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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ____º VARA DO JUIZADO ESPECIAL

FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE...


AUTOR..., brasileiro..., estado civil..., profissã o, inscrito no RG n..., e CPF..., residente e
domiciliado na Rua..., nú mero..., Bairro..., Cidade..., UF..., CEP..., endereço eletrô nico...., vem, a
presença de Vossa Excelência, por seu advogado, propor

AÇÃO REVISIONAL E COBRANÇA DE DIFERENÇAS DE CORREÇÃO MONETÁRIA DO


FGTS - TR
em face de CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, empresa pú blica, inscrita no CNPJ sob o n..., com
sede na Rua..., nú mero..., Bairro..., Cidade..., UF..., CEP..., endereço eletrô nico...., pelos fatos e
fundamentos a seguir expostos.

1. FATOS
O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) foi instituído pela Lei n. 5.170, de 13 de
setembro de 1966, e é composto de recursos captados no setor privado e administrados
pela Caixa Econô mica Federal, possuindo como principal finalidade a proteçã o dos
trabalhadores demitidos sem justa causa.
Atualmente, o FGTS é regido pela Lei n. 8.036, de 11 de maio de 1990, a qual delegou à
instituiçã o financeira ré a qualidade de agente operador do fundo, cabendo-lhe, nos termos
do artigo 7º do referido diploma legal:
Art. 7º À Caixa Econômica Federal, na qualidade de agente operador, cabe:
1. centralizar os recursos do FGTS, manter e controlar as contas vinculadas, e emitir
regularmente os extratos individuais correspondentes às contas vinculadas e participar da
rede arrecadadora dos recursos do FGTS;
2. expedir atos normativos referentes aos procedimentos administrativo-operacionais dos
bancos depositários, dos agentes financeiros, dos empregadores e dos trabalhadores,
integrantes do sistema do FGTS;
3. definir os procedimentos operacionais necessários à execução dos programas de habitação
popular, saneamento básico e infra- estrutura urbana, estabelecidos pelo Conselho Curador
com base nas normas e diretrizes de aplicação elaboradas pelo Ministério da Ação Social;
4. elaborar as análises jurídica e econômico-financeira dos projetos de habitação popular,
infra-estrutura urbana e saneamento básico a serem financiados com recursos do FGTS;
5. emitir Certificado de Regularidade do FGTS;
6. elaborar as contas do FGTS, encaminhando-as ao Ministério da Ação Social;
7. implementar os atos emanados do Ministério da Ação Social relativos à alocação e
aplicação dos recursos do FGTS, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho;
8. garantir aos recursos alocados ao FI-FGTS, em cotas de titularidade do FGTS, a
remuneração aplicável às contas vinculadas, na forma do caput do art. 13 desta Lei.
(Incluído pela Lei nº 11.491, de 2007)
Parágrafo único. O Ministério da Ação Social e a Caixa Econômica Federal deverão dar pleno
cumprimento aos programas anuais em andamento, aprovados pelo Conselho Curador, sendo
que eventuais alterações somente poderão ser processadas mediante prévia anuência daquele
colegiado.
Além das referidas atribuiçõ es, incumbe à Caixa Econô mica Federal realizar a correçã o
monetá ria dos fundos de todos os trabalhadores, bem como remunerá -los com juros, nos
termos dos caputs dos artigos 2º e 13 da Lei n. 8.036/90, in verbis:
Art. 2º O FGTS é constituído pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros
recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualização monetária e juros, de
modo a assegurar a cobertura de suas obrigações.
Art. 13. Os depósitos efetuados nas contas vinculadas serão corrigidos monetariamente com
base nos parâmetros fixados para atualização dos saldos dos depósitos de poupança e
capitalização juros de (três) por cento ao ano.
Ocorre que, nã o obstante figurar como operadora do FGTS, a instituiçã o financeira
demandada nã o vem aplicando, de forma correta, a atualizaçã o monetá ria das contas
vinculadas ao FGTS dos trabalhadores ora substituídos, uma vez que o parâ metro fixado
para correçã o – estabelecido nos artigos 12 e 17 da Lei n. 8.177, de 1º de março de
1991 – nã o promove a efetiva atualizaçã o monetá ria desde 1999, se distanciando
sobremaneira dos índices oficiais de inflaçã o.
Tal fato vem causando grave prejuízo aos trabalhadores, os quais, conforme perícia
contá bil anexa, tiveram efetivas perdas em suas contas vinculadas ao FGTS por conta da
ausência de real correçã o monetá ria dos créditos nelas depositados, o que nã o se pode
admitir, diante da inequívoca perda do valor da moeda depositada no fundo criado para
proteçã o dos trabalhadores.
Dessa forma, impõ e-se ao Poder Judiciá rio que, reconhecendo a ilegalidade da aplicaçã o da
taxa referencial à s contas do FGTS dos substituídos, determine à Caixa a correta
recomposiçã o dos créditos depositados nas referidas contas, nos termos da fundamentaçã o
a seguir, bem como que efetue o pagamento das respectivas diferenças, a serem apuradas
em liquidaçã o de sentença.

2. LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL


Conforme descrito, o artigo 7º da Lei n. 8.036/90 delega à Caixa Econô mica Federal a
qualidade de agente operador do FGTS, e disso decorre sua legitimidade para figurar no
polo passivo da demanda. Ademais, como a presente açã o discute a aplicaçã o de índices de
correçã o monetá ria do referido fundo, aplica-se a Sú mula n. 249 do Superior Tribunal de
Justiça, in verbis:
STJ Sú mula nº 249 - 24/05/2001 - DJ 22.06.2001 Caixa Econô mica Federal - Legitimidade
Passiva - Correçã o Monetá ria do FGTS A Caixa Econô mica Federal tem legitimidade passiva
para integrar processo em que se discute correçã o monetá ria do FGTS.
Da mesma forma, o referido Tribunal reconhece que a questã o está pacificada em seu
â mbito, conforme se verifica no julgado a seguir colacionado:
AÇÃ O RESCISÓ RIA. ADMINISTRATIVO. FGTS. CORREÇÃ O DOS SALDOS DAS CONTAS
VINCULADAS. DIFERENÇAS DE EXPURGOS INFLACIONÁ RIOS. TEMA JÁ PACIFICADO NO
STJ. PROCEDÊ NCIA DA AÇÃ O. 1. A matéria referente à correçã o monetá ria das contas
vinculadas ao FGTS, em razã o das diferenças de expurgos inflacioná rios, foi decidida pela
Primeira Seçã o deste Superior Tribunal, no REsp n. 1.111.201 - PE e no REsp n. 1.112.520 -
PE, de relatoria do Exmo. Min. Benedito Gonçalves, ambos submetidos ao regime do art.
543-C do CPC e da Resoluçã o n. 8/08 do STJ, que tratam dos recursos representativos da
controvérsia, publicados no DJe de 4.3.2010. [...] Quanto à s demais preliminares alegadas,
devidamente prequestionadas, esta Corte tem o entendimento no sentido de que, nas
demandas que tratam da atualização monetária dos saldos das contas vinculadas do
FGTS, a legitimidade passiva ad causam é exclusiva da Caixa Econômica Federal, por
ser gestora do Fundo, com a exclusão da União e dos bancos depositários (Súmula
XXXXX/STJ). (AR XXXXX/SC, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Primeira Seçã o,
Julgado em 08/02/2012, DJe 27/02/2012 – grifou-se).
Neste sentido, consoante entendimento já consolidado na jurisprudência pá tria, e conforme
emerge da lei, é incontroverso que a Caixa Econô mica Federal é parte legítima para figurar
no polo passivo da presente demanda.

4. INEXISTÊNCIA DE PRESCRIÇÃO
Antes de adentrar no â mago da questã o, cabe destacar que o prazo prescricional para
invocar o direito ora pleiteado é trintená rio, conforme já pacificado perante Superior
Tribunal de Justiça, conforme teor da Sú mula 210: "A ação de cobrança das contribuições
para o FGTS prescreve em (30) trinta anos".
Para nã o restarem quaisquer dú vidas, cita-se recente julgado proferido pelo referido
Tribunal:
RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. FGTS. CORREÇÃO DOS SALDOS DAS CONTAS
VINCULADAS. DIFERENÇAS DE EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. TEMA JÁ JULGADO PELO
REGIME DO ART. 543-C DO CPC E DA RESOLUÇÃO N. 8/08 DO STJ, QUE TRATAM DOS
RECURSOS REPRESENTATIVOS DE CONTROVÉRSIA. [...]
Outrossim, não deve prevalecer a interpretação da recorrente quanto à ocorrência de
prescrição quinquenal, pois este Tribunal já decidiu que é trintenária a prescrição para
cobrança de correção monetária de contas vinculadas ao FGTS, nos termos das Súmula
XXXXX/STJ: "A ação de cobrança das contribuições para o FGTS prescreve em (30) trinta
anos".
(REsp XXXXX/RJ, rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em XXXXX-08-
2010, DJe XXXXX-09-2010 - grifou-se.).
Portanto, verifica-se de plano que a pretensã o coletiva ora formulada nã o está alcançada
pela prescriçã o trintená ria citada, tendo em vista que, conforme o laudo anexo, os créditos
das contas vinculadas ao FGTS dos substituídos passaram a ser erroneamente corrigidos
pela taxa referencial a partir de 1999.

