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EXMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL

PREVIDENCIÁ RIO, DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3a REGIÃ O, 10a SUBSEÇÃ O


JUDICIÁ RIA DE SOROCABA/SP.
Nome, brasileiro, casado,ajudante mecâ nico , portador da cédula de identidade RG nº
00000-00, e inscrito no CPF/MF sob o nº 000.000.000-00, residente e domiciliado na
EndereçoBairro
Sorocabana,CEP:00000-000, Mairinque, Estado de Sã o Paulo , por seu advogado que ao
final assina, vem mui respeitosamente perante Vossa Excelência, para com fundamento na
Lei nº 10.259/01, art. 282 do Có digo de Processo Civil, no inciso III, do artigo 7º da
Constituiçã o Federal e nos artigos 2º e 13º, ambos da Lei nº 8.036/90, propor pelo rito
ordiná rio...
AÇÃ O ORDINÁ RIA REVISIONAL E DE COBRANÇA DE CORREÇÃ O DOS SALDOS DO FUNDO
DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO - FGTS
PELA SUBSTITUIÇÃ O DA TR POR ÍNDICE QUE REFLITA A INFLAÇÃ O DO PERÍODO
contra a CAIXA ECONÔ MICA FEDERAL , instituiçã o financeira sob a forma de empresa
pú blica unipessoal, dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada pelo
Decreto-Lei n.º 759/69, gestora do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS, com
sede no Setor Bancá rio Sul (SBS), quadra 04, lote 34, Matriz, Brasília/DF, pelos motivos de
fato e de direito que passa a expor:
Dados de endereço:
Endereço do Procurador:
- Físico:- EndereçoCEP 00000-000; Telefone: (0xx11) (00)00000-0000; - Eletrô nico:-
email@email.com
Endereço da Requerida (Jurídico Regional):
- Físico: EndereçoCEP 00000-000, (ONDE RECEBE INTIMAÇÕ ES)
QUANTO A OPÇÃ O PELA NÃ O REALIZAÇÃ O DE AUDIÊ NCIA DE CONCILIAÇÃ O
A REQUERENTE EXPRESSA O SEU DESINTERESSE NA AUTOCOMPOSIÇÃ O , optando pela
nã o realizaçã o da audiência de conciliaçã o ou mediaçã o, nos termos do pará grafo 5º, do
artigo 334, c/c o inciso VII, do artigo 319, ambos preceitos do Có digo de Processo Civil.
1-) PRELIMINARMENTE
1.a-) Da Renú ncia aos valores excedentes a 60 salá rios mínimos na data do ajuizamento a
açã o
Os direitos da parte autora, na presente demanda nã o atingem, na data do ajuizamento da
presente açã o, o valor correspondente a 60 (sessenta) salá rios mínimos vigentes. No
entanto, neste ato, RENUNCIA aos eventuais valores que excederem, na data do
ajuizamento da presente açã o, ao montante de 60 (sessenta) salá rios mínimos vigentes,
conforme vontade expressa em declaraçã o que segue, em anexo. 1.b-) DA PRESCRIÇÃ O
Quanto ao prazo prescricional, para discutir direitos decorrentes do FGTS, mormente em
relaçã o ao pleito de correçã o monetá ria, já está amplamente assentado na doutrina e
jurisprudência, que a prescriçã o é trintená ria.
Nesse sentido, decisã o do STJ:
RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁ RIO. FGTS. CORREÇÃ O DOS SALDOS DAS CONTAS
VINCULADAS. DIFERENÇAS DE EXPURGOS
INFLACIONÁ RIOS. TEMA JÁ JULGADO PELO REGIME DO ART. 543-C DO CPC E DA
RESOLUÇÃ O N. 8/08 DO STJ. QUE TRATAM DOS RECURSOS REPRESENTATIVOS DE
CONTROVÉ RSIA,
(...)
