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ADVOCACIA TRABALHISTA

AINDA É POSSÍVEL AJUIZAR AÇÃO?


CORREÇÃO DOS DEPÓSITOS DO FGTS

Objetivo: Analisar os riscos do ajuizamento de ações que discutem à alteração do


índice de correção monetária dos valores depositados na conta de Fundo de Garantia
do Tempo de Serviço (FGTS) – da TR para o INPC ou outro índice correspondente.

Conteúdo: Estudo prático face a ADI 5090/DF que tramita no Supremo Tribunal
Federal, na qual se discute a constitucionalidade do artigo 13 da Lei 8.036/90 e do
artigo 17 da Lei 8.177/91, dispositivos que estabelecem a correção dos depósitos nas
contas vinculadas ao FGTS pela Taxa Referencial (TR).

AÇÃO DE REVISÃO DO ÍNDICE DE


CORREÇÃO MONETÁRIA DO FGTS

FGTS APÓS A CF/1988

Com a nova ordem constitucional o regime do FGTS tornou-se obrigatório para todos
os empregados.
1º fundamento: O artigo 7º, inciso III, da CF, prevê:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social:
III - fundo de garantia do tempo de serviço;

2º fundamento: Lei 8.036/90.

Art. 14. Fica ressalvado o direito adquirido dos trabalhadores que, à data da promulgação da
Constituição Federal de 1988, já tinham o direito à estabilidade no emprego nos termos do
Capítulo V do Título IV da CLT.

Garantiu direito adquirido da estabilidade decenal para quem já havia alcançado o


direito antes da CF/88 e depois dela garante o direito aos recolhimentos mensais do
FGTS.

3º fundamento: Decreto 99.684/90 consolida as normas regulamentares do FGTS.

Art. 3° A partir de 5 de outubro de 1988, o direito ao regime do FGTS é assegurado aos


trabalhadores urbanos e rurais, exceto aos domésticos, independentemente de opção.

As normas acima mencionadas estão em vigor.

Portanto, os únicos trabalhadores que, efetivamente, gozam da estabilidade da CLT


são aqueles que contavam com mais de 10 anos de serviço na mesma empresa em
05.10.1988 (data da promulgação da CF) e que até então NÃO haviam optado pelo
regime do FGTS.

PERCENTUAL DE RECOLHIMENTO DO FGTS

Nos termos do art. 15, da Lei 8.036/90:

Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar,
até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8
(oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador,
incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da CLT e a gratificação
de Natal a que se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962, com as modificações da Lei nº
4.749, de 12 de agosto de 1965. (Vide Lei nº 13.189, de 2015)

Todos os empregadores ficam obrigados a depositar, até o dia 07 de cada mês, em


conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8 % da remuneração paga
ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas
de que tratam os arts. 457 e 458 da CLT e a gratificação de Natal a que se refere a Lei
4.090, de 13 de julho 1962, com as modificações da Lei 4.749, de 12 de agosto de 1965.

EXCEÇÃO: Segundo o § 7º da Lei 8.036/90, os contratos de aprendizagem tem a


alíquota reduzida para 2%.

FISCALIZAÇÃO, OPERACIONALIZAÇÃO E
ADMINISTRAÇÃO DO FGTS – (LEI 8.036/90)

Cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego a fiscalização quanto as infrações


praticadas pelos empregadores e/ou débitos que possuam à título de FGTS.

Art. 23. Competirá ao Ministério do Trabalho e da Previdência Social a verificação, em nome da


Caixa Econômica Federal, do cumprimento do disposto nesta lei, especialmente quanto à
apuração dos débitos e das infrações praticadas pelos empregadores ou tomadores de serviço,
notificando-os para efetuarem e comprovarem os depósitos correspondentes e cumprirem as
demais determinações legais, podendo, para tanto, contar com o concurso de outros órgãos do
Governo Federal, na forma que vier a ser regulamentada.
Na falta de recolhimento ou nos casos de recolhimento a menor, o empregador
poderá ser acionado perante a Justiça do Trabalho.

