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Direito Bancário 1º

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Noção do Direito Bancário:

O direito bancário é basicamente o conjunto de princípios e normas que


procuram regular a atividade bancaria, e ainda a constituição e funcionamento das
instituições, e que estuda também, as operações bancarias.
Contudo, para compreender melhor o conceito de direito bancário é necessário
definir o conceito de atividade bancaria.
Como podemos observar, a definição do Direito Bancário é semelhante a
definição de Direito Comercial, isto, porque a atividade bancaria, é uma atividade
comercial (no sentido objetivo) e as instituições bancarias são comerciantes (no
sentido subjetivo) que praticam atos objetivamente comerciais (art. 13º e art. 362º
ambos C.Com), ou seja, a atividade bancaria é o conjunto de praticas, atos ou
contratos realizados por instituições bancarias dentro do seu objeto (operações
bancarias).
Para alem destas caraterísticas, o direito bancário encontra-se em constante
modificação, uma vez que as suas normas têm que se adaptar de forma constante a
realidade da vida económica.
É também, um direito sem fronteiras, tendo uma enorme capacidade,
universalidade e abrangência, os diferentes Estados são obrigados a moldar os seus
sistemas jurídicos em relação a regulamentação bancaria, o que permite normas
semelhantes em países distintos.

Operações bancarias  Não possuem uma definição concreta,


genericamente podemos defini-las como negócios jurídicos que são consumados no
exercício das atividades previstas na lei bancaria. Todavia, numa perspetiva subjetiva,
podemos defini-la como a prática de atos ou contratos realizados por instituições
bancarias.
Este conceito encontra-se intimamente ligado ao conceito de instituição
bancaria.

Instituição bancaria  São todas as entidades que podem receber depósitos


ou conceder créditos de forma legal e profissionalizada. Considerando também como
instituição bancaria as instituições de crédito ou as sociedades financeiras (estas duas
distinguem-se entre si pela atividade exercida), quando a lei as designa como tal.
De forma resumida, a instituição bancaria é constituída por quem pode ser
considerado como profissional do comercio bancário, ou seja, por quem pode exercer
de forma legal a atividade bancaria.
Todavia, todas as instituições bancarias são estabelecidas por lei.

Caraterísticas do Direito Bancário:

O direito bancário é um ramo do direito privado, porque assenta em contratos


comerciais e clausulas contratuais gerais que advém da autonomia das partes, onde,
estes intervenientes possuem uma igualdade formal, que se estabelece na relação
duradoura entre o banqueiro e o cliente (relação bancaria geral).
Sendo por tanto, fortemente influenciado pelo direito civil, que é a base de
todos os direitos privados, acrescentando-se ainda que é pressuposto de uma
sociedade do tipo liberal assentar na propriedade privada e na livre circulação.
Embora também seja económico e comercial, é independentemente da
natureza publica ou privada de quem pratica os atos.
Todavia, sofre de igual modo, influencia do direito publico, uma vez que o
Estado, intervindo direta ou indiretamente na vida económica, auxilia as práticas
bancarias de forma a assegurar os objetivos de desenvolvimento económico global,
organização económica.
Aqui releva, que a principal influencia ocorre a nível institucional de supervisão,
onde a entidade exerce poderes discricionários regulados por normas de direito
publico.
Podemos então definir o direito bancário, como um direito hibrido, uma vez que
se encontra dependente da autorização da autoridade publica e os atos praticados
pelas instituições por norma, são administrativos, contudo, pratica atos contratuais
com particulares (como explicado anteriormente), e sendo fundamentalmente
comercial, também tem carater privado.

É considerado uma disciplina recente, uma vez que existe a cerca de 30 anos,
nascendo da necessidade de apurar melhor determinados ramos do direito, como é o
caso do direito económico. O direito bancário, é um direito especial, que surge da
necessidade de regular o constante crescimento da vida contratual bancaria e
também, por consequência do desenvolvimento tecnológico.
É um direito autónomo uma vez que possui princípios próprios que não se
verificam em outros, embora como visto anteriormente seja confrontado com outros
direitos.

