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RECURSO ESPECIAL
com fulcro no art.105, III, alínea “c” da Constituição Federal de 1988 e nas razões
abaixo expostas, para após requerer seja admitido o presente recurso e
respectivamente remetido ao Superior Tribunal de Justiça, para seu devido
processamento.
Recorrido: SICRANO
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Origem: TAL
DOS FATOS
(...)
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tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a
decisão recorrida:
(...)
DAS RAZÕES
Data vênia, merece ser reformado o acórdão recorrido, uma vez que se mostra em
confronto com a sólida jurisprudência, conforme será demonstrado adiante.
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Com efeito, após cumprir com suas obrigações funcionais durante a sua longa
carreira no serviço público, a Recorrente se dirigiu ao Banco do Brasil para sacar
suas cotas do PASEP, tendo se deparado com o irrisório valor de R$ 000 (REAIS),
conforme comprova o demonstrativo anexado.
Este fato lhe causou muita estranheza, pois durante muitos anos, o Banco do
Brasil administrou os seus recursos originários do Programa PASEP, sendo o valor
apresentado muito aquém do que razoavelmente se espera em condições normais
de cumprimento da legislação de regência.
Além de ter deixado de recuperar o poder de compra de seu patrimônio, que foi
corroído pelo processo inflacionário do período, deixou de ter também os juros a
que faz jus, como a remuneração devida pelos que detiveram os valores por tanto
tempo.
A Recorrente, ao ter acesso aos valores disponibilizados pelo Banco do Brasil, após
todos os anos trabalhados, experimentou sentimentos de extremo desgosto e
indignação, inclusive pelo fato de o Banco, como gestor do Programa, ter negado
acesso à informações completas sobre os extratos requeridos, inclusive os
anteriores a 1999 (verificar se houve a negativa no caso concreto).
Assim é que não só o direito material da Recorrente foi aviltado, como também,
lhes foram negados os próprios instrumentos (meios) de verificar a totalidade das
contas e valores detidos, para fins de análise detalhada, ferindo o direito de
acesso à informação garantido em nossa Matriz Constitucional, tanto sob o viés da
prestação de serviço público, como sob o manto da livre iniciativa do setor
privado.
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Assim sendo, independentemente de o Banco do Brasil ser o operador do
Programa, não se questiona, aqui nesta demanda, somente a sua
responsabilidade face à União, mas também a sua obrigação em face do
cliente/cidadão, que teve seus direitos usurpados.
Para se ter uma ideia da forma como a legislação está sendo descumprida, se faz
necessário expor alguns fundamentos relacionados à criação do PASEP, bem como
seus objetivos, e a forma como está sendo administrada a gestão do Programa.
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A sigla PASEP significa “Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público”
e foi criada com o objetivo inicial, entre outros, de propiciar ao servidor público
um fundo, em razão do qual pudesse usufruir do patrimônio acumulado
progressivamente.
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b) 2% (dois por cento) das transferências recebidas do Governo da
União e dos Estados através do Fundo de Participações dos Estados,
Distrito Federal e Municípios, a partir de 1º de julho de 1971.
(omissis)
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obrigatoriamente transferidas de um para outro, no caso de passar o
servidor, pela alteração da relação de emprego, do setor público para
o privado, e vice-versa.
Nessa ocasião a Legislação previu que tal unificação não afetaria os saldos das
contas individuais existentes, e elencando as hipóteses para levantamento do
saldo, dentre eles a aposentadoria, nos termos in verbis:
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"Art. 1º - A partir do exercício financeiro a iniciar-se em 1º de julho
de 1976, serão unificados, sob a denominação de PIS-PASEP, os
fundos constituídos com os recursos do Programa de Integração
Social (PIS) e do Programa de Formação do Patrimônio do
(Omissis)
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Constituição, a financiar, nos termos que a lei dispuser, o programa
do seguro-desemprego e o abono de que trata o § 3º deste artigo".