A Caixa Econômica Federal - CEF é o Agente Operador do FGTS.

A CEF centraliza os recolhimentos, mantém controle das contas vinculadas em nome


dos trabalhadores e estabelece procedimentos, tanto administrativos quanto
operacionais, dos bancos depositários, dos agentes financeiros, dos empregados, e
dos trabalhadores que integram o sistema FGTS.

Art. 7º À Caixa Econômica Federal, na qualidade de agente operador, cabe:


I - centralizar os recursos do FGTS, manter e controlar as contas vinculadas, e emitir
regularmente os extratos individuais correspondentes às contas vinculadas e participar da rede
arrecadadora dos recursos do FGTS;
II - expedir atos normativos referentes aos procedimentos adiministrativo-operacionais dos
bancos depositários, dos agentes financeiros, dos empregadores e dos trabalhadores,
integrantes do sistema do FGTS;
III - definir os procedimentos operacionais necessários à execução dos programas de habitação
popular, saneamento básico e infra-estrutura urbana, estabelecidos pelo Conselho Curador com
base nas normas e diretrizes de aplicação elaboradas pelo Ministério da Ação Social;
IV - elaborar as análises jurídica e econômico-financeira dos projetos de habitação popular, infra-
estrutura urbana e saneamento básico a serem financiados com recursos do FGTS;
V - emitir Certificado de Regularidade do FGTS;
VI - elaborar as contas do FGTS, encaminhando-as ao Ministério da Ação Social;
VII - implementar os atos emanados do Ministério da Ação Social relativos à alocação e
aplicação dos recursos do FGTS, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho
Curador.
VIII - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.491, de 1997)
IX - garantir aos recursos alocados ao FI-FGTS, em cotas de titularidade do FGTS, a
remuneração aplicável às contas vinculadas, na forma do caput do art. 13 desta Lei. (Incluído
pela Lei nº 11.491, de 2007)

O FGTS é gerido e administrado por um Conselho Curador.

O Conselho é um colegiado tripartite composto por entidades representativas dos


trabalhadores, dos empregadores e representantes do Governo Federal.

Art. 3o O FGTS será regido por normas e diretrizes estabelecidas por um Conselho Curador,
composto por representação de trabalhadores, empregadores e órgãos e entidades
governamentais, na forma estabelecida pelo Poder Executivo.
I - estabelecer as diretrizes e os programas de alocação de todos os recursos do FGTS,
de acordo com os critérios definidos nesta lei, em consonância com a política nacional
de desenvolvimento urbano e as políticas setoriais de habitação popular, saneamento
básico e infra-estrutura urbana estabelecidas pelo Governo Federal;

ACESSO AO EXTRATO DO FGTS

A Circular 436/2008 da CEF garante ao trabalhador acesso aos extratos de sua conta
do FGTS, pelos seguintes canais:

INTERNET (via cadastro no site da CEF ou certificado digital);


TERMINAIS DE AUTO-ATENDIMENTO (com cartão cidadão ou digitação do PIS/PASEP);
CORREIO (pode requerer que o extrato seja enviado bimestralmente);
E-MAIL (pode requerer que o extrato seja enviado mensalmente);
VIA CELULAR (com tecnologia wap ou palm top), ou
NAS AGÊNCIAS DA CEF.

Súmula 514 - do STJ: A CEF é responsável pelo fornecimento dos extratos das contas
individualizadas vinculadas ao FGTS dos trabalhadores participantes do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço, inclusive para fins de exibição em juízo, independentemente do período em
discussão.