5. DIREITO DE REVISÃO DO SALDO DO FGTS


5.1. Correção monetária do FGTS
A Lei n. 8.036/90, que rege o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, contempla
expressamente a obrigatoriedade de atualizaçã o monetá ria sobre os saldos das contas
vinculadas ao referido fundo, dispondo, no caput do seu artigo 2º:
Art. 2º O FGTS é constituído pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e
outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualização monetária e
juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obrigações.
O artigo 13 da legislaçã o supracitada determina que os depó sitos nas contas vinculadas
deverã o ser “corrigidos monetariamente com base nos parâmetros fixados para atualização
dos saldos dos depósitos de poupança”. Atualmente, os depó sitos de poupança sã o corrigidos
pela taxa referencial, nos termos dos artigos 12 e 17 da Lei n. 8.177, de 1º de março de
1991:
Art. 12. Em cada período de rendimento, os depósitos de poupança serão remunerados:
1. como remuneração básica, por taxa correspondente à acumulação das TRD, no período
transcorrido entre o dia do último crédito de rendimento, inclusive, e o dia do crédito de
rendimento, exclusive;
2. como remuneração adicional, por juros de: (Redação dada pela Lei n º 12.703, de 2012)
3. 0,5% (cinco décimos por cento) ao mês, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo
Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco décimos por cento); ou
(Redação dada pela Lei n º 12.703, de 2012)
4. 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do
Brasil, mensalizada, vigente na data de início do período de rendimento, nos demais casos.
(Redação dada pela Lei n º 12.703, de 2012) [...]
Art. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo
de Serviço (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplicável à remuneração básica dos
depósitos de poupança com data de aniversário no dia 1º, observada a periodicidade mensal
para remuneração.
Parágrafo único. As taxas de juros previstas na legislação em vigor do FGTS são mantidas e
consideradas como adicionais à remuneração prevista neste artigo.
Da mesma forma, o artigo 1º da Lei n. 8.177/91 determina os parâ metros para cá lculo
da TR:
Art. 1º O Banco Central do Brasil divulgará Taxa Referencial (TR), calculada a partir da
remuneração mensal média líquida de impostos, dos depósitos a prazo fixo captados nos
bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos múltiplos com carteira comercial ou de
investimentos, caixas econômicas, ou dos títulos públicos federais, estaduais e municipais, de
acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monetário Nacional, no prazo de
sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.
2º As instituições que venham a ser utilizadas como bancos de referência, dentre elas,
necessariamente, as dez maiores do País, classificadas pelo volume de depósitos a prazo fixo,
estão obrigadas a fornecer as informações de que trata este artigo, segundo normas
estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, sujeitando-se a instituição e seus
administradores, no caso de infração às referidas normas, às penas estabelecidas no art. 44
da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964.
3º Enquanto não aprovada a metodologia de cálculo de que trata este artigo, o Banco Central
do Brasil fixará a TR.
A metodologia a que se refere o § 3º acima transcrito já foi definida pelo Banco Central e
pelo Conselho Monetá rio Nacional, e hoje está vigente na forma da Resoluçã o n. 3.354, de
31 de março de 2006, em anexo. Entretanto, conforme será demonstrado, a taxa referencial
nã o serve como índice de correçã o monetá ria, nem sequer vem atualizando os valores das
contas do FGTS, consoante determina a lei que o rege.
A correçã o monetá ria pode ser conceituada como um ajuste feito periodicamente em
determinados valores, objetivando compensar a perda de valor da moeda em circulaçã o,
por meio da observâ ncia dos índices de aumento de preço em determinada economia.
Busca-se, efetivamente, adequar o valor nominal da moeda ao valor real, fazendo com que,
ainda que os preços subam, o dinheiro em posse do indivíduo permita adquirir a mesma
quantidade de produto.
Desde 1960 diversos índices de correçã o monetá ria foram criados, até a entrada em vigor
da Medida Provisó ria n. 294, de 31 de janeiro de 1991, que posteriormente se
transformou na Lei n. 8.177, de 1º de março de 1991. Por ela, o Governo Collor pretendeu
substituir pela taxa referencial os diversos indexadores tradicionais (ORTN, OTN e BTN), os
quais eram vinculados ao nível geral de preços.
Existiu grande discussã o doutriná ria ao redor da taxa referencial, justamente em virtude da
lei que a criou. Afinal, no artigo 39 da Lei n. 8.177/91, a TR é tratada como taxa de
