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1 - Defina (noção) e caracterize o Direito Bancário.

Direito Bancário é um conjunto de normas e princípios que regulam o sistema bancário. O


direito bancário debruça-se sobre duas matérias distintas que regulam a atividades das
instituições de crédito e sociedades financeiras, sendo elas o Direito Bancário Institucional
(corresponde à disciplina do sistema financeiro, das instituições especializadas no tratamento
do dinheiro, Ex. banco de Portugal), e o Direito bancário Material (regula a atividade das
instituições de crédito e sociedades financeiras no seu relacionamento com os particulares. É
um direito de sede contratual ou um direito de contratos comerciais, que se submete ao D. das
Obrigações).

2 - Refira as especificidades do "direito bancário" no que respeita às fontes.

O direito bancário não dispõe duma fonte unitária, mesmo incompleta, o direito da
atividade bancária, designadamente no tocante às relações entre o banqueiro e o seu
cliente deve ser reconstruído com recurso a uma multiplicidade de fontes.

 O código comercial mantém-se apesar da sua concisão, como o texto


fundamental do direito bancário material. Permite considerá-lo, em bloco, como direito
comercial e, estruturalmente como um direito de contratos. O direito institucional é
remetido para legislação especial.

 O Banco de Portugal, o Regime Geral das Instituições de Crédito e a legislação


complementar. Em primeira linha, pelo posicionamento central dentro de todo o
sistema financeiro, cumpre referir a lei orgânica do Banco de Portugal. Depois, tem-se, o
Regime Geral das Instituições de Crédito (RGIC).

 Fontes comunitárias. O Tratado da União Europeia fixou aspetos importantes no


tocante às instituições bancárias europeias. O art.. 4º-A aditado ao Tratado de Roma
previu um Sistema Europeu de Bancos Centrais e um Banco Central Europeu.

 Códigos de condutas e fontes privadas . O direito bancário tem, ainda uma fonte
relevante, designadamente em termos práticos: trata-se de regras estabelecidas
por aviso, pelo Banco de Portugal, nos termos do art. 77º/1 RGIC e a que
genericamente a epígrafe desse preceito chama “códigos de conduta”. As regras gerais e
abstratas aprovadas pelo Banco de Portugal são leis materiais cuja positividade jurídica
deriva das normas que instituem o poder regulamentar do Banco de Portugal. Não podem
contrariar as leis fixadas por órgãos de soberania sob pena de ilegalidade; tão-pouco se
aplicam diretamente à supervisão do Banco de Portugal. Finalmente: não devem
transcender o âmbito dos poderes de supervisão. O art. 77º/2 RGIC prevê a
elaboração de códigos de conduta pelas associações representativas das
instituições de crédito, os quais serão submetidos à aprovação do Banco de Portugal.
O próprio Banco de Portugal pode, de resto e nos termos do n.º 3, determinar às
associações representativas das instituições de crédito, a elaboração de códigos de
conduta; pode ainda, emitir instituições orientadoras, para esse efeito.

3 - O que são sociedades financeiras e quais os traços diferenciadores da sua


actividade relativamente às instituições de crédito? 
 
De acordo com a definição prevista no artigo 2.º-A, alínea kk) do RGICSF, são sociedades
financeiras as empresas cuja atividade principal consista em exercer pelo menos uma das
atividades permitidas aos bancos, com exceção da receção de depósitos ou outros fundos
reembolsáveis do público. As sociedades financeiras só podem efetuar as operações permitidas
pelas normas legais e regulamentares que regem a respetiva atividade (artigo 7.º do RGICSF).

Já as instituições de crédito são empresas, cuja atividade consiste em receber depósitos ou


outros fundos reembolsáveis do público e em conceder crédito por conta própria, de acordo o
artigo 2.º-A, alínea w) do RGICSF. As instituições de crédito só podem efetuar as operações
permitidas pelas normas legais e regulamentares que regem a respetiva atividade (artigo 4.º,
n.º 1 e 2, do RGICSF)

4- Defina instituição de crédito.  (pergunta elaborada por neves no âmbito


dos sumários. 

As instituições de crédito são qualificadas por lei, como as empresas cuja atividade consiste em
receber do público depósitos outros fundos reembolsáveis, a fim de os aplicarem por conta
própria mediante a concessão de crédito art.2º/1 RGICSF.

O traço dominante da definição de instituição de crédito é a intermediação no crédito,


conceito oriundo da ciência econômica, que pretende identificar a atividade de aproximação
entre os agentes econômicos que detêm excesso de fundos e os agentes económicos deles
carecidos.

Atividade das instituições de crédito é desenvolvida no seio do sistema financeiro por algumas
das entidades que nela operam, consiste fundamentalmente na atualização dos fundos
captados junto dos que efetuam elevados depósitos, para a colocação junto dos
utilizadores, assumindo estes, o compromisso de devolverem tais fundos acrescidos do
respetivo rendimento.