Na forma da Circular 436/2008, a CEF:

... no prazo de 05 (cinco) dias úteis, atenderá ao empregador, ao trabalhador titular de contas
vinculadas FGTS ou sucessores, quanto aos pedidos de informação relativa ao total de
depósitos efetuados, acrescidos dos respectivos juros e correção monetária, inclusive quando
tal informação vise permitir os cálculos para realização dos recolhimentos rescisórios.
HIPÓTESES DE SAQUE E LEGITIMIDADE PARA SACAR O FGTS

As hipóteses de saque estão previstas no art. 20, da Lei 8.036/90, e são meramente
exemplificativas; vejamos:

Art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada nas
seguintes situações:
I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca e de
força maior;
II - extinção total da empresa, fechamento de quaisquer de seus
estabelecimentos, filiais ou agências, supressão de parte de suas atividades,
declaração de nulidade do contrato de trabalho nas condições do art. 19-A, ou
ainda falecimento do empregador individual sempre que qualquer dessas
ocorrências implique rescisão de contrato de trabalho, comprovada por
declaração escrita da empresa, suprida, quando for o caso, por decisão judicial
transitada em julgado;
III - aposentadoria concedida pela Previdência Social;
IV - falecimento do trabalhador, sendo o saldo pago a seus dependentes,
para esse fim habilitados perante a Previdência Social, segundo o critério
adotado para a concessão de pensões por morte. Na falta de dependentes,
farão jus ao recebimento do saldo da conta vinculada os seus sucessores
previstos na lei civil, indicados em alvará judicial, expedido a requerimento
do interessado, independente de inventário ou arrolamento;
V - pagamento de parte das prestações decorrentes de financiamento
habitacional concedido no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação
(SFH), desde que:
a) o mutuário conte com o mínimo de 3 (três) anos de trabalho sob o regime do
FGTS, na mesma empresa ou em empresas diferentes;
b) o valor bloqueado seja utilizado, no mínimo, durante o prazo de 12 (doze)
meses;
c) o valor do abatimento atinja, no máximo, 80 (oitenta) por cento do montante
da prestação;
VIII - quando o trabalhador permanecer três anos ininterruptos, a partir de
1º de junho de 1990, fora do regime do FGTS, podendo o saque, neste caso,
ser efetuado a partir do mês de aniversário do titular da conta.
IX - extinção normal do contrato a termo, inclusive o dos trabalhadores
temporários regidos pela Lei nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974;
X - suspensão total do trabalho avulso por período igual ou superior a 90
(noventa) dias, comprovada por declaração do sindicato representativo da
categoria profissional.
XI - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for acometido
de neoplasia maligna. (câncer)
XIII - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for portador
do vírus HIV;
XIV - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes estiver em
estágio terminal, em razão de doença grave, nos termos do regulamento;
XV - quando o trabalhador tiver idade igual ou superior a setenta anos.
XVI - necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade decorra de desastre
natural, conforme disposto em regulamento, observadas as seguintes
condições:
XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por prescrição, necessite
adquirir órtese ou prótese para promoção de acessibilidade e de inclusão
social. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)
ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA DO FGTS

TR
X
IPCA-E e INPC

Fundamentação legal - Os arts. 2º, 9º, § 2º e 13 da Lei 8.036/90 estabelecem a


necessidade de correção monetária do saldo da conta vinculada do trabalhador
(INFLAÇÃO); vejamos:

Correção Monetária é: Em Economia é também chamado de "Correção Monetária", ou seja,


um ajuste feito periodicamente de certos valores na economia tendo em base o valor da
inflação de um período, objetivando compensar a perda de valor da moeda.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Atualiza%C3%A7%C3%A3o_monet%C3%A1ria

Portanto, o índice de correção monetária DEVE corrigir certo valor face a inflação de
certo período. E no FGTS?

Lei 8.036/90: Dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, e dá outras


providências.

Art. 13. Os depósitos efetuados nas contas vinculadas SERÃO CORRIGIDOS


MONETARIAMENTE com base nos parâmetros fixados para atualização dos saldos dos
depósitos de poupança e capitalização juros de (três) por cento ao ano.

O índice de atualização do saldo da poupança, é a TR, prevista nos artigos 17 e 12 da


Lei 8.177/91:

Art. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo
de Serviço (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplicável à remuneração básica
dos depósitos de poupança com data de aniversário no dia 1°, observada a periodicidade
mensal para remuneração.

