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ORDENS

BANCÁRIAS
Ficha técnica

Ana Carolina Viana Peixoto (conteudista)

Priscila Campos Pereira (designer instrucional)

Camila Rodrigues de Souza (coordenadora)

Lavínia Cavalcanti Martini T. dos Santos (coordenadora)

Desenvolvimento do curso realizado no âmbito do contrato Enap / Avante Brasil


Tecnologias Educacionais, 2019.
Sumário

Módulo 1.................................................................................................................. 4

Apresentação........................................................................................................... 4

1. Introdução............................................................................................................ 5

2. Contextualização da ordem bancária dentro do tema da despesa pública..............5

3. Características gerais das ordens bancárias.........................................................7

3.1. Emissão...............................................................................................................7

4. Trânsito das ordens bancárias............................................................................ 13

5. Autorização........................................................................................................ 14

6. Resumo.............................................................................................................. 19
Módulo 1

Apresentação
Olá!

Seja bem vindo ao curso do Siafi Ordens Bancárias.

Imagine que chegou pelo correio a fatura de telefone do órgão público federal em
que você trabalha e você se pergunta: como pagar essa fatura? Ou, mais ainda, como
são feitos os diversos pagamentos dos órgãos públicos federais a seus servidores,
fornecedores, beneficiários de programas sociais e outros?

Ao terminar este curso, esperamos que você seja capaz de compreender como são
realizados os principais tipos de pagamento do governo federal, qual o documento
utilizado para executar tais pagamentos e como preencher esse documento, de
acordo com o tipo de pagamento.

Tenha um excelente curso!

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1. Introdução

Como os órgãos públicos pagam as suas despesas? Como isso funciona?

Para responder a essas perguntas, é importante situar o pagamento e o documento


pelo qual é realizado dentro do tema despesa pública. Além disso, cabe identificar
características comuns a todos os tipos de pagamento. Outro ponto importante é
verificar qual o caminho seguido para que os recursos financeiros relativos aos pa-
gamentos do governo federal cheguem ao seu destino e como esses pagamentos são
autorizados.

Ao fim deste módulo, esperamos que você seja capaz de entender a que fase da des-
pesa pertence o pagamento, que documento é utilizado para que seja realizado, que
características são comuns a todos os pagamentos e como são autorizados esses
pagamentos e enviados os recursos financeiros correspondentes.

2. Contextualização da ordem bancária dentro do tema da


despesa pública
O que a despesa dos órgãos públicos possui de diferente em relação às despesas que
você realiza no seu dia a dia? Uma das principais diferenças é que a despesa pública,
de acordo com a legislação (Lei nº 4.320/1964 e Decreto nº 93.872/1986), deve obe-
decer, obrigatoriamente, a três fases: empenho, liquidação e pagamento.

De acordo com a Lei nº 4.320/1964, o empenho é o ato da autoridade competente


pelo qual se cria para o Estado a obrigação de pagamento daquela despesa. Essa é a
fase em que é reservada uma parte no orçamento para pagamento daquela despesa.
Já a liquidação é a fase em que se verifica, por meio de títulos e documentos, que o
credor possui o direito de receber os recursos relativos àquela despesa. Ou seja, é
na liquidação que se verifica se o que se pretendia com a despesa foi feito, quanto
se deve pagar e a quem se deve pagar. Já o pagamento é a última fase da despesa:
aquela em que a autoridade competente determina que a despesa seja paga. Em ou-
tras palavras, é a fase em que os recursos financeiros são transferidos ao credor da
despesa.

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O Decreto nº 93.872/1986 prevê que o pagamento deve ser realizado por documento
próprio, assinado pelo ordenador de despesa e pelo agente responsável pelo setor
financeiro do órgão. Esse documento próprio é um documento contábil denominado
ordem bancária.

Assim, temos:

1ª fase – empenho

DESPESA PÚBLICA 2ª fase – liquidação

3ª fase – pagamento

Documento próprio

Ordem bancária

Lei nº 4.320/1964:
Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que
cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de
condição.
Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo
credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo cré-
dito.
§ 1° Essa verificação tem por fim apurar:
I – a origem e o objeto do que se deve pagar;
II – a importância exata a pagar;
III – a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.
Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade competente,
determinando que a despesa seja paga.

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3. Características gerais das ordens bancárias
Você já sabe que o pagamento é a última fase da despesa pública e que é realizado
por meio de um documento chamado ordem bancária. Mas, como se faz, na prática,
um pagamento do governo federal?

A Constituição Federal de 1988 determina que as disponibilidades de caixa da União


sejam depositadas no Banco Central. Ou seja, o “dinheiro” da União está depositado
no Banco Central em uma única conta. É o que chamamos de Conta Única do Tesouro
Nacional.

