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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DO JUIZADO

ESPECIAL FEDERAL DE NOVA IGUAÇU - RJ

Cesar da Silva, nacionalidade Brasileira, estado civil Solteiro, profissão Auxiliar de


Perecíveis, inscrito no CPF sob nº 891.546.737-04, e-mail
cesarsilvaoficial08@gmail.com, residente e domiciliado na Rua Regina nº300 -
Bloco 1B/Apto:307 - Cabuçu, Nova Iguaçu - RJ, 26291-320, vem com o acatamento
devido a Vossa Excelência para propor a

CORREÇÃO MONETÁRIA DO FGTS

contra a CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, empresa pública federal com agência


nesta Seção Judiciária (STJ - AgRg no REsp 886408 / DF), fazendo-o de acordo
com as razões abaixo:

I- SUSPENSÃO DESTE PROCESSO

Os processos que pedem a correção monetária do FGTS devem ser suspensos,


por determinação do STF na ADI 5090:

“Considerando: (a) a pendência da presente ADI 5090, que sinaliza que a discussão
sobre a rentabilidade do FGTS ainda será apreciada pelo Supremo e, portanto, não
está julgada em caráter definitivo, estando sujeita a alteração (plausibilidade
jurídica); (b) o julgamento do tema pelo STJ e o não reconhecimento da
repercussão geral pelo Supremo, o que poderá ensejar o trânsito em julgado das
decisões já proferidas sobre o tema (perigo na demora); (c) os múltiplos
requerimentos de cautelar nestes autos; e (d) a inclusão do feito em pauta para
12/12/2019, defiro a cautelar, para determinar a suspensão de todos os feitos
que versem sobre a matéria, até julgamento do mérito pelo Supremo Tribunal
Federal. Publique-se. Intime-se. Brasília, 6 de setembro de 2019. Ministro Luís
Roberto Barroso Relator” (ADI 5090, DJ Nr. 196 do dia 10/09/2019)

II- FATOS

Conforme demonstram os extratos anexos, o autor é titular do PIS nº 121.65366.62-


5 e das contas do FGTS (anexas) cujos saldos são corrigidos pela TR (como a
poupança).
A TR não é índice de inflação nem reflete a inflação já ocorrida, o que causou
perdas ao autor no saldo de seu FGTS, sacado ou não. Por este motivo, o autor
pretende a recomposição de seu capital na exata medida do que depositou. Esta
recomposição, representando a diferença do que foi calculado pela TR, e o que
deveria ter sido calculado, ad. es., pelo IPCA, encontra-se evidenciado na memória
de cálculo anexa, que reproduz, para cada lançamento, a metodologia de cálculo do
FGTS e evidencia a diferença final.

III- FUNDAMENTO

O FGTS pertence ao trabalhador, e é operado pela Caixa Econômica, que é parte


legítima para figurar no pólo passivo (“A Caixa Econômica Federal tem legitimidade
passiva para integrar processo em que se discute correção monetária do FGTS”.
(STJ - SÚMULA 249, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/05/2001, DJ 22/06/2001, p.
163).

O saldo da conta vinculada deveria ser corrigido monetariamente (art. 13 da lei


8036/90), e a lei indica a correspondência com a caderneta de poupança, que é
baseado na Taxa Referencial - TR. No entanto, desde 1999 o índice da poupança é
inferior à inflação.

A falta de correção monetária suficiente viola o direito de propriedade do autor sobre


seu FGTS, porque o valor do que lhe será entregue no momento do levantamento é
menor do que foi depositado em seu nome. A inflação não reposta diminuiu o
patrimônio do trabalhador.

A Constituição Federal (art. 5º, XXII, CF) protege a propriedade, e o FGTS é o único
patrimônio institucional do trabalhador constitucionalmente protegido, e com
fundamento na integridade desta proteção a desvalorização da moeda (inflação)
deve ser reposta não para remunerar o trabalhador (porque o FGTS não é aplicação
financeira) mas sim para simplesmente devolver o mesmo poder aquisitivo dos
valores descontados de seu salário e depositados na Caixa Econômica.

O STF já declarou inconstitucional a lei que previa a TR para precatórios e


também débitos trabalhistas, porque a taxa da poupança é uma taxa de juros pré-
fixada e não uma medida da inflação que já aconteceu.  As ADI´s 4357 e 4456
decidiram pela inconstitucionalidade da TR como indexador de correção
monetária.

Trata-se dos mesmos motivos contra a aplicação da TR (poupança) e dos mesmos


prejuízos que ocorrem no FGTS.

Por essas razões, o patrimônio do autor deve ser recomposto pelo recebimento dos
valores correspondentes à diferença entre a efetiva inflação do período e a suposta
correção realizada pela taxa TR.

IV – PEDIDOS

Em vista do exposto, requer-se:


1. A suspensão do feito nos termos da ADI 5090 do STF;
2. O aproveitamento da interrupção prescricional decorrente da ação civil;
pública 5008379-42.2014.404.7100/RS;
3. A citação da CEF;
4. A condenação da Caixa Econômica Federal a pagar (nas contas onde houve
levantamento) ou à obrigação de fazer de creditar (nas contas onde não
houve levantamento) as diferenças apontadas na memória de cálculo que faz
parte desta inicial no valor à época do cálculo de R$ 17.106,01, mais
acréscimos posteriores, ou de acordo com eventual resultado da ADI 5090 do
STF;
5. Informa o Autor estar ciente do limite de valor da causa nos Juizados
Especiais Federais até 60 salários mínimos, e renuncia aos valores que
eventualmente excederem o limite;
6. Requer a produção de todas as provas em direito admitidas.

Dá-se à presente o valor de R$ 17.106,01

Nova Iguaçu, 19 de Abril de 2023

Cesar da Silva

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