juros, enquanto que no artigo 18 do mesmo diploma legal ela é tida como
indexador.
Entretanto, nã o se pode confundir os dois conceitos. As taxas de juros têm como objetivo
remunerar a disposiçã o do capital, ou seja, quando um indivíduo entrega o seu capital em
benefício de uma instituiçã o financeira, ou vice-versa, deve haver remuneraçã o pela
possibilidade do uso do dinheiro. Os indexadores, por sua vez, estão relacionados à
variação dos preços no mercado, e visam corrigir os efeitos inflacionários em
determinada economia.
O Supremo Tribunal Federal, ao enfrentar o tema da natureza jurídica da taxa referencial,
na Açã o Direta de Inconstitucionalidade n. 493- 0/DF, chegou à seguinte conclusã o:
A Taxa Referencial (TR) não é índice de correção monetária, pois, refletindo as
variações do custo primário da captação dos depósitos a prazo fixo, não constitui
índice que reflita a variação do poder aquisitivo da moeda.
Nessa oportunidade, o Supremo Tribunal Federal entendeu que a taxa referencial tinha
natureza de taxa de juros, e declarou inconstitucional o artigo 18 da Lei n. 8.177/91, cujo
texto original estabelecia que os saldos devedores e as prestaçõ es dos contratos
integrantes do SFH deveriam ser atualizados pela taxa aplicá vel à remuneraçã o bá sica dos
depó sitos de poupança.
Da ementa da referida Açã o Direta de Inconstitucionalidade extrai- se o seguinte teor:
Açã o direta de inconstitucionalidade. - Se a lei alcançar os efeitos futuros de contratos
celebrados anteriormente a ela, será essa lei retroativa (retroatividade mínima) porque vai
interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado. - O disposto no artigo 5,
XXXVI, da Constituiçã o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem
qualquer distinçã o entre lei de direito pú blico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem
pú blica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F.. - Ocorrência, no caso, de violaçã o de direito
adquirido. A taxa referencial (TR) não e índice de correção monetária, pois, refletindo
as variações do custo primário da captação dos depósitos a prazo fixo, não constitui
índice que reflita a variação do poder aquisitivo da moeda. Por isso, nã o há
necessidade de se examinar a questã o de saber se as normas que alteram índice de
correçã o monetá ria se aplicam imediatamente, alcançando, pois, as prestaçõ es futuras de
contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta
Magna. - Também ofendem o ato jurídico perfeito os dispositivos impugnados que alteram
o critério de reajuste das prestaçõ es nos contratos já celebrados pelo sistema do Plano de
Equivalência Salarial por Categoria Profissional (PES /CP). Açã o direta de
inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos
18, "caput" e pará grafos 1 e 4; 20; 21 e pará grafo ú nico; 23 e pará grafos; e 24 e pará grafos,
todos da Lei 8.177, de 1 de maio de 1991. (ADI 493, Relator (a): Min. MOREIRA ALVES,
Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ XXXXX-09-1992 PP- 14089 EMENT VOL-
01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)
Pois bem. É pú blico e notó rio que, apesar de nunca ter sido fixada em percentual
correspondente à inflaçã o, a TR sempre esteve em patamares pró ximos do INPC e IPCA,
pois o redutor aplicado à taxa referencial era razoá vel e visava, efetivamente, corrigir o
valor do capital.
Nã o bastasse, a aná lise do grá fico do parecer em anexo demonstra que os rendimentos dos
depó sitos vinculados à s contas do FGTS foram inferiores aos índices inflacioná rios. Esse
desempenho insatisfató rio tem ligaçã o direta com a vinculaçã o do FGTS à taxa referencial.
Percebe-se, pelo grá fico, que a partir de 1999 o índice da TR deixou de crescer no mesmo
ritmo dos demais indexadores, evidenciando que não está havendo a efetiva correção
monetária nos termos da lei.
A aná lise do grá fico demonstra que, até o ano de 1999, a TR evoluiu em taxas semelhantes
à s do INPC e do IPCA, em um mesmo patamar de crescimento. A partir daquele ano,
contudo, o INPC e IPCA continuaram no mesmo ritmo de crescimento, mas a TR teve seu
crescimento desacelerado, chegando praticamente à estagnaçã o em 2012.
A alteraçã o na evoluçã o dos indicadores da TR nã o está relacionada exclusivamente à s
oscilaçõ es na economia, mas principalmente à metodologia de cá lculo que vem sendo
adotada pelo Banco Central, o qual tem por lei (artigo 1º da Lei n. 8.177/91 e artigo 5º da
Lei n. 10.192/01) a atribuiçã o de regulamentaçã o a metodologia de cá lculo da TR.
A referida instituiçã o passou a calcular a TR a partir da remuneraçã o mensal média dos
certificados e recibos de depó sito bancá rio (CDB/RDB), emitidos pelas 30 maiores
