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DÍVIDA BANCÁRIA
DÍVIDA BANCÁRIA
Os bancos empregam considerável parcela dos valores que arrecadam do público em geral
para a concessão de empréstimos aos seus clientes, a prazo fixo, com juros e comissões, o
que permite aos mesmos o investimento nos mais variados setores da atividade em que
atuam. Sem dúvida, trata-se o em- préstimo de uma das operações centrais da atividade
bancária. Na sua função intermediadora no crédito, ou dispondo simplesmente de seu
próprio capital, o banco empresta dinheiro habitual e profissionalmente, angariando, com
isso, rendas, comissões, taxas pela prestação de serviços e juros moratórios no caso de
inadimplemento do devedor.
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1. Empréstimo bancário
1.1. Conceito
Há mútuo sempre que alguém entrega a outrem uma certa quantidade de coisas fungíveis, para que
a consuma, comprometendo-se este a devolver, na forma e no prazo avançados, não as próprias coisas
recebidas, mas coisas ou bens equivalentes em quantidade, qualidade e género. Em outros termos,
no mútuo o que se restitui não é o que se deu e sim o que corresponde ao que se deu.
O empréstimo bancário constitui um mútuo, com a especialidade de ser concedido por uma
entidade creditícia submetida à disciplina da Lei. Basicamente, vem a ser um contrato que expressa
o fornecimento de credito aos interessados.
Os bancos empregam considerável parcela dos valores que arrecadam do público em geral
para a concessão de empréstimos aos seus clientes, a prazo fixo, com juros e comissões, o
que permite aos mesmos o investimento nos mais variados setores da atividade em que
atuam. Sem dúvida, trata-se o em- préstimo de uma das operações centrais da atividade
bancária. Na sua função intermediadora no crédito, ou dispondo simplesmente de seu
próprio capital, o banco empresta dinheiro habitual e profissionalmente, angariando, com
isso, rendas, comissões, taxas pela prestação de serviços e juros moratórios no caso de
inadimplemento do devedor.
É o empréstimo bancário um dos contratos mais antigos. É, ainda, a operação bancária que
mais sobressai e corriqueira, e que precede u as outras formas de operações.
No sentido prático, realça Sérgio Carlos Covello a relevância da função do mútuo bancário “Os
empréstimos, assim, fomentam a produção, desenvolvem comércio, tornam viável a execução de
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grandes trabalhos públicos em benefício geral coletividade, fazendo com que capitais
disponíveis se tornem produtivos pela aplicação na criação de outras riquezas.
Sujeitos do contrato são os bancos ou outras instituições financeiras e osclientes, que podem ser
pessoas físicas ou jurídicas com capacidade suficiente para se obrigaram.
Constitui, objeto do contrato, o dinheiro que o banco transfere à propriedade do cliente. A causa
do contrato está na transferência do valor monetário, de modo que o prestatário possa utilizá-lo
no setor visado com o empréstimo.
O empréstimo de dinheiro define-se, conforme Sérgio Carlos Covello, como o contrato pelo
qual a instituição bancária entrega certa soma pecuniária ao cliente (prestatário), o qual, por
sua vez, se obriga a restituí-la, no prazo avençado, no mesmo gênero, quantidade e qualidade,
acrescida de juros e co- missões, conforme prévia estipulação.
Nota-se que o banco entrega uma soma em dinheiro, a qual passa a pertencer ao mutuário,
que suportará os ônus pelos riscos ocorríeis. Hã uma efetiva tradição da propriedade, e não
apenas do direito ao uso.
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Mediante esta operação, os bancos favorecem as atividades comerciais e industriais de
sua clientela, facilitando-as com a garantia que representa o valor dos títulos emprestados
ao cliente.
Antes da execução começar, é fundamental que exista um título executivo que legitime a
cobrança. No contexto bancário, este título pode ser:
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Contrato de empréstimo
Um cheque,
Uma nota promissória, entre outros. Este documento é a prova da existência da dívida.
