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Universidade Católica de Moçambique

Faculdade de Gestão de Turismo e Informática

AS GARANTIAS DOS CRÉDITOS BANCÁRIOS

Pemba, Agosto de 2023


Universidade Católica de Moçambique

Faculdade de Gestão de Turismo e Informática

AS GARANTIAS DOS CRÉDITOS BANCÁRIOS

Trabalho de carácter científico a ser entregue e


apresentado a docente da cadeira de Direito
Rangito Albino Ali
Bancário e dos Seguros do curso de

Zaituna Licenciatura em Direito, 4 o


ano, período
laboral, para fins avaliativos.

Dra. Djoicy Inguane

Pemba, Agosto de 2023

2
Índice
1. Introdução............................................................................................................................................4
2. Das Garantias de Créditos Bancários...................................................................................................5
2.1. Conceito...........................................................................................................................................5
2.2. Figuras Semelhantes........................................................................................................................5
3. Caracterização.....................................................................................................................................6
3.1. Garantia real e Responsabilidade Patrimonial..................................................................................6
4. Das Garantias Especiais.......................................................................................................................6
4.1. Caracterização.................................................................................................................................7
5. Conclusão............................................................................................................................................9
6. Referências Bibliográficas.................................................................................................................10

3
1. Introdução

O presente trabalho incide sobre o tema “As Garantias de créditos bancários”, no qual procurar-
se-á de uma forma sucinta debruçar-se acerca do conceito, importância e tipos de garantias
bancárias.

As garantias bancárias assumem uma particular importância no mundo de negócios, em geral, e


no comércio internacional em particular, onde o conhecimento mútuo por vias tradicionais é
precário e, a ser promovido, encareceria os negócios.

As garantias bancárias têm a sua génese nas garantias especiais das obrigações, às quais se
empresta algum cunho bancário de modo a torná-las mais funcionais.

Quanto à estrutura, o trabalho compreende a presente introdução, que será seguida do seu
desenvolvimento onde de maneira breve far-se-á a abordagem dos assuntos atinentes ao tema,
depois do desenvolvimento seguirá a conclusão onde far-se-á uma breve súmula referente aos
assuntos tratados no desenvolvimento e por fim as respectivas referências bibliográficas das
obras que tornaram possível a realização deste trabalho, que, passarão, devidamente, a ser citadas
ao longo do desenvolvimento.

1.1. Objectivos:
1.1.1. Geral:
 Falar de garantias de créditos bancários.

1.1.2. Específicos:
 Definir as garantias bancárias;
 Esclarecer os tipos de garantias bancárias;
 Enumerar e caracterizar os tipos de garantias bancárias.

1.2. Metodologia: Para o desenvolvimento do presente trabalho, a recolha de


informação ou de dados recorreu à consulta bibliográfica e as páginas na internet
relacionados com a matéria seguida da análise da informação para a sua harmonização e
posteriormente compilação.

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2. Das Garantias de Créditos Bancários

2.1. Conceito

A garantia da relação jurídica é a diferença específica que a demarca das relações da vida social,
dando-lhe o tom próprio da juridicidade 1, empresta a coercibilidade à norma jurídica e assegura
ao titular dos poderes jurídicos que integram o conteúdo da relação a tutela jurídica, em vista à
realização do seu interesse.

A garantia obrigacional, diferente da responsabilidade patrimonial, refere-se às ‘‘normas ou


conjunto de normas destinados a assegurar as obrigações, independentemente da sua violação’’2.

Para maior segurança dos sujeitos surgem as garantias especiais como reforço da massa
responsável.

As garantias bancárias têm o fim de garantir os créditos bancários.


As garantias bancárias são lato sensu, pois as garantias bancárias strictu sensu ou garantia
autónoma3, serão aquelas emitidas pelos próprios bancos que, normalmente, são destinados a
garantir obrigações de seus próprios clientes com terceiros, diferenciando-se, por isso, da
garantia geral.

2.2. Figuras Semelhantes

Há uma diversidade de figuras semelhantes às garantias.

a) Garantia bancária e indemnização;


b) Garantia e contrato a favor de terceiro;
c) Advanced Payment e Contrato-Promessa;
d) Contrato-promessa de compra e venda com sinal4.

