Pessoa Natural, Emancipação e Domicílio

1. Conceitos iniciais

--> Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem social

Diferente da antiga norma civil, essa apresenta novidades desde seu primeiro artigo.
Nesse sentido, o primeiro artigo apresenta os seguintes aspectos:

 Não faz menção a homem, agora se refere a pessoa

 Fala agora de direito e deveres

 Se aproxima do princípio da sociabilidade

2. Início da personalidade

---> A personalidade civil da pessoa começa com o nascimento com vida; mas a lei põe
a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro

Pela ambiguidade do artigo, existe 3 teorias para explicar essa controvérsia

 Teoria natalista

Só tem direito com o nascituro com via

Dica: essa teoria está distante da reprodução assistida e proteção de direitos do embrião

 Teoria da Personalidade condicional

A personalidade cívil começa com o nascimento com vida, mas o nascituro tem direito
em casos especiais

 Teoria concepcionista

 Defende que o nascituro tem direito

 A maior parte dos doutrinadores acreditam nessa teoria

 Existem leis que engrandecem essa teoria, como a lei de biossegurança ( tutela a
integridade física do embrião) e a lei dos alimentos gravídicos ( o qual diz que
devem compreender as despesas da mulher grávida)

3. Os incapazes no CC em 2002

 Foi modificado o artigo 3 e 4 , pois existia um desrespeito as pessoas portadoras

de deficiência

 O art 6 do estatuto da pessoa com deficiência venho com as transformações

feitas ao código de 2022. Nele, possibilita que a pessoa com deficiência possa
casar, exercer seus direitos sexuais, conservar sua fertilidade....

 Foi alterado o inciso II, III e IV do ART 3 e trechos do ART 4

 Tutela ( menor de 18) e curatela ( maior de 18 com alguma incapacidade)

 A curatela tem sido discutida devido a criação da instituição da tomada de

decisão apoiada, a qual a pessoa com deficiência não perderia sua autonomia,
mas sim teria apoio para tomar decisões financeiras

4. Absolutamente incapaz
De acordo com o artigo 3, são considerados : apenas os menores de 16 amos
Alguns atos, como esclarece o enunciado 138 do cjf, podem produzir efeitos. " A
vontade dos absolutamente incapazes é juridicamente relevante na concretização de
situações essenciais a eles concedentes"

Exemplo disso, é o processo de adoção, a qual a opinião deles é essencial

A exceção dos absolutamente incapazes são os índios silviculos, indígenas sem contato
com a sociedade. Eles são tutelados pela FUNAI

5. Relativamente incapazes

 São os maiores de 16 e menores de 18

 Os ébrios habituais e viciados em drogas

 Por causa de transitório ou permanente, não podem exprimir sua vontade

--> são inclusas as pessoas com alzheimer, em coma

 pródigo ( destroem seus patrimônios)

6. Emancipação

Conceito: antecipação dos efeitos da maioridade civil

ENTRETANTO, MENOR NÃO DEIXA DE SER MENOR

em regra, é IRREVOGÁVEL a emancipação, porém segundo o enunciado 397 é

possível anular por erro e dolo

Os tipos são:

 Voluntário - Os pais concordam. Quando um deles se encontra ausente, o outro

pode decidir sozinho

 Judicial - Não tem concordância entre os pais

 Matrimonial - Emancipação através do casamento. Precisa do consentimento dos

pais
Se dê divórcio ou viuvez não volta os efeitos da emancipação, só se perde por meio da
anulação do casamento

 por exercício de emprego público: Aprovado em concurso público, nomeado

 Colação de grau

DOMICÍLIO

Local em que a pessoa é sujeita de direitos e deveres na ordem civil

Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência
com ânimo definitivo.

Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente,
viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.

Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à

profissão, o lugar onde esta é exercida.

Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles

constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.

Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o
lugar onde for encontrada.

Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de o

mudar.

Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às

municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações não
fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem.

Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:

I - da União, o Distrito Federal;

II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e
administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos
constitutivos.
§ 1 o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um
deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
§ 2 o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por
domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas
agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.

Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e
o preso.

Parágrafo único.

 O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente;

 o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções;
 o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do
comando a que se encontrar imediatamente subordinado;
 o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que
cumprir a sentença.

Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar

extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser
demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve.

Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se
exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.