Você está na página 1de 6

Arranjos de pagamentos - Matérias para concursos

eder carlos
13–18 minutos

Arranjos de pagamentos

Um arranjo de pagamento é o conjunto de regras e procedimentos que disciplina a prestação de


determinado serviço de pagamento ao público. As regras do arranjo facilitam as transações financeiras
que usam dinheiro eletrônico. Diferentemente da compra com dinheiro vivo entre duas pessoas que se
conhecem, o arranjo conecta todas as pessoas que a ele aderem. É o que acontece quando o cliente usa
uma bandeira de cartão de crédito numa compra que só é possível porque o vendedor aceita receber
daquela bandeira.

Os arranjos podem se referir, por exemplo, aos procedimentos utilizados para realizar compras com
cartões de crédito, débito e pré-pago, em moeda nacional ou estrangeira. Os serviços de transferência e
remessas de recursos também são arranjos de pagamentos.

As pessoas jurídicas não financeiras que executam os serviços de pagamento no arranjo são chamadas
de instituições de pagamento e são responsáveis pelo relacionamento com os usuários finais do serviço.
Ex.: emissão de cartão de débito e crédito. Instituições financeiras também podem operar com
pagamentos.

Instituição de pagamento (IP) é a pessoa jurídica que viabiliza serviços de compra e venda e de
movimentação de recursos, no âmbito de um arranjo de pagamento, sem a possibilidade de conceder
empréstimos e financiamentos a seus clientes.

ATENÇÃO: Aqui costuma gerar confusão, pois a instituição de pagamento emite cartão de crédito, mas
não pode conceder empréstimos e financiamento a seus clientes. Aí cai na prova que a instituição de
pagamento financia seus clientes por meio de cartão de crédito e você lembra do pagamento mínimo,
que é um financiamento e taca como certo. Errado, pois quem está fazendo o financiamento para você é
uma instituição bancária por trás do cartão de crédito.

As Instituições de Pagamento não compõem o SFN, mas são reguladas e fiscalizadas pelo BC, conforme
diretrizes estabelecidas pelo CMN.

Tipos de instituições de pagamento:

Emissor de moeda eletrônica: Gerencia conta de pagamento do tipo pré-paga, na qual os recursos
devem ser depositados previamente. Exemplo: emissores de cartões pré-pagos em moeda nacional.

Emissor de instrumento de pagamento pós-pago: Gerencia conta de pagamento do tipo pós-paga, na


qual os recursos são depositados para pagar dívidas previamente assumidas. Exemplo: instituições
emissoras de cartão de crédito (o cartão de crédito é o instrumento de pagamento).

Credenciador: Habilita estabelecimentos comerciais para aceitação de instrumento de pagamento, sem


gerenciar contas de pagamento de usuários finais. Exemplo: fornecedor de maquininhas para
recebimento de cartões pelos lojistas.
Iniciador de transação de pagamento: Inicia transação de pagamento ordenada pelo usuário final,
porém não gerencia conta de pagamento, nem detém em momento algum os fundos das transações
iniciadas. Exemplo: instituição que possibilita que o cliente efetue pagamentos ou transferências
presenciais ou na internet, sem a utilização de cartão e sem ter que acessar diretamente o ambiente da
instituição onde o cliente tem conta.

As instituições de pagamento se submete a regulação sobre prevenção à lavagem de dinheiro (PLD).

Alguns tipos de arranjo de pagamentos não estão sujeitos à regulação do BCB, tais como os cartões
private label – emitidos por grandes varejistas e que só podem ser usados no estabelecimento que o
emitiu ou em redes conveniadas. Também não são sujeitos à supervisão do BC os arranjos para
pagamento de serviços públicos (como provisão de água, energia elétrica e gás) ou carregamento de
cartões pré-pagos de bilhete de transporte. Incluem-se nessa categoria, ainda, os cartões de vale-
refeição e vale-alimentação.

A legislação proíbe que instituições de pagamento prestem serviços privativos de instituições financeiras,
como a concessão de empréstimos e financiamentos ou a disponibilização de conta bancária e de
poupança.

Entre as empresas que prestam serviços de pagamento, temos:

As instituições do arranjo, isto é, aquelas que estabelecem as regras. É o caso das bandeiras de cartão de
crédito, que conectam pessoas do mundo inteiro para que o dinheiro do comprador segue ao vendedor.