Imóveis,
Veículos,
Valores em contas bancárias, entre outros.
Depois da penhora, e se ainda não houver pagamento, os bens podem ser adjudicados
(transferidos para o credor), alienados (vendidos) ou entregues em usufruto para quitar o valor
devido. O processo encerra quando a dívida é integralmente satisfeita, seja pelo pagamento
direto do devedor ou pela venda dos bens penhorados.
É fundamental mencionar que a execução de dívidas bancárias está sujeita a uma série de
regras e limitações legais para garantir a justiça do processo e proteger os direitos
fundamentais do devedor. Por isso, tanto bancos quanto clientes devem estar cientes de seus
direitos e deveres no decorrer desse procedimento.
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(art.4°/1 e ss, do CPC)
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ser a sentença condenatória; os documentos exarados ou autenticados por notário que
importem a constituição ou reconhecimento de qualquer obrigação; os documentos assinados
pelo devedor que importem a constituição ou reconhecimento de obrigações pecuniárias, cujo
montante seja determinado ou determinável por simples cálculo aritmético (v.g., a confissão
de dívida; os títulos de crédito, como é o caso das letras, livranças e cheques), de obrigação de
entrega de coisa ou de prestação de facto; e os documentos a que, por força de disposição
especial, seja atribuída força executiva.
1.5. Hipoteca
A palavra hipoteca deriva do grego, hypotheke, e significa o “oferecimento de um bem,
geralmente imóvel, como garantia de um empréstimo pecuniário” e, ainda, um “direito real
que tem o credor de uma dívida sobre imóvel, bem de raiz ou, por exceção, certos móveis
(navios, aviões etc.) dados em garantia pelo devedor, e que somente pelo não pagamento da
dívida se converte em posse efetiva do credor” (HOUAISS, 2007, p. 1.540)2. De sua
etimologia extrai-se que os institutos da hipoteca e do penhor têm a mesma origem,
distinguindo-se modernamente por um ter como garantia bens imóveis (e os considerados
imóveis para o direito) e o outro, bens móveis, além do diferencial possessório (art.689°/1, e
687°/1 ss).
1.6. Penhora
O penhor como direito de garantia que é, tem como característica a acessoriedade, pois este
está ligado ao crédito que visa garantir, numa situação de dependência quanto a este. O
penhor é acessório ao crédito que garante, sem a existência e validade do crédito não faria
sentido a existência de uma garantia, nomeadamente o penhor. Assim, o crédito deve ser
válido e existente, sob pena de nulidade. A garantia visa assegurar o cumprimento da
obrigação, pelo que não faria sentido existir penhor, sem crédito. Coloca-se aqui a
problemática da possibilidade de penhor sobre créditos futuros ou condicionais, que adiante
desenvolveremos, mas que o legislador quis consagrar no art. 666º, n.º 3 do CC3.
2
(HOUAISS, 2007, p. 1.540)
3
art. 666º, n.º 3 do CC3.
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1.7. O Processo de Execução
A execução de dívidas é uma ferramenta jurídica que visa satisfazer um direito reconhecido a
partir de um título executivo art.(4°/3 CPC)4. No contexto das dívidas bancárias, o processo
de execução tem etapas bem definidas para assegurar tanto os direitos do credor quanto os do
devedor. Tudo começa com a existência de um título executivo, como mencionamos antes,
que é o documento que comprova a dívida. No contexto bancário, exemplos de títulos
executivos são contratos de empréstimo, cheques não pagos, cédulas de crédito, entre outros.
Antes de iniciar a execução judicial, muitos credores optam por notificar o devedor sobre o
débito pendente, dando-lhe uma última oportunidade de quitar a dívida de forma amigável.
