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Resumo Direito das pessoas A2

 Atos de disposição do próprio corpo:

Art 13, CC – Não posso dispor do meu corpo se isso deformar a minha integridade física

Art 14. CC – permite a doação de órgão, mas estes não podem ser comercializados (art 199, $4,
CF). Em vida só pode doar órgão duplo ou órgão que se regenera, depois da morte pode doar
qualquer órgão.

Lei 9434/97, art 3° - A retirada do órgão só pode ser feita depois de atestada a morte
encefálica por dois médicos que não façam parte da equipe de transplante e remoção. NO art
5°da lei de transplante diz que se o morto for juridicamente incapaz precisa da autorização de
ambos os pais ou representante legal para a remoção. NO art 4° fala que, se em vida, a pessoa
não falar nada sobre doação de órgãos a família decide ( cônjuge ou parente, maior, colateral
ou reto, até 2° grau), firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à
verificação da morte. Se a pessoa em vida deixar escrito que não quer doar a família não pode
permitir a doação. No art 6° diz que pessoas não identificadas é vedada a remoção de órgãos.

 Cirurgia para adequação de sexo ( transexuais): a cirurgia hoje em dia é vista como
tratamento com uma equipe multidisciplinar que atestem que se trata de uma pessoa
transexual. Pois o Art 5°, X, CF protege a intimidade, a honra, a vida privada das
pessoas.
 Direito à vida:

 No CP, art 124 a 127 prevê a punibilidade ao aborto, mas ressalva o aborto
sentimental ( estupro) e o aborto terapêutico ( risco de vida da mãe). Tem 2
jurisprudências isoladas que foram permitidos os abortos em 1 caso de
anencefalia e 1 caso de que foi permitido até o 3° mês de gestação. Mas esses
casos não são erga omnes, foram isolados.
 Embrião in vitro: para haver vida tem que ter um organismo viável, e dentro
de um vidro não pode se desenvolver uma vida. Essa discussão foi tema de
uma ADIN 3510 e o STF entendeu que é possível pesquisas com células tronco
não utilizadas, não existindo assim crime de aborto, pois não há um organismo
vivo. A lei de Biosegurança, no art 5° permite essa utilização para pesquisas.
 Eutanásia: no Brasil não é permitida, é crime de homicídio.
Eutanásia pode ser:
- Ativa: benemortásia ou sanicídio, quando utiliza-se recursos químicos ou
mecânicos para suprimir a vida do enfermo incurável.
- Passiva: Ortotanásia ou Pareutanásia, que consiste na omissão do médico
que deixa de empregar os recursos clínicos disponíveis, objetivando o
falecimento do doente incurável.
Obs: O projeto do código penal não considera crime deixar de manter a vida
de alguém por meio artificial se previamente atestado por dois médicos a
morte como iminente e inevitável desde que haja consentimento do paciente,
e na sua impossibilidade do cônjuge, do companheiro, do ascendente,
descendente ou irmão.Partindo-se do pressuposto que além de por fim a um
martírio, era possibilitar a conclusão natural do processo patológico. Porque
ninguém é obrigado a se submeter a nenhum tratamento. Art 15, CC
Em caso de emergência o médico é obrigado a atuar. A regra visa proteger a
inviolabilidade do corpo humano e o médico deve fornecer ao paciente
informação detalhada de seu estado de saúde e o tratamento a ser observado
para que haja autorização para o que for necessário.

 Tratamento médico de risco:

Art 15, CC – Ninguém pode ser obrigado a se submeter a nenhum tratamento médico ou
cirúrgico, cada um decide sobre seu corpo. Ex: governo faz campanha de vacinação, mas vc se
vacina se quiser. O objetivo é proteger a inviolabilidade do corpo.

Quando o paciente não manifestar vontade isso cabe a qualquer parente maior de idade da
linha reta ou colateral até 2° grau.

Art 6°, III. CDC, são direitos básicos do consumidor: a informação adequada e clara sobre os
diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características,
composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem. Ou seja, o médico
é um profissional liberal que presta um serviço, estando ligado aos princípios da transparência
e dever de informar, previstos no CDC. O médico responde por culpa ( negligência,
imprudência e imperícia). Segundo o art 14 $ 4°, CDC, o fornecedor de serviço responde,
independente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores
por defeitos relativos á prestação dos serviços, bem como informações insuficientes ou
inadequadas sobre sua fruição e riscos. A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais
será apurada mediante a verificação de culpa. O advogado Tb responde por culpa.

