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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E

ORÇAMENTÁRIA

• AFO
• AULA 06
ASSUNTOS :
• SUPRIMENTO DE FUNDOS
• RESTOS A PAGAR
• DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES
• SUPERVISÃO MINISTERIAL E CONTROLE INTERNO.

Prof. Eder Fabeni


email:ederfabeni@hotmail.com
SUPRIMENTO DE FUNDOS
01 - Suprimentos de fundo ou regime de
adiantamento: é a modalidade de realização de
despesas por meio de adiantamento concedido
a um servidor, para prestação de contas
posterior, quando não for realizável o
pagamento utilizando-se os serviços da rede
bancária. Aplicável aos casos de despesas
expressamente definidos em lei, que consiste na
entrega de numerário a servidor, sempre
precedida de empenho da dotação própria.
Feita a critério do ordenador de despesa e sob
sua inteira responsabilidade.
SUPRIMENTO DE FUNDOS
Aspectos Contábeis:
 No ato de concessão do suprimento de fundos, já se
considera a despesa como inteiramente realizada.
 A Administração fica com um Direito a Receber
 A concessão de suprimento de fundos constitui despesa
não efetiva.
Lei 4.320/64, Art. 68. O regime de adiantamento é
aplicável aos casos de despesas expressamente definidos
em lei e consiste na entrega de numerário a servidor,
sempre precedida de empenho na dotação própria
para o fim de realizar despesas, que não possam
subordinar-se ao processo normal de aplicação.
SUPRIMENTO DE FUNDOS
O ordenador pode conceder suprimentos :
- Para atender a despesas eventuais, inclusive em
viagens e com serviços especiais, que exijam pronto
pagamento em espécie.
- Quando a despesa deve ser feita em caráter sigiloso,
conforme se classificar em regulamento.
- Para atender despesas de pequeno vulto, assim
entendidas aquelas cujo valor, em cada caso, não
ultrapassar limite estabelecido em Portaria no
Ministro da Fazenda
Nota: suprimentos são para vultos eventuais e
sigilosos.
SUPRIMENTO DE FUNDOS
1.1 A proposta de concessão de suprimentos de
fundos deverá conter:
- A finalidade.
- A justificativa da excepcionalidade da despesa por
suprimento de fundos, indicando o fundamento
normativo: deverá ser indicado apenas um inciso
do decreto n. 93.872/1996, que será indicado
também na(s) Nota(s) de Empenho.
- Indicação do meio de concessão: cartão de
pagamento do governo federal ou depósito em
conta bancária.
SUPRIMENTO DE FUNDOS
- A especificação da ND ( Natureza da Despesa)
e do PI( Plano Interno), quando for o caso.
- Indicação do valor total e por cada natureza
de despesa.
- Quando do uso do CPGF ( cartão de
pagamento do governo federal ) , deve-se
indicar, sempre que houver, o valor autorizado
para saque.
- Indicação do período de aplicação e data para
prestação de contas.
SUPRIMENTO DE FUNDOS
1.2 Prazos:
• Prazo máximo para a utilização dos recursos: até 90 dias,
contados a partir da data do ato de concessão do suprimento.
• Prazo para prestação de contas: até 30 dias, contados a partir
do 1º dia após o prazo de utilização do suprimento.
• A prestação de contas da importância aplicada até 31 de
dezembro deverá ser apresentada até o dia 15 de janeiro do
exercício subsequente, ou até prazo estabelecido por Norma
de Encerramento.
• É vedado a aquisição de material permanente por
suprimentos de fundos, ressalvados os casos excepcionais
devidamente reconhecidos e em consonância com as normas
que disciplinam a matéria.
SUPRIMENTO DE FUNDOS
1.3 Restrições á concessão de suprimento de
fundos:
- A responsável por dois suprimentos
- A servidor que tenha a seu cargo a guarda ou a
utilização do material a adquirir, salvo quando
não houver na repartição outro servidor
- A responsável por suprimento de fundos que,
esgotado o prazo não tenha prestado contas a
sua aplicação.
- Servidor declarado em alcance ( teve suas
contas impugnadas).
RESTOS A PAGAR
02 - Restos a Pagar : de acordo com o art. 36 da Lei 4320/64,
considerem restos a pagar as despesas empenhadas, mas
não pagas, até 31 de dezembro. No final do exercício, as
despesas orçamentárias empenhadas e não pagas serão
inscritas em restos a pagar e constituirão a dívida
flutuante. Podem-se distinguir dois tipos de restos a pagar:
os processados e os não processados.
