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Mónica Alexandra Morais Piteira Nº: 20160337

Turma: Diurno Ano: 4º Curso: Direito


Disciplina: Direito Bancário e dos Seguros Data: 29/06/2020

2º Teste

As sociedades financeiras estão definidas no art. 2º-A, alínea kk) RGIC e os


seus tipos encontram-se elencados no art. 6º do mesmo diploma.
Deste modo, as sociedades financeiras são caraterizadas como empresas, que
ao não serem instituições de crédito, desenvolvem como atividade principal a
concessão de crédito, prestação de garantias, operações de pagamento, emissão e
gestão de meios de pagamento, entre outras elencadas no art. 4º, n.º 1, alínea b) a i),
r) e s).
Todavia, nos termos do art. 7º, n.º 1 RGIC, as sociedades financeiras só
podem efetuar as operações que lhes são permitidas por normas legais e
regulamentares, que irão reger a sua atividade, ou seja, as sociedades financeiras
possuem uma regulamentação especifica e encontram-se limitadas por lei em relação
a sua atividade.
Outra menção relevante, é que apenas os bancos podem receber do público
depósitos reembolsáveis para a sua própria utilização, as sociedades não podem
devido ao princípio da exclusividade consagrado no art. 8º RGIC.

II
As definições sobre estes conceitos, encontram-se previstas no art. 2º-A RGIC.
Na alínea u) deste mesmo artigo, encontramos a definição de filial, considera-
se como filial, a pessoa coletiva que é dominada em pelo menos 20% por outra
pessoa coletiva, que será designada como “empresa-mãe” ou então, será a empresa
que exerce uma posição dominante, na perspetiva do Banco de Portugal, que possuirá
o controlo sobre a filial.
Por sua vez, a sucursal, cuja sua definição legal se encontra prevista na alínea
ll) do art. 2º-A, é um estabelecimento de uma empresa que se encontra despromovido
de personalidade juridica, e que efetua de forma direta as operações desenvolvidas
pela a empresa que faz parte. Estas operações, podem ser todas efetuados, ou
apenas uma parte delas.
Posto isto, nos termos do art. 16º do RGIC, a constituição de instituições
necessita de autorização pelo Banco de Portugal para efetuar a sua atividade.
Todavia, salienta-se que a filial possui uma autonomia juridica e personalidade
juridica própria, podendo exercer a sua atividade, sem que seja necessário a
autorização por parte da empresa dominante, podendo efetuar a sua atividade perante
terceiros. O mesmo não se verifica relativamente a sucursal, as sucursais não
possuem personalidade juridica própria, para exercerem a sua atividade e efetuarem
atos com terceiros, necessitam de em primeiro lugar comunicar com a “empresa-mãe”
e negociar com ela, uma vez que é a casa mãe que desenvolve as principais
atividades.

III
Nos termos do art. 94º RGIC, encontramos o princípio geral relativamente a
liquidez das instituições de crédito. Este princípio estabelece que as instituições
devem aplicar os fundos que dispõe de forma a assegurar os níveis adequados de
liquidez e solvabilidade, ou seja, a instituição necessita de ter dinheiro disponível para
desenvolver a sua atividade.
Deste modo, procura-se garantir a saúde das instituições, evitando situações
de liquidação, exigindo-se:
Em primeiro lugar, capital, que de acordo com o art. 95º do mesmo diploma, é
da competência do Ministro das Finanças, fixar através de uma portaria o capital social
mínimo exigido as instituições de crédito.
Em segundo lugar, exige-se a verificação de fundos próprios que estejam bem
consolidados, que de acordo com o art. 96º RGIC, os elementos que podem integrar
os fundos próprios, são definidos pelo Banco de Portugal, e nunca poderão ser
inferiores ao capital social, se por acaso, se verificar a diminuição dos fundos próprios,
o Banco de Portugal irá conceder a instituição um prazo para que esta regularize a sua
situação.
Em terceiro lugar, exige-se uma determinada percentagem de ativos.
Por último, as instituições deverão possuir reservas constitutivas obrigatórias.
Nos termos do art. 97º RGIC, considera-se como reserva uma fração, que não pode
ser inferior a 10%, dos lucros liquidados e apurados no exercício da atividade por parte
das instituições. As instituições de crédito, possuem ainda a obrigação de constituir
reservas especiais que são destinadas a reforçar a situação líquida, ou até mesmo
cobrir prejuízos que os lucros e perdas não consigam suportar.

IV
As operações bancarias, são os negócios jurídicos efetuados pelas instituições
bancarias, elencadas no art. 3º RGIC. O art. 4º, n.º 1 do mesmo diploma, enumera as
operações que podem ser efetuadas pelos bancos.
Posto isto, podemos encontrar três espécies de operações: Operações
bancárias ativas, operações bancarias passivas e operações bancarias atípicas.
As operações bancarias ativas e as operações bancarias passivas, distinguem-
se essencialmente pela posição tomada pelo banco nas relações que estabelece,
numa será o credor e noutra será o devedor.
Em primeiro lugar temos as operações bancárias ativas, onde a instituição
bancária se encontrará na posição de credora, exemplo disto, a concessão de crédito
bancário.
No fundo, todas as operações ativas por parte dos bancos serão constituídas
através da concessão de crédito, sendo facultado de diversas formas e através de
diversos instrumentos jurídicos.
O crédito inicia-se com uma simples abertura de crédito, que será traduzida
num compromisso assumido pelo banco, de disponibilizar um certo valor ou entregar
um certo montante, a quem o solicita, que será o beneficiário do crédito.
Este financiamento, será concretizado mediante a entrega de fundos pelo
banco ao cliente, tendo como base um contrato mútuo, uma vez que o cliente ficará
obrigado a restituir as importâncias recebidas nos termos do art. 1142º C.Civ,
acrescentando-se a este valor o pagamento de juros convencionados, como previsto
no art. 1146º C.Civ.
Os créditos podem ser concedidos a curto prazo, médio prazo ou longo prazo.
Outros exemplos em relação as operações ativas serão: contratos de mútuo
bancário, participações sociais e financiamento sob qualquer outra forma.
Em segundo lugar, encontramos as operações bancárias passivas, onde o
banco se encontrará na posição de devedor. Contudo, estas operações são realizadas
de forma a que o banco adquira fundos para a continuação do exercício da sua
atividade, adquirindo de certa forma investidores.
O banco necessita de adquirir fundos, exatamente porque a sua atividade se
encontra em constante desenvolvimento.
Como exemplo de uma operação bancária passiva, temos o depósito bancário.
O depósito bancário, estabelece-se na aplicação do princípio da exclusividade
previsto no art. 8º, uma vez que só é permitido as instituições de crédito em sentido
restrito (bancos), e é uma das formas do banco adquirir dinheiro para garantir a
continuação do exercício da sua atividade.
Após o recebimento do depósito, pode o banco utilizar estes fundos por sua
conta e risco, nomeadamente para o exercício de operações bancárias ativas.
Todavia, exige-se que o banco entregue ao depositário a mesma quantia acrescida de
juros, no prazo convencionado entre as partes.
O contrato de depósito, juridicamente poderá ser considerado como um
depósito irregular, mas é na verdade, uma mistura de caraterísticas do contrato mútuo
e do contrato de depósito. É deste modo, um contrato atípico, onde o cliente não será
possuidor ou proprietário, não podendo consequentemente, intentar ações contra o
banco.
Para alem do depósito bancário, encontramos como outras operações
bancarias passivas: abertura de contas, emissão de títulos de divida e a contratação
de empréstimo junto a terceiros, incluindo, outros bancos.

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