instituiçõ es financeiras (a partir da Resoluçã o n. 4.240, de 28 de junho de 2013, esse
nú mero passou a ser de 20) e de um redutor R, esse determinado por resoluçã o do
Conselho Monetá rio Nacional, independentemente de qualquer previsã o legal.
Afinal, a lei que rege o FGTS é clara ao garantir, em seu artigo 2º, a atualizaçã o monetá ria e
os juros dos fundos vinculados. Quando a TR é igual a zero, em virtude do referido redutor,
ou desproporcional em relaçã o à inflaçã o, há violaçã o ao mencionado dispositivo de lei, e o
patrimô nio constituído pelo trabalhador é subtraído e indevidamente utilizado pela
empresa pú blica que tem o dever legal de administrá -lo.
A Caixa Econô mica Federal está efetivamente confiscando o patrimô nio dos trabalhadores,
tornando o FGTS um fundo sem recomposiçã o inflacioná ria dos recursos, fazendo-o perder
seu poder de compra. O trabalhador está subsidiando as políticas pú blicas atualmente
vigentes, em virtude do redutor que vem sendo costumeiramente aplicado pelo Banco
Central e que impede a recomposiçã o adequada do referido fundo.
Como foi visto, a metodologia estabelecida pelo Conselho Monetá rio Nacional sofreu
modificaçõ es ao longo dos anos, mas a partir da Resoluçã o n. 2.437, de 30 de outubro de
1997, a TR passou a ser calculada com base na Taxa Bá sica Financeira e um redutor. A
Resoluçã o n. 3.354/06, hoje vigente sobre o assunto, diz o seguinte (redaçã o dada pela
Resoluçã o n. 4.240, de 28 de junho de 2013):
Art. 1º. Para fins de cálculo da Taxa Básica Financeira (TBF) e da Taxa Referencial (TR), de
que tratam os arts. 1º da Lei nº 8.177, de 1º de março de 1991, 1º da Lei nº 8.660, de 28 de
maio de 1993, e 5º da Lei nº 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constituída
amostra das 20 maiores instituições financeiras do País, assim consideradas em função do
volume de captação efetuado por meio de certificados e recibos de depósito bancário
(CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas,
entre bancos múltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econômicas.
(Redação dada pela Resolução nº 4.240, de 28/6/2013.) art. 1º. Para efeito da constituição
da amostra referida neste artigo, devem ser considerados:
1. como uma única instituição financeira, o conjunto de instituições de um mesmo
conglomerado financeiro, nos termos do conceito estabelecido no Plano Contábil das
Instituições do Sistema Financeiro Nacional (COSIF);
2. os somatórios dos valores de captação de CDB/RDB ao longo de cada semestre
p. 2º. O Banco Central do Brasil deve constituir a amostra de que trata este artigo até o
décimo quinto dia útil dos meses de janeiro e julho, para vigorar a partir dos dias 1º de
fevereiro e 1º de agosto de cada ano.
Art. 2º A TBF e a TR são calculadas a partir da remuneração mensal média dos CDB/RDB
emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com
base em informações prestadas pelas instituições integrantes da amostra de que trata o art.
1º, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil.
Art. 4º Para cada dia do mês - dia de referência -, o Banco Central do Brasil deve calcular a
TBF, para o período de um mês, com início no próprio dia de referência e término no dia
correspondente ao dia de referência no mês seguinte, considerada a hipótese prevista no § 2º,
inciso IV. [...]
Art. 5º Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4º, deve ser calculada a
correspondente TR, pela aplicação de um redutor R, de acordo com a seguinte fórmula:
Ora, dessa metodologia estabelecida pelo Banco Central e pelo Conselho Monetá rio
Nacional constata-se que a TBF e a TR sã o exatamente iguais em sua formaçã o até o
momento em que se estabelece a aplicaçã o de um redutor à TBF para se chegar à TR.
Como decorrência dessa intervençã o do Banco Central na metodologia de cá lculo, a TR
deixou de refletir, a partir de 1999, as taxas de inflaçã o do mercado financeiro, e, por
conseguinte, o FGTS também deixou de remunerar corretamente os depó sitos vinculados a
cada trabalhador.
Os danos ocasionados aos assalariados em virtude da indexaçã o do FGTS ao TR sã o graves
e evidentes. Mesmo com a incidência de juros de 3% ao ano, desde 2002 o Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço vem rendendo menos que a inflaçã o.
Desse modo, o dinheiro pertencente aos trabalhadores nã o está sofrendo correçã o
monetá ria. Mesmo com a incidência de juros, o crescimento está abaixo da inflaçã o.
Ademais, ainda que se diga que a aplicaçã o do redutor pelo Banco Central e pelo Conselho
Monetá rio Nacional seja legal, sua reduçã o a zero e um cená rio de inflaçã o que varia de 5%
a 6% ao ano, configura evidente afronta ao artigo 2º da Lei n. 8.036/90, que obriga a
instituiçã o a proceder a adequada correçã o monetá ria.