1
CARVALHO FERNANDES, Luís A., Teoria Geral do Direito Civil, Vol. II, 2ª Edição.
2
MENEZES CORDEIRO, António, Direito das Obrigações, Vol . II.
3
MARTINEZ, Pedro Romano, pág. 208.
4
Artigo 441º do Código Civil.

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3. Caracterização

3.1. Garantia real e Responsabilidade Patrimonial

A garantia real das obrigações visa tutelar os créditos através dos esquemas próprios e implica
faculdades destinadas a, caso a caso, actuar a responsabilidade patrimonial, sendo responsáveis
em: a) meios de conservação; e b) Meios de agressão.

4. Das Garantias Especiais

Por garantias especiais das obrigações designam-se os esquemas que visam reforçar a garantia
geral, sempre presente, promover a afectação de novos bens (coisas ou prestações), desempenhar
um papel do tipo compulsório, levando o devedor ou terceiro, a efectuar a prestação devida. As
garantias especiais podem classificar-se em:

a) Garantias reais ou patrimoniais

Estas garantias visam o reforço da garantia geral para afectação de certos ou determinados bens
ao cumprimento da obrigação.

Assim, o credor que tenha a garantia de determinados bens do devedor a assegurar o seu crédito
será um credor preferencial, no sentido de que, em caso de incumprimento, pode fazer pagar-se
pelo valor daqueles bens tidos como garantia, antes dos credores desprovidos de garantia.

Exemplos deste tipo de garantias são o penhor e a hipoteca.

b) Garantias pessoais

As garantias pessoais reforçam a garantia geral através de afectação do património de terceiros


por responsabilização pessoal do garante, chamado a substituir o devedor no cumprimento da
obrigação.

Há duas obrigações, uma constituída entre o devedor e o credor e, outra, constituída entre o
garante e o credor. Podemos citar como garantia pessoal a livrança, o aval a fiar e etc.

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4.1. Caracterização

Não há unanimidade quanto à enumeração das garantias bancárias, sendo tantas quantas a
imaginação dos banqueiros permitir e que a lei não proíba.

O critério classificativo é o usado para os actos bancários, mutatis mutandi, sendo bancárias
todas as garantias prestadas numa relação em que uma das partes é um banco.

A garantia bancária é um instrumento cuja função é assegurar a realização duma prestação


advinda duma obrigação bancária.

A garantia bancária pode ser estudada em dois sentidos: um sentido mais lato e outro sentido
mais estrito.

4.1.1. Garantias Bancárias em sentido lato

As garantias bancárias em sentido lato são:

4.1.1.1. Garantias bancárias reais

São garantias reais: (a) a Hipoteca, (b) o Penhor civil, (c) o Penhor mercantil, (d) o Penhor
bancário, (e) a Penhora e arresto, (f) a Caução, (g) os Privilégios creditórios, (h) a Consignação
de rendimentos e (i) o Direito de retenção.

4.1.1.2. Garantias bancárias pessoais

As garantias bancárias pessoais5 são: (a) Fiança6; (b) o Aval7; c) o Seguro de crédito; (d) o
Crédito documentário; (e) os Avales do Estado; e (f) as Garantias bancárias propriamente ditas.

4.1.2. Garantias bancárias em sentido estrito

5
São Garantias pessoais, caracterizadas pelo facto de um terceiro comprometer-se, em solidariedade com o devedor,
predispondo-se a satisfazer a obrigação, repartindo seu património com o do devedor em caso de risco de
insolvabilidade.
6
A fiança é uma garantia acessória, é uma operação pela qual um banco (fiador) no âmbito da sua actividade
creditícia, garante, sem o benefício da prévia execução, a satisfação de um direito de crédito que um seu cliente
(credor) tem sobre outra pessoa (devedor principal).
7
Artigo 30 e seguintes da lei Uniforme relativa às Letras e Livranças.

7
A garantia bancária é uma garantia pessoal prestado por bancos 8, é autónoma9, produto da
liberdade contratual, que se caracteriza por o banco que a presta se obrigar a pagar logo que o
pagamento lhe seja exigido, sem formular objecções.

