídica depende de um ato formal, já que ela
“naturalmente” não existe. Esse ato é o registro do ato constitutivo
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.

Na hipótese de não existir, por qualquer razão, administrador à pessoa jurídica, o juiz, a requerimento de
qualquer interessado, nomeará um administrador provisório. ocorrerá a despersonificação ou despersonalização
da pessoa jurídica, conceito esse completamente distinto da desconsideração da personalidade jurídica. A primeira
situação abarca a extinção, dissolução da pessoa jurídica, ao passo que a segunda trata do abandono da regra de cisão
patrimonial entre a pessoa jurídica e as pessoas físicas que dela fazem parte.
Essa liquidação será averbada no registro da pessoa jurídica (§1º), aplicando-se as disposições a respeito das
sociedades, no que couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado (§2º). Com o encerramento da liquidação,
promove-se finalmente o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica (§3º); somente nesse momento a pessoa
jurídica é extinta, deixando de existir no plano jurídico.
2.1.9.10 Associações
Pessoas jurídicas de direito privado formadas para fins não econômicos. Veja que nada impede que as
associações desenvolvam atividade econômica, desde que não haja finalidade lucrativa.
Pode ter lucro, mas o objetivo da associação não pode ser a distribuição de lucro social, exatamente o
contrário de uma sociedade. Se há distribuição de lucro, portanto, trata-se de uma sociedade, e não de uma
associação.
A exclusão do associado só é admissível se houver justa causa, assim reconhecida em procedimento que
assegure direito de defesa e de recurso
*A qualidade de associado é, em regra, intransmissível. No entanto, o art. 56 permite que o estatuto disponha
em contrário. Em caso de dissolução da associação, primeiro devem ser deduzidas as quotas ou frações ideais de
titularidade dos associados. Atenção, já que as associações não podem distribuir lucro aos associados, mas isso não
se confunde com a devolução das cotas dos associados em caso de dissolução da associação!
2.1.9.11 Fundações
Cria-se a fundação por escritura pública ou por testamento, dotando-a o instituidor de bens livres,
especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. O objetivo das fundações
é sempre público, apesar do caráter privado que possuem.
I – assistência social;
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III – educação;
IV – saúde;
V – segurança alimentar e nutricional;
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e
divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos;
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;
IX – atividades religiosas.

Instituída a fundação, o instituidor nomeará pessoa para gerir o patrimônio. Essas pessoas devem, segundo o
art. 65, formular logo, de acordo com a base prevista para a fundação, o estatuto da fundação projetada, submetendo-
o, em seguida, à aprovação da autoridade competente (atualmente, o MP), com recurso ao juiz.
4.4.1.1 Classificação do fato jurídico
a) Fatos jurídicos em sentido amplo: necessita de vontade. Ex. tenho vontade de matar e não mato
b) Fato jurídico em sentido estrito: É todo fato que independe da conduta humana na composição do suporte fático.
Cuidado! A conduta humana pode estar presente, mas ela não interessa.
c) Atos-fatos jurídicos (atos reais): existe a conduta mas a vontade não é relevante
Ex. pesca, importa o retirar o peixe do rio, não importando se vai se tornar propriedade
Negócio jurídico (ato negocial): Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem
as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.
- Ela é a vontade em si da pessoa, que depende da anuência da outra parte para ter validade
Aquele que, por anúncios públicos, se comprometer a recompensar, ou gratificar, a quem preencha certa
condição, ou desempenhe certo serviço, contrai obrigação de cumprir o prometido.
4.4.1.2 Nulidades
É declaratória, ato já é nulo, mas necessário é declaração judicial
- ações que pretendem reconhecer a nulidade são imprescritíveis.

Ostenta-se o que não se quis; e deixa-se inostensivo aquilo que se quis.


