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DIREITO FINANCEIRO

EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA
O ciclo orçamentário

ELABORAÇÃO

AVALIAÇÃO APROVAÇÃO

EXECUÇÃO

Prof. Dr. Patryck de Araújo Ayala 4


A estrutura da atividade
orçamentária
LOA

Receitas Despesas

Identificação das Políticas Públicas e


fontes de direitos
financiamento fundamentais

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OBJETIVO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA
• “Art. 165. (...):
• § 10. A administração tem o dever de executar as programações orçamentárias,
adotando os meios e as medidas necessários, com o propósito de garantir a efetiva
entrega de bens e serviços à sociedade. (Incluído pela EC nº 100/2019)
• § 11. O disposto no § 10 deste artigo, nos termos da lei de diretrizes orçamentárias:
(Incluído pela EC nº 102/2019)
• I - subordina-se ao cumprimento de dispositivos constitucionais e legais que
estabeleçam metas fiscais ou limites de despesas e não impede o cancelamento
necessário à abertura de créditos adicionais;
• II - não se aplica nos casos de impedimentos de ordem técnica devidamente
justificados;
• III - aplica-se exclusivamente às despesas primárias discricionárias.”
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OBJETIVO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA

- As leis orçamentárias apenas preveem prioridades que


se converterão em despesas, mas ainda não representam
custos efetivos ou gastos.

- A LOA apenas autoriza a realização de despesas, prevê


suas fontes, indicando os recursos correspondentes,
alocados na forma de dotações ou créditos.
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REALIZAÇÃO DA DESPESA

• A realização da despesa envolve um procedimento de


demonstração e justificação da ação pública;

• A decisão no procedimento envolve um juízo sobre a


legalidade e a constitucionalidade da despesa por uma
autoridade denominada ordenador de despesas (conforme
artigos 15 a 17 da LRF).

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UNIDADE ORÇAMENTÁRIA

Artigo 22, Parágrafo As unidades orçamentárias constarão da


proposta de LOA acompanhadas de descrição
Único da Lei n. 4.320/64
suscinta das finalidades das despesas

OBS.: Unidade orçamentária é um centro de poder administrativo que


recebe dotação própria e por esta razão, pode realizar programas,
projetos, atividades e ações, conforme define o artigo 14, caput, da
Lei n. 4.320/64. Ex: Tribunal de Justiça, o Ministério Público, a
Defensoria Pública, a Assembléia Legislativa.

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As fases da realização da despesa pública
(artigo 58 a 64 da Lei 4.320/1964).

Fases do procedimento de realização da despesa


pública

Emissão de
Empenho da Liquidação da Pagamento da
ordem de
despesa despesa despesa
pagamento

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O EMPENHO
• Qualquer despesa somente pode ser realizada mediante
prévio empenho (artigo 60 da Lei n. 4.320/64);

• O empenho autoriza a realização da despesa, impõe a


reserva dos valores vinculados a dotação orçamentária
específica, vinculando-os agora à obrigação contraída;

• O ato de empenho autoriza a obrigação e pressupõe a


disponibilidade de recursos.
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O conteúdo da nota
de empenho.
Do ato de empenho decorre a emissão da nota de
empenho, que especificará

O montante Que dotação


O destinatário
A despesa reservado à responderá pela
da despesa
despesa despesa

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LIQUIDAÇÃO

• Na liquidação o ordenador de despesa terá de


verificar se os documentos apresentados são capazes
de confirmar materialmente a despesa.

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O QUE AVALIAR NA
LIQUIDAÇÃO?
A origem e o objeto
da despesa

O artigo 63 aponta
que devem ser O valor exato a ser
verificados na fase de pago
liquidação

O destinatário do
pagamento

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O QUE DEMONSTRAR NA
LIQUIDAÇÃO?
O artigo 63, § 2º, requer que sejam reunidos para o
fim da demonstração da despesa

Os comprovantes da
O contrato, ajuste ou entrega do material
A nota de empenho
acordo respectivo ou da prestação
efetiva do serviço

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A ORDEM DE PAGAMENTO E O PAGAMENTO
• Confirmada a materialidade da despesa, o ordenador:

• Emite decisão determinando o pagamento da despesa (ordem de


pagamento, conforme o artigo 64 da Lei n. 4.320/1964);

• O pagamento produz como efeito a extinção da obrigação.

• O pagamento supõe a prévia verificação e a confirmação da


realização dos serviços ou entrega dos produtos em proveito da
Administração Pública ou da coletividade.
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REPASSE AOS PODERES
• “Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias,
compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados aos
órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da
Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês,
em duodécimos, na forma da lei complementar a que se refere o art.
165, § 9º.”

• Aprovada a LOA, os recursos serão repassados nos limites em que


foram aprovados pelo Poder legislativo, na porção de 1/12
[duodécimos], até o dia 20 de cada mês, para cada Poder ou
instituição que detenha autonomia financeira e orçamentária.