As instituições financeiras ou de pagamento que aderirem ao arranjo. O papel delas é variado, incluindo,
respectivamente, a gestão das contas correntes bancárias, e a emissão dos instrumentos de pagamento,
como os cartões de débito e crédito.

As transações são registradas em conta corrente ou em conta de pagamento. Esta difere daquela pois
seus recursos não podem ser usados para empréstimos a terceiros.

O arranjo conecta pessoas que, sem ele, não teriam como realizar transações financeiras entre si.
Supervisionado pelo Banco Central, o arranjo fornece praticidade, confiabilidade e acesso do público a
diversas formas de pagamento.

Fonte: Banco Central

Pode cair no concurso a Lei Nº 12.865, de 9 de outubro de 2013, então como sempre recomendo, dê
uma lida, pois pode cair algo específico da Lei.

Coloquei abaixo o artigo 6º que achei importante você tomar conhecimento:


+
Art. 6º Para os efeitos das normas aplicáveis aos arranjos e às instituições de pagamento que passam a
integrar o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), nos termos desta Lei, considera-se:

I – arranjo de pagamento – conjunto de regras e procedimentos que disciplina a prestação de


determinado serviço de pagamento ao público aceito por mais de um recebedor, mediante acesso direto
pelos usuários finais, pagadores e recebedores;

II – instituidor de arranjo de pagamento – pessoa jurídica responsável pelo arranjo de pagamento e,


quando for o caso, pelo uso da marca associada ao arranjo de pagamento;

III – instituição de pagamento – pessoa jurídica que, aderindo a um ou mais arranjos de pagamento,
tenha como atividade principal ou acessória, alternativa ou cumulativamente:

a) disponibilizar serviço de aporte ou saque de recursos mantidos em conta de pagamento;

b) executar ou facilitar a instrução de pagamento relacionada a determinado serviço de pagamento,


inclusive transferência originada de ou destinada a conta de pagamento;

c) gerir conta de pagamento;

d) emitir instrumento de pagamento;

e) credenciar a aceitação de instrumento de pagamento;

f) executar remessa de fundos;

g) converter moeda física ou escritural em moeda eletrônica, ou vice-versa, credenciar a aceitação ou


gerir o uso de moeda eletrônica; e

h) outras atividades relacionadas à prestação de serviço de pagamento, designadas pelo Banco Central
do Brasil;

IV – conta de pagamento – conta de registro detida em nome de usuário final de serviços de pagamento
utilizada para a execução de transações de pagamento;

V – instrumento de pagamento – dispositivo ou conjunto de procedimentos acordado entre o usuário


final e seu prestador de serviço de pagamento utilizado para iniciar uma transação de pagamento; e

VI – moeda eletrônica – recursos armazenados em dispositivo ou sistema eletrônico que permitem ao


usuário final efetuar transação de pagamento.

§ 1º As instituições financeiras poderão aderir a arranjos de pagamento na forma estabelecida pelo


Banco Central do Brasil, conforme diretrizes estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional.

§ 2º É vedada às instituições de pagamento a realização de atividades privativas de instituições


financeiras, sem prejuízo do desempenho das atividades previstas no inciso III do caput.

§ 3º O conjunto de regras que disciplina o uso de instrumento de pagamento emitido por sociedade
empresária destinado à aquisição de bens ou serviços por ela ofertados não se caracteriza como arranjo
de pagamento.

§ 4º Ressalvado o disposto no § 5º deste artigo, não são alcançados por esta Lei os arranjos e as
instituições de pagamento em que o volume, a abrangência e a natureza dos negócios, a serem definidos
pelo Banco Central do Brasil, conforme parâmetros estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional,
não forem capazes de oferecer risco ao normal funcionamento das transações de pagamentos de varejo.
(Redação dada pela Lei nº 14.031, de 2020)

§ 5º O Banco Central do Brasil, respeitadas as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Monetário


Nacional, poderá requisitar informações a instituidores de arranjo de pagamento e a instituições de
pagamento para poder verificar o volume, a abrangência e a natureza dos seus negócios, exclusivamente
com o objetivo de avaliar sua capacidade de oferecer o risco de que trata o § 4º deste artigo. (Redação
dada pela Lei nº 14.031, de 2020)

A conta de pagamento é um registro individualizado das transações de pagamento (transferências e


pagamento de contas e de compras) realizadas em nome do usuário final. A conta pode ser pré-paga,
com aporte inicial para que sejam realizadas transações de pagamento via cartão, telefone, internet, etc.
A conta também pode ser pós-paga, mantida pelas instituições financeiras e instituições de pagamento
para abertura de limites de gastos em cartão de crédito, por exemplo.