OS ORÇAMENTOS ANUAIS SÃO MUNDOS SEPARADOS
• Empenho
• Liquidação
• Pagamento
Assim, para uma definição simples, restos a pagar são
empenhos que transitaram de exercício.
RESTOS A PAGAR
Decreto 93.872/86
Art. 67. Considerem-se Restos a Pagar as
despesas empenhadas e não pagas até 31 de
dezembro, distinguindo-se as despesas
processadas das não processadas.
§ 1º Entendem-se por processadas e não
processadas, respectivamente, as despesas
liquidadas e as não liquidadas, na forma
prevista neste decreto.
§ 2º O registro dos Restos a Pagar far-se-á por
exercício e por credor.
RESTOS A PAGAR
a) Restos a pagar processados: são as despesas
legalmente empenhadas, cujo objeto do
empenho já foi recebido, ou seja, já ocorreu o
estágio da liquidação, mas não houve o
pagamento, sendo necessário somente o
pagamento do valor inscrito, visto que a
despesa já foi devidamente liquidada. São as
despesas cujo serviço, obra ou material
contratado tenha sido prestado ou entregue e
aceito pelo contratante.
RESTOS A PAGAR
b) Restos a pagar não processados: serão
inscritas em restos a pagar não processados as
despesas não liquidadas quando o serviço ou
material contratado tenha sido prestado ou
entregue e que se encontre, em 31 de
dezembro de cada exercício financeiro, em
fase de verificação do direito adquirido pelo
credor ou quando o prazo para cumprimento
da obrigação assumida pelo credor estiver
vigente.
RESTOS A PAGAR
Nota: Restos a pagar não processados (RPNP) e
o regime contábil da competência.
Considerando que ainda não existe despesa real
nesse caso, eles deveriam ou não ser
contabilizados sob o aspecto financeiro, afetando
negativamente o patrimônio, ou apenas como fatos
contábeis de controle?
Para resolução de provas, aceite que os RPNP
são tratados também como despesa, embora não
ocorrida segundo os parâmetros da ciência
contábil, para a qual o registro de uma despesa
corresponde a uma redução efetiva do patrimônio.
RESTOS A PAGAR
Os RPNP deveriam apresentar algum indicativo de execução futura;
Assim, como regra, considerou-se que, se o empenho não for liquidado até
31 de dezembro, ele deverá ser anulado, a não ser que estejam
presentes condições especiais.
Decreto 93.872/86:
Art. 35. O empenho de despesa não liquidada será considerado anulado
em 31 de dezembro, para todos os fins, salvo quando:
I - vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor,
nele estabelecida;
II - vencido o prazo de que trata o item anterior, mas esteja em
cursos a liquidação da despesa, ou seja de interesse da
Administração exigir o cumprimento da obrigação assumida pelo credor;
III - se destinar a atender transferências a instituições públicas ou privadas;
IV - corresponder a compromissos assumidos no exterior.
RESTOS A PAGAR
• Inscrição: a inscrição em restos a pagar é feita na
data de encerramento do exercício financeiro de
emissão da nota de empenho, e terá validade até
31 de dezembro do ano subsequente, vedada a
reinscrição. È considerada receita extra
orçamentária.
• A inscrição de Restos a Pagar deve observar os
limites e condições de modo a prevenir riscos e
corrigir desvios capazes de afetar o equilíbrio das
contas públicas, conforme estabelecido na lei de
responsabilidade fiscal.
RESTOS A PAGAR
A LRF determina ainda, em seu art. 42, que qualquer
despesa empenhada nos últimos 8 meses do mandato
deve ser totalmente paga no exercício, acabando por
vetar sua inscrição ou parte dela em restos a pagar, a
não ser que haja suficiente disponibilidade de caixa
para viabilizar seu correspondente pagamento.
Observa-se que embora a LRF não aborde o mérito do
que pode ou não ser inscrito em restos a pagar, veda
contrair obrigação no último ano do mandato do
governante sem que exista respectiva cobertura
financeira, eliminando dessa forma as heranças fiscais,
conforme art. 42
RESTOS A PAGAR
• Pagamento: o pagamento de restos a pagar, seja
processado ou não processado, é feito no ano
seguinte ao da sua inscrição. È considerada despesa
extra orçamentária.
