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ParteGeral

doDireito Civil
Slide 2
Profa. Ana Cláudia M. Leal Felgueiras
Morte
Extinção da Pessoa Natural
Espécies de morte

• Morte Real
• Morte Simultânea (comoriência)
• Morte Civil
• Morte Presumida
MORTE REAL:
• Lei n. 9434 de 04 de fevereiro de 1997.
• Código Civil - Art. 6º. "A
Art. 3º A retirada post mortem de tecidos,
existência da pessoa natural órgãos ou partes do corpo humano
termina com a morte; presume-se destinados a transplante ou tratamento
esta, quanto aos ausentes, nos deverá ser precedida de diagnóstico de
casos em que a lei autoriza a morte encefálica, constatada e registrada
abertura de sucessão definitiva." por dois médicos não participantes das
equipes de remoção e transplante,
mediante a utilização de critérios clínicos
e tecnológicos definidos por resolução do
Conselho Federal de Medicina.
Morte real
• A personalidade, que o indivíduo adquire ao nascer com vida, termina com a morte
regulada no Código Civil no artigo 6º Código Civil de 2002.
• É preciso se determinar o momento da morte para que se constate o início da produção de
seus efeitos, por esta razão a Lei no. 6015/73 (Lei de Registros Públicos) determina no
Art. 77 “Nenhum sepultamento será feito sem certidão, do oficial de registro do lugar do
falecimento, extraída após a lavratura do assento de óbito, em vista do atestado de
médico, se houver no lugar, ou em caso contrário, de duas pessoas qualificadas que
tiverem presenciado ou verificado a morte”.
• Assim, cabe ao médico a ocorrência da morte, em documento chamado atestado de óbito
que é uma da parte de outro documento a faz parte da declaração de morte, que tem como
finalidades principais a confirmação da ocorrência do evento, testemunhas etc, e
necessária para a autorização do sepultamento e a posterior lavratura do registro da
certidão de óbito em cartório
Morte real
CREMAÇÃO
• Em caso de cremação esta só poderá ocorrer segundo as determinações estabelecidas no:
art. 77 § 2º da Lino 6015/73: “A cremação de cadáver somente será feita daquele que
houver manifestado a vontade de ser incinerado ou no interesse da saúde pública e se o
atestado de óbito houver sido firmado por 2 (dois) médicos ou por 1 (um) médico legista
e, no caso de morte violenta, depois de autorizada pela autoridade judiciária.
• A pessoa em vida deve manifestado seu desejo a seus familiares mais próximos, ou deixar
documento escrito e, neste caso, o atestado de óbito deve ser firmado por dois médicos; a
autorização para cremação é concedida pelo parente mais próximo cônjuge, ascendentes,
descendentes e irmãos maiores de idade, testemunhada por duas pessoas. No caso de
morte violenta, a cremação deverá ser autorizada pelo Juiz Corregedor da Polícia
Judiciária.
Morte real
• Prova da morte: A certidão de óbito é o único documento público que evidencia a morte
de alguém a partir de declaração de medico que ateste a morte à na presença do cadáver, o
momento, a causa e o lugar do óbito, segundo dispõe a Lei 6.015/77:
Art. 80. “O assento de óbito deverá conter:
A. a hora, se possível, dia, mês e ano do falecimento;
B. o lugar do falecimento, com indicação precisa;
C. o prenome, nome, sexo, idade, cor, estado civil, profissão, naturalidade, domicílio e
residência do morto;
D.se era casado, o nome do cônjuge sobrevivente, mesmo quando desquitado, se viúvo, o
do cônjuge pré-defunto; e o cartório de casamento em ambos os casos (...)”.
Efeitos:
São muitos os efeitos jurídicos da morte na esfera civil, segundo a professora Maria
Helena Diniz a morte ao cessar a personalidade jurídica da pessoa natural faz com que
esta deixe de ser sujeito de direitos e obrigações, acarretando:
A. Dissolução do vínculo conjugal e do regime matrimonial;
B.Extinção do poder familiar, dos contratos personalíssimos, como prestação de serviço e
mandato;
C. Cessação da obrigação de alimentos com o falecimento do credor, do pacto de
preempção; da obrigação oriunda de ingratidão de donatário;
D.Extinção de usufruto, da doação em forma de subvenção periódica; do encargo da
testamentária.
E. Extinção dos contratos pessoais em geral

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MORTE PRESUMIDA OU FICTA
• Art. 7º do CC: • O Art. 88. Da Lie 6015/73 determina:
“ Pode ser declarada a morte presumida, Poderão os Juízes togados admitir
sem decretação de ausência: justificação para o assento de óbito de
I – se for extremamente provável a morte de pessoas desaparecidas em naufrágio,
quem estava em perigo de vida; inundação, incêndio, terremoto ou
qualquer outra catástrofe, quando
II – se alguém, desaparecido em campanha estiver provada a sua presença no local
ou feito prisioneiro, não for encontrado em do desastre e não for possível
até 2 (dois) anos após o término da guerra”. encontrar-se o cadáver para exame.
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Morte Presumida, Justificação do Óbito

• Por sua vez, a justificação do óbito tem cabimento para assento de pessoas desaparecidas
em naufrágio, inundação, incêndio, terremoto ou qualquer outra catástrofe, quando estiver
provada a sua presença no local do desastre, não for possível encontrar-se o cadáver para
exame. Será também admitida a justificação no caso de desaparecimento em campanha,
provados a impossibilidade de ter sido feito o registro, em livro próprio, dos óbitos
verificados em campanha e os fatos que convençam da ocorrência da morte (artigo 88 da
Lei nº. 6.015/73).
• Na justificação do óbito há a certeza da morte; não a mera probabilidade. A sentença
declaratória da morte presumida e o mandado decorrente do processo de justificação do
óbito devem ser registrados no Registro Civil das Pessoas Naturais.