Fontes do Direito Bancário:

São fontes gerais do Direito Bancário:


1.º. Direito Comercial
2.º. Direito Civil
3.º. Direito Economico
4.º. Direito Administrativo
5.º. Direito Constitucional

Contudo, podemos encontrar fontes especificas, sendo estas provenientes de:


 Bancos Centrais  Que criam e editam normas prudenciais, cuja
função é assegurar a solvabilidade das instituições e do sistema
financeiro.
 Associações profissionais  Vem a sua competência limitada a
criação de normas de conduta, de forma a garantir um melhor
relacionamento entre as instituições e as instituições e os seus
clientes.

Acresce-se ainda as fontes:


 Usos e praticas dos agentes económicos  sendo adotados pelas
instituições como se fossem contratos e são cumpridos com rigor.

Todavia, a fonte que mais releva é a do Direito Internacional, inclusive o Direito


Comunitário Europeu:
 Salienta-se as convenções internacionais, especialmente as
relativas a letras e livranças ou sobre o uso do cheque.
 O direito bancário português, aplica praticas e normas que são
definidas por instituições internacionais.
 Direito Comunitário Europeu  Aplica-se normas que são iguais em
toda a comunidade, influenciado as fontes internas dos Estados
Membros.
Relacionamento do Direito Bancário com outras disciplinas:

Direito comercial  Relação de afinidade entre um direito e outro, uma vez


que o direito bancário pode ser considerado ramo do direito comercial.

Direito Economico  O direito bancário possui normas do direito económico,


uma vez que o segundo, é composto pelo conjunto de regras e institutos que procura
organizar, coordenar, dirigir e desenvolver atividades económicas.

Deste modo, podemos concluir que a atividade bancaria é um setor básico da


economia, o tal, verificasse pelo o interesse e intervenção do Estado, tanto como
regulador, como agente económico.
Cabe ao Estado intervir de forma:
 Direta  Assume o desempenho da atividade bancaria
 Indireta  Prossegue o interesse publico, através de regulamentação,
enquadramento, incentivo e fiscalização das atividades.
É devido a intervenção do Estado no direito bancário, que por vezes
encontramos normas e atos de natureza administrativa.
Direito administrativo  verificamos a sua influência nas normas de
constituição das instituições bancarias, de regulamentação e supervisão.

Direito Constitucional  Forte influencia das normas pertencentes a


constituição económica.

Atividade Bancária e ordenamento Jurídico

O direito bancário é fortemente regulado e controlado pelo poder politico,


devido à sua essencialidade no desenvolvimento económico e social. Impõem-se
regulamentação especifica, cuidada e permanente.
Para exercer a atividade bancária é necessário ser-se um profissional que
cumpre certos requisitos impostos pelo Estado.
A comunidade Europeia procurou de forma inicial fixar-se na unificação da
regulamentação bancaria, mediante harmonização completa dos vários direitos
comunitários, contudo, apenas se verifica a aplicação dos princípios da harmonização
parcial e do mutuo reconhecimento, ou seja, cada país reconheceria as instituições
bancarias dos demais países, implicando que o país de origem pudesse controlar as
“suas” instituições de credito instaladas nos outros países (de acolhimento).
O ato único europeu incrementou medidas de harmonização, definindo projetos
tais como a liberalização completa dos movimentos de capitais; harmonização das
regras de acesso à atividade das instituições de credito; elaboração de um código de
boa conduta referente a novos meios de pagamento; instauração de medidas, através
de diretivas, respeitantes ao credito hipotecário, aos fundos próprios, à falência e
liquidação de instituições de crédito, entre outros.
Principio do reconhecimento mutuo, segundo o qual uma instituição de credito
admitida em determinado país pode exercer a sua atividade em todos os países
comunitários, sob controlo do país de origem.
Principio da existência de normas prudenciais quanto a capital mínimo,
manutenção de fundos próprios, controlo das situações de condomínio.
Como resposta, criou-se o Banco Central Europeu, responsável pela emissão
da moeda única e também da supervisão dos bancos centrais de cada Estado. Tal
como a fiscalização e controlo dessas instituições. O espaço integrado de serviços
financeiros na Comunidade Europeia, assenta em pilares: a liberdade de
estabelecimento das empresas financeiras; a liberdade de prestação de serviços pelas
mesmas empresas; a harmonização e o reconhecimento mutuo das regulamentações
nacionais; a liberdade de circulação de capitais; a união económica monetária.

Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras:

O Direito Bancário português, acolhe a definição fornecida pelo Direito


Comunitário Europeu para instituições de crédito, sendo definidas nos termos do
art. 2º (agora revogado) como empresas cuja sua atividade consiste em receber do
publico depósitos ou outros fundos reembolsáveis a fim de os aplicarem por contra
própria, mediante a concessão de crédito.
Os tipos de instituições de crédito encontram-se estipuladas no art. 3º, sendo:
 Bancos
 Caixas económicas
 Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo e as caixas de crédito agrícola
mútuo
 Instituições financeiras de crédito
 Instituições de crédito hipotecário
 Outras empresas que por lei sejam qualificadas como tal.
Contudo, cada um destes tipos apenas pode efetuar operações que a lei lhes
permite.
Deste modo, os bancos podem, nos termos do art. 4º, nº 1 realizar as
seguintes operações:
 Realizar a receção de depósitos ou outros fundos reembolsáveis
 Operações de crédito
 Operações de pagamento
 Emissão e gestão de meios de pagamento
 Transações, por contra própria ou para os clientes
 Participação em emissões e colocações de valores mobiliários, e ainda,
prestação de serviços correlativos
 Atuação nos mercados interbancários
 Entre outras elencadas nas alíneas deste mesmo artigo.
As restantes instituições só podem praticar as ações permitidas pelas normas
legais e regulamentares que regem a sua atividade especifica.

As sociedades financeiras, que eram definidas pelo art. 5º agora revogado,


como as empresas que ao não serem instituições de crédito, desenvolvam como
atividade principal concessão de crédito, prestação de garantias, operações de
pagamento, emissão e gestão de meios de pagamento, entre outras.
Os tipos de sociedades financeiras encontram-se previstos no art. 6º, e nos
termos do art. 7º, tal como outras instituições (excluindo-se os bancos), apenas
podem praticar as ações permitidas pelas normas legais e regulamentares que regem
a sua atividade, ou seja, as sociedades financeiras possuem uma regulamentação
especifica e encontram-se limitadas por lei em relação a sua atividade.

Contudo, salienta-se que há outras entidades que podem praticar algumas


destas operações, como é o caso das seguradoras e sociedades gestoras de fundos
de pensões, do Estado, institutos públicos, autarquias locais e de organismos
internacionais.
Enquanto as instituições de crédito podem receber do publico depósitos
reembolsáveis para sua própria utilização, as sociedades não. Encontram-se
igualmente submetidas ao princípio da exclusividade, estipulado pelo art. 8º
Todavia, embora as obrigações, papel comercial, títulos de participação
possam ser vistos como fundos reembolsáveis, o legislador precaveu-se e não os
considera como tal nos termos do art. 9º, nº 1.

Regime de exercício da atividade bancaria:

Embora a atividade bancaria possua um acesso livre, o seu exercício encontra-


se limitado, uma vez que existe um conjunto de requisitos fixados por lei.
As instituições de crédito realizam todas as operações facultadas por lei. As
sociedades financeiras por sua vez, devem ter um objeto específico.
Mas, será que a atividade bancaria é sempre realizada pela instituição de
crédito diretamente?
A resposta é negativa, devido a existência dos seguintes conceitos:
 Filial, definição presente no art. 2º-A, alínea u)  Pessoa coletiva
dominada por outra pessoa coletiva.

