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Giro Bancário
GIRO BANCÁRIO
Para identificar a natureza das normas jurídicas do Direito Bancário é preciso partir da análise do
seu objecto de regulação. Procedendo desse modo, constatamos que o Direito Bancário cruza o
hemisfério do Direito Público e o do Privado porque compreende as normas relativas à
composição, organização e tutela (orientação, coordenação e supervisão) do sistema financeiro,
bem como as relativas à criação, à organização, à modificação, à transformação, à liquidação e à
extinção das instituições financeiras.
No que tange à estrutura, o trabalho está estruturado em quatro (4) partes no qual o primeiro
apresenta notas introdutórias, que ajudam o leitor a perceber aquilo que será abordado ao longo
do desenvolvimento do trabalho, e no segundo temos o marco teórico ou seja o desenvolvimento,
no terceiro temos a conclusão e por fim, o quarto serão apresentadas as referências
bibliográficas, as doutrinas usadas para a elaboração do trabalho.
1.1. Objectivos:
1.1.1. Geral:
Abordar sobre o giro bancário.
1.1.2. Específicos:
Definir o direito bancário;
Compreender o conceito do giro bancário;
Caracterizar a situação jurídica bancária..
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3. Do Giro Bancário
3.1. Enunciado
Portanto, ressaltarmos que, o giro bancário corresponde a uma operação bancária (direito
bancário material)1 e, por conseguinte, uma situação jurídica bancária.
A doutrina jurídica moderna entende que o conceito de relação jurídica é já inapto para retratar
todas as situações da vida que têm relevância para o Direito, devendo no seu lugar usar-se o de
sistema jurídico. A expressão assume uma diversidade de sentidos em função do campo de vida
social a que se aplica.
Uma situação jurídica é bancária sempre que seja regulada pelo direito bancário material2.
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O direito bancário material que se ocupa dos actos bancários, das actividades das instituições de crédito e das
sociedades financeiras e o seu relacionamento com os particulares.
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O relacionamento bancário inicia-se em regra com o contrato de abertura de conta (contrato
bancário geral). É certo que desta relação bancária, não resulta, para nenhuma das partes, o dever
de celebrar novos contratos: qualquer uma das partes pode, a todo o tempo, pôr termo à relação;
o novo negócio que uma das partes propunha à outra, pode ser objecto de livre rejeição.
Em regra, é possível afirmar que as situações jurídicas bancárias são patrimoniais, contratuais e
onerosas, preferimos ficar com a mais clássica classificação, marcadamente bancária, das
situações jurídicas bancárias que as distingue em activas e passivas.3 São operações bancárias
as celebradas através de contratos (operação mais comum) entre banco e cliente.
É importante referir que a operação bancária (ou qualquer acto bancário), deve ser física e
legalmente possível 280º/1 CC. A determinabilidade do ato também é fulcral, obrigando a
recordar a distinção entre actos indeterminados e actos indetermináveis. No primeiro caso,
encontramos uma actuação desconhecida, aquando da celebração do negócio, mas dotada
de elementos que podem proporcionar a sua determinação, antes do cumprimento; é o que
sucede nas hipóteses do 400º “determinação da prestação” e 883º “determinação do preço” CC.
No segundo, o ato é indeterminável, porquanto, na celebração, não é, de todo, configurável a
feição que ele irá assumir no final (trata-se de um acto aleatório), pode facultar largas margens
de arbítrio e que pode ser inclusive configurado como uma doação de bens futuros, vedada pelo
942º/1 CC. A jurisprudência moçambicana tem vindo a invalidar negócios bancários de
conteúdo indeterminável.
4. Giro Bancário
É o contrato pelo qual o cliente regula a sua situação com o banco relativamente a estes
movimentos de dinheiro. O contrato de giro bancário deriva de um contrato abertura de conta,
2
MENEZES CORDEIRO, A., ob. Cit., p. 285.
3
MENEZES CORDEIRO, A., ob. Cit., p. 287.
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cujo conteúdo integra, como elemento necessário, sendo que, também lhe está inerente uma
conta-corrente bancária. A partir daí, ele faculta, ou pode facultar, as operações seguintes:
Transferências bancárias simples: deslocação de fundos de uma conta bancária para uma
conta diferente, dentro do país. Normalmente não há indicação de causa;
Transferências internacionais;
Pagamentos por conta bancária;
Outras operações de transferência de fundos.
As ordens concretas de transferências são actos de execução de contrato de giro bancário, pois,
verificados os pressupostos de disponibilidade de fundos na conta, o banqueiro não deve recusar
a ordem de transferência do cliente, salvo justa causa de proibição administrativa.
A doutrina reconhece, no contrato de giro bancário, a unilateralidade das ordens do banco; uma
variedade de mandato sem representação: o banqueiro adstringe-se a praticar determinados actos
jurídicos, por conta do seu cliente.
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5. Conclusão
Chegando no terceiro dos elementos que compõem a estrutura do trabalho, isto é, nas
considerações finais, conclui-se, o giro bancário é o conjunto das operações escriturais de
transferência de fundos (movimentação do dinheiro em torno do banco), realizados por um
banqueiro, a pedido do seu cliente ou a favor dele.
No que tange a situação jurídica bancária, dizer que, o conceito de situação jurídica sucede e
substitui na doutrina jurídica ao conceito de relação jurídica.
Uma situação jurídica é bancária sempre que seja regulada pelo direito bancário material.
Contudo, ressaltamos que, o giro bancário constitui uma operação bancária, o que nos leva a
situação jurídica bancária, e, assim, correspondendo a uma parte de direito bancário material.
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6. Bibliografia
Doutrinas:
WATY, Teodoro Andrade, Introdução ao Direito Bancário, Vol. I, W&W Editora, Maputo,
2004.
JÚNIOR, Manuel Guilherme, Direito Comercial, Vol. I, Escolar Editora, Maputo, 2013.
Legislação: