Você está na página 1de 5

1.

Alienação fiduciária em garantia

Alienação fiduciária é a garantia de pagamento em uma relação de negociação de


compra de bens, se baseia na ideia de que o devedor, para garantir o pagamento de
algum bem que adquiriu, seja ele móvel ou imóvel, o transfere para o credor
enquanto paga por aquele bem, tal que o próprio bem servirá como garantia.
Durante o período em que ocorre o pagamento, o devedor usufrui do bem, enquanto
o pagamento estiver regularizado, porém, juridicamente o dono do bem será o
credor, ou seja, o devedor tem a posse enquanto o credor é proprietário do bem.
Dentre isso, se a dívida não for paga, é direito do credor reaver o bem e vender o
bem e obter o que tinha à receber. No caso dos leilões de bens móveis, é direito do
credor continuar a cobrar caso o valor referente ao leilão não elimine a dívida
totalmente. Quando a dívida for paga integralmente, o direito do credor é extinto,
passando a propriedade a ser plena do devedor.
Esta prática é comum em financiamentos feitos por instituições para a aquisição de
imóveis e veículos, pois permite diminuição dos juros e prazos mais longos para o
pagamento da dívida.
A alienação fiduciária é considerada uma garantia de pagamento real, pois é criada
uma espécie de vinculação jurídica entre um determinado bem e a obrigação a ser
paga. Assim, mesmo que o bem seja transferido do devedor a outra pessoa , ele
permanecerá atrelado àquele pagamento.
Vale ressaltar que , se o devedor for pessoa jurídica e por algum motivo tiver
falência decretada, o bem alienado pertence ao credor, logo não poderá compor a
massa falida.
A alienação fiduciária de bens imóveis é regida pelo capítulo II (artigos 22 a 33) da
Lei nº 9.514/97, não estando restrita às dívidas com entidades bancárias. Além
disso, pessoas físicas e jurídicas podem assumir o papel de credor, logo, o Código
Civil possuirá aplicação supletiva, para casos não alcançados pela lei específica.
As alienações sobre móveis estão regidas pelo Código Civil (arts. 1.361 a 1.368-B)
e pelo Decreto-lei nº 911/69, sendo este que institui regras e procedimentos a serem
adotados em caso de busca e apreensão na alienação fiduciária de móveis.
2. Factoring

Primeiramente, é importante explicar que, uma empresa de fomento mercantil não é


uma instituição financeira e não necessita de uma lei específica para sua
operacionalização, pois está amparado pelo ordenamento legal vigente e é
amparada pela circular BACEN nº 1.359/88 qual estabeleceu os parâmetros das
empresas de factoring, com a condição de que não fosse praticada nenhuma
operação que tivesse as características daquelas privativas das instituições
financeiras que têm autorização do BACEN para funcionar.
A partir disso, a atividade de fomento mercantil consiste em adquirir direitos
creditórios e pagá-los à vista, descontado a taxa de juros e o risco de inadimplência.
Isto não é considerado um empréstimo, pois a fomentadora usa recursos próprios,
também podendo assumir outras responsabilidades, como gestão financeira,
gerenciamento de cobrança e afins. O fomento comercial ajuda a desenvolver
pequenos e médios negócios que possuem dificuldades em manter um certo nível
de capital de giro entre o intervalo da venda e da entrada do lucro no caixa. Suas
principais vantagens são
- antecipação de crédito: como o factoring oferece valores à vista de recebimentos
futuros a um custo mais baixo do que de um banco, ele se torna atrativo a medida
proporciona mais liquidez ao negócio;
- transferir o risco de inadimplência: é uma das principais vantagens da empresa
fomentada, pois após o recebimento à vista, não precisa se preocupar com o risco
de "calote" e dessa maneira, também terceiriza indiretamente o setor de cobranças;
- fortalece o fluxo de capital de giro: a operação de fomento reduz suavemente os
lucros, em contrapartida proporciona um maior capital de giro, sendo este essencial
no cotidiano da empresa, seja para aquisição de bens, matéria-prima e afins.