 Sucursal, definição presente no art. 2º-A, alínea ll)  estabelecimento


que não possui personalidade juridica, pertencente a uma pessoa coletiva,
mas que efetua de forma direta operações inerentes a pessoa coletiva.

 Agência, definição presente no art. 2º-A, alínea a)  É o mesmo que


uma sucursal, ou seja, é um estabelecimento sem personalidade juridica
que efetua operações que são diretamente imputadas a empresa-mãe ou
dominante que se encontra em território estrangeiro.

 Instituição financeira, definição presente no art. 2º-A, alínea z)  É


uma empresa com sede num pais da Comunidade Europeia, que pratique
uma das atividades da diretiva 86/646/CE ou então, empresa com sede em
pais terceiro que tenha como atividade principal uma das que se encontram
estabelecidas na lei.

 Sociedades em relação de grupo, definição presente no art. 2º-A,


alínea jj)  surge de uma coligação de sociedades, nos termos dos arts.
482º, art. 488º, art. 492º e art. 493º C. Com.
o Relação de domínio (a sociedade dominante é titular de pelo menos
90% do capital social da sociedade dominada), definição presente
no art. 2º-A, alínea ff)  Quando uma pessoa singular ou coletiva
possua de forma direta ou indireta a maioria dos direitos de voto da
sociedade dominada.
o Participação qualificada, definição presente no art. 2º-A, alínea
ee)  a empresa participante possui uma percentagem, que não
pode ser inferior a 10% do capital social ou dos direitos de votos.
Podendo ainda ser, aquela que possa influenciar de forma
significativa a gestão da empresa participada.

 Pais de origem, definição presente no art. 2º-A, alínea t)  pais em


causa onde esta autorizado a exercer a sua atividade
 Pais de acolhimento, definição presente no art. 2º-A, alínea s)  Pais,
que não sendo o pais de origem, a instituição presta serviços ou exerce
atividade através da sucursal.

 Sociedades de serviços auxiliares, definição presente no art. 2º-A,


alínea ii)  tem como objeto o exercício de atividades acessórias das
atividades de instituições de crédito.

Autorização do exercício por instituições de crédito com sede em Portugal  A


instituição de crédito tem que adotar uma das espécies previstas na lei bancaria, no
seu art. 3º e exercer uma das atividades elencadas no art. 4º, ou forma de sociedade
anonima, onde, o capital mínimo deve ser 17 milhões e 500 mil euros (€).
Esta autorização proveniente do banco de Portugal deve ser então,
comunicada a comissão CE.

Exercício da atividade, no estrangeiro, por instituições de crédito com sede em


Portugal  O princípio do reconhecimento mútuo permite que instituições de crédito
pratiquem, operações de crédito em países membros da comunidade europeia.
Embora seja exigido uma previa comunicação as autoridades portuguesas de
todos os elementos necessários, desde o pais onde se pretende exercer atividade e o
programa de atividades a desenvolver.
Se o pais não for membro da CE, a constituição da sucursal pode ser rejeitada.
Se for apenas exercício de prestação de serviços em países comunitários,
basta notificar o Banco de Portugal, para que a autorização de exercício seja
comunicada as autoridades de supervisão do pais de acolhimento.

Exercício da atividade, no pais, por instituições de crédito com sede no


estrangeiro  Esta decisão sofre a influencia de aspetos técnicos e políticos.
Qualquer instituição, mesmo estrangeira a exercer atividade em Portugal deve-
se submeter a lei portuguesa, onde se exige novamente o conhecimento da autoridade
de supervisão portuguesa, proveniente das autoridades estrangeiras, dos elementos
necessários e o programa de atividades.
Contudo, tal como Portugal pode ter sucursais na CE, o inverso também se
pode verificar, ou seja, Estados da CE podem ter sucursais em Portugal.
O Banco de Portugal deve receber a comunicação previa da autoridade de
supervisão do pais de origem, certificando que a instituição esta autorizada a exercer
nesse mesmo pais, caso contrário, pode ser exigido que a sucursal cumpra as normas
a que estão sujeitas as instituições portuguesas.

