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1. DOS FATOS
2.FUNDAMENTOS JURÍDICOS
1
BENJAMIN, Antonio Herman V., BESSA, Leonardo Roscoe, MARQUES, Claudia
Lima. Manual de Direito do Consumidor. 5. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais. Pág. 163
mera presunção de culpa que o obrigado pode
ilidir provando que atuou com diligência. Ressalte-
se que tampouco ocorre mera inversão do ônus da
prova. A partir do Código – não custa repetir – o
réu será responsável mesmo que esteja apto a
provar que agiu com a melhor diligência e
perícia.” - Grifo nosso
Art. 5º (omissis)
O Código de Defesa do Consumidor, por sua vez, no artigo 6º, inciso VI, reza
que “são direitos básicos do consumidor: a efetiva prevenção e reparação de danos
patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos”.
Referente ao conceito de dano moral, a doutrina o compreende como sendo a
lesão a direitos da personalidade (decorrência do princípio da dignidade humana),
concretamente, merecedora de tutela, de modo que não caracteriza essa modalidade
de dano o mero aborrecimento ou dissabor comum das relações cotidianas.3
Como já mencionado, o CDC, em seu artigo 14, também dispõe que “o
fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela
reparação de danos causados aos consumidores, por defeitos relativos à prestação dos
serviços (...). ”
No caso vertente, o dano moral decorre do profundo abalo psicológico sofrido
pela autora, que, a despeito de ter adotado todas as providências que lhe cabia em
relação à contestação da operação fraudulenta, obteve do banco a negativa de
ressarcimento do valor, que, a rigor, deveria ter sido bloqueado preventivamente na
conta do estelionatário, no primeiro momento em que soube que se tratava de conta
utilizada para golpes.
Por outro lado, prevalece na doutrina e jurisprudência a orientação de ser
despicienda a prova do sofrimento íntimo da vítima do dano moral, de modo que basta
a prova do fato (dano in re ipsa).
Já em relação à natureza jurídica da reparação pelo dano moral, a doutrina e
jurisprudência conferem-lhe uma dupla finalidade: compensar o ofendido e punir o
ofensor. Portanto, além de atenuar o sofrimento da vítima, a reparação serve para
sancionar o autor da ofensa, de modo a desestimulá-lo a reiterar a conduta lesiva
(exemplary or punitive damages).
Nesse sentido, veja-se o magistério de CARLOS ROBERTO GONÇALVES2:
2
GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabilidade Civil. 16.ed. São Paulo: Saraiva,
2015. pág. 521
fixado a partir dos seguintes critérios, quais sejam, a extensão do dano, as condições
socioeconômicas e culturais dos envolvidos, as condições psicológicas das partes e o
grau de relevância da conduta do agente, de terceiro ou da vítima para a causação do
resultado.
Desse modo, postula-se que a reparação à autora, pelo dano moral sofrido,
deva corresponder a R$15.000,00(quinze mil reais), de modo que o valor servirá, a um
só tempo, para compensar toda a dor e sofrimento psíquico experimentados pela
assistida.
O presente caso versa sobre típica relação de consumo, razão pela qual incidem
na espécie todas as normas que asseguram os direitos e interesses do consumidor,
parte hipossuficiente da relação jurídica estabelecida, com destaque para a que atribui
a inversão do ônus da prova a seu favor, quando o fundamento for verossímil,
conforme o art. 6º, inciso VIII, da Lei nº 8.078/90, verbis:
3– PEDIDOS
Imperatriz-MA 17/01/2023
OAB/MA 18.035