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DAS PESSOAS

FIM DA
PERSONALIDAD
E
DAS PESSOAS NATURAIS
FIM DA PERSONALIDADE

 a mesma personalidade que é adquirida com o nascimento com vida,


termina com o advento da morte.

 não há perda da personalidade em vida.


DAS PESSOAS NATURAIS
FIM DA PERSONALIDADE

 Art. 6o A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto
aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.

 Hipóteses:
 a. Morte real/natural (cessação das funções vitais - cerebrais, respiratórias e
circulatórias) – há um corpo;
 b. Morte presumida sem declaração de ausência (catástrofe, guerra, etc.);
 c. Morte presumida com declaração de ausência.
 Obs.: ausência: sem corpo; presunção: altamente provável mas não constitui certeza.
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 MORTE REAL/NATURAL

 Art. 3º, Lei 9434/97 (remoção órgãos transplante) – morte encefálica para fins de doação de
órgãos

 Laudo médico e atestado de óbito


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FIM DA PERSONALIDADE

 MORTE PRESUMIDA SEM DECLARAÇÃO DE AUSÊNCIA

 Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:


 I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida (ex.:
acidente avião, tsunami, etc. – caso deputado Ulisses Guimarães em queda
helicóptero);
 II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até
dois anos após o término da guerra.
 Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser
requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a
data provável do falecimento.
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FIM DA PERSONALIDADE
 APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE MORTE PRESUMIDA. ARTIGO 7º DO
CÓDIGO CIVIL. INOCORRÊNCIA DE SITUAÇÃO DE PERIGO DE VIDA. AUSÊNCIA DE
ESGOTAMENTO DE BUSCAS E AVERIGUAÇÕES. NÃO PREENCHIMENTO DOS
REQUISITOS LEGAIS. 1. O artigo 7º do Código Civil, cujo rol é taxativo, indica as hipóteses em que
pode ser declarada a morte presumida de uma pessoa, sem que seja decretada a sua ausência. São elas:
"I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; II - se alguém,
desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da
guerra". Além da subsunção do caso a tais hipóteses, o parágrafo único do referido dispositivo ainda
condiciona a declaração de morte presumida ao esgotamento das buscas e averiguações. 2. As provas
produzidas não são suficientes para atestar que o desaparecimento do requerido ocorreu nas situações
indicadas nos incisos do artigo 7º do CC, da mesma forma que não foram esgotadas as buscas e
averiguações a respeito do desaparecimento do requerido. 3. As autoras/apelantes não se
desincumbiram de seu ônus probatório, deixando de demonstrar os requisitos legais necessários à
configuração da morte presumida do réu. APELAÇÃO CONHECIDA E DESPROVIDA. (TJGO - AC
00751225620178090051, Relator: NELMA BRANCO FERREIRA PERILO, Data de Julgamento:
19/07/2019).
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 MORTE PRESUMIDA COM DECLARAÇÃO DE AUSÊNCIA – arts. 22-39

 PROCEDIMENTO DE AUSÊNCIA
 Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se
não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os
bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público,
declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.
 Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente
deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato,
ou se os seus poderes forem insuficientes.
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 MORTE PRESUMIDA COM DECLARAÇÃO DE AUSÊNCIA – arts. 22-39

 PROCEDIMENTO DE AUSÊNCIA
 Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações, conforme as
circunstâncias, observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores.
 Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por
mais de dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador.
 § 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos
descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo.
 § 2o Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos.
 § 3o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador.
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 EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - DECLARAÇÃO DE


AUSÊNCIA - MORTE PRESUMIDA - PENSÃO PROVISÓRIA. 1 - Em
atenção ao art. 21 da Lei Complementar Estadual nº 64/02, será concedida
pensão por morte aos dependentes do segurado, quando houver declaração
judicial da sua morte presumida. 2 - A ausência é uma hipótese de morte
presumida. (TJ-MG - AI: 10596180058353001 MG, Relator: Jair Varão, Data
de Julgamento: 04/07/2019, Data de Publicação: 05/07/2019)
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 FASES DO PROCEDIMENTO DE AUSÊNCIA
 1) MP/interessado comunica ao juiz
 2) Declaração de ausência
 3) Arrecadação dos bens
 4) Curadoria dos bens – nomeação de curador
 5) 1 ano depois (se for art 22-sumiu, mais simples) ou 3 anos depois (se for art 23-sumiu e mand.) –
sucessão provisória (tem que ser requerida) – confirma-se a declaração de ausência; partilham-se os
bens e destinada a posse aos herdeiros/interessados (ainda não a propriedade)
 6) 10 anos depois da sucessão provisória – sucessão definitiva – aqui ocorre a declaração da morte
presumida – aqui a posse se transforma em propriedade
 Também se autoriza a abertura da sucessão definitiva, independente de todo esse procedimento, se
ausente com no mínimo 80 anos, desaparecendo há no mínimo 5 anos (aplicado em qualquer fase –
é autônoma).
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 ASPECTOS SUCESSSÓRIOS NA AUSÊNCIA

