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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE DIREITO

DIREITO BANCÁRIO

TEMA: Garantias Bancárias

Nome:

BUQUÊ, Margarida Abrão

Mazive, Dalton Francisco

MAPOSSE, Cloves Silvano

Naiene, Olêncio

NGOVENE, Francisco Damião

TCHAMBALA, Ângela Vanessa

VILANCULOS, Nicolau Félix

Docentes:

Prof. Doutor Gildo Espada

Prof.Doutor Boaventura Gune

Maputo, aos 09 de junho de 2023

1
Índice
I. Introdução ............................................................................................................................ 3

II. Metodologia ......................................................................................................................... 3

III. Preliminares ........................................................................................................................ 4

IV. Figuras afins........................................................................................................................ 5

V. Modalidades de garantias ................................................................................................... 5

VI. Fiança .................................................................................................................................. 7

VII. Penhor de conta bancária .................................................................................................... 9

VIII. Fidúcia financeira................................................................................................................ 9

IX. Aval ................................................................................................................................... 10

X. Carta de conforto ............................................................................................................... 12

XI. Garantia bancária autónoma ............................................................................................. 15

XII. Conclusão.......................................................................................................................... 20

XIII. Bibliografia ....................................................................................................................... 21

2
I. Introdução
O presente trabalho debruça-se sobre a tematica as “Garantias Bancáras” no âmbito do Direito
Banacário, que compreende o ramo de Direito Privado que regula as operações, as actividades dos
sujeitos deste ramo. O Direito Bancario é responsavel por regular as relações que as instituições
estabelecem com os seus clientes, é no âmbito dessas relações em que os bancos vão concedendo
credito aos seus clientes e que os mesmos, neste caso, (os bancos) precisam de garantia para
assegurar o seu credito.

Entende-se por garantia bancarias aquelas que são emitidas normalmente pelo proprio banco,
destinados a garantir o cumprimento de obrigacães de seus proprios clientes com terceiros..

Exstem diversos tipos da garantias, contudo,apenas um numero reduzido daqueles são comumente
prestados por banco. No âmbito das garantias rege,dentro dos limies impostos pela lei,o principio
da autonomia privada. Deste modo, cabe as partes que celebraram o contrato de garantias delimitar
as obrigações que advem de tal contrato. Muitas vezes,os proprios bancos estabelecem
predeterminadamente as cláusulas das garantias que prestam,formulando antecipadamente um
clausulado tipo,ao qual as contrapartes apenas aderem.

i. Objectivos gerais
 Estudar de forma exaustiva acerca das garantias bancarias no geral.
ii. Objectivos específicos
 Justificar a razão da escolha do tema em apreço;
 Apresentar as figuras afins das garantias bancárias;
 E por fim analisar de forma separada cada uma das garantias bancarias.

II. Metodologia
Para a realização do presente trabalho, o grupo recorreu a pesquisa bibliográfica e pesquisa
legislativa.

3
Garantias Bancárias

III. Preliminares

Antes de adentrarmos concretamente no estudo das garantias bancárias importa, pois, deixar uma
noção geral do que se deva entender por garantia. Ora segundo o Prof. Antunes Varela1, garantia
consiste em a ordem jurídica assegurar ao credor os meios necessários para realizar o seu direito,
em caso de incumprimento por parte do devedor.

No estudo da garantia das obrigações é usual estabelecer-se uma distinção entre a garantia real e
as garantias especiais das obrigações. A primeira é representada pelo património do deveor. As
segundas consistem num reforço dessa garantia que pode consistir ou na atribuição a outra pessoa
da responsabilidade pela dívida ou na atribuição a um dos credores de preferência na satisfação do
seu crédito sobre determinado bem, que pode pertencer ou não património do deveor.

O princípio geral vem previsto no art.601 do CC segundo o qual pelo cumprimento da obrigação
respondem todos os bens do devedor susceptíveis de penhora sem prejuízo dos regimes
especialmente estabelecidos em consequência da separação de patrimónios.

No entanto, o Direito Bancário, enquanto, Ciência jurídica do dinheiro visa por um lado, a busca
do lucro e, por outro lado, a minimização do risco. Ora, todas as operações bancárias pressupõem
garantias. Na relação bancária, o banqueiro aquando da seleção de clientes ele procurará encontrar
aqueles que ofereçam mais garantias, geral e especiais.

Segundo o Prof. Teodoro Waty, as garantias bancárias são lato sensu pois as garantias bancárias
stricto sensu ou garantia autónoma serão aquelas emitidas pelos os próprios bancos que,
normalmente, são destinados a garantir obrigações de seus próprios clientes com terceiros,
diferenciando-se, por isso, da garantia geral.2

A prestação de uma garantia bancária envolve uma relação triangular que se estabelece entre: (i)
o contrato entre o credor e o devedor obrigado à prestação da garantia – Contrato Base; (ii) o
contrato entre o obrigado à prestação da garantia (o ordenante) e o Banco Garante – Contrato de

1
VARELA, João Antunes (1997), Das Obrigações em Geral, Vol. II, 7.ª Edição, Almedina, Coimbra, P.419.
2
WATY, Teodoro Andrade (2011), Direito Bancário, W&W Editora, Limitada, Maputo, P.237.

