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DESPESA PÚBLICA

Marcelo Adriano
1. Introdução
Estado: garantidor da paz social e do bem comum

Ferramenta: despender recursos na forma de despesa.

Regra: eficiência no gasto e controle dos recursos.


2. Conceito de Despesa Pública
Para o setor público, é de vital importância, pois é a lei orçamentária que fixa a
despesa pública autorizada para um exercício financeiro. A despesa
orçamentária pública é o conjunto de dispêndios realizados pelos entes públicos
para o funcionamento e manutenção dos serviços públicos prestados à
sociedade.
2.1 Despesa em sentido amplo
Toda e qualquer saída de recursos dos cofres público.
✓ Orçamentária;
Toda transação que depende de autorização legislativa, na forma de
consignação de dotação orçamentária, para ser efetivada.
Despesas previstas no orçamento, LOA e em Créditos Adicionais.
Destinadas a atender necessidades públicas.
✓ Extra orçamentária:
Dispêndio extraorçamentário é aquele que não consta na lei orçamentária anual,
compreendendo determinadas saídas de numerários decorrentes de depósitos,
pagamentos de restos a pagar, resgate de operações de crédito por antecipação
de receita e recursos transitórios.
Desembolsos de recursos, em regra, transitórios:
✓ Devolução dos valores de terceiros (cauções/depósitos);
✓ Retenções em folha de pagamento;
✓ Pagamento de em Restos a Paga;
✓ Pagamento de AROs;
✓ Consignações em folha de pagamento;
✓ Pagamentos de Salário-Família, Salário-Maternidade e Auxílio-Natalidade.
2.1 Despesa em sentido estrito: Orçamentária.
Aplicação de certa quantia, por parte da autoridade ou do agente público
competente, dentro de uma autorização legislativa, para a execução de um fim a
cargo do governo.
3. Realização da despesa pública orçamentária
Art. 35 - Pertencem ao exercício financeiro:
I. As receitas nele arrecadadas;
II. As despesas nele legalmente empenhadas.
Para que a despesa seja considerada legalmente empenhada, ela deve ser:
1) Previamente autorizadas no orçamento;
2) Submetidas ao processo licitatório, ou que tenham sido dispensadas desta
obrigação.
3) Que o empenho a despesa tenha sido ordenados por agente legalmente
investido no poder de autorizar despesa, o ordenador de despesa.
4. Estágios da Despesa Orçamentária
1. Fixação (previsão)
2. Empenho;
3. Liquidação; e Execução
4. Pagamento.
5. Etapas da despesa orçamentária - MCASP

✓ Fixação;
✓ Descentralização de créditos;
1) Planejamento;
✓ Programação orçamentária e financeira;
✓ Licitação.

✓ Empenho;
2) Execução. ✓ Liquidação; e
✓ Pagamento.
5.1. Planejamento:
Toda a análise para a formulação do plano e ações governamentais que serviram
de base para:

5.1.1. Fixação da Despesa:


Limites de gastos, incluídos nas leis orçamentárias com base nas receitas
previstas.
Concluída com a autorização legislativa
5.1.2. Descentralizações de Créditos Orçamentários:
5.1.2. Descentralizações de Créditos Orçamentários:
Não se confundem com transferências e transposição, pois:
✓ Não modifica o valor da programação ou de suas dotações orçamentárias
(créditos adicionais);
✓ Não altera a unidade orçamentária (classificação institucional) detentora do
crédito orçamentário aprovado na lei orçamentária ou em créditos adicionais
(transferência/transposição).
Descentralizações financeira:
5.1.3. Programação Orçamentária e Financeira:
Compatibilização do fluxo dos pagamentos com o fluxo dos recebimentos,
visando o ajuste da despesa fixada às novas projeções de resultados e da
arrecadação.
✓ Frustração da receita estimada no orçamento: limitação de empenho e
movimentação financeira, com objetivo de atingir os resultados previstos na
LDO e impedir a assunção de compromissos sem respaldo financeiro.
LRF
Art. 8º - Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que
dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e observado o disposto na alínea c do
inciso I do art. 4o, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o
cronograma de execução mensal de desembolso.
[...]
Art. 9º - Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita
poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou
nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério
Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias
subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os
critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.”
5.1.4. Processo de Licitação:
A Constituição Federal
Art. 37 - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
também, ao seguinte:
[...]
XXI. ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,
compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública
que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas
que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da
proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações.
5.2. Execução:
Lei nº 4.320/1964: empenho, liquidação e pagamento.
5.2.1. Empenho
✓ Reserva de dotação prevista no Orçamento para fazer frente a uma despesa
específica;
✓ Garantia de futuro pagamento ao credor da Administração Pública;
✓ Instrumento de programação financeira que permite ao Estado ter o controle
do montante referente aos compromissos já assumidos e, por consequência, o
montante das dotações ainda não utilizadas.
Lei 4320/64
Art. 58. Empenho é o ato emanado de autoridade competente que cria para o
Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.
Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho.
Decreto 93.872/86
Art . 24. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho (Lei nº
4.320/64, art. 60).
Parágrafo único. Em caso de urgência caracterizada na legislação em vigor,
admitir-se-á que o ato do empenho seja contemporâneo à realização da
despesa.
Efeito da realização do empenho
✓ Considera-se realizada a da despesa pública;
✓ Garantia de futuro pagamento ao futuro credor;
✓ Reduz os créditos disponíveis.
Valor do empenho:
Lei 4320/64
Art. 59 - O empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos
concedidos.
Etapas do empenho
✓ Autorização: verificação no orçamento da existência de crédito orçamentário
suficiente para a realização daquela despesa; e
✓ Formalização: elaboração da nota de empenho (NE), que possui os dados
referentes à compra ou à contratação (dados do contratante, data da entrega,
valor, objeto, classificação da despesa etc.)

Lei 4320/64, art. 60...