Esta situação muito vulgar, porque o banco rodeia-se de contra-garantias bastantes para
salvaguardar qualquer desembolso que venha a fazer a favor do beneficiário da garantia, por
força da prestação da mesma.

A garantia bancária é um crédito de firma, operação em que o banco coloca a sua firma à
disposição dos clientes, conferindo confiança nos negócios e, sem disponibilização imediata de
fundos, assume responsabilidades futuras para o garante.

Importa, assim, responder se são de excluir todas aquelas garantias que o banco exige para si
mesmo, no intuito de assegurar os créditos que concede aos seus clientes, como a hipoteca, a
fiança, o penhor, entre outras acima referidas.

As garantias exigidas pelo banco, para conceder créditos aos seus clientes, são prestadas por
outras entidades, que não o próprio banco beneficiário (outra coisa não seria de esperar),
enquanto na garantia bancária, em sentido estrito, o banco intervém como emitente.

Vamos considerar as seguintes garantias como sendo garantias bancárias, seguindo tratamento
pragmático:

a) a garantia de concurso;
b) a garantia de execução de contratos;
c) a garantia de reembolso de pagamentos antecipados;
d) a garantia de pagamento;
e) a garantia de reembolso de prestações não retidas;
f) a carta de conforto;
g) a fiança bancária;
h) o aval bancário; e
i) o mandato de crédito.

8
MENEZES CORDEIRO, António, Manual de direito Bancário, 2ª Edição, Almedina, Coimbra, p. 651.
9
Por isso mesmo também designada de garantia autónoma, prestada não só por bancos mas também por
companhias de seguro, funcionando, então, o seguro como a garantia autónoma.

8
5. Conclusão

Diante de tudo o que foi exposto, desde a contextualização das garantias bancárias até os mais
numerosos detalhes que propõem de características e tipos das mesmas, é incontestável a
complexidade do tema abordado, dizer que foi um desafio encontrar conteúdo confiável devido a
imensidão de conteúdos não confiáveis, mas através de um esforço colectivo e redobrado
pudemos constatar que para maior segurança dos sujeitos da situação jurídico-bancário surgem
as garantias especiais como reforço da massa responsável.

De um modo geral, as garantias bancárias têm o fim de garantir os créditos bancários.

A garantia bancária é um instrumento cuja função é assegurar a realização duma prestação


advinda duma obrigação bancária.

As garantias bancárias são lato sensu, pois as garantias bancárias strictu sensu ou garantia
autónoma10, serão aquelas emitidas pelos próprios bancos que, normalmente, são destinados a
garantir obrigações de seus próprios clientes com terceiros, diferenciando-se, por isso, da
garantia geral.

Assim, por garantias especiais das obrigações designam-se os esquemas que visam reforçar a
garantia geral, sempre presente, promover a afectação de novos bens (coisas ou prestações),
desempenhar um papel do tipo compulsório, levando o devedor ou terceiro, a efectuar a
prestação devida. As garantias especiais podem classificar-se em reais ou patrimoniais e em
garantias pessoais.

São garantias reais: (a) a Hipoteca, (b) o Penhor civil, (c) o Penhor mercantil, (d) o Penhor
bancário, (e) a Penhora e arresto, (f) a Caução, (g) os Privilégios creditórios, (h) a Consignação
de rendimentos e (i) o Direito de retenção.

As garantias bancárias pessoais são: (a) Fiança; (b) o Aval; c) o Seguro de crédito; (d) o Crédito
documentário; (e) os Avales do Estado; e (f) as Garantias bancárias propriamente ditas.

10
MARTINEZ, Pedro Romano, pág. 208.

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6. Referências Bibliográficas

Doutrinas:

1. ABRÃO, Nelson, Direito Bancário. São Paulo: Saraiva, 2000.

2. ASCENSÃO, José de Oliveira & Correia, Ferrer, Direito Comercial (Títulos de Crédito).

3. CORDEIRO, António Menezes, Direito Bancário, Relatório. Coimbra, Almedina, 1997.

Legislação:

1. REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código Civil, (1966), de Decreto-lei n.º 47 344, de


25 de Novembro de 1966 in Boletim da República.

2. _______, Código Comercial, de Decreto-Lei nº 2/2005, de 27 de Dezembro in Boletim


da República.

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