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III - debilidade permanente de membro,

sentido ou função;
NOÇÕES INICIAIS IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de três a dez anos, e multa,
Médico → assistência ao paciente e familiares. de 100 a 200 dias-multa
§ 3.º Se o crime é praticado em pessoa viva e
Registro civil → assento do óbito. resulta para o ofendido:
Autoridades sanitárias → políticas públicas. I - Incapacidade para o trabalho;
II - Enfermidade incurável;
Portaria Ministério da Saúde 20/2003:
III - perda ou inutilização de membro, sentido
ou função;
Art. 8º Deverá ser utilizado o formulário da
IV - deformidade permanente;
Declaração de Óbito – DO, constante no
Anexo I desta Portaria, como documento V - aborto:
padrão de uso obrigatório em todo o País, Pena - reclusão, de quatro a doze anos, e
para a coleta dos dados sobre óbitos e multa, de 150 a 300 dias -multa.
indispensável para a lavratura, pelos § 4.º Se o crime é praticado em pessoa viva e
Cartórios do Registro Civil, da C ertidão de resulta morte.
Óbito. Pena - reclusão, de oito a vinte anos, e multa
de 200 a 360 dias -multa.
É preenchido por médicos e devem ser emitidas Art. 15. Comprar ou vender tecidos, órgãos ou
3 vias: uma pro prontuário, uma pro cartório e partes do corpo humano:
uma pra Secretaria de Saúde. Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa,
de 200 a 360 dias -multa.
Código Civil 2002: Parágrafo único. Incorre na mesma pena
quem promove, intermedeia, facilita ou
Art. 2º. A personalidade civil da pessoa aufere qualquer vantagem com a transação .
começa do nascimento com vida; mas a lei Art. 16. Realizar transplante ou enxerto
põe a salvo, desde a concepção, os direitos utilizando tecidos, órgãos ou partes do corpo
do nascituro. humano de que se tem ciência terem sido
Art. 6º. A existência da pessoa natural termina obtidos em desacordo com os dispositivos
com a morte; presume-se esta, quanto aos desta Lei:
ausentes, nos casos em que a lei autoriza a Pena - reclusão, de um a seis anos, e multa,
abertura de sucessão definitiva. de 150 a 300 dias -multa.
Art. 9º. Serão registrados em registro público: Art. 17 Recolher, transportar, guardar ou
I - os nascimentos, casamentos e óbitos ; distribuir partes do corpo humano de que se
tem ciência terem sido obtidos em desacordo
com os dispositivos desta Lei:
Lei 9.434/1997 – trata da doação de órgãos: Pena - reclusão, de seis meses a dois anos, e
multa, de 100 a 250 dias -multa.
Art. 14. Remover tecidos, órgãos ou partes do Art. 18. Realizar transplante ou enxerto em
corpo de pessoa ou cadáver, em desacordo desacordo com o disposto no art. 10 desta Lei
com as disposições desta Lei: e seu parágrafo único:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, Pena - detenção, de seis meses a dois anos .
de 100 a 360 dias -multa.
Art. 19. Deixar de recompor cadáver,
§ 1.º Se o crime é cometido mediante paga devolvendo-lhe aspecto condigno, para
ou promessa de recompensa ou por outro sepultamento ou deixar de entregar ou
motivo torpe: retardar sua entrega aos familiares ou
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa, interessados :
de 100 a 150 dias -multa. Pena - detenção, de seis meses a dois anos .
§ 2.º Se o crime é praticado em pessoa viva,
e resulta para o ofendido:
I - incapacidade para as ocupações
habituais, por mais de trinta dias ; TIPOS DE MORTE
II - perigo de vida;
Morte cardiovascular → o coração para, a • Art. 29 → mesma lógica do 9º do CC.
pessoa não é reanimada e os órgãos param de • Art. 77 a 88 → trata do óbito.
funcionar. • Lei 13.484/2017 alterou o art. 77;
Morte encefálica → o cérebro para de funcionar.
Art. 77. Nenhum sepultamento será feito sem
Aspectos civis da morte → cessa a condição de
certidão do oficial de registro do lugar do
sujeito de direitos e obrigações. Isso tem reflexos
falecimento ou do lugar de residência do de
civis como: a dissolução do vínculo conjugal e o cujus, quando o falecimento ocorrer em local
respectivo regime de bens; a extinção do poder diverso do seu domicílio, extraída após a
familiar e dos contratos personalíssimos (como a lavratura do assento de óbito, em vista do
prestação ou locação de serviços e o mandato); atestado de médico, se houver no lugar, ou
em caso contrário, de duas pessoas
cessação da obrigação de alimentos, bem
qualificadas que tiverem presenciado ou
como das obrigações de fazer em que se verificado a morte.
convencionou o cumprimento pessoal; do pacto
de preempção; da obrigação oriunda de
ingratidão do donatário; da extinção do usufruto; O Q UE É?
da dação em forma de subvenção periódica; do
encargo do testamentário; e do benefício da O nome certo é declaração de óbito, não
justiça gratuita. atestado de óbito.
Aspectos penais da morte → a extinção da Tem que ser preenchido com o diagnóstico, não
punibilidade, bem como pode haver a coisas vagas ou sintomas.
configuração do crime de homicídio, de
A partir de 1976, passou a ter um modelo único
destruição, subtração ou ocultação de cadáver,
para todo o país.
o de vilipêndio de cadáver ou de suas cinzas, a
contravenção de inumar ou exumar cadáver. Campos do documento:

Morte simultânea ou presunção de comoriência • Campo I - Identificação


→ impossibilidade de clareação de precedência • Campo II- Residência
entre os óbitos. • Campo III - Ocorrência
• Campo IV - Óbito fetal ou < 1 ano
• Comoriência → quando duas pessoas da
• Campo V - Condições e causas do óbito
mesma família morrem ao mesmo tempo.
• Campo VI - Médico
• Premoriência → um morreu e o outro em
• Campo VII - Causas externas
seguida.
• Campo VIII - Cartório
• Campo IX - Sem médico
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
DISTRIBUIÇÃO

2ª via
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios,
será indispensável o exame de corpo de 3ª via

delito, direto ou indireto, não podendo supri - Hospitais e Família/


MS SES SMS Médicos
Clínicas Cartório
lo a confissão do acusado.

1ª via
O corpo é encaminhado para o IML nesses casos.
SES → Secretaria Estadual de Saúde
A confissão não supre a necessidade de exame
feito por dois peritos oficiais. SMS → Secretaria Municipal de Saúde

QUANDO EMI TI R?

REGISTRO DO ÓBITO
Sempre.
A DO deve ser preenchida para todos os óbitos
Art. 9º, I, CC (diz que tem que ser em cartório).
de nascidos vivos, além dos fetais. Nesse caso
Lei de registros públicos: deve ter:
• Lei 6.015/73; • Peso ≥ 500 gramas; ou
• Sofreu alterações pela lei 6.216/1975;
• Estatura ≥ 25 cm; ou EVITAR INFORMAR COMO CAUSA DE MORTE
• Idade gestacional ≥ a 20 semanas (em outro
Causas que não deveriam ser consideradas
lugar tá 22); ou
causas de morte:
• Naqueles casos em que a família optar pelo
• Senilidade → impossível de causar a morte,
sepultamento (mesmo que seja menor).
ainda que colabore para a história natural da
vida;
QUE M DE VE EMI TIR • Não são úteis para diagnóstico em saúde
pública - não codificadas;
A emissão da DO é ato médico. • Causas mal definidas → desidratação,
O médico tem o dever legal de constatar o óbito taquicardia, etc;
presencialmente e expedir a declaração de • Sintomas e sinais mal definidos;
óbito; e a responsabilidade ética e jurídica pelo • Causas de processo → insuficiência cardíaca,
preenchimento de todo o documento e pela embolia pulmonar e septicemia (qual o
assinatura. evento básico?);
• Tem muito médico que só assina e deixa em • Causas ambíguas → AVC (isquêmico ou
branco pros outros preencherem (é ótimo pra hemorrágico?), acidente de trânsito, queda
falsificar documento). da altura;
• O médico é responsável por todas as • Gabage codes → múltiplos diagnósticos sem
informações que constam na DO. utilidade para definir causa morte.
Morte não natural ou suspeita → IML. Em suma, causas pouco úteis que não
colaborem para a qualificação correta dos
Morte natural com assistência médica → médico
processos e, como consequência, impedem ou
assistente.
dificultam políticas públicas para combatê-las.
Morte natural sem assistência médica → SVO ou
serviço público de saúde.