§ 1º Em casos especiais previstos na legislação específica será
dispensada a emissão da nota de empenho.
Modalidades de empenho:
1) Ordinário: montante conhecido e pagamento em parcela única (mais comum);
2) Estimativo: valor estimado, havendo discrepância ajusta-se com reforço ou
anulação da despesa empanhada;
3) Global (contratual): valor conhecido e pagamento parcelado. Empenha-se
somente o que for cumprido dentro do exercício financeiro.
Tipos de empenho segundo a sua finalidade
1) Original: gerar uma reserva da dotação prevista no Orçamento;
2) Anulação: anular, total ou parcialmente, um empenho original ou de reforço;
3) Reforço: complementar, reforçar um empenho anteriormente emitido.
Pré- empenho
✓ Antecede o empenho para assegurar o crédito previsto no orçamento em
razão da demora nos processos antecedentes, licitação;
✓ Visa justamente resguardar e garantir a existência dos recursos orçamentários
e financeiros para a realização de certa despesa;
✓ Não é fase formal da despesa, mas reduz a dotação correspondente;
✓ Não vincula a despesa ao exercício correspondente.
5.2.2. Liquidação
Verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e
documentos comprobatórios do respectivo crédito. Essa verificação tem por fim
apurar:
1) A origem e o objeto do que se deve pagar;
2) A importância exata a pagar;
3) A quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.
A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por
base:
1) O contrato, ajuste ou acordo respectivo;
2) A nota de empenho;
3) Os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.
Aspecto patrimonial (contábil): nem sempre o momento do fato gerador
coincide com a liquidação da despesa orçamentária.
5.2.3. Pagamento
✓ Após o efetivo processamento (liquidação) da despesa;
✓ É a transferência para a conta do fornecedor do valor apurado na liquidação.
✓ Meio: em regra, por Ordens Bancárias de Pagamento – OBP.
Lei 4320/64
Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade
competente, determinando que a despesa seja paga.
Parágrafo único. A ordem de pagamento só poderá ser exarada em documentos
processados pelos serviços de contabilidade.
Art. 65. O pagamento da despesa será efetuado por tesouraria ou pagadoria
regularmente instituídos por estabelecimentos bancários credenciados e, em
casos excepcionais, por meio de adiantamento.
Realização da despesa orçamentária
✓ Aspecto orçamentário: empenho
Lei 4320/64
Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:
I - as receitas nele arrecadadas;
II - as despesas nele legalmente empenhadas.
✓ Aspecto patrimonial (contábil): redução do Patrimônio Líquido.
Classificação das despesas
Finalidade:
✓ Apresentar aspectos que possam melhor demonstrar as características dos
dispêndios públicos
✓ Expor detalhes que venham a auxiliar com informações todos aqueles
interessados no processo que envolve a despesa pública.
Quanto a inclusão no orçamento (natureza orçamentária da despesa)
1) Orçamentária
✓ Previstas no orçamento, LOA ou Lei de Créditos Adicionais;
✓ Atender necessidades públicas;
✓ Instrumento para alcançar os fins dos programas governamentais;
✓ Controle do poder legislativo Poder Legislativo.
2) Extra orçamentária
✓ Não constam no orçamento;
✓ Não necessitam de autorização legislativa.
✓ Saída de recursos transitórios.
✓ Pagamento de passivos financeiros.
✓ Entraram como receitas extra orçamentárias.
Exemplos:
✓ Devolução dos valores de terceiros (cauções/depósitos);
✓ Recolhimento de Consignações/Retenções;
✓ Pagamento de em restos a paga;
✓ Pagamento dos valores obtidos em operação de crédito por antecipação de
receita orçamentária;
✓ Pagamentos de Salário-Família, Salário-Maternidade e Auxílio-Natalidade;
Classificação da despesa orçamentária
Quanto à categoria econômica (Lei 4320/64 )
✓ Efeito econômico das transações do setor público.
✓ Impacto que o gasto público tem na economia (manutenção ou se de
inovação).
✓ Participação do Estado na renda nacional.
✓ Contribuição para a formação PIB.
✓ Quanto o orçamento contribui para a formação do patrimônio bruto do ente a
qual se refere.
1) Correntes
✓ Consumo de bens e serviços (atividades operacionais do ente público).
✓ Destinam a manutenção;
✓ Não contribui para a formação do patrimônio estatal;
✓ Todas as despesas que não contribuem, diretamente, para a formação ou
aquisição de um bem de capital.
1.1) Despesas de Custeio:
Dotações para manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as
destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis.
✓ Pessoal civil;
✓ Pessoal Militar;
✓ Material de consumo;
✓ Serviços de terceiros;
✓ Encargos diversos;
✓ Dentre outros.
1.2) Transferências Correntes:
Dotações para despesas as quais não corresponda contraprestação direta em
bens ou serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a
atender à manifestação de outras entidades de direito público ou privado.
✓ Subvenções Sociais;
✓ Subvenções Econômicas;
✓ Inativos;
✓ Pensionistas;
✓ Salário Família e Abono Familiar;
✓ Juros da Dívida Pública;
✓ Contribuições de Previdência Social; e
✓ Diversas Transferências Correntes.
✓ Subvenções sociais: que se destinem a instituições públicas ou privadas de
caráter assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa;
✓ Subvenções econômicas: que se destinem a empresas públicas ou privadas
de caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril.
✓ Fundos de participação: FPM, FPE, ou programas de desenvolvimento das
regiões norte, nordeste e centro-este.
2) De Capital
✓ Inovação e expansão do patrimônio público.
✓ Compras, amortizações;
✓ Contribuírem diretamente para o patrimônio do ente a que se referem.
2.1) Investimentos: impacta o PIB
✓ Planejamento e a execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de
imóveis considerados necessários à realização destas últimas;
✓ Programas especiais de trabalho;
✓ Aquisição de instalações;
✓ Equipamentos e material permanente;
✓ Constituição ou aumento do capital de empresas que não sejam de caráter
comercial ou financeiro.
2.2) Inversões Finaceiras: não impacta o PIB
✓ Aquisição de Imóveis (desde que não sejam novos)
✓ Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Empresas ou
Entidades Comerciais ou Financeiras
✓ Aquisição de Títulos Representativos de Capital de Empresa em
Funcionamento (desde que não haja aumento de capital)
✓ Constituição de Fundos Rotativos
✓ Concessão de Empréstimos
✓ Diversas Inversões Financeiras
2.3) Transferências de Capital:
Dotações para investimentos ou inversões financeiras que outras pessoas de
direito público ou privado devam realizar, independentemente de contraprestação
direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios ou
contribuições, segundo derivem diretamente da Lei de Orçamento ou de lei
especialmente anterior, bem como as dotações para amortização da dívida
pública.
✓ Amortização da Dívida Pública;
✓ Auxílios para Obras Públicas;
✓ Auxílios para Equipamentos e Instalações;
✓ Auxílios para Inversões Financeiras
✓ Outras Contribuições.
Classificação segundo a Natureza da Despesa
(Portaria Interministerial nº 163, de 4 de maio de 2001)
✓ Consolidação das Contas Públicas Nacionais;
✓ Princípio da discriminação que.
Art. 3º A classificação da despesa, segundo a sua natureza, compõe-
se de:
I - categoria econômica;
II - grupo de natureza da despesa;
III - elemento de despesa;
Art. 5º Em decorrência do disposto no art. 3º a estrutura da natureza da despesa
a ser observada na execução orçamentária de todas as esferas de Governo
será:
a) “c” representa a categoria econômica;
b) “g” o grupo de natureza da despesa;
c) “mm” a modalidade de aplicação;
d) “ee” o elemento de despesa; e
e) “dd” o desdobramento, facultativo, do elemento de despesa.
Código “3.1.90.11.00”, segundo o esquema abaixo:
Lei 4320/64
Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á no mínimo por
elementos.
§ 1º Entende-se por elementos o desdobramento da despesa com pessoal,
material, serviços, obras e outros meios de que se serve a administração publica
para consecução dos seus fins.
§ 2º Para efeito de classificação da despesa, considera-se material permanente o
de duração superior a dois anos.

PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 163, DE 4 DE MAIO DE 2001


Art. 6o Na lei orçamentária, a discriminação da despesa, quanto à sua natureza,
far-se-á, no mínimo, por categoria econômica, grupo de natureza de despesa e
modalidade de aplicação.
Conceitos: portaria 163/01.
1) Categoria econômica:
3. Corrente;
4. Capital.
2) Grupo de Natureza da despesa:
1 - Pessoal e Encargos Sociais (despesa corrente);
2 - Juros e Encargos da Dívida (despesa corrente);
3 - Outras Despesas Correntes;
4 - Investimentos (Despesa de Capital);
5 - Inversões Financeiras (Despesa de Capital);
6 - Amortização da Dívida (Despesa de Capital);
3) Modalidade de aplicação:
✓ Responsável pela aplicação (Diretamente por órgãos ou entidades no âmbito
da mesma esfera de Governo ou por outro ente da Federação e suas
respectivas entidades);
✓ Eliminação da dupla contagem dos recursos transferidos ou descentralizados.
20 - Transferências à União;
22 - Execução Orçamentária Delegada à União;
30 - Transferências a Estados e ao Distrito Federal;
90 - Aplicações Diretas;
91 - Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e Entidades
Integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social;
4) Elemento de despesa:
✓ Identificar os objetos de gasto:
✓ Vencimentos e vantagens fixas;
Exemplos:
✓ Juros;
✓ Diárias;
✓ Material de consumo;
✓ Subvenções sociais;
✓ Obras e instalações;
✓ Equipamentos e material permanente.
5) Desdobramento facultativo do Elemento de despesa (sub-elemento)
5.7. Classificação institucional (quem?):
Reflete a estrutura organizacional de alocação dos créditos orçamentários.
Unidade orçamentária: o agrupamento de serviços subordinados ao mesmo
órgão ou repartição a que serão consignadas dotações próprias. Já órgão
orçamentário é o agrupamento de unidades orçamentárias.