Art. 12. Em cada período de rendimento, os depósitos de poupança serão remunerados:


I - como remuneração básica, por taxa correspondente à acumulação das TRD, no período
transcorrido entre o dia do último crédito de rendimento, inclusive, e o dia do crédito de
rendimento, exclusive;

Verifica-se que ficou determinado que os saldos das contas do FGTS passariam a ser
corrigidos pela taxa aplicável aos depósitos de poupança, ou seja, a TR, mantidas as
taxas de juros previstas na legislação própria do FGTS, qual seja, a taxa de 3% de juros
anuais.

PORTANTO, não se discute que a aplicação da TR é legal.

O que se discute é se o índice previsto na norma é ou não capaz de 'corrigir


monetariamente' o saldo dos depósitos de FGTS, como expressamente previsto na
Lei 8.036/90, veja:

Art. 2°. O FGTS é constituído pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros
recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualização monetária e juros, de
modo a assegurar a cobertura de suas obrigações.

Art. 9º. As aplicações com recursos do FGTS poderão ser realizadas diretamente pela Caixa
Econômica Federal e pelos demais órgãos integrantes do Sistema Financeiro da Habitação -
SFH, exclusivamente segundo critérios fixados pelo Conselho Curador do FGTS, em operações
que preencham os seguintes requisitos:
(...) § 2º. Os recursos do FGTS deverão ser aplicados em habitação, saneamento básico e infra-
estrutura urbana. As disponibilidades financeiras devem ser mantidas em volume que satisfaça
as condições de liquidez e remuneração mínima necessária à preservação do poder
aquisitivo da moeda.

DA ADI 5090 E A CORREÇÃO PELA TR


A ADI 5090 discute os dispositivos das Leis 8.036/1990 (artigo 13) e 8.177/1991 (artigo
17) que impõem a correção dos depósitos nas contas vinculadas do Fundo de Garantia
do Tempo de Serviço (FGTS) pela Taxa Referencial (TR).

“Pode-se afirmar que há, hoje, uma agressão ao núcleo essencial do próprio Fundo de Garantia”,
afirma o SD.
“Aplicado índice inferior à inflação, a Caixa Econômica Federal, como ente gestor do Fundo, se
apropria da diferença, o que claramente contraria a moralidade administrativa”.
“Tenciona-se aqui é deixar assente que o crédito do trabalhador na conta do FGTS, como
qualquer outro crédito, deve ser atualizado por índice constitucionalmente idôneo”.

O STF (Supremo Tribunal Federal) iniciaria no dia 13 de maio o julgamento da ADI 5090.

A ação discute os indexadores de correção anual do saldo das contas do FGTS


sustentando sua inconstitucionalidade, já que, quase sempre, ficam abaixo da
inflação, reduzindo, portanto, o poder de compra do dinheiro depositado ao longo do
tempo.

Como vimos, o FGTS tem uma remuneração fixa de 3% ao ano acrescida da Taxa
Referencial (TR), fixada pelo Banco Central e que, historicamente, ficou abaixo de
outras taxas e indicadores, incluindo a inflação.

São diversos processos ajuizados em todo o país, seja de forma coletiva ou individual,
que esperam esse julgamento, que terá efeitos sobre todos os brasileiros.

Há ações que pedem que o FGTS passe a ser corrigido pelo INPC (Índice Nacional de
Preços ao Consumidor) ou pelo IPCA-E (Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Especial).

Decisão Liminar:
Recentemente, o C. STF, no bojo da ADI 5090 – DF, deferiu medida cautelar para
sobrestar todos os processos que versem sobre a rentabilidade do FGTS.