 curadoria dos bens – sucessão provisória – sucessão definitiva


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 SUCESSÃO PROVISÓRIA NA AUSÊNCIA


 Arts. 26-36, CC
 Quando se dá?
 após 1 ano da arrecadação dos bens do ausente, os interessados podem requerer que se declare a ausência e se abra
provisoriamente a sucessão (hipótese do art. 22, CC);
 se ele deixou representante ou procurador, após 3 anos (hipótese do art. 23, CC).
 se durante a posse provisória se provar a época exata do falecimento do ausente, considerar-se-á, nessa data, aberta a
sucessão em favor dos herdeiros, que o eram àquele tempo.
 Quem são os interessados? – art. 27, CC
 cônjuge não separado judicialmente;
 herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
 os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte;
 os credores de obrigações vencidas e não pagas;
 MP se nenhum interessado.
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 SUCESSÃO PROVISÓRIA NA AUSÊNCIA

 os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles,
mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos.

 quem tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será
excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro
herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia.

 os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão,
independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente.
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 SUCESSÃO PROVISÓRIA NA AUSÊNCIA

 sentença que determina a abertura da sucessão provisória produz efeito 180 dias após publicação
 após, dar-se-á abertura do testamento, se houver, e inventário e partilha dos bens, como se o ausente
fosse falecido

 antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a conversão dos bens móveis, sujeitos a
deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos garantidos pela União [venda do bem em hasta
pública e posterior conversão em bens imóveis ou títulos garantidos pela União - ex.: tesouro direto].
 imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene
o juiz, para lhes evitar a ruína.
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 SUCESSÃO PROVISÓRIA NA AUSÊNCIA

 empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão representando ativa e passivamente o ausente,
de modo que contra eles correrão as ações pendentes e as que de futuro àquele forem movidas.

 o descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do ausente, fará seus todos os frutos
e rendimentos dos bens que a este couberem; os outros sucessores, porém, deverão capitalizar metade
desses frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29, de acordo com o representante do
Ministério Público, e prestar anualmente contas ao juiz competente.

 o excluído da posse provisória (art. 30) poderá, justificando falta de meios, requerer lhe seja entregue
metade dos rendimentos do quinhão que lhe tocaria.
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 SUCESSÃO PROVISÓRIA NA AUSÊNCIA


 se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse
provisória, cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando,
todavia, obrigados a tomar as medidas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens
a seu dono.
 Se na fase que só nomeado curador, retira o curador do encargo e devolve os bens
ao ausente
 Se na sucessão provisória, ausente tem direito aos bens no estado que deixou, e se
houver depreciação do bem tem direito ao reembolso da caução (se não tiver
caução quando for ascendente, descendente ou cônjuge, ausente tem cobrar isso em
processo autônomo) e 50% dos frutos (menos quando ascendente, descendente ou
cônjuge; ou se ausência voluntária e injustificada, que perde direito aos frutos)
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 SUCESSÃO DEFINITIVA NA AUSÊNCIA

 Arts. 37-39, CC
 Possibilidades de requerer a sucessão definitiva:
 10 anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da
sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e
o levantamento das cauções prestadas.
 5 anos das últimas notícias do ausente que conta com 80 anos de idade ou
mais.
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 SUCESSÃO DEFINITIVA NA AUSÊNCIA

 se o ausente regressar durante os 10 anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou


algum de seus descendentes ou ascendentes, haverão só os bens existentes no estado em que
se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados
houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.
 se com um bem de R$200mil vendi e comprei um de R$1milhão, será apurado valor do
bem de R$200mil se tivesse no momento encontrado.
 se retornar 10 anos depois da sucessão definitiva, nada tem direito.
 se, nos 10 anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar e nenhum interessado
promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do
Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da
União, quando situados em território federal [não temos mais após CF/88, mas pode ser
criado; antes existia como Roraima, Amapá e Fernando de Noronha].
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 CONSEQUÊNCIAS DA EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE


 Extingue-se poder familiar, obrigação de alimentos, usufruto, contratos
personalíssimos, etc.