5 - Refira-se ao princípio da intermediação do crédito como traço


caracterizador das instituições de crédito. (pergunta elaborada por neves no
âmbito dos sumários)

O traço dominante da definição de instituição de crédito é a intermediação no crédito, conceito


oriundo da ciência econômica que pretende identificar a atividade de aproximação entre os
agentes econômicos que detêm excesso de fundos e os agentes económicos deles carecidos.

As instituições de crédito são qualificadas por lei, como as empresas cuja atividade consiste em
receber do público depósitos outros fundos reembolsáveis, a fim de os aplicarem por conta
própria mediante a concessão de crédito art.2º/1 RGICSF.

6 - Refira-se ao princípio da exclusividade da receção de depósitos e outros


fundos reembolsáveis por instituições de crédito.

Com base do regime geral das instituições de crédito é possível apontar alguns
princípios tendencialmente aplicáveis às diversas instituições de crédito e às suas
atividades.

O primeiro surge no art. 8º RGIC como princípio de exclusividade, ele tem uma dupla
formulação:

 Só as instituições de crédito podem “exercer a atividade de receção do público, de


depósitos ou outros fundos reembolsáveis, para utilização própria” (art. 8º/1 RGIC);

 Só as instituições de crédito e as sociedades financeiras podem exercer, a título


profissional, as atividades referidas nas alíneas b) a i) do n.º 1 do art. 4º RGIC, com
exceção da consultadoria referida na última destas alíneas (art. 8º/2 RGIC)

7 - Distinga atividade bancária em sentido amplo de atividade bancária em sentido restrito.

O principal contributo da atividade bancária para a economia tem sido precisamente a


articulação que a atividade bancária permite entre aforradores e investidores, ou seja, a
atividade bancária permite ou conduz à receção de fundos do setor doméstico da economia,
permite a manutenção desses fundos sob a forma de depósitos ou de outros fundos
reembolsáveis e permite a sua reciclagem, a reciclagem desses fundos em capital de
investimento. Temos aqui uma função de intermediação que têm sido o elemento
verdadeiramente identificador da atividade dos bancos.

Assumem grande relevância as funções de avaliação de projetos, por parte dos bancos, as
funções de acompanhamento dos clientes, também por parte dos bancos, as funções de
prospeção também de clientes (que estejam à procura de fundos), e então os bancos são
vistos, também, como avaliadores de oportunidades de investimento, oportunidades que se
encontrem disponíveis no mercado, tanto no mercado primário como no mercado secundários.
Os bancos são agora, também, vistos como entidades avaliadoras de oportunidades de
investimento. Já não só, ou não principalmente, como intermediários creditícios, mas
como entidades capazes, peritas, na avaliação de oportunidades de investimento. A função dos
bancos tem vindo a ser, também, a função de identificarem projetos com valor potencial
efetivo, quer em termos de risco, quer em termos de perspetiva de retorno sério do
investimento. E uma vez identificados esses projetos, por parte dos bancos, os bancos
vão acompanhar o desenvolvimento desses projetos, os bancos vão monitorizar o
desenvolvimento desses projetos, precisamente em ordem a assegurar que esses projetos
são executados com regularidade, compete-lhes o acompanhamento, a monitorização
desses mesmos projetos que identificam como boas oportunidades de investimento para os
seus clientes.

8 - O que são sociedades financeiras (sempre instituições financeiras) e quais os traços


diferenciadores da sua actividade relativamente às instituições financeiras (nem sempre
sociedade financeiras)

Instituição financeira é a entidade responsável por captar recursos e concessão de crédito na


sociedade. Além disso, atuam na intermediação da compra e venda de valores mobiliários. As
Instituições Financeiras encontram-se regulamentadas pelo Regime Geral das Instituições de
Crédito e Sociedades Financeiras, aprovado pelo Decreto-Lei nº298/92 de 31 de Dezembro e
pelas muitas alterações posteriores.

As instituições financeiras podem dividir-se em Instituições de Crédito (definida pelo artº 1-A
do RGICSF) e em Sociedades Financeiras. De acordo com a definição prevista no artigo 2.º-A,
alínea kk) do RGICSF, são sociedades financeiras as empresas cuja atividade principal consista
em exercer pelo menos uma das atividades permitidas aos bancos, com exceção da receção de
depósitos ou outros fundos reembolsáveis do público.

O risco das taxas de juro e liquidez


Entendendo que a taxa de juro paga pelo banco a quem lhe disponibiliza os fundos, para poder
conceder empréstimos, é mais suscetível de variação do que a taxa cobrada pelo banco a quem
concede o crédito. Assim, o risco da taxa de juro que os bancos assumem, é a tal
suscetibilidade de alteração do valor líquido da operação, resultante das variações no mercado
das taxas de juro. A minimização do risco é possível através da utilização de taxas de juro
flutuantes.

O risco da liquidez prende-se com o facto dos bancos terem que corresponder às expectativas
exigentes dos depositantes e dos mutuários.

O risco das operações fora de balanço

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