4
Prestação de Garantia; e (iii) o contrato entre o Banco Garante e o credor do Contrato Base que
beneficia da garantia (o beneficiário).

Assim sendo, as garantias bancárias são esquemas destinados à obtenção seja do cumprimento de
uma obrigação, seja do equivalente, quanto possível, a esse mesmo cumprimento. No fundo, releva
o sentido civil restrito.

IV. Figuras afins

A garantia bancária tem como função servir de garantia de pagamento de uma dívida ou ser usada
como caução de eventual indemnização, em caso de incumprimento de uma obrigação bancária.
A garantia bancária difere-se, pois, do crédito documentário na medida em que, o banco age na
qualidade de garante do bom cumprimento do contrato perante o comprador e perante o vendedor,
obedecendo, sempre as Regras e Usos Uniformes relativos ao Crédito Documentário.

Por outra lado, a garantia bancária difere-se, também, do stand by letter of credit que pode traduzir-
se numa fiança em que o garante, através de carta, define as obrigações assumidas e os termos do
seu cumprimento.

Por fim, não menos importante, a garantia bancária distingue da plafond de crédito assegura-se,
por carta, o cumprimento da obrigação até certo e determinando montante, podendo assumir a
natureza jurídica de fiança, mandato de crédito ou mesmo de garantia autónoma.3

V. Modalidades de garantias

A ordem jurídica moçambicana, dispõe de vários meios de prestação de garantias para as


obrigações assumidas pelas partes nas diversas situações jurídicas. No direito bancário, a
enumeração de todas as garantias que podem ser prestadas para as diversas obrigações assumidas,
é um trabalho bastante forcado, porquanto a sua dispersão e extensão, apresentam-se como
principais empecilhos no estudo das garantias bancarias. Assim sendo, para este presente trabalho,
abordaremos somente aquelas garantias mais evidenciadas nas situações jurídicas bancarias.

3
WATY, Teodoro Andrade (2011), op.cit., P.239.

5
Antes de procedermos a enumeração das diversas tipologias das garantias bancárias, importa fazer
referência as diversas classificações das garantias enunciadas pela doutrina. Fala-se, por exemplo,
de garantia geral em contraposição com garantia especial, a primeira se refere ao património do
devedor, está é igual a todos os credores e consistem na possibilidade de estes se pagarem, em caso
de inadimplemento, pelo património do devedor. A garantia geral, vem prevista no art. 601 do
CCiv.

As segundas são especiais, porque sua principal função é reforçar a garantia geral. Esta não é
comum a todos os credores. As garantias especiais são várias, dentre elas previstas no Código Civil
dos artigos 623 e seguintes. Também se fala de garantias reais em contraposição com as garantias
pessoais. São garantias reais aqueles que incidem sobre os bens, as pessoas também podem incidir
sobre os bens, mas nestas devem ser de terceiros e não do próprio devedor.

No campo do direito bancário, contrapõe-se as garantias à banca a garantia emitida pelo próprio
banqueiro. No primeiro caso, assegura-se créditos dos próprios banqueiros; no segundo, é o
próprio banqueiro que reforça créditos de terceiros, o pedido do seu cliente e mediante
remuneração.

Feita a classificação sumária das garantias das obrigações, passaremos agora, a fazer referência a
sua tipologia, dentro da ordem jurídica moçambicana. São, assim garantias bancárias, as seguintes:

a) Fiança
b) Penhor de conta bancária
c) Fidúcia financeira
d) Aval
e) Cartas de conforto
f) Garantia bancária autónoma

6
VI. Fiança

A fiança é o paradigma das garantias pessoas acessórias prevista no art. 627 e ss do CC. Por efeito
da fiança, o fiador, terceiro na relação entre o credor e o devedor de uma obrigação principal, vê
constituir-se na sua esfera uma outra obrigação, vinculando-se a responder total ou parcialmente
pela primeira, fazendo acrescer a sua responsabilidade patrimonial à responsabilidade patrimonial
do devedor.4 A fiança bancária é uma fiança que apenas tem de especial a circunstância de o fiador
ser um banco.