Órgão: agrupamento de órgãos

Obs: Pode, eventualmente, não corresponder a uma estrutura administrativa


5.8. Classificação funcional (em que?).
Área de ação governamental a despesa será realizada.
Funções: maior nível de agregação das diversas áreas de atuação do setor
público. Reflete a competência institucional do órgão, como, por exemplo,
cultura, educação, saúde, defesa, que guarda relação com os respectivos
Ministérios.
Subfunções: nível de agregação imediatamente inferior à função e deve
evidenciar cada área da atuação governamental, por intermédio da identificação
da natureza das ações.
Matricialidade: combinar qualquer função com qualquer subfunção, mas não na
relação entre ação e subfunção, salvo Encargos Especiais e suas subfunções
típicas - 28.
5.9. Classificação Programática (Estruturas Programáticas)

✓ Mais moderna das classificações da despesa;


✓ Origem na antiga classificação funcional-programática;
✓ Vinculação das dotações orçamentárias a objetivos de governo;
✓ Demonstrar os objetivos da ação governamental para resolver necessidades
coletivas.
Programa
O Plano Plurianual (PPA) que vigerá no período de 2020-2023 apresenta 4
(quatro) pilares em sua construção, quais sejam: simplificação metodológica;
realismo fiscal; integração entre planejamento e avaliação; e, visão estratégica e
foco em resultados.

Conforme a figura abaixo, a metodologia do PPA 2020-2023 compreende 3


dimensões: a Dimensão Estratégica, composta pelos eixos da Estratégia
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Endes), as diretrizes do PPA
e os Temas; a Dimensão Tática, composta pelos Programas e seus objetivos,
meta e indicador de resultado e a Dimensão Operacional, onde estão as ações
orçamentárias e não-orçamentárias.
Ação orçamentária
Operação da qual resultam produtos (bens ou serviços) que contribuem para
atender ao objetivo de um programa.
Incluem-se também no conceito de ação as transferências obrigatórias ou
voluntárias a outros entes da Federação e a pessoas físicas e jurídicas, na forma
de subsídios, subvenções, auxílios, contribuições, entre outros, e os
financiamentos.

São de três tipos: atividade, projeto e operações especiais.


SIOP: código alfanumérico de oito dígitos

No PPA ainda constará uma ação que será identificada pelo dígito 9, que
corresponderá a uma ação não orçamentária.
Subtítulo:
✓ As atividades, os projetos e as operações especiais serão detalhados em
subtítulos, utilizados especialmente para identificar a localização física da
ação orçamentária, não podendo haver, por conseguinte, alteração de sua
finalidade, do produto e das metas estabelecidas.
✓ A adequada localização do gasto permite maior controle governamental e
social sobre a implantação das políticas públicas adotadas, além de evidenciar
a focalização, os custos e os impactos da ação governamental.
✓ A localização do gasto poderá ser de abrangência nacional, no exterior, por
Região (Norte, Nordeste, Centro Oeste, Sudeste, Sul), por Estado ou
Município ou, excepcionalmente, por um critério específico, quando
necessário. A LDO veda, na especificação do subtítulo, a referência a mais de
uma localidade, área geográfica ou beneficiário, se determinados.
✓ Na União, o subtítulo representa o menor nível de categoria de programação e
será detalhado por esfera orçamentária, por GND, por modalidade de
aplicação, IDUSO e por fonte/destinação de recursos, sendo o produto e a
unidade de medida os mesmos da ação.
5.10. Classificação da despesa por esfera orçamentária
Art. 165
(...)
§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:
I. o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e
entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público;
II. o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III. o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos
a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e
fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.
5.10. Classificação da despesa por esfera orçamentária
1<>2
5.11. Classificação da despesa segundo impacto no PL

1) Despesas efetiva:
Despesas que provocam impacto negativo no PL do ente federativo sendo
classificadas como fatos modificativos diminutivos.
Despesas correntes - aquisição de material de consumo para estoque +
Transferência de Capital.
2) Despesas por mutação (não efetivas):
Despesas que não provocam impacto negativo no PL do ente em função de uma
compensação no ativo ou no passivo. São classificadas como fatos permutativos
Despesas de capital - transferência de capital + aquisição de material de
consumo para estoques.
5.12. Classificação da despesa por identificador de resultado primário

✓ Caráter indicativo;
✓ Auxiliar a apuração do resultado primário previsto na LDO;
✓ Constar no PLOA e na respectiva lei em todos os GNDS;
✓ Identificando, de acordo com a metodologia de cálculo das necessidades de
financiamento, cujo demonstrativo constará em anexo à loa.