Exercício da atividade por sociedades financeiras com sede em Portugal  A


autorização compete ao banco de Portugal, devendo corresponder a uma espécie
estipulada no art. 6º, tal como ter como objeto uma das atividades elencadas no art.
4º.
Aplicando-se as restantes, as normas relativas a constituição de instituições de
crédito.
Contudo, às sociedades financeiras, é também aplicado as regras relativas ao
estabelecimento de sucursais e de prestação de serviços em países da CE.

Exercício da atividade, em Portugal, por instituições financeiras com sede no


Estrangeiro:
Instituições bancarias  é um conceito amplo que não se encontra
reconhecido na lei, uma vez que é referente a qualquer entidade que conceda crédito,
desde modo, as instituições bancarias são assim instituições financeiras.
Já em sentido técnico uma instituição financeira é uma empresa com as
caraterísticas previstas no art. 13º, nº 4 do regime geral.
Tratando-se de um estabelecimento em Portugal de uma sucursal de instituição
financeira, que seja filial de instituição de crédito, autorizada em pais comunitário,
aplica-se as mesmas normas de estabelecimento sucursal de instituições de crédito,
mas apenas se a empresa-mãe detiver 20% ou mais dos direitos de voto
correspondentes ao capital filial das atividades exercidas no país de origem.
Existe aqui, um limite à autorização concedida ao exercício de atividade em
termos mais amplos que os que legalmente concedidos a instituições portuguesas.

Registo das instituições de crédito e das sociedades financeiras:

As instituições de crédito para exercerem a sua atividade tem que estar


registadas no banco de Portugal, incluindo:
o Instituições de crédito autorizadas em pais estrangeiro, com sucursal
em Portugal ou escritórios de representação
o Instituições de crédito ou sociedades financeiras que prestem serviços
em Portugal.

O registo tem que incluir factos e elementos importantes, tais como:


o Data de constituição
o Objeto
o Capital Social
o Membros dos órgãos sociais
o Acordos parassociais
o Acionistas com participações qualificadas

Efeitos do registo:
1.º. Fornece eficácia aos atos praticados pelos órgãos da instituição
2.º. Assegura a regularidade e legalidade da constituição e funcionamento
das instituições
3.º. Todos os registos públicos são declarativos e enunciativos de direito,
garantindo a segurança juridica e a transparência da atividade.

Nota: O registo no banco de Portugal não prejudica ou evita qualquer outro registo a
que as instituições estejam sujeitas por força de outras disposições legais.

Enquadramento Institucional:

Sistema Financeiro:

O sistema financeiro integra instituições financeiras que pertencem a qualquer


um dos seguintes setores:
 Bancário  Atividade de receção de fundos e concessão de crédito.
o Possui instituições solidas, confiáveis e absolutamente seguras,
que devem ser preservadas e acauteladas através de uma
supervisão dura e invasiva, para que se possa recolher tudo o
que não for gasto, mas sim, poupado pelas pessoas, poupança
que é motivada pelo pagamento de juros, sendo posteriormente
aplicadas no desenvolvimento das industrias e dos
financiamentos.
 Segurador  tem a função de assumir riscos, que são transmitidos a
seguradora (por norma são económicos), sendo suportados medicante
o pagamento de prémios. Os resultados apurados são investidos em
ativos financeiros que poderão ser depositados.
 Mercado de valores mobiliários  Tem uma intervenção nos vários
mercados, através da supervisão, sendo o seu local estabelecido na
bolsa de valores, ou seja, recebem ordens de investidores para
subscreverem ou transacionarem valores e negociar valores por conta
própria.
o Objetivo  tornar o mercado de valores mobiliários, livre,
transparente e fiável para quem entra no mercado
o Os valores mobiliários são títulos emitidos pelas sociedades
através de ações e obrigações.