• Cancelamento: os restos a pagar não pagos até 31 de
dezembro do ano subsequente ao de sua inscrição
serão cancelados.
Obs.: Sendo o pagamento reclamado após o
cancelamento da inscrição, uma vez reconhecido o
direito do credor, deverá(o pagamento) ser efetuado
á conta do orçamento vigente, isto é, sendo
enquadrada como Despesas de exercícios anteriores.
RESTOS A PAGAR
PRESCRIÇÃO: os restos a pagar só prescrevem após
05 anos a partir da data de inscrição.
A prescrição relativa ao direito do credor ocorre
em cinco anos, contados a partir da data de
inscrição, excetuando-se os casos em que haja
interrupções decorrentes de atos judiciais.
Restos a pagar processados : Segundo o art. 1º do Decreto nº
20.910/32
“As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem
assim todo e qualquer direito ou ação contra a fazenda federal,
estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em
cinco anos contados da data do ato ou fato do qual se originarem”.
RESTOS A PAGAR
PRESCRIÇÃO:
Restos a pagar não processados (art. 68 do
Decreto nº 93.872/86):
 Condicionada à indicação pelo ordenador de
despesas;
 Validade: 30 de junho do segundo ano
subsequente ao de sua inscrição;
 STN realizará o bloqueio dos saldos dos restos a
pagar não processados e não liquidados;
 Unidades Gestoras solicitarão os desbloqueios das
contas;
RESTOS A PAGAR
PRESCRIÇÃO: RPNP
CUIDADO;
Permanecerão válidos após 30 de junho do segundo ano
subsequente ao de sua inscrição;
 Com execução iniciada em curso (entrega ou aferição
parcial);
 Despesas:
PAC;
Ministério da Saúde;
Ministério da Educação financiadas com recursos
da Manutenção e Desenvolvimento do Ensino;
NOTA: Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011
RESTOS A PAGAR
IMPACTO NA PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA;
IMPACTO NO PATRIMÔNIO:
 PASSIVO FINANEIRO – DÍVIDA FLUTUANTE
 A Dívida Flutuante é constituída de obrigações de curto
prazo, que não necessitam de autorização orçamentária
para sua quitação.
CANCELAMENTO DE EMPENHO:
 NO EXERCÍCIO: Reverte a dotação;
 NO OUTRO EXERCÍCIO:
4.320/64: Receita Orçamentária
STN e Doutrina: Variação Ativa Patrimonial
RESTOS A PAGAR
- Os restos a pagar com prescrição
interrompida, assim considerada a despesa
cuja inscrição em restos a pagar tenha sido
cancelada, ainda vigendo o direito do credor.
- Os compromissos decorrentes e obrigação de
pagamento criada em virtude de lei e
reconhecidos após o encerramento do
exercício.
DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES
03 – Despesas de exercícios anteriores: essas
despesas resultam de compromissos gerados em
exercícios anteriores, sendo pagas á conta do
orçamento vigente. São despesas fixadas no
orçamento vigente, decorrentes de compromissos
assumidos em exercícios anteriores àquele em
deva ocorrer o pagamento. Não se confundem
com restos a pagar, tendo em vista que sequer
foram empenhados, ou se foram, tiveram seus
empenhos anulados ou cancelados.
DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES
O art. 37 da lei 4320/1964 dispõe que as despesas de
exercícios encerrados, para as quais o orçamento
respectivo consignava crédito próprio, com saldo
suficiente para atendê-las, que não se tenham
processado na época própria, bem como os restos a
pagar com prescrição interrompida e os
compromissos reconhecidos após o encerramento
do exercício correspondente, poderão ser pagos á
conta de dotação específica consignada no
orçamento, discriminada por elementos, obedecida,
sempre que possível a ordem cronológica.
DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES
3.1 Exemplos em que o gestor recorrerá ao empenho
à conta de DEA:
a) Despesas com saldo suficiente para atendê-las e
não processadas no mesmo exercício financeiro: ao
longo de todo o ano, o Poder Público procede ao
empenho de suas despesas, comprometendo-o com
um determinado fornecedor. Ao final do exercício,
entretanto, é possível que este fornecedor, por
vários motivos, não realize a prestação a qual se
obrigou: não entregue o bem, não preste o serviço
ou não realize a obra ou sua etapa.
DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES
Em outras palavras, tais despesas não se
processaram. Nessas condições, as alternativas à
disposição do administrador público são apenas
duas: ou ele mantém o valor empenhado
inscrevendo seu beneficiário em restos a pagar;
ou procede a anulação do empenho
correspondente. Na hipótese de optar por esta
última alternativa, o pagamento que vier a ser
reclamado em exercícios futuros(pelo fornecedor)
poderá ser empenhada novamente, só que a
conta de Despesas de Exercícios anteriores.
DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES
b) Restos a pagar com inscrição interrompida:
retomando a situação descrita no item precedente, na
hipótese de o administrador público, entretanto, optar
por manter o empenho correspondente, inscrevendo-
o em restos a pagar, também é possível por razões
diversas, que o fornecedor não implemente a
prestação a que se obrigou durante todo o transcorrer
do exercício seguinte. Nessa hipótese, o administrador
público poderá cancelar o valor inscrito. Se assim
ocorrer, o valor que vier a ser reclamado no futuro,
pelo fornecedor, também poderá ser reempenhado à
conta de Despesas de Exercícios anteriores.
DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES
c) Compromissos reconhecidos após o encerramento do
exercício correspondente:
Em dadas situações, alguns compromissos são reconhecidos
pelo administrador público após o término do exercício em
que foram gerados ( criada em virtude de lei). Um exemplo
dessas situações é o caso de um servidor público cujo filho
tenha nascido em dezembro de um ano qualquer, mas que
somente veio a solicitar o benefício de salário família em
janeiro do ano subsequente. Para proceder o pagamento
das despesas relativas ao mês de dezembro, é preciso,
primeiramente, reconhecê-las e , após, empenha-las à conta
de DEA. Tais despesas, portanto, sofrem o empenho pela
primeira vez, diferentemente das outras duas situações
apontadas, cujos objetos já sofreram empenhos no passado.
CONTROLE INTERNO E SUPERVISÃO
MINISTERIAL
01 – Conceito: Controle interno ou controle
administrativo é o exercido pela Administração
Pública em relação a seus próprios atos. Ao
contrário do controle judicial que segue a
inércia do Poder Judiciário, pode ser exercido
de ofício e também mediante provocação.
Conforme definição de Maria Sylvia Zanella Di
Pietro:
Controle administrativo é o poder de fiscalização e correção
que a Administração Pública (em sentido amplo) exerce
sobre sua própria atuação, sob os aspectos de legalidade e
mérito, por iniciativa própria ou mediante provocação.
CONTROLE INTERNO E SUPERVISÃO
MINISTERIAL
O controle interno é exercido pelas entidades da
Administração Pública como um todo, sejam integrantes da
Administração Pública Direta ou da Administração Pública
Indireta.
O controle interno é mais amplo que o controle judicial.
Enquanto o controle judicial se limita a questão da legalidade,
o controle administrativo analisa a legalidade e pode ainda
adentrar ao mérito administrativo. Tal posicionamento é
confirmado pela Súmula 473 do Supremo Tribunal Federal:
A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados
de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência e
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial
CONTROLE INTERNO E SUPERVISÃO
MINISTERIAL
O controle interno é derivado do poder de autotutela da
Administração Pública sobre seus atos e seus
servidores. Esse controle é exercido normalmente pelo
poder hierárquico, que por sua vez se divide em
controle hierárquico próprio e impróprio. O controle
hierárquico próprio é exercido por um órgão
hierarquicamente superior que controla e fiscaliza um
órgão de hierarquia inferior, e o controle hierárquico
impróprio é aquele que é exercido com auxílio de
órgãos específicos de controle, mas que integrantes da
Administração Pública, vez que o controle hierárquico é
espécie de controle interno, sendo exercido então
somente por órgãos do Poder Executivo.
CONTROLE INTERNO E SUPERVISÃO
MINISTERIAL
O controle interno ou administrativo se manifesta de três
formas diferentes denominadas pela doutrina como meios
quais sejam: fiscalização hierárquica, supervisão
ministerial e recursos administrativos.