Ou seja, a fiança é uma garantia pessoal, subsidiária e acessória prestada pelo banco no sentido de,
na eventualidade de o devedor seu cliente não pagar ao seu credor, substitui-lo na prestação, sem
o garante poder invocar em sua defesa quaisquer meios relacionados com o contrato garantido. A
fiança pode ser prestada sem o consentimento do devedor ou sequer o seu conhecimento.5

Contudo, a fiança bancária costuma ter na génese um contrato entre o banco e o devedor, seu
cliente. Tipicamente, esse contrato pode qualificar-se como um contrato a favor de terceiro,
adquirindo o credor a qualidade de beneficiária desta garantia sem necessidade de aceitação.

No entanto, a fiança propriamente dita só se completa mediante uma declaração unilateral do banco
fiador dirigida ao credor da obrigação principal que deve ser expressa.6 É em virtude desta
declaração que este credor se torna também credor da fiança bancária, embora possa afirmar-se
que esta vai buscar a sua força estrutural contratual em que se integra, não gozando da autonomia
de um negócio unilateral.

A característica nuclear da fiança é a sua acessoriedade significa que a obrigação do fiador se


apresenta na dependência estrutural e funcional da obrigação do devedor como se alcance do
preceituado no art.627, n.° 2 do CC. A dependência da obrigação do fiador em relação à obrigação
do devedor começa na forma da declaração da prestação de fiança, que é a da forma exigida para
a obrigação principal, ainda que seja exigida declaração expressa do fiador no que vai disposto no
art.628, n. ° 1 do CC. Deste modo, a acessoriedade ainda significa que a obrigação do fiador se

4
REGO, Margarida Lima, Garantias Bancárias e Seguros de Crédito e Cauçã, p.213, In Centro de Estudos Judiciários,
Fevereiro de 2014.
5
Cfr., art.628, n.° 2 do CC .
6
Cfr., art.628, n.° 1 do CC.

7
apresenta na dependência estrutural e funcional da obrigação principal, a fiança segue a forma da
obrigação principal; a sua validade depende da validade da obrigação principal; o seu conteúdo
molda-se no da obrigação principal, não podendo excedê-lo, nem a fiança pode ser contraída em
condições mais onerosas, embora a obrigação acessória possa ser menos abrangente do que a
obrigação principal; o fiador pode opor ao beneficiário os meios de defesa do devedor principal –
um dos aspectos de regime mais distintivos das garantias acessórias, porque esta oponibilidade
não existe, por definição, nas garantias autónomas e a extinção da obrigação principal acarreta a
extinção fiança.

Entretanto, segundo a Prof.ª Margarida Lima Rego uma vez que a fiança possui uma obrigação
acessória da obrigação principal, dir-se-á nalguma medida essa qualidade afastá-la-á da obrigação
principal, ou seja, que as obrigações não poderão ter, em todos os aspectos, o mesmo conteúdo,
porque a obrigação do fiador não se vence em simultâneo com a obrigação principal.7

Trata-se, com efeito, de uma obrigação eventual o seu vencimento, por exemplo, o momento a
partir do qual a prestação pode ser exigida ao fiador, coincide com o incumprimento da obrigação
principal. Nesse momento, o fiador não só deve prestar como responde também pelas
consequências do incumprimento da obrigação principal, devendo indemnizar.8

A outra característica da fiança é a subsidiariedade. Esta reconduz-se à faculdade de o fiador


invocar o benefício de excussão prévia conforme resulta do art. 638 do CC, impedindo o credor
de executar o património do fiador enquanto não tiver tentado sem sucesso a execução através do
património do devedor nos termos do art. 828 do CPC. Esta característica não é essencial à fiança,
pois, o fiador pode a ele renunciar aquando da sua constituição pelo disposto no art.640, ali.a) do
CC. Deste modo, a acessoriedade significa que a obrigação do fiador se apresenta na dependência
estrutural e funcional da obrigação principal, a fiança segue a forma da obrigação principal; a sua
validade depende da validade da obrigação principal; o seu conteúdo molda-se no da obrigação
principal, não podendo excedê-lo, nem a fiança pode ser contraída em condições mais onerosas

7
REGO, Margarida Lima REGO, op.cit.,214.
8
Cfr., art.634 do CC.

8
VII. Penhor de conta bancária

ENGRÁCIA ANTUNES9 define o penhor de conta bancária como a afectação do saldo da conta
de que é titular um cliente à garantia de pagamento de um crédito que lhe foi concedido pelo banco,
ficando este autorizado a debitar, na conta garante, os montantes da dívida vencidos e não pagos.

O titular de uma conta bancária tem um direito de crédito à restituição do dinheiro nela depositada
– direito de crédito esse que nasce da celebração do contrato de depósito bancário – pelo que a
entidade bancária onde o dinheiro se encontra depositado deverá restituí-lo quando aquele assim
entender.

O penhor de conta bancária se pode caracterizar nos pontos seguintes:

 Determinados depósitos bancários ficam afectos ao pagamento de certas dívidas;


 Os depositantes obrigam-se a não os movimentar, enquanto subsistirem as dívidas
garantidas;
 Os depositantes autorizam o banco a debitar, na conta dos depósitos em causa, as dívidas
garantidas vencidas.

