Alienação fiduciária é a garantia de pagamento em uma relação de negociação de
compra de bens, se baseia na ideia de que o devedor, para garantir o pagamento de algum bem que adquiriu, seja ele móvel ou imóvel, o transfere para o credor enquanto paga por aquele bem, tal que o próprio bem servirá como garantia. Durante o período em que ocorre o pagamento, o devedor usufrui do bem, enquanto o pagamento estiver regularizado, porém, juridicamente o dono do bem será o credor, ou seja, o devedor tem a posse enquanto o credor é proprietário do bem. Dentre isso, se a dívida não for paga, é direito do credor reaver o bem e vender o bem e obter o que tinha à receber. No caso dos leilões de bens móveis, é direito do credor continuar a cobrar caso o valor referente ao leilão não elimine a dívida totalmente. Quando a dívida for paga integralmente, o direito do credor é extinto, passando a propriedade a ser plena do devedor. Esta prática é comum em financiamentos feitos por instituições para a aquisição de imóveis e veículos, pois permite diminuição dos juros e prazos mais longos para o pagamento da dívida. A alienação fiduciária é considerada uma garantia de pagamento real, pois é criada uma espécie de vinculação jurídica entre um determinado bem e a obrigação a ser paga. Assim, mesmo que o bem seja transferido do devedor a outra pessoa , ele permanecerá atrelado àquele pagamento. Vale ressaltar que , se o devedor for pessoa jurídica e por algum motivo tiver falência decretada, o bem alienado pertence ao credor, logo não poderá compor a massa falida. A alienação fiduciária de bens imóveis é regida pelo capítulo II (artigos 22 a 33) da Lei nº 9.514/97, não estando restrita às dívidas com entidades bancárias. Além disso, pessoas físicas e jurídicas podem assumir o papel de credor, logo, o Código Civil possuirá aplicação supletiva, para casos não alcançados pela lei específica. As alienações sobre móveis estão regidas pelo Código Civil (arts. 1.361 a 1.368-B) e pelo Decreto-lei nº 911/69, sendo este que institui regras e procedimentos a serem adotados em caso de busca e apreensão na alienação fiduciária de móveis. 2. Factoring
Primeiramente, é importante explicar que, uma empresa de fomento mercantil não é
uma instituição financeira e não necessita de uma lei específica para sua operacionalização, pois está amparado pelo ordenamento legal vigente e é amparada pela circular BACEN nº 1.359/88 qual estabeleceu os parâmetros das empresas de factoring, com a condição de que não fosse praticada nenhuma operação que tivesse as características daquelas privativas das instituições financeiras que têm autorização do BACEN para funcionar. A partir disso, a atividade de fomento mercantil consiste em adquirir direitos creditórios e pagá-los à vista, descontado a taxa de juros e o risco de inadimplência. Isto não é considerado um empréstimo, pois a fomentadora usa recursos próprios, também podendo assumir outras responsabilidades, como gestão financeira, gerenciamento de cobrança e afins. O fomento comercial ajuda a desenvolver pequenos e médios negócios que possuem dificuldades em manter um certo nível de capital de giro entre o intervalo da venda e da entrada do lucro no caixa. Suas principais vantagens são - antecipação de crédito: como o factoring oferece valores à vista de recebimentos futuros a um custo mais baixo do que de um banco, ele se torna atrativo a medida proporciona mais liquidez ao negócio; - transferir o risco de inadimplência: é uma das principais vantagens da empresa fomentada, pois após o recebimento à vista, não precisa se preocupar com o risco de "calote" e dessa maneira, também terceiriza indiretamente o setor de cobranças; - fortalece o fluxo de capital de giro: a operação de fomento reduz suavemente os lucros, em contrapartida proporciona um maior capital de giro, sendo este essencial no cotidiano da empresa, seja para aquisição de bens, matéria-prima e afins.
A operação do factoring que envolve três partes distintas:
- o Factor: a parte que compra o crédito, quando adquirido procura o devedor e o informa sobre a compra e as formas de cobrança. - o Aderente: quem cede os seus direito creditórios em troca do adiantamento da quantia, sendo essa já com descontos referentes a taxa de juros e risco de inadimplência; - o devedor: indivíduo que fez a compra e deu origem ao crédito, a partir desse momento, a obrigação dele é com o Factor, sendo que o procedimento se encerra quando o devedor paga a dívida.
Existem vários tipos de factoring, dentre eles os principais são:
- Factoring Convencional : se concretiza por meio de contrato de fomento mercantil, o qual formaliza a aquisição dos direitos creditórios das empresas fomentadas; - Factoring Maturity: a fomentadora fica responsável por administrar as contas a receber da fomentada; - Factoring Trustee: é a soma do factoring convencional e o Maturity, sendo que neste tipo a fomentadora fica responsável pela gestão financeira; - Factoring Exportação: cada fomentadora do país de origem e do país de destino fica responsável por cuidar dos interesses das empresas envolvidas na transação;
3. Leasing
O contrato de arrendamento mercantil é feito por duas partes: O arrendador (banco
ou sociedade de arrendamento mercantil) e o arrendatário (quem solicita a operação). Ele pode ser solicitado por pessoas físicas e jurídicas. As partes negociam o arrendamento de um bem, que será o objeto do contrato. O arrendador é o dono do bem e o arrendatário é quem terá o direito de uso, ou seja, a posse do bem. O contrato é feito por um prazo, e com o término desse contrato há a opção de compra do bem pelo arrendatário, renovação do contrato de arrendamento ou o seu encerramento. Para empresas isso se mostra vantajoso, pois é uma maneira de ter acesso a equipamentos caros sem necessariamente comprá-los. Em comparação ao financiamento, o leasing oferece juros menores e a opção de escolha de adquirir o bem ou não ao final do contrato. Na prática, o arrendador compra o bem e o financia para o arrendatário por um prazo determinado. Podem ser definidas parcelas mensais ou um pagamento logo no início ou final do contrato, isso pode variar de acordo com cada contrato. Após o término do período acordado, existem algumas opções: é possível renovar o contrato, devolver o bem para o arrendador ou adquiri-lo. De acordo com a RESOLUÇÃO Nº 2.309 do Banco Central, que disciplina as normas relativas às operações de arrendamento mercantil no país, as operações de Leasing podem ser de dois tipos:
● Leasing Operacional: nesta modalidade, o arrendatário terá posse do bem
mediante pagamento à empresa de arrendamento. No final do contrato, existe a possibilidade de adquirir o bem, devolvê-lo ou substituí-lo. Nesse caso, o contrato tem um prazo mínimo de 90 dias. Além disso, o valor estabelecido nas contraprestações não pode passar de 90% do custo daquele bem. ● Leasing Financeiro: a resolução 4.696 do Conselho Monetário Nacional (CMN) define que o arrendamento mercantil financeiro é todo aquele que não pode enquadrar-se como operacional. Nessa modalidade os custos de manutenção do bem são de responsabilidade do arrendatário. Em geral, este contrato tem duração média de 3 anos, sendo que a duração do contrato está intimamente ligada com a vida útil do bem arrendado. No caso em que o arrendatário adquirir o bem ao final do acordo, o valor será menor em relação ao preço inicial. Isso porque o valor das prestações servirá como amortização o valor total do bem. Se o arrendatário optar por adquirir o bem arrendado, precisará pagar o Valor Residual Garantido (VRG).
Vale ressaltar que, as operações de leasing são isentas de IOF e apresentam
valores mais "amigáveis" se comparados a empréstimos feitos em bancos. Todavia, caso haja solicitação de quitação antecipada – antes do período de permanência mínimo, pode haver cobrança de quebra de contrato.