5.2. Dos prejuízos para os trabalhadores


Como foi visto, a ausência de correçã o monetá ria em virtude da aplicaçã o da TR como
indexador vêm tornando o FGTS um fundo iníquo, já que nã o acompanha os índices de
inflaçã o. Os valores ali depositados, com o passar dos anos, perdem seu poder de compra,
impossibilitando que o trabalhador usufrua do valor econô mico a que efetivamente tem
direito.
Sabe-se que os recursos vinculados à conta do FGTS pertencem ao trabalhador, e, conforme
visto, devem ser atualizados mediante incidência de correçã o monetá ria e juros. Aliá s, é o
que se extrai do pró prio sítio do Governo Federal ( http://www.fgts.gov.br/trabalhador,
acesso em 15.10.2013):
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS foi criado em 1967 pelo Governo Federal
para proteger o trabalhador demitido sem justa causa. O FGTS é constituído de contas
vinculadas, abertas em nome de cada trabalhador, quando o empregador efetua o primeiro
depósito. O saldo da conta vinculada é formado pelos depósitos mensais efetivados pelo
empregador, equivalentes a 8,0% do salário pago ao empregado, acrescido de
atualização monetária e juros.
Com o FGTS, o trabalhador tem a oportunidade de formar um patrimônio, que pode ser
sacado em momentos especiais, como o da aquisição da casa própria ou da aposentadoria e
em situações de dificuldades, que podem ocorrer com a demissão sem justa causa ou em caso
de algumas doenças graves.
Sabe-se, ainda, que apesar de ser proprietá rio dos recursos vinculados à sua conta do FGTS,
o trabalhador nã o pode dispor livremente de tais valores, pois o saque está vinculado à s
hipó teses previstas na legislaçã o. Da mesma forma, o trabalhador nã o pode utilizar o
montante que possui para investir em aplicaçõ es mais rentá veis. Ou seja, ele é obrigado a
se submeter a políticas econô micas e sociais que lhe sã o altamente prejudiciais.
Ocorre, contudo, que com a aplicaçã o da TR como indexador dos valores depositados nas
contas vinculadas ao FGTS o trabalhador tem a real sensaçã o de que “está perdendo
dinheiro”. Por mais que faça um planejamento de aquisiçã o de casa pró pria, por exemplo,
no momento do saque o trabalhador constatará que o valor dos imó veis e da inflaçã o
cresceram muito mais que os valores em sua conta vinculada, em termos percentuais.
Trata-se de real apropriaçã o, pela Caixa Econô mica Federal, do montante depositado nas
contas vinculadas do FGTS dos trabalhadores. Os referidos valores acabam nã o só
financiando os programas de habitaçã o popular e outros programas sociais, mas sim
subsidiando-os.
O crescimento dos saldos das contas vinculadas abaixo da inflaçã o (mesmo com a
incidência dos juros de 3% ao ano que, conforme foi visto, acabam por perder seu cará ter
de remuneraçã o pela disposiçã o de capital e apenas atenuar a correçã o monetá ria nã o
realizada) gera uma situaçã o de confisco por parte do Governo Federal, feito através da
instituiçã o financeira ré.
E além de confiscar o patrimô nio do trabalhador, a Caixa Econô mica Federal obtém
altíssimas taxas de lucro ao emprestar os mesmos valores a juros abusivamente mais
elevados, muitas vezes para o pró prio trabalhador que teve seu patrimô nio confiscado, por
meio do Sistema Financeiro de Habitaçã o.
Explica-se: muitas vezes o trabalhador faz um planejamento para adquirir a casa pró pria
dentro de alguns anos. Passado esse tempo, contudo, o trabalhador percebe que, em termos
percentuais, seu saldo no FGTS nã o cresceu da mesma forma que a inflaçã o e os preços dos
imó veis em sua regiã o.
Diante desse quadro, o trabalhador saca seu dinheiro – menos do que tinha direito – e o
restante financia – na maioria das vezes com a pró pria Caixa Econô mica Federal, que é uma
das instituiçõ es financeiras que mais se utiliza dos fundos do Sistema Financeiro de
Habitaçã o.
Ou seja, a Caixa Econô mica Federal utiliza o montante que deveria ter sido repassado aos
trabalhadores a título de correçã o monetá ria para emprestá-lo ao mesmo trabalhador. Ela
se apropria dos valores ao nã o efetuar o repasse da correçã o monetá ria e depois os
empresta, a taxas de juros que estã o entre as maiores do mundo, aos mesmos
trabalhadores que, efetivamente, sã o donos daquele dinheiro. Essa prá tica nã o pode se
perpetuar!
Se os depó sitos vinculados à conta do FGTS tivessem sido regularmente corrigidos, é bem
prová vel que o trabalhador nã o precisaria endividar-se por anos para poder quitar o
imó vel adquirido, por exemplo.