Este penhor distingue-se, pois, do penhor comum na medida em que ele não recai sobre uma coisa
corpórea o dinheiro depositado é propriedade do banco antes respeita aos créditos do garante sobre
o banco. Por outro lado, ele postula um regime particular de funcionamento, o débito das
importâncias garantidas da conta do declarante.

Finalmente, ele obriga o garante a manter a conta provisionada é uma garantia pessoal e não real.

VIII. Fidúcia financeira

A fidúcia corresponde ao mais antigo direito real de garantia. Nela10, o devedor, com a observância
do devido formalismo, transmitia, a favor do credor, a propriedade de determinada coisa. Quando

9
ANTUNES, José Augusto Quelhas Lima Engrácia (2009), Direito dos Contratos Comerciais, Almedina, Coimbra,
p.130.
10
CORDEIRO, António Menezes (2014), Direito Bancário, 5.ª Edição, Revista e Actualizada, Almedina, Coimbra,
p.820 e ss.

9
a obrigação fosse cumprida, o credor deveria retransmitir a propriedade da coisa-garante para o
devedor.

A fidúcia era um negócio pesado, dispendioso – implicava uma dupla transmissão – e pouco
animador para o devedor: este corria o risco de cumprir sem reaver a coisa: quer incumprimento,
pelo credor, da obrigação de retransmitir a coisa, quer por ter sido apreendida a mando dos credores
do seu próprio credor. Foi, assim, historicamente, substituída pela hipoteca.

Perante as regras enunciadas, ocorre perguntar se a fidúcia financeira não equivale, no fundo, ao
penhor financeiro com poder de disposição. Tudo visto, quer numa figura quer na outra, o tomador
tem a faculdade, na pendencia da garantia, alienar ou onerar a coisa, restituindo apenas coisa ou
valor equivalentes. Embora na prática as duas figuras apareçam próximas, há diferenças de regime.
São importantes, por permitirem as partes escolher a que mais lhes convenha.

No penhor financeiro, o poder de disposição tem de ser expressamente “aditado” pelas partes; na
fidúcia financeira, tal poder resulta do simples facto de o fiduciário ser titular pleno. No penhor
financeiro, a possibilidade de, em vez de uma coisa equivalente a empenhada, se entregar dinheiro,
depende de acordo prévio; na fidúcia, é uma opção sempre na esfera do beneficiário-fiduciário.

No penhor financeiro, mesmo quando presente o poder de disposição e enquanto este não for
exercido, o risco da perda da “coisa” corre pelo devedor, na fidúcia, ele corre pelo credor. Assim,
neste último caso, havendo perda fortuita, o fiduciário mantem-se obrigado a restituir o seu valor.

IX. Aval

O aval é um título de crédito previsto nos arts. 101 e ss do Decreto-Lei n. ° 2/2022 de 25 de Maio
que estabelece o Regime Jurídico dos Títulos de Crédito. Ora, o Supremo Tribunal de Justiça11
definiu o aval como sendo o acto pelo qual um terceiro ou um signatário de uma letra ou de uma
livrança garante o seu pagamento por parte de um dos subscritores. O avalista não é sujeito da

11
Supremo Tribunal de Justiça Português, processo 3305/02, p.2.

10
relação jurídica existente entre o portador e o subscritor da livrança, mas apenas da relação
subjacente à obrigação cambiária estabelecida entre ele o avalizado.

Segundo o FÁBIO ULHOA COELHO12, o aval é o ato cambiário pelo qual uma pessoa (avalista)
se compromete a pagar título de crédito, nas mesmas condições que um devedor desse título
(avalizado). Sucintamente, podemos definá-la como a obrigação cambiária assumida por alguém
no intuito de garantir o pagamento da letra de câmbio nas mesmas condições de um outro obrigado.

Em geral, quando o credor não se considera inteiramente garantido frente a determinado devedor
porque este não possui uma situação económica estável ou património suficiente para à satisfação
da dívida. É comum a exigência de uma garantia suplementar, representada pela obrigação
assumida por outra pessoa. Se o devedor é uma sociedade limitada, o credor normalmente exige
que o seu sócio maioritário se comprometa pessoalmente com o pagamento da dívida.

Assim, além do património da sociedade, também o do sócio garante o cumprimento da obrigação.


Nessas hipóteses, se o crédito é documentado numa letra de câmbio, o acto pelo qual a garantia
suplementar se viabiliza é o aval.

Duas são as características principais do aval, em relação à obrigação: de um lado, a autonomia;


de outro, a equivalência. O avalista assume, perante o credor do título uma obrigação autónoma,
mas equivalente à do avalizado. Com efeito, a obrigação do avalista é materialmente autónoma
ainda que formalmente dependente da obrigação do avalizado.13

Da autonomia do aval seguem, pois, importantes consequências. Em primeiro lugar, a sua


existência, validade e eficácia não estão condicionado a da obrigação avalizada.