3. No REsp n. 1.112.520 - PE, por seu turno, firmou-se o seguinte entendimento: Outrossim,
nã o deve prevalecer a interpretaçã o da recorrente quanto à ocorrência de prescriçã o
qü inqü enal, pois este Tribunal já decidiu que
é trintená ria a prescriçã o para cobrança de correçã o monetá ria de contas vinculadas ao
FGTS, nos termos da Sú mula 210/STJ: "A açã o de cobrança de contribuiçõ es para o FGTS
prescreve em trinta anos".
(...)
(REsp (00)00000-0000/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA,
julgado em 10/08/2010, DJe 10/09/2010).
Assim, a açã o ora proposta (2015) nã o está alcançada pela prescriçã o trintená ria e desta
forma, Uma vez que está nã o há que se falar em prescriçã o ou decadência do direito e dos
valores pleiteados, conforme se demonstrará a diante.
1.c-) DA LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA ECONÔ MICA FEDERAL
Registra-se que a presente açã o está sendo ajuizada em face da Caixa Econô mica Federal,
por ser esta o banco gestor do sistema do FGTS, conforme sú mula 249 do STJ:
Sú mula 249/STJ - A Caixa Econô mica Federal tem legitimidade passiva para integrar um
processo em que se discute a correçã o monetá ria do FGTS
Desta forma, sobressai irrefutá vel a legitimidade passiva e exclusiva da Caixa Econô mica
Federal, conforme precedentes do STJ, senã o vejamos:
"AÇÃ O RESCISÓ RIA. ADMINISTRATIVO. FGTS. CORREÇÃ O DOS SALDOS DAS CONTAS
VINCULADAS. DIFERENÇAS DE EXPURGOS INFLACIONÁ RIOS. TEMA JÁ PACIFICADO NO
STJ. PROCEDÊ NCIA DA AÇÃ O
1. A matéria referente à correçã o monetá ria das contas vinculadas ao FGTS, em razã o das
diferenças de expurgos inflacioná rios,(...)
3. (...) esta Corte tem o entendimento no sentido de que, nas demandas que tratam da
atualizaçã o monetá ria dos saldos das contas vinculadas do FGTS, a legitimidade passiva é
ad causam é exclusiva da Caixa Econô mica Federal, por ser gestora do Fundo, com exclusã o
da Uniã o e dos bancos depositá rios.( Sú mula 249/STJ)
(...)
(AR 00.000 OAB/UF, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Primeira Seçã o, julgado
em 08/02/2012, DJe 27/02/2012)"
2-) NO MÉ RITO
2.a-) dos fatos
a parte autora é titular da conta vinculada do FGTS, PIS Nº 00000-00-4, com depó sitos
regulares em sua conta, conforme anotaçõ es nas carteiras profissionais, extrato analítico e
demais documentos, cujas có pias seguem em anexo.
2.a.1-) Da Motivaçã o
A síntese da presente demanda é a pretensã o da parte autora em obter a condenaçã o da ré
à substituir o índice de correçã o monetá ria aplicado à sua conta vinculada do FGTS (Taxa
Referencial - TR) pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC ou pelo Índice de
Preços ao Consumidor Amplo - IPCA, com o pagamento das diferenças decorrentes da
alteraçã o requerida.
2.a.2-) BREVE RELATO DA QUESTÃ O
Ora, FGTS é regido pelas disposiçõ es da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, por normas e
diretrizes estabelecidas pelo seu Conselho Curador e gerido pela Caixa Econô mica Federal.
Dos artigos 2º e 13º da Lei 8.035/90 extraímos que há uma obrigatoriedade de correçã o
monetá ria e de remuneraçã o através de juros dos depó sitos efetuados nas contas
vinculadas ao FGTS, como ali notados.
Em 1991, a lei definiu que a Caixa aplicaria sobre o valor depositado no FGTS a correçã o
com base na Taxa Referencial (TR), ou seja, a Taxa Referencial (TR) é o índice utilizado
para corrigir as contas do FGTS fixada pelo Governo Federal mediante o Banco Central mais
3% ao ano.
