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Secção I
Atividades Bancárias
Os bancos não podem comprar as suas próprias ações ou consentir em créditos contra
afetação como garantias das suas próprias ações, art.44º. Lei n.º 08/2008
O art.45.º 3º parágrafo, prevê que “qualquer que seja o montante, todo o empréstimo ou a
garantia concedida por um banco aos seus dirigentes, aos principais acionistas ou
associados ou às empresas privadas nas quais as pessoais mencionadas acima exerçam
funções de direção, administração ou gestão ou detenham mais de ¼ do capital social,
deverá ser aprovado por unanimidade pelos membros do Conselho de Administração do
Banco e apresentado no relatório anual dos revisores de contas à Assembleia de acionistas”;
A lei concede ao Ministro das Finanças a faculdade de, mediante um parecer prévio da
Comissão Bancária, afastar todas as interdições previstas nos termos do art.43º a art.45º, ex
vi do art.46º.
Em suma, a operação bancária constitui uma atividade desenvolvida pelo banco que
consiste, essencialmente, na receção e disponibilidade de dinheiro, de um lado e, do outro,
na multiplicação e intermediação de crédito. Portanto, é impossível conceber uma operação
bancária sem a intervenção do sujeito banco, devendo tratar-se de um banco legalmente
autorizado.
Por outro lado, o critério objetivo não consegue superar o anterior, por isso, também não
procede, sobretudo, por não conseguir incluir e explicar outras atividades que, embora não
se tratem de intermediação de crédito, são meramente conexas ou acessórias destas, por
exemplo: depósito em cofre-forte.
Portanto, concluímos que a aferição de operação ou contrato bancário não pressupõe apenas
a existência e intervenção de um sujeito banco.
Pressupõe antes que a atividade praticada tem veste de uma operação de intermediação de
crédito e outras operações típicas bancárias, designadamente, as operações conexas ou
acessórias.
Nos termos do art. 362.º Ccom fez-se uma enumeração de contratos bancários, entre
os quais se destacam o contrato de abertura de conta – um contrato nuclear concluído
mediante CCG e usos bancários, sendo a partir dele que se iniciam as complexas
relações entre o banco e o seu cliente, traduzindo-se num conjunto de obrigações do
banco perante o cliente, nomeadamente, disponibilização de uma conta em que os
movimentos de dinheiros são efetuados, quer a débito quer a crédito; receção de
depósitos; realização de pagamentos; emissão de cheques; e, em suma, conjuntos de
operações de giro bancário colocadas à disposição da clientela, etc.
Diz-se que é um contrato nuclear porque a partir dele surgem outros tantos contratos,
designadamente, a conta corrente bancária, o próprio contrato do giro bancário, o depósito
bancário e a convenção de cheques, embora cada um destes contratos preservem as suas
autonomias face ao contrato nuclear de abertura de conta.