Desse modo, se o credor não puder exercer, por qualquer razão o direito contra o avalizado, isto
não compromete a obrigação do avalista. Até o art.102, n. ° 2 do RJTC disciplina nesse ao dispor
que A sua obrigação mantém-se, mesmo no caso de a obrigação que ele garantiu ser nula por

12
COELHO, Fábio Ulhoa (2012), Curso de Direito Comercial, Vol.I, 16.ª Edição, Editora Saraiva, São Paulo, p. 535
e ss.
13
Acordão do Supremo Tribunal de Justiça Português, processo 3335/02, p.2.

11
qualquer razão que não seja um vício de forma. Isto é, as excepções pessoais do avalizado não vão
aproveitar ao avalista por efeito do princípio da independência das obrigações cambiárias.14

Figuremos, pois, uma situação do devedor em favor de quem o aval é prestado era incapaz e não
foi devidamente representado ou assistido no momento da assunção da obrigação cambial esse
facto não desconstitui nem altera a extensão da obrigação do avalista. Por outro lado, eventuais
direitos que beneficiam o avalizado não se estendem ao avalista. Se o primeiro obtém, numa
recuperação judicial, o direito de postergar o pagamento da letra de câmbio, o seu avalista não
pode se furtar ao cumprimento da obrigação, no vencimento constante do título.

Ora, a equivalência do aval, em relação a obrigação avalizada, significa que o avalista figura como
devedor do título na maneira que a pessoa por ele afiança nos termos do art.103, n.° 1 do RJTC.
Note-se que da definição legal da equivalência não decorre a absoluta identidade de condições
entre a obrigação do avalista e do avalizado, sentido que comprometeria o carácter autónomo dos
actos cambiais correspondentes.

Quando a lei preceitua que são iguais as maneiras de o avalista e de o avalizado responderem pelo
título, ele apenas estabelece uma posição na cadeia de regresso. Ou seja, todos os que podem
exercer o seu direito de crédito contra determinado devedor do título também podem fazê-lo contra
avalista dele. Desta característica decorre, unicamente, definições de anterioridade ou posteridade,
na cadeia de regresso e nunca efeitos incompatíveis com o princípio da autonomia das obrigações
cambiais.

X. Carta de conforto

Segundo o Supremo Tribunal de Justiça Português, as cartas de conforto são consideradas uma
modalidade especial de garantia das obrigações e distinguem-se das garantias habituais por serem
atípicas, na medida em que não dispõem de um regime legal traçado, e por não comungarem das
suas características.15 Ainda na senda do Tribunal, as cartas de conforto apresentam-se
estruturalmente como uma epístola dirigida a um destinatário e com a assinatura do remetente,

14
CUNHA, Paulo Olavo (2010), Lições de Direito Comercial, Almedina, Coimbra, p.289.
15
Acordão do Supremo Tribunal de Justiça Português, processo 3335/02, p.3.

12
consubstanciando, porém, um contrato unilateral, porquanto da carta de conforto depreende-se a
existência de um acordo entre o emitente e o destinatário, seja este prévio ou derivado de uma
aceitação posterior, ainda que tácita.

Segundo MENEZES CORDEIRO16, as cartas de conforto apresentam-se, materialmente, como


verdadeiras cartas em sentido próprio, um texto dirigido a um destinatário e com a assinatura do
remetente. Elas consubstanciam, assim, uma única declaração de vontade.

Neste sentido, poder-se-ia entender que elas consubstanciam meros negócios unilaterais. Tais
negócios deveriam passar pelo crivo da tipicidade dos actos jurídicos unilaterais, pretensamente
imposto pelo art.457 do CC.

A carta de conforto é resultado do crescimento do tráfego bancário e é uma alternativa as garantias


reais e pessoais. As cartas de conforto podem ter as seguintes denominações: confort letter, na
expressão americana, letter of awareness, na inglesa, lettres de patronage ou d, apaisement, na
francesa, faclettre de patronage, italiana. É pratica dos grandes clientes dos bancos pretenderem
apadrinhar novos clientes nos seus bancos.

Normalmente isso acontece entre sociedade que detém participações significativas noutras
sociedades.

Nestes casos estes clientes apresentam ao banco uma carta em que afirmam conhecer o novo
cliente, aspirante dum crédito bancário. Informam o banco, sob compromisso de honra, que
conhecem o aspirante de crédito em causa, que é uma pessoa idónea e que, da parte deles, não vêm
inconveniente em que o banco lhe conceda o crédito pretendido. Como é fácil de ver, as sociedades
subscritoras de tais cartas pretendem subtrair-se à assunção de uma responsabilidade solidaria com
a participada pelas responsabilidades que esta assume, evitar a contabilização do seu
endividamento, que resultaria da prestação duma garantia e afastar-se dos encargos fiscais
resultantes da prestação de uma fiança.