Desta forma, o parâ metro fixado para a atualizaçã o dos depó sitos dos saldos do FGTS é a
Taxa Referencial - TR, conforme prescrevem os artigos 12 e 17 da Lei nº 8.177, de 1º de
Nomede 1991, com redaçã o da lei nº 12.703, de 7 de agosto de 2012.
Ocorre, no entanto, que desde janeiro de 1999, e a TR nã o reflete mais a correçã o
monetá ria e nã o tem promovido a necessá ria atualizaçã o do saldo existente na conta
fundiá ria, pois, que se encontra em patamar inferior aos índices oficiais utilizados para
indicaçã o do percentual de inflaçã o, como é o caso do IPCA ou do INPC.
Uma vez que a TR tem apresentado no período, um desempenho muito baixo e em alguns
momentos, nulo, pelo fato de que houve uma reduçã o desta em relaçã o à inflaçã o anual,
tanto que em setembro de 2012, nã o existia mais correçã o no dinheiro do trabalhador e
desta forma, a conta vinculada do FGTS da parte Autora, encontra-se totalmente defasada e
perdendo rendimentos, trazendo-lhe prejuízo, o qual deve ser recomposto pelo Poder
Judiciá rio, com a troca do índice de correçã o.
Entã o, se a aplicaçã o da Taxa Referencial (TR) trouxe prejuízo real aos titulares da conta,
deve-se proceder à correçã o monetá ria dos valores depositados com base em índices
diferentes do da TR, utilizando-se para a correçã o monetá ria o INPC, ou sucessivamente,
IPCA-e, ou qualquer outro índice que efetivamente recomponha o valor monetá rio, uma vez
perdido pela inflaçã o.
Sendo esta a motivaçã o que se busca no presente feito.
2.b -) do direito
2.b.1-) do FGTS
O FGTS, hoje, é regido pelas disposiçõ es da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, por
normas e diretrizes estabelecidas pelo seu Conselho Curador e gerido pela Caixa
Econô mica Federal.
Como já dito, nos artigos 2º e 13º da Lei nº 8.036/90, fica claro que há uma obrigatoriedade
de correçã o monetá ria e de remuneraçã o por meio de juros dos depó sitos efetuados nas
contas vinculadas do FGTS.
Assim, além da correçã o mensal, a partir de 1989, a nova lei do FGTS mantém a
determinaçã o de que, sobre o saldo das contas vinculadas e de outros recursos a ele
incorporados, deveriam ser aplicados juros e correçã o monetá ria.
2.b.2-) da correçã o monetá ria
A correçã o monetá ria, pode ser definida como sendo a atualizaçã o ou/e correçã o
monetá ria ou seja, um ajuste feito periodicamente de certos valores na economia tendo em
base o valor da inflaçã o de um período, objetivando compensar a perda de valor da moeda,
assim sendo, a correçã o monetá ria é a recuperaçã o do poder de compra do valor
emprestado e por esta razã o, O índice a ser adotado para correçã o monetá ria deve refletir a
inflaçã o do período a ser corrigido.
Inclusive, trazemos à baila uma definiçã o no â mbito jurídico, para o termo correçã o
monetá ria, exarada pelo E. STJ, reconhecendo a influência da inflaçã o como correçã o
monetá ria, como segue:
"PREVIDENCIÁRIO E ECONÔMICO. TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL. DETERMINAÇÃODE CORREÇÃO MONETÁRIA PELO
IGP-M. ÍNDICES DE DEFLAÇÃO.APLICABILIDADE. OFENSA AO PRINCÍPIO DA IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS.
NÃO OCORRÊNCIA.
