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Responsabilidade dos bancos em caso de fraude.

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Fraude PIX: Quem é o responsável os fraudadores ou o banco?

Publicado por Wellington Trindade


As instituições financeiras que permitem a abertura de contas sem criar mecanismos de controle
de movimentações financeiras e de autenticidade dos documentos tem o dever de indenizar o
consumidor que é lesado. E mais: responde por todo o constrangimento causado à vítima da
fraude mediante o pagamento de indenização por danos morais e materiais, pois foi conivente com
as fraudes.
Veja-se que, ao permitir que qualquer pessoa abra conta em seu sistema para receber pagamento,
sem exigir qualquer provada origem do negócio que o ensejou, a ré assume o risco de que
fraudadores possam utilizar sua plataforma para enriquecimento ilícito. A referida transação foi alvo
de fraude.
Por isso, considerando que a atividade desenvolvida pelo réu implica, por sua natureza, risco para
os direitos de outrem, haverá obrigação de reparar o dano, nos termos do artigo 927, parágrafo
único, do Código Civil.
Cabe também relembrar que a Lei nº 9.613/1998, que dispõe sobre a prevenção de crimes de
lavagem de dinheiro e ocultação de bens por meio do sistema financeiro, obriga a instituição
financeira a tomar providências para identificação dos clientes, manutenção de seus cadastros
atualizados e minuciosa análise das operações financeiras e do perfil do cliente.
O Banco Central, ao emitir a Circular nº 3978 de 23.1.2020 para consolidar os procedimentos
relativos àquela Lei nº 9.613/98, expressamente determina à instituição financeira que não apenas
colete e mantenha informações atualizadas dos clientes como somente inicie qualquer
relacionamento negocial após todos os documentos e informações serem providenciados.
O Capítulo V da Circular nº 3978/2020 denomina-se "Dos Procedimentos Destinados a Conhecer
os Clientes", título este que indica explicitamente a obrigação da instituição financeira de
"conhecer" e ter dados e informações de seus clientes.
A Circular nº 3978/20 do Banco Central expressamente exige da instituição financeira coleta de
informações sobre a origem dos recursos e a atividade econômica do cliente. Neste cenário, antes
de autorizar indiscriminadamente a emissão de boletos bancários pelos correntistas, deveria a ré,
ao menos, analisar o perfil do cliente para, se for o caso, assentir na prática ora em questão,
evitando ou ao menos reduzindo o risco destas fraudes tão corriqueiras e evitando que a sua conta
bancária seja utilizada para a prática de crimes.
As instituições concorrem para o evento danoso e deveriam adotar medidas que necessárias e
suficientes para impedir a atuação do terceiro fraudador, promovendo a segurança necessária dos
serviços prestados ao consumidor.
Nos termos da Súmula 479, do Colendo Superior Tribunal de Justiça, “As instituições financeiras
respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos
praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias”.