Por isso, podemos concluir que a carta de conforto pode ser compreendida como meras obrigações
de honra assumidas por uma determinada sociedade perante o banco, através da emissiva a motivar

16
CORDEIRO, António Menezes (2014), op.cit., p.845

13
e determinar a conceder, manter ou renovar ou facilitar financeiramente a um terceiro normalmente
entidade contratada pelo subscritor.

Da carta não emergem apenas obrigações morais cuja a principal consequência, caso de
incumprimento por parte do beneficiário de crédito, seria a simples perda de credibilidade para o
subscritor da carta, mais jurídicas, dependendo das modalidades, que podem ser:

A conforto fraco; conforto médio e conforto forte.

a) Conforto fraco

As cartas de conforto fraco há uma concessão de informação e um dever genérico de diligencia.


As obrigações que emergem deste tipo de carta de conforto são essencialmente morais ou naturais.

Este conforto designado também de frio, limita-se a informar que se tem conhecimento das
condições de credito e que se concorda e se autoriza que o mesmo seja assumido.

Em caso de incumprimento, a matuária poderá ser acusado responsabilidade civil delitual, nos
termos do artigos 483 e 485 do CC ou, quanto a sociedade mãe, por culpa in contrahendo se
concluir que ela induziu negligente ou dolosamente o banco a conceder o credito nos termos do
art.227 do CC, sendo, em relação a última hipótese a indemnização fixada nos termos do art. 562
do CC.

b) Conforto médio

Neste a obrigação não é só moral, mas contratual, a subscritora obriga-se a fazer algo para permitir
que o devedor honre pelos compromissos com banco, ou seja, neste conforto assume-se a
obrigação de fazer ou não fazer, com vista a, com os esforços desenvolvidos, acautelar os interesses
dos bancos, proporcionando o efetivo cumprimento dos compromissos assumidos.

c) Confortos fortes

O subscritor deste tipo de carta de conforto, assumi para além de outras, obrigação de, em caso de
necessidade cumprir ele mesmo, a obrigação garantida. Não sendo autónoma, pode estar-se
inclinado a considera-la uma garantia bancaria em sentido lato.

14
Neste conforto o subscritor assume verdadeiros deveres de dar, garantindo que em caso de
incumprimento autoriza que seja debitada uma conta bancaria sua ou que disponibiliza os fundos
necessário a amortização do crédito.

Se esta obrigação de resultado não for honrada, deixando a afiliada a não poder pagar o credito,
haverá uma ação por perdas e danos, aplicando-se o previsto nos arts. 798, 799 e 562 do CC.

Caso já fosse conhecida a periclitante situação financeira afiliada pela sociedade-mãe, ao momento
da emissão da carta de conforto, o acto da sociedade subscritora consubstanciara um abuso do
direito, aplicando-se, então o artigo 334 do CC.

XI. Garantia bancária autónoma

Esta garantia ocorre quando determinada entidade normalmente uma instituição bancária ou
financeira vem garantir pessoalmente a satisfação de uma obrigação assumida por terceiro,
independentemente da validade ou eficácia desta obrigação e dos meios de defesa que a ela possam
ser opostos. Daí que concordamos com a posição do Supremo Tribunal de Justiça ao entender que,
esta garantia cria uma situação jurídica por força da qual o garante terá de pagar a quantia
garantida, logo que o benificiário o solicite em razão do incumprimento ou cumprimento
defeituoso do devedor ou ordenante.17

Apesar de não ter um regime, a sua admissibilidade resulta do princípio da autonomia privada nos
termos do art.405 do CC, uma vez que se verificou uma simples fiança era insuficiente para as
necessidades do tráfego comercial, em face da elevada protecção que o princípio da acessoriedade
confere ao fiador, na medida em que permite a invocação contra o credor de toda e qualquer meio
de defesa oriundo da obrigação principal.

Esta garantia tornou-se, por isso, frequente, especialmente no âmbito dos contratos internacionais,
a estipulação de uma garantia que, em lugar de acessória fosse autónoma, ou seja, que não tivesse
a sua prestação dependente da obrigação principal. Essa estipulação não viola qualquer regra da
ordem pública, já que corresponde a um legítimo interesse do credor o de assegurar a subsistência

17
Acordão do Supremo Tribunal de Justiça Português, processo 3798/12, p.1.

15
da obrigação do garante, mesmo nos casos em que não pode por qualquer razão demandar o
devedor principal.18

À semelhança da fiança, a garantia autónoma tem natureza contratual, sendo um negócio causal
na medida em que comporta em si uma função económico-social própria, a função de garantia.
Efectivamente, à semelhança do que acontece na fiança o garante não promete o resultado da
prestação a título primário, mas antes para a hipótese de não se verificar o cumprimento por parte
do devedor principal.