PRESERVAÇÃO DO VALOR NOMINAL DA OBRIGAÇÃO. PRECEDENTES.1."A correção monetária nada mais é do que
um mecanismo de manutenção do poder aquisitivo da moeda, não devendo representar, consequentemente, por
si só, nem um plus nem um minus em sua substância. Corrigir o valor nominal da obrigação representa, portanto,
manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscilações inflacionárias positivas e negativas
ocorridas no período. Atualizar a obrigação levando em conta apenas oscilações positivas importaria distorcer a
realidade econômica produzindo um resultado que não representa a simples manutenção do primitivo poder
aquisitivo, mas um indevido acréscimo no valor real. (...)(Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min. TEORI
ALBINO ZAVASCKI, DJe18/4/12)"

Assim, a Atualizaçã o ou Correçã o Monetá ria é praticada com o intuito de regular os valores
da economia,
2.b.2.1-) da taxa referencial
O parâ metro fixado para a atualizaçã o dos depó sitos casos saldos de poupança e
consequentemente dos depó sito do FGTS foi a Taxa Referencial - TR, conforme prescrevem
os artigos 12 e 17 da Lei nº 8.177, de 1º de Nomede 1991, com redaçã o da lei nº 12.703, de
7 de agosto de 2012.
E, a Lei nº 8.177/91, estabeleceu a forma como a TR será calculada, ou seja, a partir da Taxa
Bá sica Financeira (TBF), uma média de taxas de juros pagas nas aplicaçõ es em certificados
de depó sitos bancá rios (CDB) emitidas pelas 30 maiores instituiçõ es financeiras.
Porém, no atual nível de taxa de juros decrescente de uma economia estabilizada e num
cená rio para os pró ximos anos, de juros baixos, a TR permanecerá por um longo período
indeterminado como zero."
E como conseqü ência temos no comparativo entre os percentuais da TR, INPC e IPCA,
desde 1997, os depó sitos nas contas vinculadas do FGTS dos trabalhadores estã o perdendo
poder de compra, pelo menos desde janeiro de 1999, momento em que o Banco
Central/CMN estabeleceu um redutor para TR, ela deixou de ser índice confiá vel para
atualizar monetariamente as contas do FGTS.
2.b.2.2-) DO INPC E IPCA-E
Ora, tem-se, em resumo, que a Lei nº 8.036/90, lei específica do FGTS, determina que ao
saldo de suas contas deve ser obrigatoriamente aplicado índice de correçã o monetá ria.
Por outro lado, nã o sendo a Taxa Referencial (TR), índice disposto pela Lei 8.177/91, há bil
a atualizar monetariamente tais saldos,
subsistindo a necessidade de aplicar-se índice de correçã o monetá ria que reflita a inflaçã o
do período, tal como prevê a Lei nº 8.036/90.
Chega-se a conclusã o da necessidade em substituir a TR como fator de correçã o monetá ria
e, nesse sentido, os índices que atualmente têm refletido a variaçã o inflacioná ria brasileira
sã o o INPC e o IPCA-E, revelando-se, assim, as melhores opçõ es para tal fim.
Assim, sugere-se a este ilustre julgador a adoçã o do INPC ou do IPCA-E, ou ainda, um outro
índice que realmente recomponha a inflaçã o do período, para fins de correçã o dos saldos
do FGTS e, para tanto, apresenta-se alguns dados referentes aos índices indicados, na forma
seguinte:
2.b.2.2.a-) DO INPC
O que compõ e o INPC/IBGE:
O INPC/IBGE foi criado inicialmente com o objetivo de orientar os reajustes de salá rios dos
trabalhadores.
Calculado pelo IBGE entre os dias 1º e 30 de cada mês, compõ e-se do cruzamento de dois
parâ metros: a pesquisa de preços nas onze regiõ es de maior produçã o econô mica, cruzada
com a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF).
2.b.2.2.b-) DO IPCA-E
O que compõ e o IPCA-E:
O IPCA/IBGE verifica as variaçõ es dos custos com os gastos das pessoas que ganham de um
a quarenta salá rios mínimos nas regiõ es metropolitanas de Belém, Belo Horizonte, Brasília,
Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, Sã o Paulo e município de
Goiâ nia.
O IPCA/E utiliza, para sua composiçã o de cá lculo, os seguintes setores: alimentaçã o e
bebidas, habitaçã o, artigos de residência, vestuá rio, transportes, saú de e cuidados pessoais,
despesas pessoais, educaçã o e comunicaçã o.