Atentando para o caso de emergência onde o médico deverá atuar. Se há perigo de vida o
médico não comete crime de atuar, pelo contrário, tem o dever de atuar sob pena de omissão
de socorro. Art 146, $3, CP

 Direito á vida e opção religiosa: Os tribunais tem decidido pela vida, no caso, por
exemplo, do édico realizar uma transfusão de sangue em uma pessoa testemunha de
Jeová que esteja em risco de vida, ainda que sem consentimento dela ou de familiar.
Procedimento autorizado pelo Conselho federal de medicina.
 Proteção á palavra e á imagem: Art 20, CC, se a palavra ou imagem da pessoa forem
utilizadas sem autorização, principalmente para fins comerciais podem ser proibidas e
proporcionar danos morais. Art 5° , XXVIII, CF inclui a voz humana. A lei dos direitos
autorais ( lei 9610/98) altera, consolida e atualiza a legislação sobre direits autorais e
dá outras providências.
 Proteção à intimidade: Art 21, CC se combina com o art 5°, CF, a intimidade é
protegida e, caso haja violação, cabe dano material e moral. Com exceção se o
material tiver cunho jornalístico. É o direito de ser esquecido, não ser lembrado
eternamente por situações constrangedoras ou vexatórias do passado.
 Ausência: Morte=perecimento, Ausência = desaparecer. É um estado de fato em que a
pessoa desaparece de seu domicílio não deixando notícias Art 22, CC

 Curadoria dos bens do ausente: Se o ausente sumiu e deixou um mandatário


( procurador), esse vai gerenciar os bens dele. Se ele sumiu e não deixou
mandatário, se dá a notícia da ausência e o juiz declara a ausência e vai abrir a
curadoria dos bens do ausente.

OBS: Procuração pode ser ad juridica, foro em geral, se dá para os advogados ou ad negativa,
atos da vida normal que não envolva foro. A pessoa é outorgante e quem vai fazer por ele é
outorgado.

A requerimento de qualquer interessado ou do MP, o juiz declarará ausência nomeando


curador até seu eventual retorno. Nesta mesma situação será enquadrado aquele que mesmo
deixando procurador, este se encontre impossibilitado de exercer os poderes outorgados ou se
os poderes forem insuficientes. Aí o juiz abre a curadoria mesmo tendo procurador ( art 23,
CC)

Na nomeação do curador o juiz fixará os poderes e as obrigações. A nomeação irá obedecer a


ordem legal, prevista no art 25, CC. 1° cônjuge não separado judicialmente ou de fato por mais
de 2 anos antes da ausência, 2° pais ou descendentes, nesta ordem, entre os descendentes os
mais próximos precedem os mais remotos , 3° o juiz estipula o curador.

 Sucessão provisória: art 26 a 36, CC: decorridos 1 ano da arrecadação dos bens do
ausente para o curador gerenciar, ou se ele deixou procurador, 3 anos, e ele não
apareceu, se abre a sucessão provisória dos bens. Art 26, CC
 Sucessão definitiva: art 37 a 39, CC: Quando se passa 10 anos do trânsito em
julgado da sentença da abertura da sucessão provisória, a mesma, mediante
requerimento, poderá ser convertida em definitiva. Tal hipótese também ocorrerá
se o ausente conta com mais de 80 anos e a 5 anos não se tem notícias suas.
 Retorno do ausente: se o ausente retorna na fase de arrecadação dos bens não há
prejuízo para o seu patrimônio. Se ele retorna após ter sido aberta a sucessão
provisória e sua ausência foi injustificada ele perde sua parte nos frutos e
rendimentos. Se ele retorna e a sucessão já é definitiva o ausente receberá os bens
ainda existentes.

OBS: Se o ausente era casado, o casamento é dissolvido já desde declarada a aus~encia. Art
1571, $ 1°, CC.

 Pessoa jurídica: é o conjunto de pessoas ou bens que se unem com o objetivo de


desenvolvimento de atividades que devem ser lícitas.
 Pressupostos da pessoa jurídica: vontade criadora (querer abrir a empresa),
licitude ( o objeto e as atividades tem q ser lícitas) e observância das condições
legais para sua instituição ( o que precisa para abrir a empresa)
A pessoa jurídica surge a partir da inscrição dos atos constitutivos no respectivo registro e
passa a adquirir personalidade jurídica. Art 45, CC. Aplica-se á pessoa jurídica, no que couber,
os direitos da personalidade Art 52, CC

 Classificação das pessoas jurídicas:

- nacional ou estrangeira

*Nacional quando tem sede no território nacional e criada com as leis brasileiras ( pátreas)

*Estrangeira quando tem sede em território estrangeiro, mas quando entra em solo brasileiro
tem que respeitar as leis brasileiras. Ex: A Samsung é sediada na Coréia, mas tem uma filial no
Brasil respeitando as leis brasileiras.

