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Processo nº 000000
interposto pelo Apelante contra a sentença proferida às fls. ____, pelas razões
fáticas e jurídicas abaixo expostas, requerendo, após a remessa dos autos ao
Tribunal Regional Federal, com as devidas cautelas.
Eméritos Julgadores:
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DAS CONTRARRAZÕES
Este fato lhe causou muita estranheza, pois durante muitos anos, o Banco do
Brasil administrou os seus recursos originários do Programa PASEP, sendo o valor
apresentado muito aquém do que razoavelmente se espera em condições normais
de cumprimento da legislação de regência.
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Além de ter deixado de recuperar o poder de compra de seu patrimônio, que foi
corroído pelo processo inflacionário do período, deixou de ter também os juros a
que faz jus, como a remuneração devida pelos que detiveram os valores por tanto
tempo.
A Apelada, ao ter acesso aos valores disponibilizados pelo Banco do Brasil, após
todos os anos trabalhados, experimentou sentimentos de extremo desgosto e
indignação, inclusive pelo fato de o Banco, como gestor do Programa, ter negado
acesso à informações completas sobre os extratos requeridos, inclusive os
anteriores a 1999 (verificar se houve a negativa no caso concreto).
Assim é que não só o direito material da Apelada foi aviltado, como também, lhes
foram negados os próprios instrumentos (meios) de verificar a totalidade das
contas e valores detidos, para fins de análise detalhada, ferindo o direito de
acesso à informação garantido em nossa Matriz Constitucional, tanto sob o viés da
prestação de serviço público, como sob o manto da livre iniciativa do setor
privado.
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reparação de direito, incluindo-se danos materiais e morais, e todos os assessórios
que deveriam ter integrado durante anos, o valor principal destacado.
Para se ter uma ideia da forma como a legislação está sendo descumprida, se faz
necessário expor alguns fundamentos relacionados à criação do PASEP, bem como
seus objetivos, e a forma como está sendo administrada a gestão do Programa.
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LEI COMPLEMENTAR Nº 8, DE 3 DE DEZEMBRO DE 1970 O
PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o CONGRESSO
NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:
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Parágrafo único - A distribuição de que trata este artigo somente
beneficiará os titulares, nas entidades mencionadas nesta Lei
Complementar, de cargo ou função de provimento efetivo ou que
possam adquirir estabilidade, ou de emprego de natureza não
eventual, regido pela legislação trabalhista.
(omissis)
Complementar.
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"Art. 2º - O Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público
- PASEP, tem por finalidade assegurar especificamente ao servidor
público, como definido neste Decreto, a função de patrimônio
individual progressivo, estimulando a poupança e possibilitando a
paralela utilização dos recursos acumulados em favor do
desenvolvimento econômico-social.".
Nessa ocasião a Legislação previu que tal unificação não afetaria os saldos das
contas individuais existentes, e elencando as hipóteses para levantamento do
saldo, dentre eles a aposentadoria, nos termos in verbis:
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(Omissis)
Com efeito, seguindo o que se espera da legislação no que diz respeito ao direito
adquirido, a Constituição Federal garantiu o patrimônio acumulado do Programa
de Integração Social e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor
Público seriam preservados, inclusive mantendo-se os critérios de saque nas
situações previstas nas leis específicas, com exceção da retirada por motivo de
casamento. É o dispositivo:
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§ 2º Os patrimônios acumulados do Programa de Integração Social e do Programa
de Formação do Patrimônio do Servidor Público são preservados, mantendo-se os
critérios de saque nas situações previstas nas leis específicas, com exceção da
retirada por motivo de casamento, ficando vedada a distribuição da arrecadação
de que trata o "caput" deste artigo, para depósito nas contas individuais dos
participantes.
Uma vez que não há justificativa razoável em relação a conduta dos Apelantes, é
de rigor a obrigação de indenizar a parte Apelada na forma do Código Civil Pátrio,
verbis:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.
Como se pode verificar, a parte Apelada, lesada em seu direito, de ter os valores,
fruto dos benefícios do PASEP, atualizados e resguardados na forma da lei, teve o
seu direito de acúmulo do fundo econômico (que deveria dispor) vilipendiado,
motivo pelo qual devem os Apelantes, além de devolver o que fora extraído
indevidamente de suas contas, indenizar materialmente e moralmente a parte
Apelada, que passou por um verdadeiro “choque” psicológico ao perceber os
valores irrisórios contidos em sua conta.
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grande parte dos valores naquela depositados, comprometendo o adimplemento
de suas obrigações.
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vinculada ao Fundo PIS-PASEP. Precedente:TRF2; AC
200151100048598; AC - APELAÇÃO CIVEL - 307422; Relator:
Desembargador Federal RICARDO REGUEIRA; SÉTIMA TURMA
- Apelação improvida.
(...)
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sua conta corrente foi frustrada o que por si só caracteriza o dano
moral indenizável
(...)
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probatória aponta para o acolhimento da versão dos fatos jurídicos
trazida pela Autora, no sentido de que os valores depositados na
conta vinculada ao Fundo PIS-PASEP de sua titularidade foram
retirados da mesma a sua revelia, o que impõe a obrigação da
instituição bancária de reparar o prejuízo sofrido pela consumidora,
porquanto caracterizada a falha do serviço por ela prestado, sem ter
sequer verificado, quando do saque daqueles valores, por que um
mesmo número de inscrição pertencia a duas pessoas distintas. III -
Portanto, deve a Ré indenizar o dano moral e material causado à
Apelada sendo estes correspondentes aos valores depositados na
conta vinculada ao Fundo PIS-PASEP. IV - No que tange
especificamente à quantificação do dano moral, é sabido que sua
pretensa reparação não se resolve numa indenização propriamente
dita, uma vez que não ocorre a eliminação do prejuízo e de suas
consequências, na medida em que a dor, o sofrimento e o
constrangimento não são aquilatáveis em pecúnia. V - Assim, o
quantum indenizatório deve ser fixado com bom senso e moderação,
não devendo ser muito alto, eis que não se objetiva o enriquecimento
sem causa, tampouco irrisório, o que excluiria o caráter
educativo/punitivo da condenação. VI - No presente caso, como já
mencionado, não há como negar o constrangimento sofrido pela
Autora, a qual, repentinamente, viu desaparecer de sua conta
vinculada ao Fundo PIS-PASEP todos os valores naquela depositados,
comprometendo o adimplemento de suas obrigações. VII - Contudo,
afigura-se excessivo o valor da indenização por dano moral fixado em
R$ 20.000,00 (vinte mil reais), devendo ser fixado em R$ 5.000,00
(cinco mil reais).
Com efeito, de toda a narrativa fática aduzida nesta exordial, resta hialino o
vínculo de sujeição jurídica dos Apelantes, que por rigor do nosso sistema
processual civil devem rebater ponto por ponto da presente ação, juntando
TODOS os extratos pretéritos e fundamentando o motivo pelo qual deixaram de
proceder as atualizações e correções devidas, bem como o porquê da existência
de valores irrisórios na conta da parte Apelada, indicando que provavelmente
foram subtraídos à sua revelia, em ilícito perpetrado nos quadros do segundo
Apelante, que é a empresa que operacionaliza o Programa em tela.
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Diante de tudo o quanto exposto, resta evidente que o Apelado desconsiderou
todas as provas amealhadas aos autos e foi ao encontro das mais abalizadas
decisões pretorianas, que garantem aos cidadãos, o amplo acesso as informações
financeiras detalhadas de suas contas PASEP, bem como a correção e atualização,
na forma da Lei.
DOS PEDIDOS
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