Isso implica que, para que os pagamentos do governo federal sejam realizados, os
recursos financeiros devem sair da Conta Única no Banco Central e ser enviados ao
credor. Nesse sentido, a emissão de uma ordem bancária, em última análise, constitui
um comando para retirada de recursos da Conta Única e transferência para a conta
indicada pelo credor.

Decreto nº 93.872/1986:

Art. 5° O pagamento da despesa, obedecidas as normas reguladas neste decreto,


será feito mediante saques contra a conta do Tesouro Nacional.

3.1. Emissão

Mas você ainda pode questionar: como se faz esse comando para retirada de re-
cursos da Conta Única para transferência ao credor de um pagamento do governo
federal? Ou, em outras palavras, como se emite uma ordem bancária?

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A emissão da ordem bancária é realizada por meio do Sistema Integrado de Adminis-
tração Financeira do Governo Federal (Siafi).

Informações sobre o sigilo do Siafi

O Siafi foi implantado em 1987 e vem sendo melhorado com o passar dos anos, com
as rotinas sendo migradas aos poucos para a sua versão web, o chamado Siafi Web:

Tela de login do Siafi

Para diferenciar um Siafi do outro, costumamos chamar de Siafi Operacional o primeiro


a ser implantado e de Siafi Web, ou Novo Siafi, a versão web.

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Saiba mais no site do Tesouro Direto.

Na medida em que o Siafi foi sofrendo melhorias, a emissão de ordens bancárias foi
ficando mais simples. Uma das melhorias do sistema que afetou a emissão de ordens
bancárias foi a criação do contas a pagar e receber (CPR). Antes da criação do CPR,
quem emitisse uma ordem bancária deveria informar eventos e contas contábeis na
própria ordem bancária. Com a criação do CPR, basta saber que tipo de pagamento
está sendo realizado e escolher uma situação. Uma vez escolhida a situação correta,
eventos e contas contábeis da ordem bancária são buscados automaticamente pelo
Siafi.

Acesse o Manual do Siafi.

O CPR foi o primeiro módulo do Siafi a migrar para o Siafi Web, em 2012. A partir desse
momento, as ordens bancárias passaram a ser emitidas a partir do Siafi Web. Nessa
nova configuração, as informações relativas às três fases da despesa (empenho,
liquidação e pagamento) são inseridas no CPR no que se chama documento hábil:

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O documento hábil é incluído por meio de uma transação do Siafi Web chamada
>INCDH e possui várias abas para inserção de informações:

Transação INCDH do Siafi Web

Entre as partes a serem preenchidas no documento hábil está o “Pré-Doc”, que fica, na
maior parte das vezes, na aba “Dados de Pagamento” do documento hábil. É no “Pré-
Doc” que são informados os dados necessários à emissão de uma ordem bancária,
após a inserção das informações relativas às outras duas fases da despesa:

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Abas dados de pagamento - parte

A ordem bancária, então, passou pelas seguintes fases:

Uma vez preenchidos os dados necessários a um pagamento no CPR, incluindo


o “Pré-Doc” com as informações para geração da ordem bancária, e registrado
o documento hábil correspondente no Siafi Web, são gerados compromissos. Um
desses compromissos é o relativo à ordem bancária. Para geração dessa ordem, é
necessário realizar esse compromisso. Para isto existe um módulo no CPR denominado
“Gerenciar Compromissos – GERCOMP”:

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Módulo CPR – GERCOMP

Ao realizar o compromisso, ainda não é gerada a ordem bancária em si, mas sim
uma ordem de pagamento (OP) e uma NS que reserva os recursos financeiros para
a geração da ordem bancária. Após a autorização da OP pelo ordenador de despesa
(ou seu substituto) e do gestor financeiro (ou seu substituto), por meio da transação
Gerenciar Ordens de Pagamento (GEROP) no Siafi Web, a ordem bancária é gerada no
Siafi Operacional. Ou seja, apesar do comando para geração da ordem bancária ser
realizado por meio do Siafi Web, a ordem bancária, por ser um documento contábil, é
gerada no Siafi Operacional, já que a parte relativa à contabilidade do Siafi não migrou
para o Siafi Web:

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Ordem de pagamento no Siafi Operacional

4. Trânsito das ordens bancárias


Nesse ponto você pode se perguntar: como a emissão de uma ordem bancária no
Siafi vai resultar na transferência da Conta Única do Tesouro Nacional para a conta
bancária de um credor do governo federal?

A Lei nº 4.595/1964, em seu art. 19, inciso I, prevê o Banco do Brasil como agente
financeiro do Tesouro Nacional. Desse modo, por muito tempo os pagamentos do
governo federal eram realizados com a intermediação do Banco do Brasil.