DECISÃO:

Considerando:
(a) a pendência da presente ADI 5090, que sinaliza que a discussão sobre a
rentabilidade do FGTS ainda será apreciada pelo Supremo e, portanto, não está
julgada em caráter definitivo, estando sujeita a alteração (plausibilidade
jurídica);
(b) o julgamento do tema pelo STJ e o não reconhecimento da repercussão geral
pelo Supremo, o que poderá ensejar o trânsito em julgado das decisões já
proferidas sobre o tema (perigo na demora);
(c) os múltiplos requerimentos de cautelar nestes autos; e
(d) a inclusão do feito em pauta para 12/12/2019, defiro a cautelar, para
determinar a suspensão de todos os feitos que versem sobre a matéria, até
julgamento do mérito pelo Supremo Tribunal Federal. Publique-se. Intime-se.
Brasília, 6 de setembro de 2019. Ministro LUÍS ROBERTO BARROSO Relator.
Nesse cenário, determino o sobrestamento do feito, aguardando-se o desfecho
da ADI 5090, ou nova deliberação quanto à suspensão dos processos que
envolvam a temática em questão. P.I.

PRESCRIÇÃO DO FGTS

Lapso inicial da pretensão: 1.999 e o lapso final?

Em caso de decisão favorável na ADI 5090, o saldo passaria a ser corrigido desde 1999
pelo INPC ou o IPCA-E, por apresentar diferença para menor devido às alterações
realizadas pelo Banco Central do Brasil, BACEN, por meio da Resolução CMN 2.604,
de 23.04.1999 que reduziu a taxa de juros com a criação de um redutor em 1999,
e a consequente alteração na fórmula deste redutor através da Resolução CMN
3.354/06, impactaram negativamente na Taxa Referencial (TR).

Lapso final da pretensão face a Prescrição retroativa!

A prescrição para PEDIR a REVISÃO do SALDO FGTS em AÇÃO contra a CEF é de 30


anos.

Súmula 210, do STJ: A ação de cobrança das contribuições para o FGTS prescreve em trinta
(30) anos. (DJ 05.06.1998)

Por este entendimento, a discussão dessa ação que tem início em 1.999, se conseguiria
o direito aos 30 anos àqueles que ajuizassem até 2.029, retroagiria até 1.999.

Contudo, há controvérsia no entendimento do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e


também no Supremo (Supremo Tribunal Federal) sobre esse prazo.

No âmbito trabalhista, a prescrição relativa ao não recolhimento do FGTS, agora, é


quinquenal - Súmula 362, do TST.

É que o STF modificou de 30 anos para 05 anos o prazo de prescrição aplicável à


cobrança de valores não depositados no FGTS. A decisão majoritária foi tomada em
13/11/2014 no julgamento do ARE 709.212/DF.

O STF declarou a inconstitucionalidade das normas que previam a prescrição


trintenária.

A decisão conta com modulação dos efeitos com projeção de 05 anos da data da
decisão (13/11/2014), ou seja, até 13/11/2019.

Nova redação da Súmula nº 362 do TST:


FGTS. PRESCRIÇÃO (nova redação) - Res. 198/2015, republicada em razão de erro
material – DEJT divulgado em 12, 15 e 16.06.2015
I – Para os casos em que a ciência da lesão ocorreu a partir de 13.11.2014, é quinquenal a
prescrição do direito de reclamar contra o não-recolhimento de contribuição para o FGTS,
observado o prazo de dois anos após o término do contrato;
II – Para os casos em que o prazo prescricional já estava em curso em 13.11.2014, aplica-se o
prazo prescricional que se consumar primeiro: trinta anos, contados do termo inicial, ou cinco
anos, a partir de 13.11.2014 (STF-ARE-709212/DF).

E agora?

Se procedente a ADI poderá ser modulado os efeitos da decisão de modo a acomodar


o impacto.

• poderá valer para todos os trabalhadores com ajuizamento a qualquer


momento;
• poderá valer para todos os trabalhadores, desde que ajuízem até 05 anos da
decisão na ADI;
• apenas para os trabalhadores que ingressaram com a ação até a distribuição
da ADI;
• apenas para os trabalhadores que ingressaram com a ação até a data do
julgamento da ADI;
• enfim, ...

E se retroagir, pode chegar a quantos anos?


Em 13/11/2014 – o STF julgou Agravo em Recurso Extraordinário (ARE) 709212 e
alterou a Súmula 362 do TST determinando que o direito do trabalhador pleitear o
FGTS não recolhido prescreveria em 5 anos.