5.3 Índices que corrigem monetariamente


Como foi visto, desde 1999, com a metodologia adotada pelo Banco Central do Brasil, a TR
nã o vem mais corrigindo monetariamente os depó sitos vinculados à s contas de FGTS. Ora,
se a TR nã o pode ser considerada um indexador idô neo, é necessá rio substituí-la por outro
índice que, efetivamente, dê cumprimento aos preceitos do artigo 2º da Lei n. 8.036/90.
Sabe-se que o salá rio mínimo do trabalhador brasileiro é corrigido pelo INPC, índice
previsto na Lei n. 12.382, de 25 de fevereiro de 2011, nos seguintes termos:
Art. 2º. Ficam estabelecidas as diretrizes para a política de valorização do salário mínimo a
vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano.
1º. Os reajustes para a preservação do poder aquisitivo do salário mínimo corresponderão à
variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, calculado e divulgado pela
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, acumulada nos doze meses
anteriores ao mês do reajuste.
2º. Na hipótese de não divulgação do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no
período do cálculo até o último dia útil imediatamente anterior à vigência do reajuste, o
Poder Executivo estimará os índices dos meses não disponíveis.
3º. Verificada a hipótese de que trata o § 2º, os índices estimados permanecerão válidos para
os fins desta Lei, sem qualquer revisão, sendo os eventuais resíduos compensados no reajuste
subsequente, sem retroatividade.
4º. A título de aumento real, serão aplicados os seguintes percentuais:
1. em 2012, será aplicado o percentual equivalente à taxa de crescimento real do Produto
Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010;
2. em 2013, será aplicado o percentual equivalente à taxa de crescimento real do PIB,
apurada pelo IBGE, para o ano de 2011;
3. em 2014, será aplicado o percentual equivalente à taxa de crescimento real do PIB,
apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e
4. em 2015, será aplicado o percentual equivalente à taxa de crescimento real do PIB,
apurada pelo IBGE, para o ano de
5º. Para fins do disposto no § 4º, será utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano
de referência, divulgada pelo IBGE até o último dia útil do ano imediatamente anterior ao de
aplicação do respectivo aumento real.
Desse modo, utilizou-se o INPC para correçã o dos salá rios mínimos justamente para
preservar o seu poder aquisitivo. Se o salá rio mínimo é corrigido por esse índice, nada mais
razoá vel que corrigir os depó sitos vinculados ao FGTS pelo mesmo indexador, justamente
por decorrerem diretamente do salá rio do trabalhador.
Caso nã o se entenda dessa forma, outro índice que se mostra aplicá vel e que efetivamente
produz correçã o monetá ria é o IPCA, índice estabelecido pelo Governo Federal para medir
as metas inflacioná rias contratadas com o FMI ou, ainda, outro índice estabelecido pelo
Juízo, desde que respeitada a correçã o monetá ria prevista no artigo 2º da Lei n.
8.036/90.
Ademais, o parecer contá bil em anexo apresenta comparaçõ es interessantes entre a
correçã o monetá ria (nã o) efetuada pela TR e a correçã o realizada por outros índices.
Verifica-se, por exemplo, que um trabalhador com salá rio de R$1.000,00 (mil reais), se
tivesse seus fundos corrigidos pelo INPC desde 1999, teria uma diferença a receber de
R$9.098,56 (nove mil e noventa e oito reais e cinquenta e seis centavos).
Da mesma forma, um trabalhador com o mesmo salá rio acima especificado, se tivesse seus
rendimentos corrigidos pelo IPCA desde 1999, teria uma diferença a receber de R$8.561,43
(oito mil, quinhentos e sessenta e um reais e quarenta e três centavos). Ou seja, a TR é um
indexador inidô neo que merece ser substituído para efetivo cumprimento dos preceitos da
Lei n. 8.036/90.

5.4 Juros de mora


Independentemente da incidência dos juros de capitalizaçã o assegurados pela Lei – que é
de 6% ao ano aos que optaram pelo fundo até a
data de 22.09.71 (de acordo com a Lei nº 5.107/66 instituidora do FGTS, o artigo 11,
pará grafo 3º da Lei 7.839/89 e o artigo 13, § 3º da Lei 8.036/90 e de 3% ao ano para todos
os demais (artigo 13, caput da Lei 8.036/90)– as diferenças devidas aos substituídos devem
ser majoradas com a incidência de juros de mora, nos moldes previstos pelo Có digo Civil.

6. Suspensão do feito em razão da decisão nos autos da ADI 5090


Na Açã o Direta de Inconstitucionalidade nº 5.090/DF, que versa sobre Correçã o Monetá ria
das contas do FGTS, o Exmº Relator Ministro Luís Roberto Barroso determinou a suspensã o
de todos os processos que discutem a mesma matéria até o julgamento definitivo da
mencionada ADI. Vejamos:
Considerando: (a) a pendência da presente ADI 5090, que sinaliza que a discussã o sobre a
rentabilidade do FGTS ainda será apreciada pelo Supremo e, portanto, nã o está julgada em
cará ter definitivo, estando sujeita a alteraçã o (plausibilidade jurídica); (b) o julgamento do
tema pelo STJ e o nã o reconhecimento da repercussã o geral pelo Supremo, o que poderá
ensejar o trâ nsito em julgado das decisõ es já proferidas sobre o tema (perigo na demora);
(c) os mú ltiplos requerimentos de cautelar nestes autos; e (d) a inclusã o do feito em pauta
para 12/12/2019, defiro a cautelar, para determinar a suspensã o de todos os feitos que
versem sobre a matéria, até julgamento do mérito pelo Supremo Tribunal Federal.
Publique-se. Intime-se. Brasília, 6 de setembro de 2019. Ministro Luís Roberto Barroso
Relator”.(Grifo nosso)
Isto posto, considerando que a presente açã o versa sobre matéria idêntica e que existe é
Açã o Direta de Inconstitucionalidade – ADI nº 5090 pendente de julgamento com
determinaçã o de suspensã o de todos os processos que versem sobre a correçã o monetá ria
do FGTS, requer o autor (a) que este Nobre Julgador determine o sobrestamento do
processo em aná lise.