Importante frisar ainda, que em sessã o ordiná ria do Conselho da Justiça Federal - CNJ,
ocorrida em 25/11/2011, foi aprovado o novo 'Manual de Cá lculos da Justiça Federal' onde
passa a incidir o IPCA-e como indexador de Correçã o Monetá ria para as sentenças
condenató rias em geral, conforme se pode verificar no sítio do cjf na internet
(www.cjf.jus.br).
2.b.2.3-) da necessidade de substitui a TR como índice de correçã o dos saldos do FGTS
Historicamente, é preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca foi igual à inflaçã o. Nem
quando experimentamos a hiperinflaçã o, nem quando experimentamos deflaçã o. Todavia,
os índices da TR, do INPC e do IPCA sempre andaram pró ximos. Em outras palavras,
imperava a razoabilidade dos índices da TR para que pudessem atingir a finalidade de
correçã o do valor do cap ital .
Nã o obstante, o cená rio começa a mudar a partir de 1999. A TR se distancia
expressivamente do INPC e IPCA, ao ponto de hoje a inflaçã o hoje superar 6% ao ano e a TR
ser igual a zero. Logo, ela nã o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos
depó sitos do FGTS, que sã o um patrimô nio do trabalhador.
Ao contrá rio de outros investimentos, no FGTS o trabalhador nã o pode decidir quais as
aplicaçõ es que lhe sã o mais convenientes ou rentá veis, tendo que se submeter a políticas
econô micas e sociais que lhe sã o altamente prejudiciais.
Ora, mas a pró pria Lei do FGTS diz em seu art. 2º que é garantida a atualizaçã o monetá ria e
juros. Quando a TR é igual a zero este artigo é descumprido. Quando a TR é mínima e
totalmente desproporcional em relaçã o à inflaçã o, este artigo também é descumprido e o
patrimô nio do trabalhador é subtraído por quem tem o dever legal de administrá -lo.
Em um ano de TR zero e inflaçã o pú blica e notó ria, o prejuízo do trabalhador é inegá vel.
Entã o, se a TR nã o pode ser considerada como um índice idô neo e nã o serve mais para
garantir a correçã o dos saldos do FGTS, posto que ultimamente sã o nulas, sobrevém assim,
a necessidade de substituí-la por um índice que realmente reponha as perdas monetá rias.
E assim sendo, é necessá rio buscar outros índices para promover a justa correçã o Nesse
diapasã o, destacamos dois índices que efetivamente produzem correçã o monetá ria.
E, nessa busca, é necessá rio trazer à baila o conceito contido na Lei de Introduçã o à s
Normas de Direito Brasileiro, que estabelece em seu art. 5º, que na aplicaçã o da lei, o juiz
atenderá os fins sociais a que ela se dirige e as exigências do bem comum.
Desta forma e, diante de tudo que foi demonstrado, o juiz estará atendendo aos fins sociais
da Lei do FGTS ao reconhecer que correçã o monetá ria, reposiçã o dos índices inflacioná rios
de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro ali depositado no Fundo, é
efetivamente devida pela Caixa Econô mica Federal.
E entã o, nada obsta que o juiz considere índice previsto em outra legislaçã o, posto que hoje,
temos dois tipos de índices de correçã o monetá ria, um que reflete a inflaçã o e, portanto,
recuperam o poder de compra do valor aplicado, como o IPCA e o INPC, e outro, um índice
que nã o reflete a inflaçã o, e consequentemente nã o recupera o poder de compra do valor
aplicado, a Taxa Referencial/TR.
Desta forma, fica evidente que o índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC e/ou
IPCA, sã o índices que se apresentam como o melhor, mais indicado e justo para substituiria
a TR, inclusive, o INPC, por uma questã o de equidade, uma vez que é o índice que corrige
monetariamente o salá rio dos trabalhadores e os benefícios previdenciá rios, estando
previsto na Lei nº 12.382, de 25 de Fevereiro de 2011.
Outro índice que se mostra aplicá vel, na hipó tese deste douto juízo entender que nã o
aplicaria o INPC, é o IPCA, índice oficial do Governo Federal para mediçã o das metas
inflacioná rias, contratadas com o FMI, a partir de julho de 1999.