Porém, como a discussão, na ADI 5090 é sobre a aplicação de índice de correção


monetária e, NÃO de recolhimento do FGTS, diversos profissionais do direito
consideram que a prescrição deve ser de 30 anos.

É certo que o STF vai concordar que a TR é inadequada?

Não podemos dizer que o STF concordará com a tese da ADI, ou concordando que
retroagirá os efeitos até 1999, no entanto, acreditamos que em razão do impacto
econômico-financeiro, havendo decisão favorável, será aplicada alguma modulação.

COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO DAS AÇÕES DE REVISÃO DO FGTS


DECORRENTES DA CORREÇÃO PELA TR

Nos termos do art. 109, inciso I, da CF, é da Justiça Federal a competência para
julgamento das ações em que a CEF figure no polo passivo.

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:


I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem
interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as
de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;

Se no domicílio do autor houver JEF, atenção: As causas com valor de até 60 salários
mínimos são de competência absoluta dos JEF`s, na forma do art. 3º, da Lei 10.259/01.

Art. 3o Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar e julgar causas de
competência da Justiça Federal até o valor de sessenta salários mínimos, bem como executar
as suas sentenças.
Inexistindo JEF no domicílio do autor ou sendo o valor da causa superior a 60 salários
mínimos a competência é da Justiça Federal comum.

LITISCONSÓRCIO ATIVO FACULTATIVO:

O REsp 1.257.935, decidiu que no caso de litisconsórcio ativo facultativo, os valores


das diferenças calculadas para os autores devem ser somados e divididos pela
quantidade de requerentes.

LEGITIMIDADE PASSIVA DAS AÇÕES DE REVISÃO DO FGTS


DECORRENTES DA CORREÇÃO PELA TR

A legitimidade passiva nas ações onde se busca a correção das contas vinculadas dos
trabalhadores é, exclusivamente, da CEF.

Neste sentido, vejamos:

STJ. Súmula nº 249 - 24/05/2001 - DJ 22.06.2001.


Caixa Econômica Federal - Legitimidade Passiva - Correção Monetária do FGTS. A Caixa
Econômica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute correção
monetária do FGTS.
AÇÃO

AÇÃO DE RECÁLCULO DE VALORES RELATIVOS À CONTA VINCULADA


DO FUNDO DE GARANTIAPOR TEMPO DE SERVIÇO (FGTS), COM
PAGAMENTO DAS PARCELAS VENCIDAS E VINCENDAS

PEDIDO

A CONDENAÇÃO da Caixa Econômica Federal – CEF ao


RECÁLCULO DA CORREÇÃO DOS DEPÓSITOS da conta
vinculada do FGTS da Parte Autora, a partir de janeiro de 1999
(valores já depositados, valores já levantados e depósitos futuros),
substituindo-se a atualização da Taxa Referencial (TR) pelo INPC, ou
IPCA-E (índice utilizado pelo STF para a modulação dos efeitos das
Ações Diretas de Inconstitucionalidade números 4.357 e 4.425 –
Questões de Ordem nas ADI`s números 4.357 e 4.425), ou IPCA, ou
outro que melhor reflita a inflação, com o pagamento das parcelas
vencidas e vincendas decorrentes do recálculo;

(...)
VALOR DA CAUSA NAS AÇÕES DE REVISÃO DO FGTS
DECORRENTES DA CORREÇÃO PELA TR

O cálculo inicial pode ser feito pelo site www.jfrs.jus.br. Link:


http://www.jfrs.jus.br/ex/cax/jusprev/ (Caminho: Cadastrar-se no site –
Entrar – Clicar em Programas de Cálculo – Cíveis – FGTS – WEB)

Os valores lançados são da JAM Creditados (juros e atualização monetária) ou Crédito


de JAM, esta informação (JAM) vem expressa no extrato do FGTS.

Cuidado para não colocar o valor do depósito do mês!

