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PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA FEDERAL
JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAL CÍVEL DO RIO GRANDE DO NORTE
Rua Dr. Lauro Pinto, 245, Lagoa Nova, Natal/RN, CEP 59064-250

EXMO. SR. JUIZ FEDERAL DE UMA DAS VARAS DE JUIZADO DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO
GRANDE DO NORTE, A QUEM COUBER POR DISTRIBUIÇÃO LEGAL.

OBJETO: ATUALIZAÇÃO E LIBERAÇÃO DE SALDOS DO FGTS

VALOR DA CAUSA:

DADOS DA PARTE AUTORA

NOME:

CPF: DATA DE NASCIMENTO:

ENDEREÇO:

CEP:

TELEFONE: E-MAIL:
PARTE RÉ

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

DOS FATOS:

A parte autora informa que laborou de carteira assinada, mantendo


assim vínculos empregatícios formalizados em sua CTPS, cujo número do
NIS/NIT/PIS é ________________________.

Neste contexto, possuindo a condição de trabalhador celetista, o


demandante foi vinculado ao regime de Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço.

O referido regime fundiário, instituído em 1966, passou a ser


obrigatório a todo empregado regido pelas normas trabalhistas consolidadas
a partir do advento da Constituição Federal de 1988.

Após sua obrigatoriedade, o FGTS teve sua regulamentação


atualizada, passando a ser regrado pela Lei Federal nº 8.036 de 1990, a
qual, até os dias atuais, baliza o mencionado regime de garantia ao tempo
de serviço.

A lógica do FGTS garante ao trabalhador celetista a formação de


um fundo pecuniário acumulado pelo tempo de serviço prestado, o qual se
constitui por depósitos mensais de 8% do valor da sua remuneração por
parte do empregador. Tais recolhimentos são feitos em contas bancárias
especiais vinculadas ao obreiro, as quais são geridas pela Caixa Econômica
Federal.

O referido banco, ora demandado, além de outras responsabilidades


atinentes ao FGTS, tem a obrigação de corrigir monetariamente os saldos
das contas vinculadas, acrescendo-lhes ainda dos juros devidos, para que
seja assegurada ao fundo pecuniário garantidor do tempo de serviço a
manutenção do poder aquisitivo adequado ao cumprimento de sua função
social.

Tal obrigação de atualização monetária dos saldos de FGTS é


expressamente prevista pela Lei nº 8.036 de 1990. Vejamos os artigos 2º e
13 da legislação em comento:

Art. 2º O FGTS é constituído pelos saldos das contas vinculadas a que se refere
esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com
atualização monetária e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas
obrigações.
(...)

Art. 13. Os depósitos efetuados nas contas vinculadas serão corrigidos


monetariamente com base nos parâmetros fixados para atualização dos saldos
dos depósitos de poupança e capitalização juros de (três) por cento ao ano.

A partir das disposições legais em destaque, torna-se indubitável que


os saldos das contas vinculadas de FGTS dos trabalhadores devem ser
monetariamente atualizados.

Tanto é assim que, para atender a necessidade de correção


monetária, a Caixa, desde 1991, vem atualizando os saldos de FGTS com
base na Taxa Referencial (TR).

Neste ínterim, é certo que a atualização com base na TR serviu ao


seu propósito de correção monetária até o ano 1998, haja vista que as altas
taxas de juros que influenciavam no cálculo da Taxa Referencial a levavam a
níveis próximos aos indicadores tradicionais da inflação.

Todavia, observa-se que a partir de 1999, por conta da diminuição


das taxas de juros, a TR passou a se distanciar consideravelmente dos
índices tradicionais de correção monetária, tais como o INPC e o IPCA.

Com isso, tendo chegado a percentuais baixíssimos, próximos de


zero, a TR, há muito tempo, não tem sido capaz de compensar as perdas
monetárias decorrentes da inflação. Em outros termos, pode-se afirmar que
a TR não tem mais sido capaz de corrigir monetariamente os valores sobre
os quais incide como fator atualizador.

É este, aliás, o entendimento mais recente do Supremo Tribunal


Federal, que, ao analisar o modo de atualização dos valores dos precatórios
judiciais, entendeu que a TR não é índice eficaz para a correção monetária.

