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- Nascituro mesmo que não tenha nascido ainda possui direitos protegidos por conta da expectativa de direito
(imagem e sepultura).
2.1.9.3 Capacidade
É possível que alguém tenha personalidade, mas não plena capacidade (menor de 16 anos); ou, ao contrário,
que alguém tenha capacidade sem plena personalidade (pessoa jurídica). A capacidade é a aptidão genérica para ser
titular de direitos e obrigações.
No caso de incapacidade absoluta, há a representação do incapaz pelos pais, tutores ou curadores, que
exercem os atos em nome da pessoa.
Os relativamente incapazes não são representados, seja por tutor, seja por curador, como os absolutamente
incapazes. Eles são assistidos, o que consiste na intervenção conjunta do assistente e do assistido para a prática
do ato. Os relativamente incapazes por idade são assistidos pelos pais ou tutores; os relativamente incapazes por
outras causas são assistidos por curador.
2.1.9.4 Emancipação
A emancipação, assim, é a aquisição da plena capacidade antes da idade legal prevista, sem que isso
altere a menoridade do emancipado, evidentemente.
- A emancipação voluntária é irrevogável, mas pode ser anulada se presente algum dos vícios de consentimento.
2.1.9.5 Presunção de morte e ausência
São quatro as possibilidades de se presumir a morte de uma pessoa atualmente. Três delas previstas no
CC/2002 e uma na legislação especial.
1 Ausência (sucessão definitiva): desaparecer do domicilio, falta de noticias e falta de representante/procurador
- Declaração de ausência: não tem prazo, juiz nomeia um curador (cônjuge, pais, descendentes ou o juiz escolhe por
fim ou justifica outros) para os bens e publica editais (por 1 ano ou 3 se o ausente deixou representante que não tem
poderes e não quer)
- Sucessão provisória: qualquer pessoa pode abrir (herdeiro, direito sobre bens, credor, MP). Se o ausente voltar, e
não for por má fé, ele tem direito a todos os bens como se encontram
- Sucessão definitiva: quando a +5 anos ele desapareceu e +80 anos de idade hoje (pula todas as etapas anteriores
2 Extremamente provável a morte quando em perigo de vida: desastres humanos e naturais (avião, terremoto,
temporal)
3 Desaparecimento em campanha/prisioneiro dois anos depois da guerra:
2.1.9.6 Comoriência
- esgotar as possibilidades de averiguar fática e cientificamente a precedência de quem morreu. Se houver meio de
identificar quem morreu primeiro, não se aplica a regra da comoriência.
-uma pessoa deve ser herdeira da outra, ou ter outro direito patrimonial derivado dessa relação
2.1.9.7 Domicílio
O domicílio é a localização espacial da pessoa, ou seja, local onde ela estabelece residência, com ânimo
definitivo. A residência é onde a pessoa se fixa, ainda que temporariamente e mesmo que de maneira quase fugaz.
- Necessidade
- Fixidez: pode ser alterado com animo definitivo
- Unidade: um domicilio apenas, salvo pessoa que mora em dois locais, trabalho e moradia
*domicilio profissional: apenas para os atos da profissão
*domicilio por contrato: modifica as regras de competência, o geral é outro, mas o contrato é outro, geralmente
ocorre em contratos com empresa
*domicilio legal, forçado: incapaz, servidor público, militar, marítimo, preso, diplomatas
2.1.9.8 Pessoas Jurídicas
Personalidade
Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no
respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no
registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo - como se pessoa fosse (no sentido de “ser humano”).
Classificação
A. Pessoas jurídicas de direito público: As pessoas jurídicas de direito público interno que tiverem estrutura de
direito privado serão regidas pelas regras do Direito Privado.
*Quanto às organizações religiosas, sua criação, organização e funcionamento não podem sofrer intervenção estatal
Como disse mais acima, o nascimento da pessoa jurídica depende de um ato formal, já que ela
“naturalmente” não existe. Esse ato é o registro do ato constitutivo
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.