No entanto, a garantia bancária autónoma não se molda sobre a obrigação principal, quer quanto
ao seu objecto, quer quanto aos pressupostos da sua exigibilidade, instituindo antes uma obrigação
própria e autónoma, em tudo distinta da do devedor. A garantia bancária autónoma é assim um
negócio causal não acessório, cuja distinção da fiança reside precisamente na ausência da
acessoriedade.

Por esse motivo, saber se num caso concreto as partes pretenderam que a obrigação do garante
ficasse ou não dependente das excepções oponíveis à obrigação principal devendo, em caso de
dúvida presumir-se pela mera estipulação de fiança. A garantia autónoma admite duas
modalidades, nomeadamente, a garantia autónoma simples e a garantia à primeira solicitação.

Quanto a primeira, ela é simplesmente estabelecida como autónoma, as partes limitam-se a prever
a autonomia da obrigação do garante em relação à existência, validade ou excepções ao crédito
garantido, admitindo apenas a oponibilidade de excepções próprias da relação de garantia. Este
tipo garantia limita-se, por isso, à derrogação da regra da acessoriedade existente na fiança.

Assim, ao contrário da fiança, que se caracteriza pela acessoriedade, permitindo a fiador recusar a
prestação em caso de invalidade da obrigação principal nos termos do art.632, n.°1 do CC, ou em
caso de existirem meios de defesa oponíveis a essa obrigação nos termos do art.637 do CC, a
garantia autónoma não depende da obrigação principal, podendo ser exercida logo que se
verifiquem os seus pressupostos, e mesmo em caso de invalidade desta ou da existência de
excepções a esta.

18
LEITÃO, Luís Manuel Teles de Menezes (2008), Direito das Obrigações, Vol II, Almedina, Coimbra, p.341.

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Já na segunda garantia, as partes estipulam ainda que o garante não oporá qualquer excepção à
exigência da garantia, mas antes a satisfará imediatamente sem discussão logo que tal seja
solicitado pelo credor. Neste caso, ainda se distingue entre a garantia com ou sem justificação
documental, consoante o pedido de pagamento tenha que ser acompanhado de documentação
comprovativa do evento que desencadeia a garantia ou possa ser realizado independentemente da
junção de qualquer documentação.

Tratando-se de um negócio atípico, o contrato de garantia autónoma não tem exigências de forma
legalmente estabelecida. Entre nós, não parece de equacionar a aplicação analógica da forma da
fiança nos termos do art.628 do CC, uma vez que esta é estabelecida em função da regra da
acessoriedade que, conforme se sabe, não existe na garantia autónoma.

No entanto, parece que a mera aplicação da regra da liberdade de forma do art.219 chocaria em
relação um contrato com o risco que envolve a garantia autónoma, em que a elaboração de um
documento escrito parece essencial para assegurar a ponderação da decisão do garante.

Ora, somos da opinião de que a forma escrita para a declaração do vinculado à garantia autónoma.
Já relativamente à declaração de aceitação por parte do beneficiário não será de exigir forma
especial nos termos do art.219, podendo inclusivamente a aceitação ser meramente tácita nos
termos do arts.217 e 234 do CC.

Quantia ao regime, a garantia bancária autónoma supõe três ordens de relações jurídicas: (i) relação
entre o garantido (dador da ordem) e o beneficiário (credor principal); (ii) relação entre o garantido
e o garante (banco) e (iii) relação entre o garante e o beneficiário. A garantia bancária autónoma
precede o estabelecimento duma relação contratual entre o banco e o devedor principal, em cujo
âmbito se insere a obrigação assumida pelo banco de emitir determinada carta de garantia;
obrigação assumida pelo dador da ordem de pagar ao banco uma certa comissão; e obrigação pelo
dador de ordem de reembolsar o banco de todo o pagamento que este venha a efectuar a solicitação
do beneficiário da ordem.

No âmbito da relação de cobertura, há um compromisso entre o garante e o garantido pelo qual


aquele se compromete a emitir uma garantia a favor da pessoa que venha a ser designada por este,
exigindo como contrapartida o pagamento de uma comissão, a reeembolsar imediatamente o

17
garante, caso este venha a ter que efectivamente que efectuar ao beneficiário da garantia a
prestação a que se comprometeu. No âmbito da relação de atribuição, existe um negócio específico
entre o dador de ordem e o beneficiário da garantia, que justifica que a garantia venha a ser
prestada.

Já na relação de execução, o garante vincula-se a prestar ao beneficiário a garantia nos termos


exactos em que se obrigou perante o dador da ordem. Estamos aqui perante um verdadeiro
contrato, uma vez que se exige a aceitação do beneficiário, ainda que esta possa ser tácita nos
termos gerais do art.217 do CC. O contrato é, no entanto, de cariz unilateral ou não sinalagmático
por criar apenas obrigações para o garante.