A fiscalização hierárquica é a manifestação do controle
hierárquico próprio. É o controle exercido por órgãos
superiores sobre órgãos inferiores da mesma
Administração. Conforme salienta Hely Lopes Meirelles:
fiscalização hierárquica é exercida pelos órgãos superiores sobre os
inferiores da mesma da mesma Administração, visando ordenar,
coordenar, orientar e corrigir suas atividades e agentes. É inerente
ao poder hierárquico, em que se baseia a organização
administrativa, e, por isso mesmo, há de estar presente em todos os
órgãos do Executivo.
CONTROLE INTERNO E SUPERVISÃO
MINISTERIAL
O órgão superior analisa a forma de elaboração
de atos administrativos, todos os aspectos
pertinentes a legalidade, além de avaliar o
mérito administrativo. Analisa a observância a
regulamentos próprios como estatutos ou
regimentos internos da entidade, com uma
maior precisão por ser integrante do mesmo
sistema de regulação.
CONTROLE INTERNO E SUPERVISÃO
MINISTERIAL
A supervisão ministerial é um meio de controle
administrativo exercidos sobre as entidades
integrantes da Administração Pública indireta em
relação ao ministério a que estejam vinculadas.
Insta salientar que esta vinculação não reflete
subordinação hierárquica, dada a autonomia e
independência das entidades da Administração
Pública indireta. Trata-se de controle finalístico,
controle quanto ao objetivo das atividades
desenvolvidas, por parte da Administração que
instituiu o ente da Administração Pública indireta.
CONTROLE INTERNO E SUPERVISÃO
MINISTERIAL
Recursos administrativos devem ser entendidos
em seu sentido amplo como todo e qualquer
meio hábil para propiciar o reexame de ato ou
decisão administrativa pela própria
administração.
Estão diretamente ligados ao direito de petição,
que por sua vez são assegurados pela descrição
do artigo 5º, incisos XXXIV e LV da Constituição
da República, abaixo transcritos:
CONTROLE INTERNO E SUPERVISÃO
MINISTERIAL
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
(…)
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de
taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou
contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de
direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
(…)
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com
os meios e recursos a ela inerentes;
CONTROLE INTERNO E SUPERVISÃO
MINISTERIAL
Os recursos administrativos são os meios hábeis de se
viabilizar o direito de petição.
Assim como no processo judicial, todos os recursos
administrativos são recebidos nos efeitos devolutivo e
suspensivo. Devolutivo, pois a matéria será reexaminada
pela Administração Pública, e suspensivo, pois o ato
questionado tem sua eficácia e validade suspensa até a
decisão do recurso administrativo interposto.
São diversos os recursos administrativos admitidos na
legislação, dentre os quais destacam-se representação,
reclamação administrativa, recurso hierárquico, pedido de
reconsideração e revisão do processo.
CONTROLE INTERNO E SUPERVISÃO
MINISTERIAL
Espécies de Controle:
1. quanto à extensão do controle:
CONTROLE INTERNO: é todo aquele realizado pela entidade ou órgão
responsável pela atividade controlada, no âmbito da própria administração.
Exercido de forma integrada entre os Poderes
- responsabilidade solidária dos responsáveis pelo controle interno, quando
deixarem de dar ciência ao TCU de qualquer irregularidade ou ilegalidade.
CONTROLE EXTERNO: ocorre quando o órgão fiscalizador se situa em
Administração DIVERSA daquela de onde a conduta administrativa se
originou. Controle do Judiciário sobre os atos do Executivo em ações
judiciais; sustação de ato normativo do Poder Executivo pelo Legislativo;
CONTROLE EXTERNO POPULAR: As contas dos Municípios ficarão, durante
60 dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e
apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.
CONTROLE INTERNO E SUPERVISÃO
MINISTERIAL
2. quanto ao momento em que se efetua:
CONTROLE PRÉVIO OU PREVENTIVO: é o que é exercido antes
de consumar-se a conduta administrativa, como ocorre, por
exemplo, com aprovação prévia, por parte do Senado Federal,
do Presidente e diretores do Banco Central.
CONTROLE CONCOMITANTE: acompanha a situação
administrativa no momento em que ela se verifica. É o que
ocorre, por exemplo, com a fiscalização de um contrato em
andamento.
CONTROLE POSTERIOR OU CORRETIVO: tem por objetivo a
revisão de atos já praticados, para corrigi-los, desfazê-los ou,
somente, confirmá-los. ABRANGE ATOS como os de aprovação,
homologação, anulação, revogação ou convalidação.
