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Estudo de Direito Civil

DIREITO CIVIL
DIREITO CIVIL – PARTE GERAL
1
PERSONALIDADE JURÍDICA
 Aptidão genérica para titularizar direitos e contrair deveres.
 Quem possui personalidade jurídica é sujeito de direitos.
Art. 1º, CC/02 – “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”.

 Atributo inerente a pessoa, que pode ser: Física ou Jurídica.


Obs.: Ente Despersonalizado é aquele desprovido de personalidade jurídica, como, por
exemplo, a massa falida, o espólio, a herança jacente etc. Entretanto, tais entes praticam atos
da vida civil.

PESSOA FÍSICA / NATURAL / DE EXISTÊNCIA VISÍVEL


 Ente dotado de estrutura / complexidade biopsicológica.
 Aquisição da Personalidade Jurídica pela Pessoa Natural
Art. 2º, CC/02 – “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas
a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”.

 Ocorre com o nascimento com vida1.


 Não se exige:
 Prazo mínimo de vida;
 Parecer de junta médica;
 Corte de cordão umbilical.
 Após o nascimento (aquisição da personalidade jurídica), registra-se
(ato declaratório) o recém-nascido, mediante apresentação da DNV – Declaração de Nascido
Vivo –, no Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais.
 Teorias sobre a Aquisição da Personalidade Jurídica
 Teoria Natalista (Negativista)

 Exige o nascimento com vida para a aquisição da personalidade jurídica.


 Exclui o nascituro, pois este ainda não nasceu.
 Adotada pelo Código Civil de 2002.

 Teoria Concepcionista

 A aquisição da personalidade jurídica dar-se-á desde a concepção.


 Positiva para o nascituro.

 Teoria da Personalidade Condicional (Condicionalista)

 Nascituro teria alguns direitos sob a condição de nascer com vida.


 Nascituro
 É aquele já concebido e ainda não nascido, dotado de vida intrauterina.
 A lei põe a salvo seus direitos desde a concepção.
1
Expulsão do ventre materno + respiração.
2
 Direitos Conferidos ao Nascituro
 O nascituro é titular de direitos personalíssimos (como o direito à vida e direitos
da personalidade).
 Pode receber doação aceita pelo seu representante (curador).
Art. 542 do CC/05 – “A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu
representante legal”.

 Pode ser beneficiado por herança.


Art. 1.798 do CC/02 – “Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no
momento da abertura da sucessão”.

 Pode ser-lhe nomeado curador para a defesa dos seus interesses.


Art. 1.779 do CC/02 – “Dar-se-á curador ao nascituro, se o pai falecer estando grávida
a mulher, e não tendo o poder familiar.
Parágrafo único. Se a mulher estiver interdita, seu curador será o do nascituro”.

 Segundo o STF, tem direito à realização do exame de DNA, para efeito de


aferição de paternidade.
 Segundo o STJ, o falecimento do nascituro ocasiona pagamento do DPVAT.
 Tem direito ao pleito de danos morais.
 Extinção da Personalidade da Pessoa Física / Natural
Art. 6º do CC/02 - “A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se
esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão
definitiva”.

 A existência da pessoa natural termina com a morte, a qual para o


direito pode ser: real ou presumida.
1. Morte Real
 É aquela em que se tem um cadáver. Neste caso, um profissional da medicina atesta
o óbito com base na morte encefálica.
2. Morte Presumida / Ficta
a. SEM Declaração de Ausência
Art. 7º do CC/02 – “Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:

I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;

II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até


dois anos após o término da guerra.

Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser
requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a
data provável do falecimento”.

 Caso a situação não se enquadre no art. 7º, deve-se recorrer ao procedimento


judicial.
b. COM Procedimento de Ausência
 Divide-se em 3 fases:
 1ª. Curadoria ou Arrecadação de bens;

3
Art. 22 do CC/02 – “Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia,
se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os
bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público,
declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador”.

Obs.: Não há prazo mínimo para se iniciar o procedimento de ausência.


Art. 25 do CC/02 – “O cônjuge do ausente sempre que não esteja separado judicialmente,
ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência será o seu legítimo
curador.

§1º Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos
descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo.

§2º Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos.

§3º Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador.” {Curador
Dativo}.