 E quanto ao casamento?
 vide art. 1.571, § 1º. O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos
cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a presunção estabelecida neste Código quanto
ao ausente.
 com abertura da sucessão definitiva [pelo lapso temporal, talvez vale mais a pena
divórcio com citação por edital].
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 COMORIÊNCIA
 Art. 8o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo
averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão
simultaneamente mortos.
 quando não se pode precisar a ordem cronológica das mortes – presunção relativa de morte
simultânea – juris tantum – admite prova.
 mesmo tempo e mesmo evento? não necessariamente, podem ser eventos diversos, apesar de
raro (casal morre em eventos trágicos diferentes ao mesmo tempo – morte moto v. morte
carro envolvendo marido e esposa).
 aquelas pessoas que falecem na mesma ocasião, de maneira a impossibilitar-se decifrar qual
delas pré-morreu à outra; entre os comorientes não há transferência de direitos, não há
possibilidade de um suceder o outro; ex: tragédia avião, naufrágio, etc, envolvendo pai e
filho.
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APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RESTITUIÇÃO DE VALORES. [...] 4 - MÉRITO. AUTORA/APELADA QUE PRETENDE A
RESTITUIÇÃO DA INDENIZAÇÃO SECURITÁRIA PAGA INDEVIDAMENTE AOS RÉUS/APELANTES, EM
DECORRÊNCIA DO FALECIMENTO DO MARIDO DA DEMANDANTE, FILHO DOS REQUERIDOS, EM ACIDENTE
AUTOMOBILÍSTICO. PROVA DOS AUTOS NO SENTIDO DE QUE A FILHA DO CASAL FALECEU MINUTOS APÓS O PAI
E, ASSIM, CHEGOU A SUCEDÊ-LO. AFASTAMENTO DA PRESUNÇÃO DE COMORIÊNCIA E DA CONDIÇÃO DE
HERDEIROS DOS RÉUS, NOS TERMOS DA ORDEM DE VOCAÇÃO HEREDITÁRIA PREVISTA NO ART. 1.829 DO
CÓDIGO CIVIL. AUTORA QUE, NA CONDIÇÃO DE ASCENDENTE E ÚNICA HERDEIRA DA MENOR, DEVE RECEBER A
INTEGRALIDADE DA INDENIZAÇÃO, CABENDO AOS APELANTES EFETUAR A DEVOLUÇÃO DOS VALORES
RECEBIDOS. SENTENÇA MANTIDA. "1. A comoriência é o instituto jurídico segundo o qual incide a presunção legal,
estabelecida no artigo 8º do Código Civil, de morte simultânea, quando existem indivíduos que morrem num mesmo evento, sem que
seja possível estabelecer qual das mortes antecedeu as demais, questão esta que tem especial relevo para fins sucessórios,
notadamente porque a pré-morte do autor da herança (genitor) importa na imediata sucessão aos herdeiros (princípio da saisine). 2.
Por ser uma presunção relativa, a comoriência pode ser devidamente afastada quando existirem provas suficientes a atestar que a
morte de uma das vítimas antecedeu às demais [...]."(TJPR, Apelação Cível n. 1234978-3, de Curitiba, rela. Desa. Ivanise Maria
Tratz Martins, 12ª Câmara Cível, j. 15-4-2015). 5 - HONORÁRIOS RECURSAIS. SENTENÇA PUBLICADA NA VIGÊNCIA DO
CPC/2015. APLICAÇÃO DO ART. 85, §§ 2º E 11 DO REFERIDO DIPLOMA LEGAL. MAJORAÇÃO DOS HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS FIXADOS NA SENTENÇA, A TÍTULO DE VERBA HONORÁRIA RECURSAL. RECURSO CONHECIDO E
DESPROVIDO. (TJ-SC - AC: 00040452220128240054 Rio do Sul 0004045-22.2012.8.24.0054, Relator: Jorge Luis Costa Beber,
Data de Julgamento: 13/07/2017, Primeira Câmara de Direito Civil)
MUITO
OBRIGADA!

PROF. CAROLINA
HELOISA GUCHEL
BERRI

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