Compete ao sistema financeiro a aplicação dos meios necessários ao


desenvolvimento económico e social, o que inclui instituições monetárias e não
monetárias, desde que promovam a captação de poupanças para aplicação em ativos
financeiros
Considerar-se-á como instituição financeira todas aquelas que tenham como
objeto principal intermediar por conta própria, a formação, captação e aplicação das
poupanças por um lado, e a concessão de crédito por outro.
Embora a supervisão destes setores seja realizada de forma distinta, existindo
três tipos de supervisão:
1.º. Supervisão prudencial  definida mais a frente
2.º. Supervisão comportamental  tem como base normas
comportamentais e procura verificar se as instituições estão a
cumprir os seus deveres em relação a outras instituições e aos
seus próprios clientes, compõem-se em deveres:
 Dever de lealdade
 Dever de informação
 Entre outros
3.º. Geral  realizada pelo banco central que tem o poder de autorizar
a constituição de determinada instituição, acompanhando-a partir
dai até a sua extinção, ou seja, estabelece-se numa supervisão
continua onde, fiscaliza, regula, pune e acompanha a instituição.

(Consolidar estudo com a aula de 18. Maio)

Supervisão prudencial:

Supervisão das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras:

A atividade bancaria tem que obedecer a regras claras de atuação, para que
seja possível salvaguardar os interesses do pais, salientando-se o seu
desenvolvimento económico e relacionamento externo, e ainda, assegurar as
expectativas de segurança dos clientes das instituições. Deste modo, são definidos
padrões exigentes e criam-se regras de execução, gestão e comportamento.
Estas regras são impostas as instituições com o objetivo de garantir a
solvabilidade da instituição e do sistema.
Sendo ainda criado para bancos centrais e governos, um sistema de
fiscalização e de controlo da aplicação destas normas, denominando-se de
fiscalização prudencial.
São estes critérios conjugados que integram a supervisão prudencial, em
Portugal, esta supervisão é hoje efetuada pelo Banco de Portugal.
Embora estes poderes de supervisão decompõem-se em outros poderes:

1.º. Poder de regular  Poder exercido através de diplomas legislativos que


devem ser propostos e aprovados pelo governo. Quer isto dizer, que o
governo legisla por proposta do banco sobre matéria que respeita a autonomia
do mesmo, ou seja, o governo não legislara sem a proposta do banco e nem o
pode fazer.
 O banco de Portugal ainda pode regular através de:
o Avisos  Não se consegue definir os limites da competência do
banco de Portugal, porque são assinados pelo Ministro das
Finanças, surgindo também duvidas em relação a natureza e
força juridica dos mesmos.
o Circulares
o Instruções

2.º. Poder de autorizar  O Banco de Portugal possui o poder para apreciar os


requisitos de constituição, funcionamento, nomeação dos membros dos
órgãos sociais e dispensa do cumprimento de algumas regras prudenciais.
 A constituição de instituições de crédito e sociedades financeiras
depende da verificação técnica de certos requisitos, onde
consequentemente se dispensa a intervenção do ministro das finanças,
que fica limitado aos casos em que o principio do mutuo
reconhecimento não se aplica, estabelecendo-se então, numa
apreciação politica.

3.º. Poder de dar instruções  O banco de Portugal, deve acompanhar a vida e


funcionamento das instituições, adequando os comportamentos das mesmas
através de normas, recomendações ou instruções (as instituições devem
obediência).

4.º. Poder de inspecionar  O banco de Portugal pode exigir o rigoroso


cumprimento das regras prudenciais por parte das instituições bancarias,
podendo obter delas informações que considere necessárias para a
apreciação e supervisão das atividades das mesmas.