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AUSÊNCIA DE REPASSE AOS PODERES
• “O autogoverno da Magistratura tem, na autonomia do Poder Judiciário, o seu
fundamento essencial, que se revela verdadeira pedra angular, suporte
imprescindível a asseguração da independência político-institucional dos Juízos e dos
Tribunais. O legislador constituinte, dando consequência a sua clara opção politica -
verdadeira decisão fundamental concernente a independência da Magistratura -
instituiu, no art. 168 de nossa Carta Politica, uma típica garantia instrumental,
assecuratória da autonomia financeira do Poder Judiciário. A norma inscrita no art.
168 da Constituição reveste-se de caráter tutelar, concebida que foi para impedir o
Executivo de causar, em desfavor do Judiciário, do Legislativo e do Ministério
Público, um estado de subordinação financeira que comprometesse, pela gestão
arbitraria do orçamento - ou, até mesmo, pela injusta recusa de liberar os recursos
nele consignados -, a própria independência político-jurídica daquelas Instituições.”
(Trecho da ementa no MS 21291 AgR-QO, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno,
julgado em 12/04/1991, DJ 20-10-1995 PP-36331 EMENT VOL-01805-02 PP-00201)
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LIMITAÇÃO DE EMPENHO
• LRF: “Art. 9o Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o
cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os
Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias
subseqüentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de
diretrizes orçamentárias. (...) § 3o No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público não
promoverem a limitação no prazo estabelecido no caput, é o Poder Executivo autorizado a limitar os valores
financeiros segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.”
• § 3º declarado inconstitucional pelo STF no julgamento da ADI 2.238: “4.1. A norma estabelecida no § 3º do
referido art. 9º da LRF, entretanto, não guardou pertinência com o modelo de freios e contrapesos
estabelecido constitucionalmente para assegurar o exercício responsável da autonomia financeira por parte
dos Poderes Legislativo, Judiciário e da Instituição do Ministério Público, ao estabelecer inconstitucional
hierarquização subserviente em relação ao Executivo, permitindo que, unilateralmente, limitasse os
valores financeiros segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias no caso daqueles
poderes e instituição não promoverem a limitação no prazo estabelecido no caput. A defesa de um Estado
Democrático de Direito exige o afastamento de normas legais que repudiam o sistema de organização
liberal, em especial na presente hipótese, o desrespeito à separação das funções do poder e suas autonomias
constitucionais, em especial quando há expressa previsão constitucional de autonomia financeira. Doutrina.”

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LIMITAÇÃO DE EMPENHO
• “1. O direito prescrito no art. 168 da CF/88 instrumentaliza o postulado da Separação de Poderes e, dessa perspectiva, institui um
dos fundamentos essenciais para a permanência do Estado Democrático de Direito, impedindo a sujeição dos demais Poderes e
órgãos autônomos da República a arbítrios e ilegalidades perpetradas no âmbito do Poder Executivo respectivo. 2. É dever de cada
um dos Poderes, por ato próprio, proceder aos ajustes necessários, com limitação de empenho (despesa), ante a frustração de
receitas que inviabilize o cumprimento de suas obrigações (LC nº 101/2000, art. 9º), operando-se esses ajustes em um ambiente
de diálogo institucional, em que o Poder Executivo sinaliza o montante da frustração de receita - calculada a partir do que fora
projetado no momento da edição da lei orçamentária e a receita efetivamente arrecadada no curso do exercício financeiro de
referência - e os demais Poderes e órgãos autônomos da República, no exercício de sua autonomia administrativa, promovem os
cortes necessários em suas despesas para adequarem as metas fiscais de sua responsabilidade aos limites constitucionais e
legais autorizados, conforme sua conveniência e oportunidade. 3. O impasse no ambiente dialógico institucional reclama a
atuação de um terceiro - estranho ao órgão autônomo interessado no repasse orçamentário e ao Poder com a função de arrecadar
a receita e realizar o orçamento – na solução da controvérsia, admitindo-se que o contingenciamento uniforme seja autorizado
por decisão judicial, resguardando-se a possibilidade de compensação futura no caso de a frustração orçamentária alegada não
se concretizar. 4. A exigência de repasse integral dos recursos financeiros projetados na lei orçamentária para Poderes e órgãos
autônomos não é o meio adequado para se proceder ao sancionamento de eventual ilegalidade perpetrada pelo Poder Executivo
respectivo nos atos de governo e de gestão de sua responsabilidade, os quais podem e devem ser submetidos à avaliação nas
esferas adequadas e perante os órgãos competentes para seu conhecimento e eventual sancionamento dos responsáveis. 5. Tutela
de urgência parcialmente deferida para assegurar ao Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro o direito de receber, até o dia 20
(vinte) de cada mês, em duodécimos, os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, sendo facultado ao Poder Executivo
do referido Estado-membro proceder ao desconto uniforme de 19,6% (dezenove inteiros e seis décimos por cento) da Receita
Corrente Líquida prevista na Lei estadual nº 7.210/2016 (LOA) em sua própria receita e na dos demais Poderes e órgãos
autônomos, ficando ressalvada a possibilidade de compensação futura caso não se demonstre o decesso na arrecadação no
“relatório detalhado com todos os recursos que compõem a Receita Corrente Líquida” (Lei estadual nº 7.483/2016, art. 7º, II), ao
qual deve ser conferida a mais ampla transparência e publicidade.” (Trecho da ementa no MS 34483 MC, Relator(a): DIAS TOFFOLI,
Segunda Turma, julgado em 22/11/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-174 DIVULG 07-08-2017 PUBLIC 08-08-2017)

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