Você está na página 1de 7

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE ANGOLA

FACULDADE DE DIREITO

DIREITO BANCÁRIO E DOS SEGUROS

TEMA:
RESUMO DA LEI Nº14/21 DE 19 DE MAIO
CAPÍTULO V E VI

Docente

____________________________
Dr. Miguel de Carvalho

Luanda, abril de 2024


INTEGRANTES:
Nome do estudante ID do estudante
Elaine da Silva 1000022489
Lawu Gilberto
Lidiusca Boa-Morte 1000022649
Rúben César 1000022697
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como proposta, fazer uma análise e tecer comentários sobre a Lei nº14/21 de
19 de Maio, a Lei do Regime Geral das Instituições Financeiras. Porém, a nossa abordagem e
interpretação irá se restringir apenas ao Capítulo V que disciplina o Regime das Instituições
Financeiras Não Bancárias e o Capítulo VI que fala sobre o Registo.
Importa-nos fazer também, antes da análise restritiva dos capítulos acima citados, um enquadramento
geral sobre a importância da referida Lei. A presente Lei estabelece os princípios orientadores da
actividade do Sistema Financeiro e regula o processo de estabelecimento, o exercício da actividade e a
supervisão das instituições financeiras, o processo de intervenção correctiva e de resolução, bem como
os regimes sancionatório, de resolução e de liquidação das referidas instituições. Define, igualmente,
as Instituições Auxiliares do Sistema Financeiro, incluindo a sua autorização e registo junto do
organismo de supervisão competente – revoga a Lei n.º 12/15, de 17 de junho, Lei de Bases das
Instituições Financeiras.
A definição de instituições financeiras não bancárias na Lei nº14/24 de 19 de Maio mantém-se,
contudo, o conceito está mais alargado, sendo que nas Instituições Financeiras Não Bancárias
incluem-se nomeadamente, Casas de Câmbio, Instituições de Moeda Electrónica, Sociedades de
Cessão Financeira, Sociedades de Garantias de Crédito, Sociedades de Locação Financeira,
Sociedades Mediadoras dos Mercados Monetário ou de Câmbios, Sociedades Operadoras de Sistemas
de Pagamentos, Compensação ou Câmara de Compensação, nos termos da Lei do sistema de
pagamentos de Angola, bem como, Sociedades Prestadoras de Serviço de Pagamento.
CAPÍTULO V- INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS NÃO BANCÁRIAS
O presente capítulo refere-se as normas relativas à autorização de Actividade de Instituições
Financeira não Bancárias com Sede em Angola, estabelecendo a priori os princípios gerais, partindo
do âmbito de aplicação, os requisitos gerais para a sua constituição e o capital social e os seus
aumentos das Instituições Financeiras não Bancárias.
1. Artigo 99º, 100º e 101º º- Quanto ao âmbito de aplicação, aplicar-se-á quer as Instituições
Financeiras não Bancárias enunciadas no nº3 artigo 7º da LRGIF, quer em tudo que não se
encontre regulado em lei especial e as instituições financeiras não bancárias enunciadas no nº
4 e 5 do mesmo artigo.
Quanto aos requisitos gerais: Verificamos nessa Lei uma maior amplitude em relação a Lei
n.º 12/15, de 17 de junho, justificando essa amplitude, pois, a Lei nº14/21 surge para garantir
mais estabilidade, solidez e confiança de modo a promover e favorecer captação de poupança
de modo eficiente, permitindo uma justa concorrência entre as instituições financeiras. Entre
os seus requisitos elencados deve “ter objecto exclusivo ao exercício da actividade legalmente
permitida, ter capital não inferior ao mínimo lega, identificar os sócios ou accionistas e os
beneficiários efectivos últimos, demonstrar a capacidade económico-financeira dos sócios ou
accionistas…”
Quanto ao capital social: Verificamos também uma mudança no novo diploma legal, tendo
um texto mais exaustivo com relação a Lei n.º 12/15, de 17 de Junho. As Instituições
Financeiras não bancárias devem ser constituídas como capital mínimo social regularmente
em vigor à data da sua aprovação, conforme definido em normativo específico, competindo
ao Banco Nacional a fixação do capital mínimo Social. E quanto ao aumento do Capital
Social o mesmo artigo destina-se a disciplinar, deixando de remeter para às normas
respeitantes as Instituições Financeiras Bancárias. As instituições financeiras não bancárias
podem aumentar o capital social mediante emissão e subscrição de novas ações, incorporação
no capital social de reservas legais e reservas livres. O capital social mínimo das instituições
financeiras não bancárias, devem ser integralmente subscritos e realizados a data da sua
constituição.
Na Subsecção II, é respeitante as normas que disciplinam o processo de Autorização para as
Instituições Financeiras Não Bancárias, quanto a autorização, recusa de Autorização, Caducidade da
autorização, revogação da autorização e competência e forma de revogação.
2. Artigo 102º, 103º, 104º, 105º e 106º: Quanto a autorização, o normativo determina que a
constituição de Instituições Financeiras não bancárias com sede no País depende de
autorização a conceder pelo Banco Nacional de Angola. Sendo que, o pedido de autorização
de constituição de instituições financeiras não bancárias, devem ser entregues com a
informação e documentação referindo a natureza, dimensão e complexidade do negócio
pretendido.
Quanto a recusa de autorização: O art.103º, prevê sem prejuízo de alguma legislação