7.CONCLUSÃO
Frente a todo narrado, em primeiro lugar deve ser declarado que a TR – Taxa Referencial,
não constitui índice de correção monetária porquanto reflete a variação do custo
primário da captação dos depósitos bancários a prazo fixo, e não a variação do custo
da moeda, e a declaraçã o do direito dos substituídos de terem os valores que foram e que
serã o depositados em conta vinculada do FGTS, de serem corrigidos monetariamente
considerados os índices pleiteados na presente açã o.
Além disso, os substituídos fazem jus a ter os seus depó sitos do FGTS corrigidos
monetariamente com os índices pleiteados – inclusive sobre os saques eventualmente
ocorridos, com o crédito em suas contas das diferenças resultantes, acrescidas dos juros
garantidos pela pró pria Lei nº 8.036/90 e os juros de mora.
Por fim, as correçõ es em tela devem ser consideradas também naquelas hipó teses em que,
com o apoio legal (art. 20 da Lei nº 8.036/90) o substituído sacou seu FGTS com a
continuidade do vínculo empregatício. Em outros termos, os valores sacados que no futuro
foram ou serã o considerados para fins rescisó rios, devem também ser corrigidos
monetariamente pelo índice reconhecido como devido na presente açã o (art. 18, § 1º da Lei
nº 8.036/90 e Resoluçã o do Conselho Curador do FGTS nº 28, de 06.02.91).

8. PEDIDOS
Ante o exposto, requer a Vossa Excelência:
a citaçã o da requerida no endereço inicialmente indicado para, querendo, apresentar
defesa dos termos da lei, advertida das sançõ es de confissã o e revelia;a produçã o de todas
as provas em direito admitidas, especialmente a documental anexa;
declaraçã o judicial que a TR – Taxa Referencial, nã o constitui índice de correçã o monetá ria
porquanto reflete a variaçã o do custo primá rio da captaçã o dos depó sitos bancá rios a
prazo fixo, e nã o a variaçã o do custo da moeda;
a suspensã o do feito com base na ADI 5090;
a condenaçã o da ré a substituir a TR pelo INPC como índice de correçã o dos depó sitos
efetuados em nome dos substituídos, a partir de 1999, com o consequente pagamento, em
favor de cada trabalhador substituído pelo autor, do valor correspondente à s diferenças do
FGTS decorrentes da aplicaçã o do INPC aos valores vinculados, nos meses em que a TR foi
menor que a inflaçã o do período (parcelas vencidas e vincendas);
caso nã o entenda pela aplicaçã o do INPC, a condenaçã o da ré a substituir a TR pelo IPCA
como índice de correçã o dos depó sitos efetuados em nome dos substituídos, a partir de
1999, com o consequente pagamento, em favor de cada trabalhador substituído pelo autor,
do valor correspondente à s diferenças do FGTS decorrentes da aplicaçã o do IPCA aos
valores vinculados, nos meses em que a TR foi menor que a inflaçã o do período (parcelas
vencidas e vincendas);
e ainda, caso, nã o entenda das formas anteriormente expostas, a condenaçã o da ré a
substituir a TR por outro índice que leve em consideraçã o a correçã o monetá ria e atualize
os depó sitos efetuados em nome dos substituídos, a partir de 1999, com o consequente
pagamento, em favor de cada trabalhador substituído pelo autor, do valor correspondente
à s diferenças do FGTS decorrentes da aplicaçã o do referido índice aos valores vinculados,
nos meses em que a TR foi menor que a inflaçã o do período (parcelas vencidas e
vincendas);
sobre os valores devidos pela condenaçã o de que tratam os itens anteriores, a incidência de
correçã o monetá ria desde a inadimplência da Caixa, bem como os juros legais, observando
aqueles pró prios do FGTS e os juros do có digo civil quando tenha ocorrido saque do FGTS
em qualquer uma das hipó teses da previstas no art. 20 da Lei 036/90.
a condenaçã o da ré ao pagamento das custas e honorá rios advocatícios, em valor a ser
arbitrado pelo Juízo.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito,
principalmente documental.
Dá -se a causa o valor de__________________.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local, data
ADVOGADO
OAB

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