§ 5º do art. 7º do PLDO 2021: “nenhuma ação poderá conter, simultaneamente,


dotações destinadas a despesas financeiras e primárias, ressalvada a reserva de
contingência.
2<>3
6. Estrutura da programação orçamentária

Propósito: atender às exigências de informação demandadas por todos os


interessados nas questões de finanças públicas, como os poderes públicos, as
organizações públicas e privadas e a sociedade em geral.

Na estrutura atual, o orçamento público está organizado em programas de


trabalho, que contêm informações qualitativas e quantitativas, sejam físicas ou
financeiras.
6.1. Programação qualitativa
O programa de trabalho, que define qualitativamente a programação
orçamentária, deve responder, de maneira clara e objetiva, às perguntas
clássicas que caracterizam o ato de orçar, sendo, do ponto de vista operacional,
composto dos seguintes blocos de informação: classificação por esfera,
classificação institucional, classificação funcional, estrutura programática e
principais informações do Programa e da Ação, conforme detalhado a seguir:
6.2. Programação quantitativa
A programação orçamentária quantitativa tem duas dimensões: a física e a
financeira.

A dimensão física define a quantidade de bens e serviços a serem entregues.

Dimensão física: quantidade de bens e serviços a serem entregues.


Dimensão financeira: estima o montante necessário para o desenvolvimento da
ação orçamentária de acordo com os seguintes classificadores:
6.3. Código-exemplo da estrutura completa da programação
7. Regime contábil e orçamentário
Norma Brasileira de Contabilidade NBC T 16.5 (Resolução CFC 1.132/08)
a) Os registros da entidade, desde que estimáveis tecnicamente, devem ser
efetuados, mesmo na hipótese de existir razoável certeza de sua ocorrência.
b) Os registros contábeis devem ser realizados e os seus efeitos evidenciados
nas demonstrações contábeis do período com os quais se relacionam,
reconhecidos, portanto, pelos respectivos fatos geradores, independentemente
do momento da execução orçamentária. Assim, numa visão patrimonial a
execução orçamentária passou a ser irrelevante.
c) Os registros contábeis das transações das entidades do setor público devem
ser efetuados, considerando as relações jurídicas, econômicas e patrimoniais,
prevalecendo nos conflitos entre elas a essência sobre a forma
d) A entidade do setor público deve aplicar métodos de mensuração ou avaliação
dos ativos e dos passivos que possibilitem o reconhecimento dos ganhos e das
perdas patrimoniais.
Portaria Conjunta STN/SOF nº 3
1) A despesa e a receita serão reconhecidas por critério de competência
patrimonial, visando conduzir a contabilidade do setor público brasileiro aos
padrões internacionais e ampliar a transparência sobre as contas públicas;
2) São mantidos os procedimentos usuais de reconhecimento e registro da
receita e da despesa orçamentárias, de tal forma que a apropriação patrimonial:
✓ Não modifique os procedimentos legais estabelecidos para o registro das
receitas e das despesas orçamentárias;
✓ Não implique necessariamente modificação dos critérios estabelecidos no
âmbito de cada ente da federação para elaboração das estatísticas fiscais e
apuração dos resultados fiscais de que trata a lei complementar no 101, de
2000; e
✓ Não constitua mecanismo de viabilização de execução de despesa pública
para a qual não tenha havido a devida fixação orçamentária.
O Manual de Contabilidade aplicada ao Setor Público - 2014
1) A Contabilidade Aplicada ao Setor Público, assim como qualquer outro ramo
da ciência contábil, obedece aos princípios de contabilidade. Dessa forma,
aplica-se o princípio da competência em sua integralidade, ou seja, os efeitos
das transações e outros eventos são reconhecidos quando ocorrem, e não
quando os recursos financeiros são recebidos ou pagos;
2) No setor público, o regime orçamentário reconhece a despesa orçamentária
no exercício financeiro da emissão do empenho e a receita orçamentária pela
arrecadação.
Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:
I – as receitas nele arrecadadas;
II – as despesas nele legalmente empenhadas
3) A contabilidade deve evidenciar, tempestivamente, os fatos ligados à
administração orçamentária, financeira e patrimonial, gerando informações que