1. Sujeito:
A. incapacidade de agir
B. Imperfeição da manifestação: caso da simulação.
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou
transmitem (compra e venda de imóvel por “laranja”);
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira (compra e venda de um imóvel
gratuitamente para o adúltero);
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados
- Absoluta: nunca existiu a transmissão. Ex. recibo de pagamento que nunca recebeu
- Relativa: recibo de pagamento, mas com a data alterada
2. Objeto: ilicitude, impossibilidade, indeterminabilidade
3. Forma:
4.4.1.3 Anulabilidades
Vicios de consentimento: dolo como elemento invalidante do ato jurídico em sentido amplo. Ou seja, o dolo
nada mais é do que “induzir alguém em erro”, resumidamente. Veja que o dolo deve ser a causa eficiente do
negócio
III. Coação: vontade é viciada por com do medo
IV. Estado de perigo: em razão de perigo, pessoa assume algo oneroso. Ex. venda de casa mais barato por conta de
necessidade de dinheiro. Tem que ter dolo da outra parte
V. lesão: desproporcional e o negocio se deu por estado de necessidade

5.2.2.1 Modalidades de Obrigações


Modos de configuração dos elementos da relação jurídica obrigacional, ou seja, como os sujeitos, os objetos
e o vínculo relacionam-se entre si.
5.2.2.2 Quanto ao vínculo
Vínculo Civil: tradicional, credor ao devedor
- há a pretensão processual para o credor, o qual terá ação processual contra o devedor.
Vínculo Natural: Obrigação sem pretensão processual, ou seja, não poderá se utilizar do Poder Judiciário
para conseguir obter a prestação.
- há o débito, mas não há poder de exigibilidade pleno
Ex. divida de jogo tolerado
No caso do devedor cobrar o credor (quando ganha) também não é possível, pelo mesmo motivo, salvo
menor e incapaz

5.2.2.3 Quanto ao objeto


-Imediato: da titularidade, dar, fazer ou não fazer
-Mediato: posições jurídicas próprias, ou seja, a coisa
Reciprocidade:
A. Principais/essenciais
B. Acessórias: encargos ou garantias não essenciais à obrigação principal, ou seja, não têm elas existência autônoma
- se extinta a obrigação principal, extingue-se a acessória; se prescrita a principal, prescrita a acessória; se nula a
principal, imprestável a acessória.

Finalidade:
A. Meio: não tem resultado especifico, mas tende a tal resultado. Ex. obrigações assumidas por advogados ou
médicos (que podem ou não alcançar o resultado)
B. Resultado: objetivos já predeterminados. O inadimplemento é automático com a ausência de cumprimento do
objetivo proposto
Ex. pintura prédio
C. Garantia: objetivam dar segurança a outro negócio, por isso são sempre acessórias.
Ex. seguro habitacional ou fiança de uma locação
Eficácia:
A. Puras: depende apenas da própria obrigação para ser eficaz
B. Impuras: ligam-se ao elemento eficacial do negócio jurídico. Entre as partes:
- condicionais: subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto
- modais ou com encargo, que correspondem a um ônus ou obrigação à parte: encargo não suspende a aquisição nem
o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico
- a termo: termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito
Conteúdo
A. Obrigações de dar
I. Obrigações de dar coisa certa: objeto preciso, que se possa distinguir, por característicos próprios
- Perecimento: resguardar a coisa, conservando-a até que seja feita a tradição. No caso de perda integral sem culpa,
extingue-se a obrigação sem indenização, mas se o credor já recebeu algum valor tem que devolver
- Deterioração: degradação, estragos à coisa contudo, continua a ser aproveitável, como um carro batido, uma casa
parcialmente destelhada. No caso de perda parcial da coisa, sem culpa de quem deveria entregá-la, pode haver,
à escolha do credor a aceitação com abatimento proporcional ou resolução. *se tiver culpa, +indenização e
lucro cessante
- Acréscimo/melhoramento: o acréscimo pertence ao devedor. Duas opções: pagar o valor a mais ou resolver sem
indenização (caso devedor não tenha boa fé, credor pode retirar o melhoramento)
II. Obrigações de restituir: locação e comodato. Devedor não responde pela coisa

III. Obrigações de dar coisa incerta:


Alternatividade

Divisibilidade
5.2.2.4 Quanto ao sujeito
Singularidade ou Conjuntividade
Solidariedade: principal exceção à presunção de que a obrigação é conjunta. Por isso, a solidariedade, seja
ativa, seja passiva, nunca pode ser presumida, depende da vontade ou da Lei
- Ativa: é rara na prática, pois quando se a utiliza, ela procura tutelar o interesse do devedor.
- Passiva: não interessa a relação do devedor solidário ou credor solidário

