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A SEGURANÇA JURÍDICA
A SEGURANÇA JURÍDICA
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Índice
1. Introdução............................................................................................................................................4
2. Da Segurança Jurídica.........................................................................................................................5
2.1. Conceito...........................................................................................................................................5
2.2. Sentidos da segurança jurídica:........................................................................................................6
3. Segurança Jurídica e Justiça................................................................................................................7
4. Conclusão..........................................................................................................................................10
5. Referências Bibliográficas.................................................................................................................11
3
1. Introdução
O presente trabalho incide sobre o tema “a Segurança Jurídica”, no qual procurar-se-á de uma
forma sucinta debruçar-se acerca do conceito, importância, a relação da segurança jurídica com a
justiça.
Um dos valores fundamentais do Direito é a segurança e, embora não tenha projecção pois
representa um valor de hierarquia inferior não deixa de ser indispensável na vida social, basta
imaginar um colapso institucional subsequente a uma revolução social para nos darmos conta do
valor da segurança jurídica.
Quanto à estrutura, o trabalho compreende a presente introdução, que será seguida do seu
desenvolvimento onde de maneira breve far-se-á a abordagem dos assuntos atinentes ao tema,
depois do desenvolvimento seguirá a conclusão onde far-se-á uma breve súmula referente aos
assuntos tratados no desenvolvimento e por fim as respectivas referências bibliográficas das
obras que tornaram possível a realização deste trabalho, que, passarão, devidamente, a ser citadas
ao longo do desenvolvimento.
1.1. Objectivos:
1.1.1. Geral:
Falar de segurança jurídica.
1.1.2. Específicos:
Definir a segurança jurídica;
Caracterizar a segurança jurídica;
Esclarecer a relação entre a segurança jurídica com a justiça.
4
2. Da Segurança Jurídica
2.1. Conceito
Conceituar segurança jurídica é uma tarefa tormentosa, o que pode ser atribuído à ampla gama
conceitual abrangida pela expressão. Ao recorrer à apertadíssima síntese dos dicionários
jurídicos, é possível encontrar um conceito para o princípio da segurança jurídica como sendo a
“certeza do direito e da protecção contra mudanças retroactivas”1.
Partindo-se dessa noção inicial, é possível começar a dividir alguns dos aspectos do instituto em
tela. Conceitos mais detidos apresentam a segurança jurídica como um conceito ou um princípio
que abrange duas dimensões, uma objectiva e uma subjectiva. A dimensão objectiva limitaria a
retroactividade dos actos do Estado (através de mecanismos como o direito adquirido, ato
jurídico perfeito e coisa julgada), ao passo que a natureza subjectiva consistiria na protecção da
confiança dos cidadãos nos actos, procedimentos e condutas do Estado que se apresentam como
legítimos.2
Dos ensinamentos de Osvaldo Ferreira de Melo sobre Política Jurídica, extrai-se que do Direito
de Exigibilidade3, indispensável para a realização da bilateralidade atributiva da norma jurídica 4,
tem-se como necessário lançar mão do processo judicial 5. Entretanto, reconhece-se que, na
prática processual, nem sempre da racionalidade jurídica resulta a exigibilidade do direito.
Afirma o autor que:
1
DIMOULIS, 2012.
2
SILVA, 2004.
3
Para o autor o direito de exigibilidade é razão da existência da norma positiva e implica no fato de que “existe a
faculdade de ação judicial sempre que o direito subjectivo for ferido por ação ou omissão ilícita ou mesmo quando
houver ameaça de ilicitude” (MELO, Osvaldo Ferreira de. Temas atuais de política do direito, p. 37).
4
“Refere à interação de pelo menos dois sujeitos vinculados numa relação jurídica da qual decorrem direitos e
deveres” (MELO, Osvaldo Ferreira de. Temas atuais de política do direito, p. 36).
5
O processo judicial é entendido como “um sistema de preceitos normativos destinados a dar vida e movimento à
ação, e sirvam de meios adequados para conduzir o feito até a concretização do direito pretendido.” (MELO,
Osvaldo Ferreira de. Temas atuais de política do direito, p. 37).
5
então, se confundem com os do próprio Estado. [...] O outro lado da moeda estampa a necessidade
de os indivíduos contarem com a certeza de que seus direitos “garantidos” pela ordem jurídica,
sejam efectivos6.
Tal segurança diz-se jurídica, porquanto proveniente do Direito e não de outro mecanismo de
controlo social.
Posto que o ultimo fim do Direito, seja a justiça, esta não poderia ser obtida se este não fora apto
a conferir segurança aos indivíduos, no tocante às relações que mantém entre si:
“ Sólo sobre la base de un orden se puede halar de justicia o injusticia en la sociedade; si esse
orden no existe, entonces se puede hablar de ideas de justicia, pêro no de justicia existente, en las
relaciones de la vida, pues desde el momento que se admite que la vida social esta regida por la
justicia, se presupone que existe un orden social estabelecido presisamente por el derecho”.