COMO E MI TIR
CAUSAS DE MORTE

Doenças ou estados mórbidos ou lesões que


CAUSAS DA MORTE
produziram a morte ou contribuíram para ela, e
O óbito geralmente não é consequência de um as circunstâncias do acidente ou da violência
evento único, mas de uma cadeia de eventos que as produziram.
concatenados.
Parte I - doença ou estado que causou FENOMENOLOGIA CADAVÉRICA
diretamente a morte, bem como as causas Fenômenos abióticos, avitais ou vitais negativos:
antecedentes que produziram a causa da morte. • Imediatos
Deve conter, em ordem, a causa imediata ou ▪ Perda da consciência
terminal, a causa intermediária e causa básica ▪ Perda da sensibilidade
ou inicial. ▪ Abolição da mobilidade e do tônus
Causa imediata ou terminal → doença ou estado muscular
mórbido que causou diretamente a morte. ▪ Cessação da respiração
▪ Cessação da circulação
Causas intermediárias → estados mórbidos que
▪ Cessação da atividade cerebral
produziram a causa terminal.
• Consecutivos
Causa básica ou inicial → doença ou
circunstância que iniciou a cadeia de eventos Fenômenos transformativos:
mórbidos que levou diretamente à morte. • Destrutivos
• Conservadores
Parte II – outras condições significativas que
contribuíram para a morte, mas que não entrem
na cadeia acima.
Causas associadas → outras condições SITUAÇÕES ESPECIAIS
significativas que contribuíram para a morte.
Nascido vivo → necessidade de preenchimento Membros amputados
de DN e DO. • Laudo médico;
• Tira o pulmão e coloca em uma cuba de • Cremação;
água. Se boiar respirou, se afundar não. • Sepultamento.
Médico do SAMU → obrigatoriamente constata a Peças de anatomia patológica (amostras de
morte, mas não a declara. O cadáver deve ir pro tecido colhidas).
IML (Res. CFM 2110-2014). • Dispensa após 90 dias (parecer 67 – SBP);
• Não pode preencher o atestado. • Guardar o laudo, os blocos parafina e as
Morte encefálica → em caso de trauma, o lâminas (parte dos prontuários).
médico legista deve fazer relatório e encaminhar
cópia do termo de morte encefálica (Res. CFM
no 2173/2017).
DÚVIDAS FREQUENTES
Cadáveres sem identificação → encaminhar ao
IML para datiloscopia e demais exames.
Preservar o corpo no IML por 30 dias ou IES se não Ocorre um óbito no hospital. Você está de
for reclamado. plantão no hospital em outro setor. Tem que
preencher a DO?
Doação de corpos não reclamados
Você acaba de assumir o plantão e é
• Lei nº 8.501/1992, art. 2º → se não for
comunicado que um paciente faleceu no final
reclamado em 30 dias encaminha para IES /
do plantão anterior. Tem que preencher a DO?
pesquisa. Mas é proibido se houve indício de
morte não natural. Você é médico na UBS. Acompanha o paciente
Doação do corpo para estudo com câncer. Família o procura e avisa que ele
• Lei nº 10.406/2002, art. 14 → é válida, como faleceu em casa, em virtude do estado terminal.
objetivo científico, ou altruístico, a disposição Você pode preencher a DO com os dados do
gratuita do próprio corpo, no todo ou em prontuário do paciente na UBS?
parte, para depois da morte. Óbito de causa natural em ambulância:
• Legislação vs. “luto eterno” → o problema é • Médico da ambulância emite a DO.
que tem gente que quer ir ver o corpo depois. • Ambulância sem médico – tem que apurar a
Cremação → somente para aqueles que responsabilidade de quem fez o
manifestaram vontade em vida. Ou em casos de encaminhamento e a transferência. Ausência
interesse da saúde pública (os infectados em the last of us). de relatório é ilícito ético. Não considerar o
• DO é firmada por dois médicos ou por um caso clínico do paciente antes de transferir
médico legista. configura imperícia, imprudência ou
• Se for consequência de morte violenta, negligência (CEM, art. 1º).
somente com autorização judicial.
Formulário para a seguradora:
• CEM, art. 77 → “é vedado ao médico prestar
informações a empresas seguradoras sobre as
circunstâncias da morte do paciente sob seus
cuidados, além das contidas na declaração
de óbito, salvo por expresso consentimento do
seu representante legal”.
• Res. CFM 2.003/2012, art. 1º → “É vedado ao
médico assistente o preenchimento de
formulários elaborados por empresas
seguradoras com informações acerca da
assistência prestada a pacientes sob seus
cuidados”.

DISPENSA DA EMISSÃO DA DO

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