6.2.1.2 Sujeitos para pagamento


Quem deve pagar: como terceiro pode se apresentar?
- Terceiro em nome e por conta do devedor: CREDOR DEVE RECEBER
- terceiro interessado em nome próprio: CREDOR DEVE RECEBER. Fiador
- terceiro não interessado em nome próprio: terceiro normal. Se não aceita, consignação
Devedor podia ilidir a cobrança: quando devedor não ia pagar por conta de outro motivo (ex. locador deve
dinheiro a ele), se o fiador vai la e paga, o devedor não é obrigado a reembolsar
A quem se deve pagar:
- , não se pode pagar a quem se sabe incapaz de dar quitação, sob pena de ineficácia, salvo se o devedor
conseguir provar que o incapaz efetivamente recebeu o benefício pelo pagamento. Em se tratando de relativamente
incapaz, não poderá alegar incapacidade se ocultou sua idade, fazendo o devedor crê-lo capaz.
- O credor putativo é aquele que detém todas as características do credor, embora não o seja, como, por exemplo, o
pagamento da taxa de condomínio a síndico que foi eleito em assembleia nula por vício de forma e posteriormente
é retirado do cargo. Nesses casos, o pagamento é válido e eficaz, mesmo depois se provar que não era ele o credor.
6.2.1.3 Objeto
Princípio da Exatidão da prestação, pelo qual o credor não é obrigado a receber coisa diversa da devida,
ainda que esta seja mais valiosa.
6.2.1.4 Lugar
Regra geral: domicilio do devedor. Se for mais de um lugar, o credor pode efetuar a escolha
- imóvel: no local
Exceção: pode pagar em local diverso por motivo grave ou alheio a ele (sem prejuízo do credor), se for constante se
torna local passível de pagamento
6.2.1.6 Prova
Quitação por recibo não necessita de nome, local e tempo. Presumi-se quando há a entrega do titulo,
destituição, prestações
Compensação: pessoa deve e alguém deve a ele. As dívidas devem ser homogêneas, líquidas e exigíveis
(salvo divida com prazo de favor)
- São obrigações que não podem ser compensadas: dívida proveniente de esbulho, furto ou roubo; dívida
proveniente de comodato ou depósito; dívida proveniente de alimentos; dívida cujo objeto é impenhorável; durante
processo falimentar; dívida cuja convenção proíbe.
Não pode a compensação prejudicar terceiros
Confusão: pode ser expressa (por escrito) ou tácita (quando credor entrega carta de obrigação e o devedor
aceita)
- a restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia do credor à garantia real, mas não a extinção da
dívida.
- há uma dívida com devedores solidários, se o credor perdoa um deles, os demais continuam devedores
solidários
6.2.1.9 Inadimplemento
Havendo mora do devedor, surgem uma série de prestações acessórias, que vêm a se acoplar à obrigação
principal, especialmente juros moratórios, correção monetária, honorários advocatícios e demais prejuízos
decorrentes da mora, como a perda dos frutos e os lucros cessantes.
Purgação ou emenda da mora: devedor arca com o valor e encargos e o credor purga a mora, aceitando o
pagamento, sujeitando os efeitos até a mesma data.
Perdas e danos:
- danos emergentes: perda patrimonial
- lucros cessantes: frustração da expectativa de ganho
Cláusula penal: prestação acessoria devida com o inadimplemento absoluto ou relativo. Não precisa gerar
prejuízos ao credor.
- limitada ao valor da obrigação, mas deve ser reduzida em parte pelo juiz caso tenha sido cumprida de forma parcial
ou se for excessivo a penalidade
- Sendo a obrigação indivisível, todos os devedores respondem pela cláusula penal, mas ela só se poderá demandar
integralmente do culpado, respondendo cada um dos outros somente pela sua cota, e aos não culpados fica reservada
a ação regressiva contra aquele que deu causa à aplicaç
Cuidado! Não confunda a cláusula penal com a multa penitencial