5.º. Poder de sancionar  O banco de Portugal pode levantar autos, instrui-los e


aplicar sanções quando se trate de ilícitos de mera ordenação social.
 Neste âmbito questiona-se, existe um excesso de poderes
concentrados no Banco de Portugal?
o Embora seja difícil de responder, a resposta aparenta ser
negativa, uma vez que não se verifica a acumulação dos
poderes de fiscalizar e sancionar, porque o poder de sancionar
cabe sempre aos tribunais (são estes que dão a ultima palavra),
ou seja, a intervenção judicial encontra-se assegurada, mas é o
agente sancionado que tem que o pretender.

Nota: A supervisão ainda abrange as sucursais de bancos portugueses em países


estrangeiros, tal como bancos estrangeiros com sucursal em Portugal, pode o Banco
de Portugal supervisionar especialmente nos casos previstos no art. 53º.

Normas de conduta:
São regras pormenorizadas e regidas estabelecidas pela lei bancaria, sendo
estas, consolidadas por um conjunto de deveres.
(completar com aulas – o livro só fala do segredo).

Segredo bancário:

As instituições bancarias possuem informações de natureza diversa não só


sobre os clientes, mas sobre relações que estes estabelecem com terceiros.
Deste modo, é necessário assegurar a confiança ilimitada do cliente em
relação ao seu banco (visto que se deve tratar de uma relação duradoura), sendo
então exigido um rigoroso segredo profissional.
O objeto deste sigilo será todas as informações confidenciais, nomes, números
de conta e os seus respetivos movimentos.
Quem deve cumprir o sigilo como sujeitos passivos são os dirigentes e todos
os empregados da instituição, bem como qualquer pessoa que tenha uma relação com
a instituição.
Embora, os clientes possam dispensar a instituição bancaria do segredo
profissional.
O sigilo, encontra-se regulado pelos arts. 78º e s.s, admitindo-se exceções
previstas no art. 79º podendo ainda ser conjugado com o art. 81º.
A violação do segredo bancário, é punível como a violação de qualquer outro
segredo, nos termos do art. 195º e ainda, do art. 196º CP.

(Estudar ainda pelas aulas de 27. Abril e 04. Maio)

Supervisão comportamental:

Estabelece-se em regras comportamentais que são reguladas pelos artigos 73


e seguintes, onde se que as instituições de credito garantam uma elevada
competência técnica, podendo, caso contrario, incorrer numa ilicitude.
(Responsabilidade bancaria)
Estes deveres aplicam-se na fase pré-contratual, contratual e pós-contratual,
sendo conjugados com o principio da boa fé. Sendo estes deveres ainda intensificados
pela duração elevada das relações estabelecidas no direito bancário, vinculando as
duas partes.
Artigo 73º - Dever de competência técnica: Procura garantir a qualidade e
eficiência; a atividade bancaria é dominadora por parâmetros tecnológicos e culturais,
em constante modificação.
Artigo 74º - Deveres de conduta: São normas que se estabelecem como os
empregados e administradores das instituições se devem comportar, especialmente,
perante os clientes. Contudo, inclui normas comportamentais na relação com outras
instituições: - dever de agir com neutralidade
- dever de agir com diligência
- dever de agir com lealdade
- dever de agir com descrição
Artigo 75º - Critério de diligência: Cabe ao banco aconselhar o cliente,
impedindo que o mesmo realize aplicações prejudiciais. Este critério recai sobre a
instituição no seu todo.
Artigo 77º - Dever de informação e assistência: Os bancos devem assistir e
informar o próprio cliente. Os bancos são cada vez mais invasivos na recolha de
informação relativas ao estado económico do cliente, entre outros. Estes procuram,
saber se o cliente pode ou não praticar atos ilícitos e aplicar vantagens que melhor se
adequam ao mesmo cliente. (Melhor conhecer para melhor adequar)
Notas em relação ao dever de informação:
O ónus de prova do dever de informação, estabelece que quem invoca o dever
de informação, o dever de provar, especialmente, os factos constitutivos (artigo 341
C.civil).
O dever de informar, possui fontes:
- artigo 227 nº1 c.civil;
- artigo 573 c.civil
- entre outras

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