6
MELO, Osvaldo Ferreira de. Temas atuais de política do direito, p. 38.
6
É falsa a oposição entre a segurança e a justiça, pôs o valor da justiça e justamente construído a
partir de direitos e de liberdades individuas fundamentais, dentre as quais se inserem a própria
segurança,
Por tal razão, deve se concordar com a doutrina que afirma que acima dos valores consagrados
pelos textos constitucional esta a segurança jurídica, quem em si mesma também e um valor,
pois ela garante e da consistência a esses outros valores, a razão pela qual não deve ser
sacrificada em defesa de um valor isolado por mais valioso que ele seja.
E, para que seja possível, a segurança através do direito, (segurança jurídica em sentido amplo,
impõe se que exista a segurança do próprio direito (segurança jurídica em sentido estrito), que
diz respeito também ao direito processual e será objecto da presente tese.
7
BARROSO, Luís Roberto (org.). A nova Interpretação Constitucional, p. 332-338.
8
BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da Constituição: fundamentos de uma dogmática
constitucional transformadora. p. 352.
7
Tal interpretação reforça a ideia de que as regras, especialmente no paradigma do Direito
positivo, reforçam o entendimento acerca de segurança jurídica, valendo-se dos princípios para
dar flexibilidade e realizar a justiça.
Segundo Pérez Luño, há uma aproximação entre segurança e justiça. Trazendo as lições do
alemão Erhard Denninger que afirma ter ocorrido um deslizamento da segurança jurídica para a
segurança dos bens jurídicos como justiça social 9, aduz que referida aproximação se produz a
partir de uma união dos dois valores.
Assim, propõe Pérez Luño, uma revisão das funções da segurança jurídica fundada em três
aspectos:
2º Contribui para comprovar a eficácia do sistema de segurança ao pô-lo em relação com suas
consequências no plano dos bens jurídicos cuja tutela se dirige.
O autor destaca algumas críticas para o avanço desta revisão das funções da segurança jurídica:
a) a imprecisão da noção de “bens jurídicos” e a amplidão dos bens que se julgam merecedores
de tutela jurídica, tornando “insegura” uma segurança baseada em um conceito tão amplo e de
perfis tão difusos; b) a imprecisão relacionada a interesses individuais ou sociais e colectivos,
9
“Von der Rechtssicherheit zur Rechtsgütersicherheit als sozialer Gerechtigkeit” (PÉREZ LUÑO, Antonio Enrique.
Seguridad jurídica y sistema cautelar, p. 335.).
10
PÉREZ LUÑO, Antonio Enrique. Seguridad jurídica y sistema cautelar, p. 335.
11
PÉREZ LUÑO, Antonio Enrique. Seguridad jurídica y sistema cautelar, p. 336.
8
pois a identificação de bens jurídicos com interesses puramente individuais parece de difícil
aceitação em um Estado social e democrático de Direito, igualmente uma versão
transpersonalista ou estadista do bem jurídico, que o reduza ao interesse de quem detenha o
poder político, é perigoso; c) o perigo estadista é potencializado pela concepção de Estado
preventivo, onde o cidadão deixa de ser paulatinamente sujeito de direitos fundamentais para ser
destinatário de deveres fundamentais.
Para evitar tais perigos, Pérez Luño destaca que a segurança dos bens jurídicos deveria atender às
seguintes exigências:
2º A organização dos direitos fundamentais no Estado social de Direito supera a tensão entre a
concepção individualista e transpersonalista, pois os bens jurídicos tendem a possibilitar a
integração plena e simultânea entre as exigências sociais e pessoais;
Percebe-se, pelo exposto, que a segurança jurídica compõe o valor justiça, fundindo-se a partir
da realização das garantias da realização dos direitos fundamentais constitucionalmente
assegurados.
4. Conclusão
Diante de tudo o que foi exposto, desde a contextualização da Segurança Jurídica até os mais
numerosos detalhes que propõem de características e a relação da mesma, é incontestável a
9
complexidade do tema abordado, dizer que foi um desafio encontrar conteúdo confiável devido a
imensidão de conteúdos não confiáveis, mas através de um esforço colectivo e redobrado
pudemos constatar que a segurança alem de ser um valor no sistema jurídico tendo em si
relevância intrínseca e igualmente um meio para se atingir os de mais valor tendo em si também
valores instrumentais.
5. Referências Bibliográficas
Doutrinas:
10
1. BARROSO, Luíz Roberto (org.). A nova Interpretação Constitucional: ponderação,
Direitos fundamentais e Relações Privadas. Rio de Janeiro: Renovar, 2003.
3. MELO, Osvaldo Ferreira de. Temas atuais de política do direito. Porto Alegre: Sérgio
Fabris/UNIVALI, 1998.
Legislação:
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