- direito público interno, direito público externo e direito privado

*Direito público interno: art 41, I, II, III, IV, V, CC: A União, os Estados, o Distrito Federal e os
territórios, os municípios, as autarquias e as demais entidades de caráter público criadas por
lei. Empresa pública deve ser criada por lei, mas o regime dela é privado. Só lei pode criar
autarquia e ela desenvolve alguma atividade pública ( banco do Brasil). Fundações públicas são
criadas com dinheiro público.

*Direito público externo: Art 42, CC: os Estados estrangeiros e todas as pessoas que foram
regidas pelo direito internacional

*Direito privado: Art 44, I, II, III, IV, V, VI: associações, sociedades, fundações, organizações
religiosas, partidos políticos e Eireli.

OBS: os partidos políticos são de direito privado e tem que ter inscrição no TSE, o art 1°, CF
permitiu o pluralismo político, para acabar com o monopólio de só 2 partidos.

Art 43 trata da responsabilidade civil da pessoa jurídica de direito público interno: se a PJ


violou um ato e causou um dano ela vai responder por isso , esse dano nãopode ser hipotético,
tem que ser efetivo,real. O dano pode ser patrimonial ( material) ou extra patrimonial
(imaterial), por exemplo, o dano moral.

Sempre que a hnra objetiva da empresa ( nome da empresa, fama que ela tem na sociedade) é
maculada ela faz juz a danos morais.

Quando a pJ está com seus atos constitutivos registrados e arquivados nos órgãos
constitutivos, ela é regular

Quando a sociedade é formada mas não está registrada, não tem os atos constitutivos, ela é
sociedade de fato.

Quando a sociedade existe, fez o contrato social, só não levou para registrar é irregular

Quando a sociedade é usada para fraude é feita a desconsideração da personalidade jurídica.


Art 28 da lei 8078/90, CDC e o art 50, CC.
Quando é de fato ou irregular o patrimônio dos sócios que responde, pois ela não tem
personalidade jurídica

OBs: Para transformar a vítima indesse, vem a indenização.

 São fontes das obrigações:

- o ato ilícito ( que viola a lei)

- o ato bilateral de vontade ( contrato)

- o ato unilateral de vontade ( mandato, procuração, testamento)

O que questiona-se é se a lei é fonte de obrigação. Não é, pois a lei descreve condutas
abstratas e não reais, e se eu descumprir essa conduta caio no ato ilícito. Mas argumenta-se
que as leis fiscais estabelecem obrigações, logo elas seriam fontes de obrigações, mas de
qualquer forma, para se pagar um imposto é preciso ter a renda e também uma conduta.

A sentença também não é fonte de obrigação, pois ela só descreve um fato anterior, e esse
fato anterior que foi a fonte de obrigação, e cai no ato bilateral de vontade, pois a obrigação
era o que estava no contrato.

OBS: Se um funcionário público causa dano, o Estado tem que responder pelos seus agentes e
depois o Estado pode cobrar de regresso ao funcionário que causou o dano.

 Excludentes de ilicitude ( responsabilidade civil):

1 – legítima defesa:

2 – estado de necessidade ( para livrar alguém de um perigo iminente) Ex: arrombar uma casa
para salvar uma pessoa de um incêndio.

3 – estrito cumprimento de um dever legal ( estou agindo assim porque estou cumprindo meu
dever) Ex: bombeiro que arromba um prédio para passar e chegar no incêndio.

4 – fortuito ou força maior. Ex: um raio que derrube um helicóptero. Cód civil não define
fortuito ou força maior, só diz que cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.

5 – fato ou culpa de vítima. Ex: você está dirigindo e uma pessoa se joga na frente do carro
para se matar. Ex: se a vítima se joga de um prédio em cima de um carro, não morre e ainda
tem q indenizar o dono do carro.

6 – exercício regular de um direito. Ex: João me deve 10.000, tenho o direito de cobrar, não
me gera responsabilidade, mas sem exacerbar o meu direito, tem que ser dentro dos limites
da lei.

7 – fato de terceiro. Ex: tomo uma fechada, perco a direção e atropelo o pedestre, eu que
atropelei mas por culpa de um terceiro, isso não exclui o meu dever de indenizar, mas me dá o
direito de cobrar em regresso ao q me deu a fechada.
8 – cláusula de não indenizar. Essa é só para responsabilidade civil contratual. Essa é polêmica,
tem que estar escrita no contrato, mas a jurisprudência diz que essa cláusula não pode
suprimir o objeto do contrato, que ela é nula, mesmo estando no contrato.