especial, as situações que poderiam despoletar a recusa da autorização, fazendo menção a
situações como a falta de todas as informações e documentos necessário no pedido de
autorização; inexactidões ou falsidades no pedido; não verificação dos requisitos constantes
no art.48º.
Quanto a caducidade e revogação da autorização: no nº1 do art.104º encontramos
previstas três situações referentes a caducidade da autorização, sendo respectivamente
“expressa renuncia dos requerentes”, “falta de constituição da Sociedade no prazo de 3
meses” e “Se a sociedade não iniciar a actividade no prazo de 6 meses a contar da data de
constituição”. Podendo em todo caso, nos termos do nº 2 do mesmo artigo, mediante
requerimento da Instituição e devidamente fundamento, ser prorrogado por uma única vez, até
6 meses, o prazo de início da actividade. A autorização caduca ainda, com a dissolução da
sociedade. Quanto a revogação da autorização, sem prejuízo dos fundamentos em demais
legislações, poderá ser revogada nos termos dos fundamentos elencados no art.105º,
implicando a dissolução e liquidação da sociedade.
Quanto a competência e forma de revogação: é aplicável, nos termos do art.106º, as
mesmas disposições para as Instituições Financeiras bancárias às Instituições Financeiras não
bancárias, a revogação de autorização é também de competência do Banco Nacional de
Angola (art.58º).
Ainda na Subsecção II, encontraremos normas respeitantes: aos Órgãos de Gestão e Fiscalização as
alterações estatutárias, regras de conduta, normas prudenciais e a Supervisão.
3. Artigo 107º, 108º, 109º, 110º e 111º: É consagrado o princípio da proporcionalidade e
natureza jurídica da sociedade, quanto a adequação dos membros de administração e
fiscalização, obedecerem a este princípio nas suas actuações.
Quanto a acumulação de cargos e funções, é analisada a sua admissibilidade
casuisticamente, pelo Banco Nacional.
Quanto a qualquer alteração estatutária (alterações dos estatutos, a fusão, cisão e
dissolução das Instituições Financeiras Não bancárias), estão sujeitas à prévia autorização do
Banco Nacional. Para as regras de conduta, normas prudenciais e a supervisão, está subjacente
o princípio da proporcionalidade.
Na Secção II, é regulado a actividade no Estrangeiro de Instituições Financeiras não Bancárias com
Sede em Angola.
4. Artigo 112º e 113º: O estabelecimento de Sucursais deve ser previamente comunicado (os
seus projectos) ao Organismo de Supervisão Competente em razão da matéria. Sendo que o
Organismo de Supervisão pode recusar a pretensão, por motivo fundado (situação financeira
da Instituição Financeira não bancária, por exemplo). A decisão deve ser tomada no prazo de
três meses e o silencia significa a recusa da pretensão.
Quanto a Secção III, encontra-se as disposições normativas relativa à autorização e Actividade em
Angola de Instituições Financeiras não Bancárias com Sede no Estrangeiro.
5. Artigo 114º e 115º: O estabelecimento em Angola de sucursais de Instituições Financeiras
não Bancárias com sede no estrangeiro, são reguladas nos termos dos artigos 78º a 82º da Lei.
Salvo disposição em Lei Especial.
A Secção IV e último desse capítulo, regula o registo Especial das Instituições Financeiras não
Bancárias, as regras de conduta, normas prudências e a Supervisão.
CAPÍTULO VI- REGISTO
Ao contrário do Capítulo anterior, neste capítulo as disposições são aplicáveis a todas as Instituições
Financeiras em geral.
ARTIGO 120º: Condiciona o inicio da actividade das Instituições Financeiras ( Quer seja bancárias e
não Bancárias), enquanto não se encontrarem inscritas em Registo Especial no respectivo Organismo
de Supervisão. O Registo Especial é condição para o início de funções dos membros dos órgãos de
administração e Fiscalização das Instituições Financeiras.
ARTIGO 121º e 122º : Para efeitos de Registo, devem as Instituições Financeiras remeterem
para o Órgão de Supervisão, os elementos previstos no art.121º e o Organismo de Supervisão
pode, por meio de regulamento específico, estabelecer a sujeição de outros elementos a
registo.
Quanto as Instituições Financeiras Autorizadas no Estrangeiro: Ficam sujeitas quase aos
mesmos elementos do art.121º com algumas especificidades relativamente: a data a partir da
qual pode estabelecer-se no país; Operações que a Instituição Financeira Bancária pode
efectuar no país de origem e as que pretende efectuar em Angola; lugar das sucursais,
agências e escritórios de representação de Angola; Capital social afecta às operações a
efectuar em Angola; Identificação dos gerentes das sucursais e dos escritórios de
representação.
ARTIGO 123º: o registo dos membros dos órgãos de administração e fiscalização, deve ser
solicitado ao Banco Nacional (enquanto Órgão de Supervisão competente) e mediante
requerimento da Instituição Financeira A falta de registo não invalida os actos praticados pela
pessoa em causa no exercício das suas funções.
ARTIGO 124 e 125º: Sem prejuízo do nº2 do mesmo artigo, o prazo para requer qualquer
registo é de 30 dias úteis, a contar da data em que os factos a registar tenham ocorrido. O
registo é recusado nos fundamentos previstos nos termos do art.125º da Lei.

Você também pode gostar