9.1.2.1 Contratos em Espécies – comuns


9.1.2.2 Empréstimo
Comodato: empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Exige tradição.
- se for duas ou mais pessoas: solidaria
- obrigações: conservação da coisa, responde pelo dano, usar de forma adequada (se não prever no contrato, o que for
da natureza do bem), deve ser restituído no prazo correto e não pode ser exigido antes
Mútuo: empréstimo de coisas fungíveis. Trata-se de contrato real.
Pode ser estabelecido qualquer prazo de duração. No silêncio do contrato, será até a próxima colheita, se o
mútuo for de produtos agrícolas, assim para o consumo, como para semeadura, de 30 dias
O mútuo feito a menor, sem prévia autorização de seu responsável, não pode ser reavido nem do
mutuário, nem de seus fiadores. Contudo, há exceções, quais sejam, se a pessoa, de cuja autorização necessitava o
mutuário para contrair o empréstimo, o ratificar posteriormente, se o menor, estando ausente essa pessoa, se viu
obrigado a contrair o empréstimo para os seus alimentos habituais, se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho.
9.1.2.3 Empreitada
É contrato bilateral, oneroso, não solene e impessoal.
- empreitada de lavor, pela qual o empreiteiro contribui apenas com seu trabalho e todos os riscos da coisa correm
por conta do dono da obra, salvo aqueles em que o empreiteiro tem culpa
- empreitada mista, segundo a qual o empreiteiro contribui com mão-de-obra e materiais, devendo estar
expressamente prevista no contrato, e todos os riscos pelos materiais correm por conta do empreiteiro. Empreitero
responde pela solidez e segurança do trabalho durante 5 anos e o prazo para reclamação decadência [e de 180 do
aparecimento do vicio
Obrigações do empreiteiro: se for suspensa sem justa causa responde por perdas e danos.
- Causa do dono ou força maior: caso de aumento do valor ou força natural
Obrigações do dono da obra: não podendo recusar injustificadamente o seu recebimento. Presume-se
verificado pelo dono da obra, se, em 30 dias, a contar da medição, não forem denunciados os vícios ou defeitos por
ele ou por quem estiver incumbido da sua fiscalização.
9.1.2.4 Mandato
É contrato bilateral, não-solene, gratuito. É contrato por meio do qual uma pessoa (mandatário) recebe
poderes de outra (mandante), para, em nome e por conta desta, praticar atos ou administrar interesses.
Em regra, é gratuito, ressalvado o mandato profissional (advogado).
O mandato pode conter cláusula de irrevogabilidade, que, se revogada pelo mandante, originará
indenização por perdas e danos. Contudo, é irrevogável o mandato que contenha poderes de cumprimento ou
confirmação de negócios já realizados, aos quais ele se ache vinculado, bem como o mandato em causa própria.
9.1.2.5 Fiança
é contrato solene, gratuito, que exige forma escrita, e pode haver onerosidade (fiador cobra).
Por ser acessória, a fiança não pode ser mais onerosa que a dívida principal. Se isso ocorrer, a fiança não
será nula, apenas será reduzida até o montante da obrigação principal.
Dívidas futuras podem ser objeto de fiança, mas o fiador será demandado apenas após a liquidação da
obrigação.
O credor tem o direito de exigir do fiador o pagamento da dívida garantida, mas há limitações:
- benefício de ordem: o fiador pode exigir que, até a contestação da lide, seja primeiramente executado o devedor.
Fiador deve indicar bens do devedor, localizados no mesmo município e que estejam livres e desembaraçados, que
sejam suficientes para pagar a dívida.
- benefício de divisão: fiador pode exigir que no caso de pluralidade de fiadores, seja obrigado a arcar com apenas
sua cota-parte da dívida.
Fiador pode requerer o andamento do processo na ausência do credor
Se a fiança for feita sem prazo determinado, o fiador pode exonerar-se dela a qualquer tempo, desde que
notifique o credor, ficando responsável pelos 60 dias seguintes à notificação. Vale ressaltar que na fiança locatícia o
prazo é de 120 dias!!!
A obrigação do fiador transmite-se aos herdeiros, nos limites das forças da herança e no tempo limite até
a morte do fiador
A extinção da fiança ocorre quando: sem consentimento seu, o credor conceder moratória ao devedor; por
fato do credor, for impossível a sub-rogação nos seus direitos e preferências; ou o credor, em pagamento da dívida,
aceitar amigavelmente do devedor objeto diverso do que este era obrigado a lhe dar, ainda que depois venha a perdê-
lo por evicção.
10.2.1.1 Noções Gerais – RESPONSABILDIADE CIVIL
Pelo princípio da restitutio in integrum (restituição integral), o dano deve ser integralmente ressarcido, o
que significa dizer que ele não pode ser nem ressarcido a menor nem a menor.
Por sua vez, pelo princípio da compensatio lucri cum damno (compensação dos danos pelos lucros), há
o efeito inverso do ato ilícito, ou seja, o ato ilícito, que num primeiro momento gerou dano, acabou por
posteriormente trazer benefícios.
- Nesse caso, os benefícios gerados pelo evento danoso devem ser descontados do valor a indenizar.