permitam o conhecimento da composição patrimonial e dos resultados
econômicos e financeiros. Portanto, com o objetivo de evidenciar o impacto no
Patrimônio, deve haver o registro da receita em função do fato gerador,
observando-se os Princípios da Competência e da Oportunidade;
4) O reconhecimento da receita, sob o enfoque patrimonial, apresenta como
principal dificuldade a determinação do momento de ocorrência do fato gerador.
Para a receita tributária pode-se utilizar o momento do lançamento como
referência para o reconhecimento, pois nesse estágio da execução da receita
orçamentária é que:
✓ Verifica-se a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente;
✓ Determina-se a matéria tributável;
✓ Calcula-se o montante do tributo devido;
✓ Identifica-se o sujeito passivo.
5) Ocorrido o fato gerador, pode-se proceder ao registro contábil do direito em
contrapartida a uma variação ativa, em contas do sistema patrimonial, o que
representa o registro da receita por competência.
6) Além do registro dos fatos ligados à execução orçamentária, exige-se
evidenciar os fatos ligados à execução financeira e patrimonial, exigindo que os
fatos modificativos sejam levados à conta de resultado e que as informações
contábeis permitam o conhecimento da composição patrimonial e dos resultados
econômicos e financeiros de determinado exercício.
Aspecto Orçamentário
Compreende o registro e a evidenciação do orçamento público, tanto quanto à
sua aprovação quanto à sua execução. Os registros de natureza orçamentária
são base para a elaboração do Relatório Resumido da Execução Orçamentária
(RREO) e dos Balanços Orçamentário e Financeiro, que representam os
principais instrumentos para refletir esse aspecto.
Aspecto Patrimonial
Compreende o registro e a evidenciação da composição patrimonial do ente
público. Nesse aspecto, devem ser atendidos os princípios e as normas
contábeis voltadas para o reconhecimento, mensuração e evidenciação dos
ativos e passivos e de suas variações patrimoniais. O Balanço Patrimonial (BP) e
a Demonstração das Variações
Patrimoniais (DVP) representam os principais instrumentos para refletir esse
aspecto. O processo de convergência às normas internacionais de contabilidade
aplicada ao setor público (CASP) visa a contribuir, primordialmente, para o
desenvolvimento deste aspecto.
Aspecto Fiscal
Compreende a apuração e evidenciação, por meio da contabilidade, dos
indicadores estabelecidos pela LRF, dentre os quais se destacam os da despesa
com pessoal, das operações de crédito e da dívida consolidada, além da
apuração da disponibilidade de caixa, do resultado primário e do resultado
nominal, a fim de verificar-se o equilíbrio das contas públicas. O Relatório de
Gestão Fiscal (RGF) e o Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO)
representam os principais instrumentos para evidenciar esse aspecto.
Ordenador de Despesas
✓ Servidor público investido de autoridade e competência para emitir empenho e
autorizar pagamentos.
Decreto-Lei n.º 200/67:
“Art.80 (...)
(Parágrafo) 1º. O ordenador de despesa é toda e qualquer autoridade
de cujos atos resultem emissão de empenho, autorização de
pagamento, suprimento ou dispêndio de recursos da União ou pela
qual esta responda.”
✓ Responsável pelo recebimento, verificação, guarda ou aplicação de dinheiros,
valores e outros bens públicos e responde pelos prejuízos que acarreta à
Fazenda, salvo se o prejuízo decorreu de ato praticado por agente
subordinado, que exorbitar das ordens recebidas.
✓ Sujeito à tomada de contas, que será realizada pelo órgão de contabilidade e
verificada pelo órgão de auditoria interna, antes de ser encaminhada ao
Tribunal de Contas, incumbido do julgamento das contas.
Decreto 93872/86 (art. 39)
Responderão pelos prejuízos que acarretarem à Fazenda Nacional, o
ordenador de despesas e o agente responsável pelo recebimento e
verificação, guarda ou aplicação de dinheiros, valores e outros bens
públicos. O ordenador de despesa, salvo conivência, não é
responsável por prejuízos causados à Fazenda Nacional, decorrentes
de atos praticados por agente subordinado que exorbitar das ordens
recebidas.

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