CONTROLE INTERNO E SUPERVISÃO
MINISTERIAL
3. quanto à natureza do controle:
CONTROLE DE LEGALIDADE: é o que verifica a conformidade
da conduta administrativa com as normas legais que a regem.
Esse controle pode ser interno ou externo. Vale dizer que a
Administração exercita-o de ofício ou mediante provocação: o
Legislativo só o efetiva nos casos constitucionalmente
previstos; e o Judiciário através da ação adequada. Por esse
controle o ato ilegal e ilegítimo somente pode ser anulado, e
não revogado.
CONTROLE DO MÉRITO: é o que se consuma pela verificação
da conveniência e da oportunidade da conduta administrativa.
A competência para exercê-lo é da Administração, e, em casos
excepcionais, expressos na Constituição, ao Legislativo, mas
nunca ao Judiciário.
CONTROLE INTERNO E SUPERVISÃO
MINISTERIAL
4. quanto ao órgão que o exerce:
CONTROLE ADMINISTRATIVO: é exercido pelo Executivo e pelos órgãos
administrativos do Legislativo e do Judiciário, sob os ASPECTOS DE
LEGALIDADE E MÉRITO, por iniciativa própria ou mediante provocação.
Meios de Controle:
- Fiscalização Hierárquica: esse meio de controle é inerente ao poder
hierárquico.
- Supervisão Ministerial: APLICÁVEL nas entidades de administração
indireta vinculadas a um Ministério; supervisão não é a mesma coisa
que subordinação; trata-se de controle finalístico.
- Recursos Administrativos: são meios hábeis que podem ser utilizados
para provocar o reexame do ato administrativo, pela PRÓPRIA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Recursos Administrativos: em regra, o efeito
É NÃO SUSPENSIVO.
CONTROLE INTERNO E SUPERVISÃO
MINISTERIAL
   - Representação: denúncia de irregularidades feita
perante a própria Administração;
   - Reclamação: oposição expressa a atos da Administração
que afetam direitos ou interesses legítimos do interessado;

   - Pedido de Reconsideração: solicitação de reexame


dirigida à mesma autoridade que praticou o ato;
  - Recurso Hierárquico próprio: dirigido à autoridade ou
instância superior do mesmo órgão administrativo em que
foi praticado o ato; é decorrência da hierarquia;
   - Recurso Hierárquico Expresso: dirigido à autoridade ou
órgão estranho à repartição que expediu o ato recorrido,
mas com competência julgadora expressa.
CONTROLE INTERNO E SUPERVISÃO
MINISTERIAL
CONTROLE LEGISLATIVO: NÃO PODE exorbitar às hipóteses
constitucionalmente previstas, sob pena de ofensa ao princípio
da separação de poderes. O controle alcança os órgãos do
Poder Executivo e suas entidades da Administração Indireta e o
Poder Judiciário (quando executa função administrativa).
- Controle Político: tem por base a possibilidade de fiscalização
sobre atos ligados à função administrativa e organizacional.
- Controle Financeiro: A fiscalização contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial da União e das
entidades da administração direta e indireta, quanto à
legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das
subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo
Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema
de controle interno de cada Poder.
CONTROLE INTERNO E SUPERVISÃO
MINISTERIAL
- Campo de Controle: Prestará contas qualquer pessoa
física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade,
guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores
públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em
nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
TCU: é órgão integrante do Congresso Nacional que tem a
FUNÇÃO DE auxiliá-lo no controle financeiro externo da
Administração Pública.
Obs.: No âmbito estadual e municipal, aplicam-se, no que
couber, aos respectivos Tribunais e Conselhos de Contas, as
normas sobre fiscalização contábil, financeira e
orçamentária.
CONTROLE INTERNO E SUPERVISÃO
MINISTERIAL
CONTROLE JUDICIAL: é o poder de fiscalização
que o Judiciário exerce ESPECIFICAMENTE sobre a
atividade administrativa do Estado. Alcança,
basicamente, os atos administrativos do
Executivo, mas também examina os atos do
Legislativo e do próprio Judiciário quando realiza
atividade administrativa.
Obs.: É VEDADO AO JUDICIÁRIO apreciar o mérito
administrativo e restringe-se ao controle da
legalidade e da legitimidade do ato impugnado.

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