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Comoriência:

• Art. 8º, CC: É quando duas ou mais • Não necessita terem morrido no mesmo
pessoas (quando houver entre elas local.
relação de sucessão hereditária) morrem • A comoriência somente se aplica quando
simultaneamente, não tendo como saber houver vínculo sucessório entre as partes.
quem morreu primeiro.
• Não há transferência de bens entre
comorientes. Assim sendo, por exemplo,
se morre casal em acidente (sem
descendentes ou ascendentes) sem saber
qual morreu primeiro, um não herda do
outro. Assim, a divisão ocorrerá
normalmente entre os herdeiros, cada
familiar com a meação de uma das partes.

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A Morte Civil
• Era a perda da personalidade em vida. A • Art. 1.816. São pessoais os efeitos da
pessoa estava viva, mas era tratada como exclusão; os descendentes do herdeiro
se estivesse morta. Geralmente era uma excluído sucedem, como se ele morto
pena aplicada a pessoas condenadas fosse antes da abertura da sucessão.
criminalmente, em situações especiais. • Parágrafo único. O excluído da sucessão
• Atualmente, pode-se dizer ela não existe não terá direito ao usufruto ou à
mais. No entanto, há resquícios de morte administração dos bens que a seus
civil. Ex.: exclusão de herança por sucessores couberem na herança, nem à
indignidade do filho, “como se ele morto sucessão eventual desses bens.
fosse” (vejam esta expressão no art. 1.816,
CC); embora viva, a pessoa é ignorada
para efeitos de herança.

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Ausência
art.22à 39do
CC
Conceito
“Ausente é a pessoa que desaparece de seu domicílio sem dar notícia de seu paradeiro e sem
deixar um representante ou procurador para administrar -lhe os bens (CC, art. 22). Protege o
Código, por meio de medidas acautelatórias, inicialmente, o seu patrimônio, pois quer esteja
ele vivo, quer esteja morto, é importante considerar o interesse social de preservar os seus
bens, impedindo que se deteriorem ou pereçam (arts. 22 a 25). Prolongando -se a ausência e
crescendo as possibilidades de que haja falecido, a proteção legal volta-se para os herdeiros,
cujos interesses passam a ser considerados(arts. 25 a 38)”.
Carlos Roberto Gonçalves

A ausência só pode ser reconhecida por meio de um processo judicial composto de três
fases:
1. Curadoria de ausentes;
2. Sucessão provisória;
3. Sucessão definitiva.
CAPÍTULO III
Da Ausência
Seção I
Da Curadoria dos Bens do Ausente

Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado
representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer
interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário que não
queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes.
Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações, conforme as circunstâncias,
observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores.
Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois
anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador.
§ 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta
ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo.
§ 2o Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos.
§ 3o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador.
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Seção II
Da Sucessão Provisória

Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou
procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra
provisoriamente a sucessão.
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados:
I - o cônjuge não separado judicialmente;
II.- os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
III.- os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte;
IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas.
Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta dias
depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento,
se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido.
§ 1o Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados na sucessão provisória, cumpre ao
Ministério Público requerê-la ao juízo competente.
§ 2o Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventário até trinta dias depois de passar
em julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação dos bens do
ausente pela forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823.
Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a conversão dos bens móveis, sujeitos
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a deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos garantidos pela União.
Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, mediante penhores
ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos.
§ 1o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será excluído,
mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que
preste essa garantia.
§ 2o Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão,
independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente.
Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz,
para lhes evitar a ruína.
Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão representando ativa e passivamente o ausente, de modo que
contra eles correrão as ações pendentes e as que de futuro àquele forem movidas.
Art. 33. O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do ausente, fará seus todos os frutos e
rendimentos dos bens que a este couberem; os outros sucessores, porém, deverão capitalizar metade desses frutos e
rendimentos, segundo o disposto no art. 29, de acordo com o representante do Ministério Público, e prestar anualmente
contas ao juiz competente.
Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária e injustificada, perderá ele, em favor do
sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos.
Art. 34. O excluído, segundo o art. 30, da posse provisória poderá, justificando falta de meios, requerer lhe seja entregue
metade dos rendimentos do quinhão que lhe tocaria.
Art. 35. Se durante a posse provisória se provar a época exata do falecimento do ausente, considerar-se-á, nessa data, aberta
a sucessão em favor dos herdeiros, que o eram àquele tempo.
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisória, cessarão para logo as
vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecuratórias precisas, até a entrega
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dos bens a seu dono.
Seção III
Da Sucessão Definitiva

Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessãoprovisória,
poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas.

Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de
idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.

Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus
descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os
sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens
alienados depois daquele tempo.

Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum interessado
promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do DistritoFederal,
se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em
território federal.
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TRABALHO

BENS e DOMICILIO
Resumo e Esquema

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