A operação do factoring que envolve três partes distintas:


- o Factor: a parte que compra o crédito, quando adquirido procura o devedor e o
informa sobre a compra e as formas de cobrança.
- o Aderente: quem cede os seus direito creditórios em troca do adiantamento da
quantia, sendo essa já com descontos referentes a taxa de juros e risco de
inadimplência;
- o devedor: indivíduo que fez a compra e deu origem ao crédito, a partir desse
momento, a obrigação dele é com o Factor, sendo que o procedimento se encerra
quando o devedor paga a dívida.

Existem vários tipos de factoring, dentre eles os principais são:


- Factoring Convencional : se concretiza por meio de contrato de fomento mercantil,
o qual formaliza a aquisição dos direitos creditórios das empresas fomentadas;
- Factoring Maturity: a fomentadora fica responsável por administrar as contas a
receber da fomentada;
- Factoring Trustee: é a soma do factoring convencional e o Maturity, sendo que
neste tipo a fomentadora fica responsável pela gestão financeira;
- Factoring Exportação: cada fomentadora do país de origem e do país de destino
fica responsável por cuidar dos interesses das empresas envolvidas na transação;

3. Leasing

O contrato de arrendamento mercantil é feito por duas partes: O arrendador (banco


ou sociedade de arrendamento mercantil) e o arrendatário
(quem solicita a operação). Ele pode ser solicitado por pessoas físicas e jurídicas.
As partes negociam o arrendamento de um bem, que será o objeto do contrato. O
arrendador é o dono do bem e o arrendatário é quem terá o direito de uso, ou seja,
a posse do bem.
O contrato é feito por um prazo, e com o término desse contrato há a opção de
compra do bem pelo arrendatário, renovação do contrato de arrendamento ou o seu
encerramento. Para empresas isso se mostra vantajoso, pois é uma maneira de ter
acesso a equipamentos caros sem necessariamente comprá-los. Em comparação
ao financiamento, o leasing oferece juros menores e a opção de escolha de adquirir
o bem ou não ao final do contrato.
Na prática, o arrendador compra o bem e o financia para o arrendatário por um
prazo determinado. Podem ser definidas parcelas mensais ou um pagamento logo
no início ou final do contrato, isso pode variar de acordo com cada contrato. Após o
término do período acordado, existem algumas opções: é possível renovar o
contrato, devolver o bem para o arrendador ou adquiri-lo.
De acordo com a RESOLUÇÃO Nº 2.309 do Banco Central, que disciplina as
normas relativas às operações de arrendamento mercantil no país, as operações de
Leasing podem ser de dois tipos:

● Leasing Operacional: nesta modalidade, o arrendatário terá posse do bem


mediante pagamento à empresa de arrendamento. No final do contrato,
existe a possibilidade de adquirir o bem, devolvê-lo ou substituí-lo. Nesse
caso, o contrato tem um prazo mínimo de 90 dias. Além disso, o valor
estabelecido nas contraprestações não pode passar de 90% do custo
daquele bem.
● Leasing Financeiro: a resolução 4.696 do Conselho Monetário Nacional
(CMN) define que o arrendamento mercantil financeiro é todo aquele que não
pode enquadrar-se como operacional. Nessa modalidade os custos de
manutenção do bem são de responsabilidade do arrendatário. Em geral, este
contrato tem duração média de 3 anos, sendo que a duração do contrato está
intimamente ligada com a vida útil do bem arrendado.
No caso em que o arrendatário adquirir o bem ao final do acordo, o valor será
menor em relação ao preço inicial. Isso porque o valor das prestações servirá
como amortização o valor total do bem. Se o arrendatário optar por adquirir o
bem arrendado, precisará pagar o Valor Residual Garantido (VRG).

Vale ressaltar que, as operações de leasing são isentas de IOF e apresentam


valores mais "amigáveis" se comparados a empréstimos feitos em bancos. Todavia,
caso haja solicitação de quitação antecipada – antes do período de permanência
mínimo, pode haver cobrança de quebra de contrato.

Você também pode gostar