Ato ilícito e Culpa: São fatores causadores de culpa: a negligência, conduta que o agente deveria ter
tomado, mas não o fez.
- a imprudência, quando se esperava uma conduta passiva, omissiva, mas o sujeito se arriscou e tomou a ação para si
- imperícia, ou falta de perícia, ligada às atividades técnicas, ou seja, o sujeito que age sem a perícia necessária ao
ato.
A culpa classifica-se em Culpa in eligendo: falta de acerto no preposto, representante e este causa dano, e
quem se responsabiliza é o empregador
A Culpa pode ser in vigilando: falta de fiscalização (ex. culpa dos pais pelos atos dos filho
Pode ser a culpa in committendo: prática ativa de um ato. Ex. acidente automobilístico provocado por
motorista que fura preferencial
Apesar de não ser possível estabelecer a indenização a partir do grau de culpa, pode o juiz reduzir o
montante indenizatório se mínima a culpa, havendo desproporção entre o grau de culpa e o dano
B. Dano: dano for atual, ele é chamado de dano emergente e danos futuros, eles são chamados de lucros
cessantes
- O dano reparável é o dano certo, ainda que seja futuro, o que não se repara é dano eventual.
- O dano patrimonial/material é quantificável economicamente e exige prova da redução patrimonial, ao passo que
o dano extrapatrimonial/moral é gênero que engloba dano moral, estético, existencial etc.
Nexo de causalidade: vínculo de causalidade entre a conduta e os danos.
No caso de culpa concorrente, ou seja, se a vítima do dano concorrer com o agente no dano, cada um arcará
equitativamente com o prejuízo, na proporção de suas culpas.
- Por sua vez, no caso de culpa exclusiva da vítima, haverá quebra o nexo de causalidade e afasta o dever de
indenizar.
Se houver pluralidade de causadores, os causadores do dano respondem solidariamente pela indenização.
Por fim, se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão,
ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros
cessantes, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou
10.2.1.3 Indenização

Contratual: pode ser prefixado, em uma cláusula penal, os valores de ressarcimento.


Idenizar apenas uma vez pelo mesmo dano, salvo no caso de seguro de vida.
- Demandar por dívida já paga: pagar ao devedor o dobro do que estava sendo cobrado
- Homicidio: pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família e na prestação de
alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima. Não
exclui outras reparações, como o dano moral.
- dano à incolumidade física e defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão: despesas
do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim do tratamento, além de eventuais outros prejuízos sofridos.
10.2.1.4 Excludentes da responsabilidade civil
Legítima defesa: não é necessário a comprovação no penal primeiramente, pois são distintos as decisões.
- agressão atual ou iminente e injusta (sem provocação), a preservação de direito próprio ou alheio e o emprego
moderado dos meios.
- ofensa a honra
- ofende a pessoa estranha à agressão: subsiste em relação ao terceiro.
- A legítima defesa putativa – em que há erro de fato sobre a situação de legítima defesa – não exclui a ilicitude,
nem o dever de indenizar.
Estado de necessidade: deve haver deterioração/destruição de coisa alheia para remover perigo iminente,
restringindo-se aos casos absolutamente necessários, e desde que não haja excesso.
- se não for o dono ou a pessoa lesada não teve culpa, poderá ter direito da indenização
- há direito de regresso do autor do dano contra quem causou o perigo a ser evitado.

Você também pode gostar