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O banco central em todas as suas normas e orientações determina que os bancos apliquem
mecanismos antifraude. Mas os bancos ignoram e dizem simplesmente aos clientes que: “sentem
pela fraude e que eles (clientes) devem tomar mais cuidado”.
Negligente se revela o banco ou empresa quando admite em sua agência ou pelos meios digitais a
abertura de conta via de documento falso e transações sem que tenham qualquer controle sobre
elas. Propiciando um ambiente seguro ao fraudador para cometer fraudes e não ser punido.
Há responsabilidade objetiva extracontratual da instituição financeira, porquanto o serviço
prestado foi defeituoso (abertura de contas para o cometimento de crimes) e o fato acarretou dano
ao consumidor direto.
Nesse sentido, confira-se o magistério de Sérgio Cavalieri Filho: “Muito se tem discutido a respeito
da natureza da responsabilidade civil das instituições bancárias, variando opiniões desde a
responsabilidade fundada na culpa até a responsabilidade objetiva, com base no risco profissional,
conforme sustentou Odilon de Andrade, filiando-se à doutrina de Vivante e Ramela ("Parecer" in
RF 89/714). Neste ponto, entretanto, importa ressaltar que a questão deve ser examinada por seu
duplo aspecto: em relação aos clientes, a responsabilidade dos bancos é contratual; em relação a
terceiros, a responsabilidade é extracontratual. (Programa de responsabilidade civil. 9 ed. São
Paulo: Atlas, 2010, p. 417)
Com efeito, no que concerne àqueles que sofrem os danos reflexos de serviços bancários falhos,
como o terceiro que tem seu nome utilizado para abertura de conta corrente ou retirada de cartão
de crédito, e em razão disso é negativado em órgãos de proteção ao crédito, não há propriamente
uma relação contratual estabelecida entre eles e o banco.
Aplica-se o disposto no art. 17 do Código Consumerista, o qual equipara a consumidor todas as
vítimas dos eventos reconhecidos como "fatos do serviço", verbis: Art. 17. Para os efeitos desta
Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento. ”
É nesse sentido o magistério de Cláudia Lima Marques: “A responsabilidade das entidades
bancárias, quanto aos deveres básicos contratuais de cuidado e segurança, é pacífica, em especial
a segurança das retiradas, assinaturas falsificadas e segurança dos cofres. Já em caso de falha
externa e total do serviço bancário, com abertura de conta fantasma com o CPF da "vítima-
consumidor" e inscrição no Serasa (dano moral), usou-se a responsabilidade objetiva da relação de
consumo (aqui totalmente involuntária), pois aplicável o art. 17 do CDC para transforma este
terceiro em consumidor e responsabilizar o banco por todos os danos (materiais e
extrapatrimoniais) por ele sofridos. Os assaltos em bancos e a descoberta das senhas em caixas
eletrônicos também podem ser considerados acidentes de consumo e regulados ex vi art. 14 do
CDC.” (MARQUES, Cláudia Lima. Comentários do Código de Defesa do Consumidor. 3 ed. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2010, p. 424)
Com efeito, por qualquer ângulo que se analise a questão, tratando-se de consumidor direto ou por
equiparação, a responsabilidade da instituição financeira por fraudes praticadas por terceiros, das
quais resultam danos aos consumidores, é objetiva.
Em casos como o dos autos, o serviço bancário é evidentemente defeituoso, porquanto é aberta
conta corrente em nome de quem verdadeiramente não requereu o serviço (art. 39, inciso III, do
CDC) e, em razão disso, foram utilizadas as contas para o cometimento de fraudes. Tal fato do
serviço não se altera a depender da sofisticação da fraude, se utilizados documentos falsificados
ou verdadeiros, uma vez que o vício e o dano se fazem presentes em qualquer hipótese.