Ambos os índices sã o infinitivamente mais adequados a preservar o poder aquisitivo dos
depó sitos do FGTS do que a aniquilada TR e sendo assim, desde já requer-se que sejam
aplicados em substituiçã o a esta, nos saldos do FGTS da parte autora.
Excelência, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de lá nã o pode
retirá -lo para outro investimento, está sendo remunerado com 0,247% de juros ao mês e
mais nada. Nã o há nem correçã o monetá ria nem Taxa Referencial (independentemente da
sua natureza jurídica), em flagrante ofensa ao artigo 2º da Lei nº 8.036/90, que impõ e a
correçã o monetá ria dos valores depositados pelo empregador.
Nessa mesma linha, recentemente o Supremo Tribunal Federal decidiu pela
inconstitucionalidade da utilizaçã o da Taxa Referencial - TR - como índice de correçã o
monetá ria para o pagamento dos chamados precató rios (ADI nº 4357) reafirmando
entendimento anteriormente adotado por aquela Corte na ADI nº 493. Essa decisã o tem
desdobramentos que vã o além do processo no qual foi tomada. Isso porque a Lei nº
8.036/90 que estabelece as bases do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS -
também prevê a aplicaçã o de correçã o monetá ria e há muito tempo é utilizado o referido
índice (TR) para corrigir referido fundo, o mesmo agora considerado inconstitucional para
este fim pelo STF.
Assim sendo, e por todo exposto, é que o autor requer a declaraçã o de qual índice deve ser
considerado para correçã o monetá ria das contas do FGTS, se o IPCA ou INPC, para fins de
dar cumprimento à atualizaçã o monetá ria dos saldos das contas do FGTS prevista no art. 2º
da Lei 8.036/90, em substituiçã o à TR, desde janeiro do ano de 1999, a partir de quando tal
índice deixou de refletir a variaçã o inflacioná ria da moeda.
2.b.2.4-) Do Posicionamento do Tribunais Superiores
É posicionamento consolidado no STF de que a TR nã o serve como correçã o monetá ria.
Ao julgar um caso de um credor do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), em
maio/2013, a ministra Cá rmen Lú cia reafirmou a posiçã o da Corte de que a Taxa
Referencial (TR) - que remunera a poupança - nã o serve para recompor a perda
inflacioná ria da moeda.
Vide: RE 747706, Relator (a): Min. CÁ RMEN LÚ CIA, julgado em 13/06/2013, publicado em
DJe-124 DIVULG 27/06/2013 PUBLIC 28/06/2013.
Nesse mesmo sentido decidiu o E. STJ, posto que, no dia 27 de maio, o ministro Castro
Meira, do STJ, proferiu decisã o semelhante, favorá vel a uma credora da Uniã o que teve a
indenizaçã o reconhecida pela Justiça por violaçã o de direitos fundamentais. E foi além:
determinou a aplicaçã o do IPCA para atualizar o valor dos precató rios. A Uniã o recorreu da
decisã o alegando que a decisã o do Supremo ainda nã o havia sido publicada. No dia 26 de
junho, a 1a Seçã o do STJ rejeitou o recurso.
Entã o, das jurisprudências dominantes, acima ilustradas, fica claro que já é pacífico nos
Tribunais Superiores que nã o se aplica a TR como índice de correçã o.
3-) QUANTO A OPÇÃ O PELA REALIZAÇÃ O DE AUDIÊ NCIA DE CONCILIAÇÃ O
O REQUERENTE EXPRESSA O SEU DESINTERESSE NA AUTOCOMPOSIÇÃ O , optando pela
nã o realizaçã o da audiência de conciliaçã o ou mediaçã o, nos termos do pará grafo 5º, do
artigo 334, c/c o inciso VII, do artigo 319, ambos preceitos do Có digo de Processo Civil.