Na hipótese de não existir, por qualquer razão, administrador à pessoa jurídica, o juiz, a requerimento de
qualquer interessado, nomeará um administrador provisório. ocorrerá a despersonificação ou despersonalização
da pessoa jurídica, conceito esse completamente distinto da desconsideração da personalidade jurídica. A primeira
situação abarca a extinção, dissolução da pessoa jurídica, ao passo que a segunda trata do abandono da regra de cisão
patrimonial entre a pessoa jurídica e as pessoas físicas que dela fazem parte.
Essa liquidação será averbada no registro da pessoa jurídica (§1º), aplicando-se as disposições a respeito das
sociedades, no que couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado (§2º). Com o encerramento da liquidação,
promove-se finalmente o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica (§3º); somente nesse momento a pessoa
jurídica é extinta, deixando de existir no plano jurídico.
2.1.9.10 Associações
Pessoas jurídicas de direito privado formadas para fins não econômicos. Veja que nada impede que as
associações desenvolvam atividade econômica, desde que não haja finalidade lucrativa.
Pode ter lucro, mas o objetivo da associação não pode ser a distribuição de lucro social, exatamente o
contrário de uma sociedade. Se há distribuição de lucro, portanto, trata-se de uma sociedade, e não de uma
associação.
A exclusão do associado só é admissível se houver justa causa, assim reconhecida em procedimento que
assegure direito de defesa e de recurso
*A qualidade de associado é, em regra, intransmissível. No entanto, o art. 56 permite que o estatuto disponha
em contrário. Em caso de dissolução da associação, primeiro devem ser deduzidas as quotas ou frações ideais de
titularidade dos associados. Atenção, já que as associações não podem distribuir lucro aos associados, mas isso não
se confunde com a devolução das cotas dos associados em caso de dissolução da associação!
2.1.9.11 Fundações
Cria-se a fundação por escritura pública ou por testamento, dotando-a o instituidor de bens livres,
especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. O objetivo das fundações
é sempre público, apesar do caráter privado que possuem.
I – assistência social;
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III – educação;
IV – saúde;
V – segurança alimentar e nutricional;
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e
divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos;
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;
IX – atividades religiosas.
Instituída a fundação, o instituidor nomeará pessoa para gerir o patrimônio. Essas pessoas devem, segundo o
art. 65, formular logo, de acordo com a base prevista para a fundação, o estatuto da fundação projetada, submetendo-
o, em seguida, à aprovação da autoridade competente (atualmente, o MP), com recurso ao juiz.
4.4.1.1 Classificação do fato jurídico
a) Fatos jurídicos em sentido amplo: necessita de vontade. Ex. tenho vontade de matar e não mato
b) Fato jurídico em sentido estrito: É todo fato que independe da conduta humana na composição do suporte fático.
Cuidado! A conduta humana pode estar presente, mas ela não interessa.
c) Atos-fatos jurídicos (atos reais): existe a conduta mas a vontade não é relevante
Ex. pesca, importa o retirar o peixe do rio, não importando se vai se tornar propriedade
Negócio jurídico (ato negocial): Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem
as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.
- Ela é a vontade em si da pessoa, que depende da anuência da outra parte para ter validade
Aquele que, por anúncios públicos, se comprometer a recompensar, ou gratificar, a quem preencha certa
condição, ou desempenhe certo serviço, contrai obrigação de cumprir o prometido.
4.4.1.2 Nulidades
É declaratória, ato já é nulo, mas necessário é declaração judicial
- ações que pretendem reconhecer a nulidade são imprescritíveis.