 Teorias a cerca da personalidade jurídica:

- Teorias negativistas: de Ihering, negam a existência da pessoa jurídica, trata-se de mero


patrimônio destinado a um fim, sem conferir-lhe personalidade jurídica

- Teorias afirmativas: afirmam a existência d apessoa jurídica. Se dividem em 3:

1 – teoria da ficção: de Savigny – a PJ é uma ficção criada pela lei para exercer as atividades,
essa idéia caiu por terra, pois não explica o Estado ser PJ. A Pj era mera abstração criada pela
lei, e assim o Estado Tb seria uma abstração.

2 – teoria da realidade objetiva – de Clóvis Bevilaqua – a PJ teria existência própria como os


indivíduos, seriam grupos sociais similares ( análogos) às pessoas naturais.

3 – teoria da realidade técnica – fica entre a teoria da ficção e a teoria da realidade objetiva. É
a adotada pelo direito brasileiro, a PJ teria existência real e sua personalidade é conferida pelo
direito no art 45, CC

 Associações: Art 53, CC: não tem fins econômicos. São pessoas que se organizam para
fazer alguma atividade sem fins econômicos. A associação tem um estatuto dizendo
seus órgãos, são registradas em cartório de registro de pessoa jurídica e também na
receita federal.

Art 54, cc Fala o que precisa ter o estatuto das associações, sob pena de nulidade:

- a denominação, os fins e a sede.

- requisitos para admissão, demissão e exclusão de associados

- direitos e deveres dos associados

- fontes de recursos para sua manutenção

- Modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos

- condições para alterações das disposições estatuárias e para dissolução

- forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas.

Art 59, cc – fala das competências privativas da Assembléia Geral:

- destituir os administradores

- alterar o estatuo

$ único – a assembléia tem que ser feita para resolver esses assuntos.
Associado não pode ser expulso da associação por um ato simples, tem que ter defesa e justa
causa, art 57, CC

O associado não pode ser excluído por ato simples, a lei requer que se instaure procedimento
eu lhe permita ampla defesa e recurso. O próprio estatuto deverá regulamentar o
procedimento de exclusão.

Se, por ventura, houver dissolução da associação o patrimônio líquido remanescente deverá
ser destinado a alguma entidade que não tenha fins lucrativos que pode ser designada no
estatuto, ou ser municipal, estadual ou federal.

OBS: Existem 2 tipos de condomínio:

- Edilício/ horizontal/ edificações – é administrado pelo síndico que pode ser um morador ou
contratado Art 75, XI, CPC

- Voluntário – condomínio de coisas, surge da vontade. Ex: 2 irmão que compram um


apartamento em conjunto, ou quando morre os pais e os irmão viram donos do apt.. Esse
quem administra é o administrador.

No Edilício são unidades autônomas, cada uma com seu proprietário e áreas em comum
( portaria, piscina, quadras, etc)

 Fundações: ( art 62, CC)

Não é formada por pessoas, ela é formada por um patrimônio. Pela dotação de bens livres que
são destinados à constituição dessa fundação.

Você quando morrer pode deixar no testamento que o dinheiro é para constituição de uma
fundação ( de animais, de livros, do que quiser)

É de bens livres porque quando a pessoa morre os seus bens viram herança que é distribuída
por lei para pessoas que nasceram antes da morte ou prole que venha a nascer até 2 anos
depois da morte.

Ela vai para os herdeiros necessários, que são, 1° descendentes, 2° ascendentes, 3°cônjuge ou
companheiro( art 1845, CC); essa herança é a herança legítima ( 1846,CC), que vem da lei e é
de 50% dos bens.

Se não tiver esses herdeiros legítimos você pode instituir uma fundação ou deixar para alguém
os 100%

Os bens livres são os outros 50% da herança que não é dos herdeiros legítimos. Você deixa isso
no testamento, se não tiver testamento é 100% legítima.

Para criação de uma fundação é necessário que o instituidor realize uma dotação especial de
bens livres, especificando a finalidade e a forma como será administrada. Pode ser criada por
ato inter vivos através de uma escritura pública ou por testamento ( mortis causae). A
fundação não possui caráter empresarial, somente sendo admitida para fins religiosos, morais,
culturais, assistenciais, etc. Art 62$ único, cc
O MP vela pelas fundações, o órgão do MP responsável é a curadoria das fundações Art 66, cc

Se o valor deixado não for suficiente para a criação da fundação, esses bens são destinados a
uma outra fundação que tenha o mesmo fim Art 63,CC

Art 69, se, por ventura, ocorrer a extinção da fundação, também é destinado os bens a outra
fundação que desenvolva o mesmo fim.

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