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Deste modo, as instituições bancárias respondem objetivamente pelos danos causados por fraudes
ou delitos praticados por terceiros decorrentes de falhas nos seus mecanismos de gerenciamento
de riscos, compreendendo a inobservância de medidas de gestão de risco definidas neste
Regulamento e em dispositivos normativos complementares.
DAS ORIENTAÇÕES E PROCEDIMENTOS IMPOSTOS PELO BANCO CENTRAL QUE NÃO
SÃO SEGUIDOS PELOS BANCOS
Não há o que se falar em controle sem citar a Resolução 2.554/1998 do Banco Central do Brasil,
que dispõe exatamente sobre a implantação e implementação de “sistema de controles
internos” nas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo
Banco Central do Brasil. Neste contexto, sistema não significa tão somente uma ferramenta
de informática, mas sim o conjunto de medidas utilizados por uma instituição para controlar
suas atividades.
Uma das atividades preventivas mais importantes no âmbito de controle é o monitoramento.
Podemos dizer que o monitoramento é a ferramenta para controlar determinada atividade e, à
medida em que tomamos conhecimento do que está sendo realizado dentro de nossas instituições
(bancos) e de que forma, temos condição de saber se seguem o padrão estabelecido tanto pelas
regras internas quanto por aquelas estabelecidas pelos órgãos reguladores.
Monitorar nada mais é do que acompanhar e consequentemente, avaliar se a atividade realizada
está dentro do esperado.
Visto que tais demandas, já citadas na lei 9.613/1998 e normativos complementares, não são
sugestões e sim imposições dos reguladores, somente monitorando, ou seja, verificando
sistematicamente se tais tarefas estão sendo desempenhadas e como estão sendo
desempenhadas, é que podem os assegurar à alta administração que a instituição está em
conformidade com as regras estabelecidas, mitigando riscos.
Além do fluxo normal de operações, através do monitoramento podemos identificar o que
chamamos de “atividades suspeitas”, conforme relacionado na Carta Circular 2.826/1998 do
Banco Central do Brasil.
Na prática, os métodos que se mostram mais eficazes para efetuarmos o monitoramento de
operações, são:
1. Desenvolvimento de Sistemas para o Monitoramento de Operações
Os bancos internacionais no Brasil e nacionais desenvolveram um sistema específico para
monitorar as operações de suas instituições, importante ressaltar que são sistemas à parte dos
demais já existentes em cada área, justificados pelo grande volume diário de operações de muitas
instituições. Esta ferramenta facilita o acompanhamento das operações e detecta as operações
que fogem do padrão, ou seja, o parâmetro mais comum nesses sistemas é a comparação entre
“limites pré-estabelecidos x movimentações”, havendo qualquer inconsistência de parâmetro o
sistema dispara uma informação que é direcionada às pessoas com autoridade para análise do
caso e para que seja reportada às autoridades competentes se confirmada a suspeita.
2. Principais critérios utilizados pelo sistema:
(I) Operações acima da capacidade financeira e patrimônio;
(II) Quantidade de operações no período;
(III) Casos descritos na Circular 2852/1998 e alterações posteriores e na Carta-circular 2826/1998;
(IV) Operações fora do comportamento normal do cliente.
3. Outros critérios utilizados:

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· Análise do cadastro;
· Estrutura das operações;
· Movimentação em espécie;
· Limites utilizados;
· Resgates fora da carência;
· Operações de câmbio;
· Conta bloqueada, cancelada ou inativa; contas novas;
· Contas em agências em local de alto risco;
· Movimentação de/para terceiro;
· Clientes sensíveis, mudança de CEP duas vezes no mês;
· Pagamento de empréstimo pessoal antecipadamente;
· Diversas movimentações de valores baixos;
· Recursos parados em conta corrente;
· Denúncias registradas no sistema interno;
· Análise da frequência das movimentações;
· Reincidência de ocorrências,
· Sistema de Pontuação por cliente (pontos para cada critério de análise).
A Circular nº 2852/1998 do Banco Central do Brasil, determina que as instituições financeiras
devem promover treinamento para que seus funcionários saibam detectar operações que
caracterizem indícios de ocorrência dos crimes.
O normativo não dispõe sobre como o treinamento deve ser feito, dando liberdade às instituições
para elaborá-lo da forma que entender apropriado.
A recomendação, entretanto, que todas as pessoas sejam treinadas, independente do segmento
em que atue. Este treinamento pode ou não ser diferenciado, podendo ser direcionado de maneira
específica para as pessoas que atuem diretamente com clientes ou em áreas mais sensíveis e de
maneira mais genérica à outras áreas de suporte. Assim, independente da forma como o
treinamento será conduzido, é importante que a disseminação sobre o assunto seja transmitida em
todos os níveis da instituição.
Por não haver uma metodologia estabelecendo como o treinamento deve ser ministrado, existe
uma gama de possibilidades que podem ser adotadas para o treinamento. Assim, além das
técnicas habitualmente utilizadas (que são: o treinamento presencial ou o treinamento on-line,
técnicas estas que recomendamos a adoção), outras formas adicionais de conscientizar os
funcionários acerca da importância do tema podem ser utilizadas. Citamos como exemplo: avisos
na intranet da instituição, divulgação por e-mail ou em quadros de aviso sobre temas de interesse,
informativos ou publicações nos jornais, palestras com consultores externos, divulgação de vídeos
e reportagens, entre outros.
É importante que o Compliance mantenha um log de quais funcionários foram treinados e em que
data este treinamento ocorreu.
Tópicos abordados nos treinamentos:
1) Aspectos da legislação federal, do Banco Central do Brasil e da Comissão de Valores
Mobiliários, explicando quais são os crimes de lavagem de dinheiro e as 3 (três) etapas
frequentemente utilizadas;
2) Importância do “Know Your Client”;
3) Cadastro e documentação suporte;