Assim, considerando que a TR, desde 1999, não é mais capaz de


servir ao propósito de corrigir monetariamente determinada quantia, lhe
conservando o valor real, resta indubitável que ela não pode mais ser
utilizada como índice de atualização dos saldos do FGTS.

Afinal, limitando-se a atualização das contas vinculadas do fundo


de garantia à aplicação da TR, que não consiste em correção monetária,
acaba-se por se descumprir a expressa disposição da Lei nº 8.036/1990, que
exige que os saldos de FGTS sejam monetariamente corrigidos e acrescidos
de juros.

Portanto, conclui-se que todos os saldos de FGTS, de 1999 até a


presente data, precisam ser recalculados, aplicando-se índices que
efetivamente sirvam para corrigir monetariamente os valores depositados.

Acerca dos índices a serem aplicados, considerando que a TR não


pode ser arbitrariamente majorada, dependendo de modificação normativa,
surge como alternativa adequada a aplicação dos índices usuais de correção
monetária, quais sejam o INPC e o IPCA.

Com base em toda a fundamentação jurídica delineada, trazendo


as implicações da tese sustentada ao caso concreto, vê-se que a parte
autora é diretamente afetada pela defasagem observada nos saldos de
FGTS.

Por ter laborado de carteira assinada, vinculada ao regime fundiário,


durante longos períodos desenvolvidos a partir de 1999, é certo que os
saldos das contas vinculadas de FGTS da parte demandante devem ser
atualizados.

É preciso que todos os valores que tenham sido depositados nas suas
contas de FGTS sejam corrigidos monetariamente da forma correta,
mediante aplicação de índice capaz de compensar as defasagens
inflacionárias ocorridas neste período de 1999 até os dias atuais. Para tanto,
sugere-se a aplicação do INPC ou do IPCA.

Assim sendo, sentindo-se prejudicada pela indevida defasagem


sofrida pelos seus saldos de FGTS, vem a parte autora a estes Juizados
Especiais Federais buscar a tutela jurisdicional que resguarde os seus
direitos.

Neste sentido, requer-se que seja a Caixa condenada a recalcular


todos os saldos das contas vinculadas de FGTS da parte requerente,
pagando-lhe imediatamente as diferenças obtidas referentes a contas
vinculadas cujos valores já tenham sido sacados, e acrescendo nas contas
ainda não movimentadas os montantes devidos pela correção monetária
calculada com novo índice.

DOS PEDIDOS:

Com base nos fatos e fundamentos delineados ao norte, requer:

a) A citação da parte ré para, querendo, responder a presente ação no


prazo legal, sob pena de revelia;

b) Que seja a Caixa Econômica Federal condenada a corrigir de TR para


INPC ou IPCA todos os saldos das contas vinculadas de FGTS da parte
requerente, pagando-lhe imediatamente as diferenças obtidas referentes
a contas vinculadas cujos valores já tenham sido sacados, e acrescendo
nas contas ainda não movimentadas os montantes devidos pela correção
monetária calculada com novo índice a partir de 1999;

c) A concessão do benefício da Justiça Gratuita, nos termos da Lei 1060/50


e da Constituição Federal;

d) A ampla e especial análise dos fatos e documentos, para que,


considerando-se que o pedido foi reduzido a termo, seja concedido tudo
o que for de direito;
Nestes termos pede e espera deferimento.

______________________________________/RN, ____ de __________________ de


_______.

_____________________________________
Assinatura da parte autora
Cpf:

Seguem anexas cópias dos seguintes documentos:

1- Docs. Pessoais
2- Outros.
A parte Autora declara estar ciente de que:

(1) os valores postulados perante o Juizado Especial Federal não poderão exceder 60
(sessenta) salários mínimos;
(2) o valor da execução será pago através, de RPV, na forma prevista no caput do art. 17 da
Lei nº 10.259/01;
(3) deverá comparecer na data e horário indicados para audiência de conciliação e/ou instrução e
julgamento, sendo que o não comparecimento acarretará a extinção do processo;
(4) deverá comunicar qualquer alteração de endereço, telefone ou e-mail no curso do processo.

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