4- DO PEDIDO
Do exposto, requer-se:
a) a citaçã o da Ré na pessoa de seu representante legal, que poderá ser encontrado no
endereço de sua sede, para querendo, contestar no prazo legal, a presente açã o, sob pena
de revelia e confesso, acompanhando-a nos seus ulteriores termos até sentença definitiva;
b-) Seja julgado procedente o presente pedido, de plano (art. 330, I, do CPC), para condenar
a Ré a proceder a recomposiçã o de todos os depó sitos efetuados na conta vinculada do
FGTS da parte autora, desde janeiro de 1999, aplicando a correçã o monetá ria, com a
substituiçã o da TR, utilizando-se para tal, o INPC, ou sucessiva e alternativamente, o IPCA-
e, ou algum outro índice que, no entender deste douto Juízo, efetivamente recomponha o
valor monetá rio perdido pela inflaçã o, incidentes sobre os saldos da sua conta vinculada
naquelas datas;
e com a substituiçã o, na forma pleiteada, da TR como fator de correçã o e o pagamento dos
expurgos inflacioná rios...
b.1- ) pagar a favor da parte autora ou promover o crédito respectivo em sua conta
vinculada do FGTS, o valor correspondente à s diferenças do FGTS em razã o da aplicaçã o da
correçã o monetá ria pelo índice apurado pelo INPC ou alternativamente pelo IPCA, nos
meses em que a TR foi zero, incidentes sobre os saldos da sua conta vinculada naquelas
datas, nas parcelas vencidas e vincendas, e;
b.2-) pagar, em favor do autor ou promover o crédito respectivo em sua conta vinculada do
FGTS, o valor correspondente à s diferenças de FGTS em razã o da aplicaçã o da correçã o
pelos índices pleiteados;
b.3-) pagar, a favor da parte autora ou promover o crédito respectivo em sua conta
vinculada do FGTS, o valor correspondente à s diferenças de FGTS em razã o da aplicaçã o da
correçã o monetá ria pelo índices pleiteados;
b.4-) Sobre os valores devidos pela condenaçã o de que tratam os itens acima, deverã o
incidir correçã o monetá ria e os juros de mora legais;
c) Uma vez julgado procedente o pedido, requer-se que na r. sentença seja concedida
TUTELA ANTECIPADA, com fulcro no artigo 4º da Lei Federal nº 10.259/01, determinando
que a Ré passe a utilizar imediatamente, o novo índice de correçã o definido em tal
sentença,
d) A condenaçã o da Ré ao pagamento das custas e honorá rios advocatícios de 20% sobre o
valor da condenaçã o;
Protesta por todos os meios de prova, depoimento pessoal do representante legal da Ré,
sob pena de confissã o, juntada de documentos, perícia contá bil, oitiva de testemunhas e
outras que se fizerem necessá rias, dando-se ciência da açã o ao Ministério Pú blico para que,
querendo, nela intervenha.
Além do mais, apresenta a parte autora, desde já , os documentos acostados a peça exordial,
protestando, ainda, pela juntada de
complementaçã o de extratos da conta vinculada do FGTS da parte autora, para liquidaçã o
de sentença.
5-) DO VALOR ATRIBUÍDO À CAUSA (art. 292 do CPC)
O Valor da causa que se apresenta, corresponde à s diferenças apuradas na recomposiçã o
de todos os depó sitos efetuados na conta vinculada do FGTS da parte autora, desde janeiro
de 1999 até a presente data, aplicando a correçã o monetá ria, com a substituiçã o da TR,
utilizando-se para tal, o INPC, ou sucessiva e alternativamente, o IPCA-e, ou algum outro
índice que, no entender deste douto Juízo,
efetivamente recomponha o valor monetá rio perdido pela inflaçã o totalizando a
importâ ncia de R$ 00.000,00, conforme planilha de cá lculo, atualizada a presente data, que
segue em anexo.
Assim sendo, dá -se a presente o valor de R$ 00.000,00,
exclusivamente para efeito de alçada.
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Sã o Roque, p/ Sorocaba, 06 de Maio de 2016.
Nome
00.000 OAB/UF

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