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4) Forma de comunicação de casos suspeitos, explicando como o funcionário deve agir ao
deparar-se com um caso concreto;
5) Sistema e ferramentas de controle existentes na instituição,
6) A importância do monitoramento realizado por todas as áreas da instituição e a responsabilidade
de cada um no processo;
7) Penalidades impostas pela legislação à instituição e aos administradores.
DA RESPONSABILIDADE DO BANCO CENTRAL – DA AUSÊNCIA DE PUNIÇÃO E
FISCALIZAÇÃO DOS BANCOS
No que tange a segurança do PIX, já restou delimitado pelo Banco Central que as instituições
financeiras devem seguir através de a criptografia e a autenticação, entretanto, ainda há
vulnerabilidade quanto a prevenção de fraude e de crimes relacionados ao PIX.
As instituições financeiras não fazem limitações de transferências diárias como acontecia com
outros produtos anteriores (TED e DOC), que, além de terem limitações necessitavam de uma
ampla inserção de dados no sistema Bancário.
A responsabilidade civil do Banco Central, o qual se enquadra como fornecedor de serviços
independe da extensão da culpa sendo considerada objetiva, aperfeiçoando-se mediante os
pressupostos, quais sejam: a existência de defeito do serviço, do evento danoso e da relação de
causalidade entre o defeito do serviço e o dano.
Evidente que o produto PIX possui brechas que não são sanadas pelos Bancos e tampouco são
cobradas e fiscalizadas pelo Banco Central: Os bancos sequer aplicam as regras de prevenções
criadas pelo Banco Central, quais: sejam: a) bloqueio cautelar da conta dos fraudadores com a
solicitação de informações; b) os bancos deixaram de solicitar documentos pessoais
originais para abertura de conta; c) não há limites de transferências (para se ter ideia pela
chave PIX é possível se movimentar milhares de reais sem que o Banco faça nenhum
bloqueio de transação.
Diante de todas essas falhas o Banco Central também se mante inerte, não cobra e não fiscaliza e
como podemos vivenciar a cada dia aparece um novo banco no sistema financeiro justamente com
a finalidade de lavar dinheiro em nosso País. É uma verdadeira “casa da mãe joana”.
Os bancos descumprem regras básicas do PIX e não são fiscalizados ou punidos pelo BC em
razão da sua inércia, vejamos as regras:
“Regras de funcionamento do Pix:
O regulamento do Pix prevê medidas que mitigam o risco de fraudes, como, por exemplo:

A previsão de que os participantes do Pix (instituições financeiras e de pagamentos que


ofertam o Pix a seus clientes) devem se responsabilizar por fraudes no âmbito do Pix
decorrentes de falhas nos seus mecanismos de gerenciamento de riscos;
Mecanismos de proteção, pelo BC e pelas instituições, que impedem varreduras de informações
pessoais relacionadas a chave Pix;
A possibilidade de colocação de limites máximos de valor, com base no perfil de risco de
seus clientes, por parte das instituições, tais limites podem se diferenciar pelo período que
ocorre a transação, titularidade da conta, canal de atendimento e forma de autenticação do
usuário, entre outros;