Recomento também ler a circular nº 3.765, de 25 de setembro de 2015, que dispõe, no âmbito de
Arranjos de Pagamento integrantes do Sistema de Pagamentos Brasileiro.

Coloquei abaixo o artigo 28 da circular nº 3.765 sobre a interoperabilidade que já caiu em concurso:

DA INTEROPERABILIDADE

Art. 28. As regras de interoperabilidade entre arranjos ou no âmbito de um mesmo arranjo devem
garantir que o usuário final possa utilizar uma única conta de depósito à vista ou de pagamento para a
realização de transações de pagamento.

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO 1

Ano: 2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Polícia Federal

Com a Lei n.º 12.865/2013, novas competências foram conferidas ao Banco Central do Brasil: disciplinar
os arranjos de pagamento e estabelecer medidas que promovam a competição e a inclusão financeira no
processo de prestação de serviços de pagamento, bem como zelar pela eficiência, pela solidez e pelo
regular funcionamento desses arranjos de pagamento, assim como das instituições de pagamento.
Considerando essas novas competências do Banco Central, julgue o seguinte item.

A conta de pagamento é instrumento obrigatório para as instituições de pagamento que utilizam


exclusivamente instrumentos de pagamento pré-pago.

Certo

Errado

QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Polícia Federal

Com a Lei n.º 12.865/2013, novas competências foram conferidas ao Banco Central do Brasil: disciplinar
os arranjos de pagamento e estabelecer medidas que promovam a competição e a inclusão financeira no
processo de prestação de serviços de pagamento, bem como zelar pela eficiência, pela solidez e pelo
regular funcionamento desses arranjos de pagamento, assim como das instituições de pagamento.
Considerando essas novas competências do Banco Central, julgue o seguinte item.

A permissão para que usuários finais de determinado arranjo usem uma única conta de depósitos à vista
ou de pagamento para efetuarem pagamentos a usuários de outros arranjos constitui uma das formas de
aplicação do princípio da interoperabilidade, princípio legal que rege os arranjos de pagamento.

Certo

Errado

QUESTÃO 3

Ano: 2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Polícia Federal

Com a Lei n.º 12.865/2013, novas competências foram conferidas ao Banco Central do Brasil: disciplinar
os arranjos de pagamento e estabelecer medidas que promovam a competição e a inclusão financeira no
processo de prestação de serviços de pagamento, bem como zelar pela eficiência, pela solidez e pelo
regular funcionamento desses arranjos de pagamento, assim como das instituições de pagamento.
Considerando essas novas competências do Banco Central, julgue o seguinte item.

Os serviços de transferências e remessas de recursos realizadas por instituições não financeiras não se
enquadram no conceito de arranjos de pagamento.

Certo

Errado

QUESTÃO 4

Ano: 2019 Banca: FCC Órgão: BANRISUL

Instituição de pagamento é a pessoa jurídica que viabiliza serviços de compra e venda e de


movimentação de recursos, no âmbito de um arranjo de pagamento, que

A tem a possibilidade de conceder empréstimos, mediante garantias.

B gerencia conta de pagamento do tipo pré-paga.

C financia seus clientes por meio de cartão de crédito.

D está dispensada da aplicação da regulamentação sobre prevenção à lavagem de dinheiro.


E não está sujeita à supervisão do Banco Central do Brasil.

QUESTÃO 5

Ano: 2017 Banca: CFC Órgão: CFC

A condição regulamentar para uma pessoa jurídica ser instituição financeira de pagamento (IP), é
viabilizar serviços de compra e venda e de movimentação de recursos, no âmbito de um arranjo de
pagamento, SEM a possibilidade de:

A emitir moeda eletrônica.

B emitir instrumento de pagamento pós-pago.

C conceder empréstimos e financiamentos a seus clientes.

D credenciar/habilitar estabelecimentos comerciais para a aceitação de instrumento de pagamento

RESPOSTAS DAS QUESTÕES

RESPOSTA DA QUESTÃO 1 ERRADO

RESPOSTA DA QUESTÃO 2 CERTO

RESPOSTA DA QUESTÃO 3 ERRADO

RESPOSTA DA QUESTÃO 4 LETRA B

RESPOSTA DA QUESTÃO 5 LETRA C

Você também pode gostar