Entretanto, devemos ter em conta a distinção no âmbito da relação de execução entre a garantia
autónoma simples e a garantia à primeira solicitação. Na primeira, o garante compromete-se a
realizar ao beneficiário a prestação pecuniária objecto da garantia, independentemente das
vicissitudes da obrigação principal e das execpções que a esta pudessem ser opostas.

Ao garante é assim vedado opor ao beneficiário os meios de defesa próprios do devedor e quaisquer
objecções relativas à subsistência ou validade do crédito sobre este. Também é vedado ao garante
opor ao beneficiário excepções oriundas da relação de cobertura, designadamente o facto de o
dador deixar de pagar a retribuição acordada pela prestação da garantia, ou ter ordenado ao garante
que não prestasse a garantia.

Na segunda garantia, a obrigação do garante é estabelecida automaticamente perante a primeira


exigência de cumprimento por parte do beneficiário, sendo vedado ao garante opor quaisquer
excepções a essa exigência, a qual deve satisfazer de imediato, desde que naturalmente estejam a
ser respeitados os termos estipulados para a exigência da garantia. Após efectivação da garantia,
fica naturalmente o garante sub-rogado nos direitos que o beneficiário tinha contra o garantido,
nos termos do art.592 do CC. Deve-se chamar atenção quando se trate de garantia à primeira
solicitação, um dos termos do negócio é que o reembolso do garante seja também efectuado à
primeira solicitação, o que exclui que o devedor possa opor ao garante as excepções relativas ao

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crédito que sobre ele tinha o beneficiário, devendo efectuar também automaticamente o pagamento
e reclamar posteriormente do beneficiário, o que ele obteve do garante.19

19
LEITÃO, Luís Manuel Teles de Menezes (2008),op.cit., p.344.

19
XII. Conclusão
Chegado a este ponto do presente trabalho, cumpre-nos fazer uma síntese daquilo que foi o
desenvolvimento do trabalho. O estudo das garantias bancárias, fez-nos percorrer por vários
institutos do direito civil, bancário e comercial. O que para nos, mostra claramente a
complementaridade e interdependência entre estes ramos, pois ainda que sendo autónomos,
buscam subsídio um ao outro na medida do permitido por lei. As garantias bancárias, como vimos,
é qualquer esquema destinado a obtenção seja do cumprimento de uma obrigação, seja do
equivalente, quanto possível, a esse mesmo cumprimento. No devido momento dissemos que a
prestação de garantias, não implica o prévio incumprimento por parte do devedor, que a própria
fiança admite a renúncia prévia ao benefício da excussão, abrindo o caminho para que o credor
livremente possa se dirigir ao garante, sem excutir previamente todos os bens do devedor.

Podemos assim, concluir que a prestação de garantias nas relações jurídicas bancarias e não só,
nas outras relações que envolvam os indicadores de risco, incerteza e insegurança, devem sempre
que possível serem prestadas garantias. Porquanto, esta visa assegurar a realização integral da
obrigação mesmo apos o inadimplemento de uma das partes. Assim, não se concebe nos dias
actuais, relações jurídicas sem garantias previamente prestadas.

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XIII. Bibliografia
i. Manuais
 ANTUNES, José Augusto Quelhas Lima Engrácia (2009), Direito dos Contratos
Comerciais, Almedina, Coimbra.
 CORDEIRO, António Menezes (2014), Direito Bancário, 5.ª Edição, Revista e
Actualizada, Almedina, Coimbra,
 COELHO, Fábio Ulhoa (2012), Curso de Direito Comercial, Vol.I, 16.ª Edição, Editora
Saraiva, São Paulo.
 CUNHA, Paulo Olavo (2010), Lições de Direito Comercial, Almedina, Coimbra.
 LEITÃO, Luís Manuel Teles de Menezes (2008), Direito das Obrigações, Vol II,
Almedina, Coimbra.
 VARELA, João Antunes (1997), Das Obrigações em Geral, Vol. II, 7.ª Edição, Almedina,
Coimbra.
 WATY, Teodoro Andrade (2011), Direito Bancário, W&W Editora, Limitada, Maputo.
ii. Legislação
 Código Civil de 1966.
 Decreto-Lei n. ° 2/2022 de 25 de Maio que estabelece o Regime Jurídico dos Títulos de
Crédito.
iii. Jurisprudência
 Acordão do Supremo Tribunal de Justiça Português, processo 3798/12.
 Acordão do Supremo Tribunal de Justiça Português, processo 3335/02.
iv. Revistas
 REGO, Margarida Lima, Garantias Bancárias e Seguros de Crédito e Cauçã, p.213, In
Centro de Estudos Judiciários, Fevereiro de 2014.

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