Finalidade:
A. Meio: não tem resultado especifico, mas tende a tal resultado. Ex. obrigações assumidas por advogados ou
médicos (que podem ou não alcançar o resultado)
B. Resultado: objetivos já predeterminados. O inadimplemento é automático com a ausência de cumprimento do
objetivo proposto
Ex. pintura prédio
C. Garantia: objetivam dar segurança a outro negócio, por isso são sempre acessórias.
Ex. seguro habitacional ou fiança de uma locação
Eficácia:
A. Puras: depende apenas da própria obrigação para ser eficaz
B. Impuras: ligam-se ao elemento eficacial do negócio jurídico. Entre as partes:
- condicionais: subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto
- modais ou com encargo, que correspondem a um ônus ou obrigação à parte: encargo não suspende a aquisição nem
o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico
- a termo: termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito
Conteúdo
A. Obrigações de dar
I. Obrigações de dar coisa certa: objeto preciso, que se possa distinguir, por característicos próprios
- Perecimento: resguardar a coisa, conservando-a até que seja feita a tradição. No caso de perda integral sem culpa,
extingue-se a obrigação sem indenização, mas se o credor já recebeu algum valor tem que devolver
- Deterioração: degradação, estragos à coisa contudo, continua a ser aproveitável, como um carro batido, uma casa
parcialmente destelhada. No caso de perda parcial da coisa, sem culpa de quem deveria entregá-la, pode haver,
à escolha do credor a aceitação com abatimento proporcional ou resolução. *se tiver culpa, +indenização e
lucro cessante
- Acréscimo/melhoramento: o acréscimo pertence ao devedor. Duas opções: pagar o valor a mais ou resolver sem
indenização (caso devedor não tenha boa fé, credor pode retirar o melhoramento)
II. Obrigações de restituir: locação e comodato. Devedor não responde pela coisa
Divisibilidade
5.2.2.4 Quanto ao sujeito
Singularidade ou Conjuntividade
Solidariedade: principal exceção à presunção de que a obrigação é conjunta. Por isso, a solidariedade, seja
ativa, seja passiva, nunca pode ser presumida, depende da vontade ou da Lei
- Ativa: é rara na prática, pois quando se a utiliza, ela procura tutelar o interesse do devedor.
- Passiva: não interessa a relação do devedor solidário ou credor solidário
Ato ilícito e Culpa: São fatores causadores de culpa: a negligência, conduta que o agente deveria ter
tomado, mas não o fez.
- a imprudência, quando se esperava uma conduta passiva, omissiva, mas o sujeito se arriscou e tomou a ação para si
- imperícia, ou falta de perícia, ligada às atividades técnicas, ou seja, o sujeito que age sem a perícia necessária ao
ato.
A culpa classifica-se em Culpa in eligendo: falta de acerto no preposto, representante e este causa dano, e
quem se responsabiliza é o empregador
A Culpa pode ser in vigilando: falta de fiscalização (ex. culpa dos pais pelos atos dos filho
Pode ser a culpa in committendo: prática ativa de um ato. Ex. acidente automobilístico provocado por
motorista que fura preferencial
Apesar de não ser possível estabelecer a indenização a partir do grau de culpa, pode o juiz reduzir o
montante indenizatório se mínima a culpa, havendo desproporção entre o grau de culpa e o dano
B. Dano: dano for atual, ele é chamado de dano emergente e danos futuros, eles são chamados de lucros
cessantes
- O dano reparável é o dano certo, ainda que seja futuro, o que não se repara é dano eventual.
- O dano patrimonial/material é quantificável economicamente e exige prova da redução patrimonial, ao passo que
o dano extrapatrimonial/moral é gênero que engloba dano moral, estético, existencial etc.
Nexo de causalidade: vínculo de causalidade entre a conduta e os danos.
No caso de culpa concorrente, ou seja, se a vítima do dano concorrer com o agente no dano, cada um arcará
equitativamente com o prejuízo, na proporção de suas culpas.
- Por sua vez, no caso de culpa exclusiva da vítima, haverá quebra o nexo de causalidade e afasta o dever de
indenizar.
Se houver pluralidade de causadores, os causadores do dano respondem solidariamente pela indenização.
Por fim, se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão,
ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros
cessantes, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou
10.2.1.3 Indenização