Obs.: Esta fase dura, em regra, 1 ano, mas poderá ser dilatado para 3 anos em caso de
procurador pré-constituído.
 2ª. Sucessão Provisória (precária);
- Após decorrido o prazo da 1ª fase, é possível requerer a conversão da
curadoria em sucessão provisória.
Art. 26 do CC/02 – “Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele
deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados
requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão”.

Art. 27 do CC/02 – “Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram


interessados:

I. o cônjuge não separado judicialmente;

II. os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;

III. os que tiverem sobre os bens do ausente direito pendente de sua morte;

IV. os credores de obrigações vencidas e não pagas.”

Art.28 do CC/02 – “A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só


produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que
passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e
partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido”

 3ª. Sucessão Definitiva.

PESSOA JURÍDICA

CAPACIDADE CIVIL
 É a medida jurídica da personalidade.

CAPACIDADE DE DIREITO / DE GOZO / JURÍDICA


 Inerente a toda pessoa.
Art. 1º, CC/02 – “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”.

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CAPACIDADE DE FATO / EXERCÍCIO / AÇÃO
 Nem todos a possuem – incapaz de forma absoluta ou relativa
 Diz respeito a prerrogativa de pessoalmente praticar atos da vida civil.
Obs.¹: Ao se somar ambas capacidades, tem-se a chamada Capacidade Plena ou Jurídica
Geral.
Obs.²: Capacidade Negocial / Capacidade Privada / Legitimação – trata-se da exigibilidade de
algum tipo de autorização para se praticar certo ato da vida civil. Nota-se que tal autorização
independe de capacidade. Portanto, há casos em que, ainda que o cidadão seja plenamente
capaz, precisará de certo tipo de autorização para praticar determinado ato. Exemplificando:
Art. 496 do CC/02 – “É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os
outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.

Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o


regime de bens for o da separação obrigatória”.

INCAPACIDADE
 Não atinge a capacidade de direito.
 Mitigação à capacidade de ação.
 A incapacidade acaba junto com seu fato gerador, como, por exemplo, o menor de
idade que adquire a capacidade com a maior idade.
 Critérios a serem observados:
a) Objetivo / Cronológico
 Idade.
 Comprovação por meio de documentos de identidade.
b) Subjetivo / Psíquico
 Patologia + Decisão Judicial.
 Faz-se necessário o Processo de Interdição (Curatela Extraordinária).
Obs.: Incapacidade Natural – pessoa não interditada, mas visivelmente incapaz. A contratação
com este tipo de incapaz dá origem a um ato anulável, caracterizando-se má-fé.

INCAPACIDADE ABSOLUTA
Art. 3º do CC/02 – “São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da
vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos”.

Obs.: Os absolutamente incapazes são representados.

INCAPACIDADE RELATIVA
Art. 4º do CC/02 – “São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os
exercer:

I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;

II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;

III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua
vontade;

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IV - os pródigos2.

Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial”.

Obs.: Os absolutamente incapazes são assistidos.

EMANCIPAÇÃO
 É a antecipação da cessação da incapacidade.
 Ato irrevogável e irretratável.
 Ocorre somente para os atos da vida civil.
Art. 5º do CC/02 – “A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa
fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.

Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:

I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento


público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o
tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;

II - pelo casamento;

III - pelo exercício de emprego público efetivo;

IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;

V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego,


desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia
própria”.

VOLUNTÁRIA
 Conferida por ambos os pais ou por um deles na falta do outro ao menor que
tenha pelo menos 16 anos completos, por meio de escritura pública, independentemente de
homologação judicial.
Obs.: A emancipação por outorga dos pais não exclui, por si só, a responsabilidade decorrente
de atos ilícitos do filho.

JUDICIAL
Art. 5º do CC/02 - “A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa
fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.

Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:

I – (...) por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos
completos”;

 Conferida pelo tutor ao tutelado, que tenha pelo menos 16 anos completos, por
meio de decisão judicial após parecer ministerial.

LEGAL
Art. 5º CC/02 – “A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica
habilitada à prática de todos os atos da vida civil.

Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:


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Dicionário – “Aquele que dissipa seus bens sem causa justificadora”.
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(...)

II - pelo casamento;

III - pelo exercício de emprego público efetivo;

IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;

V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego,


desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia
própria”.

Obs.: A separação ou o divórcio não põe fim à emancipação.

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DIREITO CIVIL – PARTE ESPECIAL

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