Mas como isso funcionava? O Banco do Brasil recebia arquivos com ordens bancá-
rias emitidas no Siafi com os dados para pagamentos de credores e efetuava tais
pagamentos. Ao mesmo tempo, recebia recursos relativos à arrecadação de tributos
e outras receitas federais. Se, ao fim do dia, o Banco do Brasil tivesse recebido mais
recursos do que realizado pagamentos do governo federal, transferia o excedente
para a Conta Única. Se, ao contrário, houvesse mais pagamentos do que recebimen-
tos, retirava os recursos correspondentes a esse excesso da Conta Única.

A partir de 2002, com a evolução do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), passou


a ser possível ao Tesouro Nacional realizar pagamentos sacando diretamente da
Conta Única no Banco Central.

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Nessa nova configuração, o Banco do Brasil continuou a figurar como agente financeiro
para alguns tipos de ordem bancária, recebendo arquivos de ordens bancárias e
operacionalizando os pagamentos correspondentes, mas, no caso de outros tipos de
OB, os recursos passaram a ser enviados ao banco indicado pelo credor diretamente,
via Banco Central, sem a intermediação do Banco do Brasil.

Saiba mais sobre o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) no site do Banco Cen-
tral do Brasil.

5. Autorização
Como você já viu, a legislação exige que a ordem bancária seja assinada pelo orde-
nador de despesa e pelo agente responsável pelo setor financeiro do órgão (também
chamado de gestor financeiro). Mas como é feita essa autorização?

Até 2018, todas as ordens bancárias eram assinadas por meio do Siafi Operacional.
Assim, para que um pagamento fosse autorizado, o ordenador de despesa e o gestor
financeiro deveriam entrar, cada um com a sua senha, no Siafi Operacional e acessar
a transação >ATUREMOB. A partir de 2019, essa autorização passou a ocorrer em
ordens de pagamento (OPs) no Siafi Web por meio da transação GEROP com a posterior
geração automática das ordens bancárias correspondentes no Siafi Operacional.

Para autorizar uma ordem de pagamento, o ordenador (ou o gestor financeiro) deverá
entrar na transação GEROP no Siafi Web, escolher a opção de assinatura correspon-
dente ao seu cargo e, se desejar, filtrar as ordens de pagamento que deseja assinar,
conforme as opções de filtro disponíveis:

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Transação GEROP do Siafi Web

Em seguida, deverá selecionar a ordem de pagamento que deseja assinar e pressionar


o botão “assinar”:

Seleção e assinatura da ordem de pagamento

Após a assinatura, o Siafi Web mostrará o resultado da operação de assinatura e a


lista de OP’s assinadas:

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Resultado da operação de assinatura e a lista de OP’s assinadas

A transação GEROP também pode ser utilizada para verificar se uma ordem de paga-
mento foi autorizada ou não pelo ordenador de despesa e pelo gestor financeiro:

Pesquisa de ordem de pagamento na transação GEROP

Nesse caso, será mostrado o detalhamento da ordem de pagamento e a assinatura


que houver sido realizada:

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Tela de detalhamento da ordem de pagamento

Se a pesquisa na GEROP for realizada sem informar uma ordem de pagamento


específica, o Siafi Web mostrará as OPs que atendam ao que foi informado no filtro
(determinado período, por exemplo), as assinaturas realizadas e o status em que se
encontra cada OP:

Resultado da pesquisa da ordem de pagamento

Se a ordem de pagamento já houver sido emitida, mas a ordem bancária ainda não
houver sido gerada, e se desejar alterar o documento hábil correspondente, é preciso
retirar a(s) assinatura(s) da OP e cancelá-la por meio da transação GEROP:

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Cancelamento de assinatura

Após o cancelamento da OP, é gerada uma NS estornando a NS que reservou os


recursos para geração da ordem bancária e a OP fica com o status “cancelada”:

Status de cancelamento da assinatura

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6. Resumo
Até agora você já aprendeu:

• Que a ordem bancária é o documento próprio pelo qual se concretiza o paga-


mento, que é a terceira fase da despesa;
• Que as ordens bancárias são emitidas atualmente por meio do CPR, no Siafi
Web;
• Que os dados para geração de uma ordem bancária são inseridos no “Pré-Doc”,
que fica em um documento hábil no CPR;
• Que uma ordem bancária só é emitida quando a ordem de pagamento resul-
tante da realização do compromisso de pagamento na GERCOMP é assinada.
• Que a ordem bancária pode seguir dois caminhos: ser enviada diretamente,
via Banco Central, sem a intermediação do Banco do Brasil, ou ser enviada via
Banco do Brasil, que é o agente financeiro do governo federal;
• Que a legislação exige que a ordem bancária seja assinada pelo ordenador de
despesa e pelo gestor financeiro, e essas assinaturas ocorrem por meio da as-
sinatura da ordem de pagamento correspondente na transação GEROP no Siafi
Web.
• Que para alterar um documento hábil em que a OP já foi emitida, mas a ordem
bancária ainda não foi gerada, é preciso retirar a(s) assinatura(s) que porven-
tura tenha(m) sido realizada(s) e cancelar a OP.

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