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A possibilidade dos próprios usuários, por meio dos aplicativos, ajustarem os limites de valor
estabelecidos pelas instituições, sendo que pedidos de redução tem efeitos imediatos e os pedidos
de aumento, não são imediatos e carecem de uma análise pelas instituições para verificar a
compatibilidade ao perfil do cliente;
Tempo máximo diferenciado para autorização da transação, pelas instituições participantes, nos
casos de transações não usuais iniciadas por seus clientes com elevada probabilidade de serem
uma fraude;
Centro de informações, compartilhadas com todos os participantes, sobre chaves Pix, números de
conta e CPF / CNPJ que se envolveram em alguma transação fraudulenta;
Geração de QR Code dinâmico permitida apenas para os participantes que enviam certificados de
segurança específicos para o BCB; e
Mecanismos que facilitam o bloqueio e eventual devolução dos recursos em caso de fraude,
como o bloqueio cautelar e o mecanismo especial de devolução “
Como pode ser visto na lista anexa. Os bancos digitais e os meios de pagamentos são os
bancos que figuram na lista de piores Bancos com reclamações por fraudes PIX), vejamos:
Qual foi a posição do BC frente a isso? Nenhuma!!! Pois, a cada dia autoriza que mais e mais
bancos e empresas de meio de pagamento tenham acesso ao nosso sistema financeiro e
desgracem a vida de cada cidadão do nosso País.
Deste modo, deve responder nos termos do 25, § 2º, do CDC, que diz: “Sendo o dano causado por
componente ou peça incorporada ao produto ou serviço, são responsáveis solidários seu
fabricante, construtor ou importador e o que realizou a incorporação. ”
Sendo assim, o fabricante (Banco Central) é responsável pelo produto defeituoso (PIX) que causa
um dano a quem o usa ou o consume, bem como por ausência de conduta punitiva e fiscalizatórias
aos bancos que deixam de aplicar suas regras (bloqueios cautelares, limites de transações,
solicitações e análise de documentos para abertura de conta, limites e entre outros) e não sofrem
nenhuma punição em razão disso, motivo pelo qual a responsabilidade deve ser solidária.

CONCLUSÃO

Em suma, ao permitir que qualquer pessoa abra conta em seu sistema para receber
pagamento, sem exigir qualquer provada origem do negócio que o ensejou, a ré assume o
risco de que fraudadores possam utilizar sua plataforma para enriquecimento ilícito. A
referida transação foi alvo de fraude.
Por isso, considerando que a atividade desenvolvida pelo réu implica, por sua natureza,
risco para os direitos de outrem, haverá obrigação de reparar o dano, nos termos do artigo
927, parágrafo único, do Código Civil.
Cabe também relembrar que a Lei nº 9.613/1998, que dispõe sobre a prevenção de crimes de
lavagem de dinheiro e ocultação de bens por meio do sistema financeiro, obriga a
instituição financeira a tomar providências para identificação dos clientes, manutenção de
seus cadastros atualizados e minuciosa análise das operações financeiras e do perfil do
cliente.

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O Banco Central, ao emitir a Circular nº 3978 de 23.1.2020 para consolidar os procedimentos
relativos àquela Lei nº 9.613/98, expressamente determina à instituição financeira que não
apenas colete e mantenha informações atualizadas dos clientes como somente inicie
qualquer relacionamento negocial após todos os documentos e informações serem
providenciados.
O Capítulo V da Circular nº 3978/2020 denomina-se "Dos Procedimentos Destinados a
Conhecer os Clientes", título este que indica explicitamente a obrigação da instituição
financeira de "conhecer" e ter dados e informações de seus clientes.
A Circular nº 3978/20 do Banco Central expressamente exige da instituição financeira coleta
de informações sobre a origem dos recursos e a atividade econômica do cliente. Neste
cenário, antes de autorizar indiscriminadamente a emissão de boletos bancários pelos
correntistas, deveria a ré, ao menos, analisar o perfil do cliente para, se for o caso, assentir
na prática ora em questão, evitando ou ao menos reduzindo o risco destas fraudes tão
corriqueiras e evitando que a sua conta bancária seja utilizada para a prática de crimes. Não
é possível que uma pessoa receba em sua conta em um único dia valores superiores a R$
50.000,00, sem levantar qualquer suspeita.
As instituições concorrem para o evento danoso e deveriam adotar medidas que necessárias e
suficientes para impedir a atuação do terceiro fraudador, promovendo a segurança necessária dos
serviços prestados ao consumidor.
Nos termos da Súmula 479, do Colendo Superior Tribunal de Justiça, “As instituições financeiras
respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos
praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias”.
Nosso vídeo também explica a responsabilidade dos bancos https://youtu.be/xB5c2HSuQHk e no
nosso canal há diversos vídeos sobre fraudes
https://www.youtube.com/channel/UCZsMGvhu3scKe44murFmROA
Em caso de dúvida nos chame no WhatsApp (11) 98472-7199

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