Com efeito, seguindo o que se espera da legislação no que diz respeito ao direito
adquirido, a Constituição Federal garantiu o patrimônio acumulado do Programa
de Integração Social e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor
Público seriam preservados, inclusive mantendo-se os critérios de saque nas
situações previstas nas leis específicas, com exceção da retirada por motivo de
casamento. É o dispositivo:
Uma vez que não há justificativa razoável em relação a conduta dos Recorridos, é
de rigor a obrigação de indenizar a Recorrente na forma do Código Civil Pátrio,
verbis:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.
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Como se pode verificar, a Recorrente, lesada em seu direito, de ter os valores,
fruto dos benefícios do PASEP, atualizados e resguardados na forma da lei, teve o
seu direito de acúmulo do fundo econômico (que deveria dispor) vilipendiado,
motivo pelo qual devem os Recorridos, além de devolver o que fora extraído
indevidamente de suas contas, indenizar materialmente e moralmente a
Recorrente, que passou por um verdadeiro “choque” psicológico ao perceber os
valores irrisórios contidos em sua conta.
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depositados na conta vinculada ao Fundo PIS-PASEP de sua
titularidade foram retirados do mesmo à sua revelia, o que impõe a
obrigação da instituição bancária de reparar o prejuízo sofrido pelo
consumidor, porquanto caracterizada a falha do serviço por ela
prestado.
- Apelação improvida.
(...)
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aborrecimento inerentes a vida cotidiana, vez que a expectativa de,
após sua aposentadoria, perceber os valores que havia por certo em
sua conta corrente foi frustrada o que por si só caracteriza o dano
moral indenizável
(...)
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trazida pela Autora, no sentido de que os valores depositados na
conta vinculada ao Fundo PIS-PASEP de sua titularidade foram
retirados da mesma a sua revelia, o que impõe a obrigação da
instituição bancária de reparar o prejuízo sofrido pela consumidora,
porquanto caracterizada a falha do serviço por ela prestado, sem ter
sequer verificado, quando do saque daqueles valores, por que um
mesmo número de inscrição pertencia a duas pessoas distintas. III -
Portanto, deve a Ré indenizar o dano moral e material causado à
Autora, sendo estes correspondentes aos valores depositados na
conta vinculada ao Fundo PIS-PASEP. IV - No que tange
especificamente à quantificação do dano moral, é sabido que sua
pretensa reparação não se resolve numa indenização propriamente
dita, uma vez que não ocorre a eliminação do prejuízo e de suas
consequências, na medida em que a dor, o sofrimento e o
constrangimento não são aquilatáveis em pecúnia. V - Assim, o
quantum indenizatório deve ser fixado com bom senso e moderação,
não devendo ser muito alto, eis que não se objetiva o enriquecimento
sem causa, tampouco irrisório, o que excluiria o caráter
educativo/punitivo da condenação. VI - No presente caso, como já
mencionado, não há como negar o constrangimento sofrido pela
Autora, a qual, repentinamente, viu desaparecer de sua conta
vinculada ao Fundo PIS-PASEP todos os valores naquela depositados,
comprometendo o adimplemento de suas obrigações. VII - Contudo,
afigura-se excessivo o valor da indenização por dano moral fixado em
R$ 20.000,00 (vinte mil reais), devendo ser fixado em R$ 5.000,00
(cinco mil reais).
Com efeito, de toda a narrativa fática aduzida nesta exordial, resta hialino o
vínculo de sujeição jurídica dos Recorridos, que por rigor do nosso sistema
processual civil devem rebater ponto por ponto da presente ação, juntando
TODOS os extratos pretéritos e fundamentando o motivo pelo qual deixaram de
proceder as atualizações e correções devidas, bem como o porquê da existência
de valores irrisórios na conta da Recorrente, indicando que provavelmente foram
subtraídos à sua revelia, em ilícito perpetrado nos quadros do segundo Recorrido,
que é a empresa que operacionaliza o Programa em tela.
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Portanto, o presente Recurso Especial mostra-se o caminho necessário para
correção da injustiça, considerando o entendimento inverso do Tribunal de origem
quanto à matéria de fundo de direito.
DOS PEDIDOS
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