Se o devedor não realizar o pagamento após a notificação, o credor pode iniciar o processo
judicial de execução, apresentando uma petição inicial ao tribunal competente, juntamente
com o título executivo.Art.928°/2 CPC, Uma vez aceita a petição inicial, o devedor é
oficialmente citado para pagar a dívida no prazo estabelecido pela lei (geralmente 5 dias). O
devedor pode, neste período, quitar a dívida, apresentar embargos à execução ou indicar bens
à penhora. Caso não haja pagamento ou se os embargos forem rejeitados, o juiz determinará a
penhora de bens do devedor. Os bens penhorados devem ser suficientes para cobrir o valor da
dívida, incluindo juros e custas processuais.
Após a penhora, os bens são avaliados para determinar seu valor. Posteriormente, os bens são
levados a leilão ou praça. O dinheiro obtido com a venda é utilizado para quitar a
dívida. Após a alienação dos bens e a dedução das custas processuais, o valor restante é
entregue ao credor. Se o valor obtido com a venda dos bens for superior à dívida, a diferença
é devolvida ao devedor. Com o pagamento integral da dívida, o processo é encerrado. Se a
dívida não for totalmente quitada, o credor pode continuar a execução até a satisfação total do
débito.
É importante destacar que, durante o processo de execução, tanto o credor quanto o devedor
têm direitos e deveres estabelecidos pela legislação. Além disso, dependendo do caso e das
especificidades de cada situação, podem surgir nuances e etapas adicionais ao processo
descrito. Por isso, contar com a assistência de um advogado especializado é essencial para
lidar com segurança nesse processo.
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art.(4°/3 CPC)
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1.8. Direitos e Deveres dos Devedores
No contexto jurídico da execução de dívidas, especialmente no âmbito bancário, tanto os
devedores quanto os credores possuem direitos e deveres específicos ( art.798° CC.) Todo
devedor tem o direito constitucional de se defender e apresentar seus argumentos antes de
qualquer medida que afete seus bens ou direitos. A cobrança de juros deve obedecer aos
limites legais e contratuais. Em muitos casos, o devedor pode negociar diretamente com o
credor a possibilidade de quitar a dívida com um desconto. O devedor tem o direito de
questionar o montante exigido caso acredite que há um erro ou abuso na quantia cobrada. Se
determinado bem foi penhorado e o devedor entende que há outro bem mais adequado para
garantir a dívida, ele pode requerer a substituição. O devedor pode se opor a qualquer ato que
entenda como excessivo ou que exceda o valor da dívida.
Em casos de co-devedores, o devedor principal pode exigir que os bens dos demais sejam
executados antes dos seus, conforme a ordem estabelecida no contrato. O principal dever é
cumprir com as obrigações assumidas, pagando as dívidas nos prazos estipulados. Uma vez
que um bem seja penhorado, o devedor deve garantir sua integridade, evitando a sua
deterioração. O devedor deve informar qualquer alteração de endereço ou status que possa
afetar o processo de execução. Isso inclui permitir a entrada do oficial de justiça para
avaliação e penhora de bens, caso necessário.
Caso exista uma restrição ou ordem judicial, o devedor não deve alienar (vender, transferir)
bens que estejam designados à garantia da dívida. É fundamental que os devedores estejam
cientes de seus direitos e deveres durante um processo de execução. A falta de conhecimento
pode resultar em perdas desnecessárias, enquanto o entendimento correto das obrigações e
prerrogativas pode facilitar a resolução do processo e minimizar os impactos da dívida.
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Conclusão
Há mútuo sempre que alguém entrega a outrem uma certa quantidade de coisas fungíveis, para que
a consuma, comprometendo-se este a devolver, na forma e no prazo avançados, não as próprias coisas
recebidas, mas coisas ou bens equivalentes em quantidade, qualidade e género. Em outros termos,
no mútuo o que se restitui não é o que se deu e sim o que corresponde ao que se deu.
O empréstimo bancário constitui um mútuo, com a especialidade de ser concedido por uma
entidade creditícia submetida à disciplina da Lei. Basicamente, vem a ser um contrato que expressa
o fornecimento de credito aos interessados.
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Referencias bibliográficas
MARTINS, Luís M., Processo de Insolvência – anotado e comentado, Reimpressão da 2ª
Edição, Almedina, 2011.
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