Nenhum outro dado, a não ser o VALOR do JAM Creditados, será utilizado para se
fazer os cálculos.

Esta informação (JAM) vem expressa no extrato do FGTS

Ainda, anexo o manual de cálculos.

JEF – Juizado Especial Federal

LEI nº 10.259, DE 12 DE JULHO DE 2001.


Dispõe sobre a instituição dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais no âmbito da
Justiça Federal
Art. 3º - Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar e julgar
causas de competência da Justiça Federal até o valor de sessenta salários
mínimos, bem como executar as suas sentenças.
CENÁRIO
Salário mínimo de R$ 1,1 mil em 2021 respeita as regras fiscais e não fere o Teto
de Gastos
Reajuste preserva o poder de compra do trabalhador, explicam secretários do
Ministério da Economia
Medida Provisória nº 1.021, de 30 de dezembro de 2020, que define o valor do
salário mínimo em 2021
https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/noticias/2020/dezembro-1/salario-
minimo-de-r-1-1-mil-em-2021-respeita-as-regras-fiscais-e-nao-fere-o-teto-de-gastos-
1

R$ 66.000,00

CONTRATO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS


O advogado DEVE requerer que ao final, os HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
CONTRATADOS SEJAM DESTACADOS DA QUANTIA QUE SERÁ PAGA à parte autora
(contrato em anexo), na forma do art. 22, § 4º, da Lei 8.906/94.

§ 4º Se o advogado fizer juntar aos autos o seu contrato de honorários antes de expedir-se o
mandado de levantamento ou precatório, o juiz deve determinar que lhe sejam pagos
diretamente, por dedução da quantia a ser recebida pelo constituinte, salvo se este provar que
já os pagou.

Basta juntar aos autos o contrato de honorários antes de expedir-se o mandado de


levantamento ou precatório, o juiz deve determinar que lhe sejam pagos diretamente,
por dedução da quantia a ser recebida pelo constituinte, salvo se este provar que já os
pagou.

ADI`s Nº 4.357 3 4.425 JULGADAS PELO STF

O STF firmou entendimento de que a TR NÃO pode ser utilizada como índice de
atualização monetária, eis que não é capaz de recompor as perdas face a inflação.

Veja trecho do voto do Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Luiz Fux, relator do v.
acórdão:
Quanto à disciplina da correção monetária dos créditos inscritos em precatórios, a EC nº 62/09
fixou como critério o 'índice oficial de remuneração da caderneta de poupança'. Ocorre que o
referencial adotado não é idôneo a mensurar a variação do poder aquisitivo da moeda.
Isso porque a remuneração da caderneta de poupança, regida pelo art. 12 da Lei nº 8.177/91,
com atual redação dada pela Lei nº 12.703/2012, é fixada ex ante, a partir de critérios técnicos
em nada relacionados com a inflação empiricamente considerada. Já se sabe, na data de hoje,
quanto irá render a caderneta de poupança. E é natural que seja assim, afinal a poupança é
uma alternativa de investimento de baixo risco, no qual o investidor consegue prever com
segurança a margem de retorno do seu capital.
A inflação, por outro lado, é fenômeno econômico insuscetível de captação apriorística. O
máximo que se consegue é estimá-la para certo período, mas jamais fixá-la de antemão. Daí
por que os índices criados especialmente para captar o fenômeno inflacionário são sempre
definidos em momentos posteriores ao período analisado, como ocorre com o Índice de Preços
ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), divulgado pela Fundação Getúlio Vargas
(FGV). A razão disso é clara: a inflação é sempre constatada em apuração ex post, de
sorte que todo índice definido ex ante é incapaz de refletir a efetiva variação de preços
que caracteriza a inflação. É o que ocorre na hipótese dos autos. A prevalecer o critério
adotado pela EC nº 62/09, os créditos inscritos em precatórios seriam atualizados por índices
préfixados e independentes da real flutuação de preços apurada no período de referência.
Assim, o
índice oficial de remuneração da caderneta de poupança não é critério adequado para
refletir o fenômeno inflacionário.

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