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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA 01ª VARA DA FAZENDA

PÚBLICA DO FORO DA COMARCA DE OSASCO/SP

Por dependência à Ação de Execução Fiscal número: 151326-60.2022.8.26.0405

Matheus Martins Luiz da Silva, brasileiro, solteiro,


portador do RG nº: 54.782.211, e inscrito no CPF sob nº: 431.908.788-70, residente e
domiciliado na Rua Diogo Antônio Feijó, 683 – Jardim das Flores, Osasco/SP, e
Claudia Maria Martins da Silva Aquino, brasileira,
casada, portadora do RG nº: 47.076.286, e inscrita no CPF sob nº: 329.163.668-65,
residente e domiciliada na Rua Gilberto José Domingues, 55 – Apartamento 35,
representados por suas procuradoras que esta subscreve, com endereço eletrônico:
taraborelli.adv@gmail.com, onde recebe intimações e outros documentos jurídicos
pertinentes, vem mui respeitosamente perante Vossa Excelência, nos termos do art.
914 do CPC, opor EMBARGOS À EXECUÇÃO C/C PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO
movida pela Prefeitura Municipal de Osasco

I – DA SÍNTESE DA DEMANDA
Trata-se de Ação de Execução Fiscal em que se objetiva
o recebimento de dívida oriunda de certidões da Dívida Ativa, respectivamente sob
os números: IP2019/0031021, IP2020/0023919 e IP2021/0026982.
Os embargantes, ora postulante, foram citados, todavia,
quedou-se inerte quanto ao pagamento da dívida exequenda. Diante disso, houvera
determinação de constrição de valores em ativos financeiros, via Bacen-Jud, restando
ocorrido o bloqueio na conta poupança nº 1012919-2 e conta nº 1017040, ambas da
agência 529 no importe de R$ 1.571,50 do Banco Bradesco, além do bloqueio em
outras duas instituições, sendo no NU Pagamentos AS, na conta corrente 67614352-
8, agência 0001, o valor de R$22,93, e no PAGSeguro Internet SA., o valor de R$11,44,
totalizando assim o bloqueio de R$ 1.605,87.

II – DA IMPENHORABILIDADE DAS VERBAS DESTINADAS AO SUSTENTO DO


DEVEDOR E DE SUA FAMÍLIA, BEM COMO DE VALORES ATÉ 40 SALÁRIOS-MÍNIMOS
EM QUALQUER TIPO DE CONTA BANCÁRIA. PESSOA FÍSICA.
Os valores constritos na conta do embargante são
utilizados para prover o seu sustento e de sua família, de modo que tais verbas estão
cobertas pelo manto da impenhorabilidade, segundo a inteligência do artigo 833, IV
do CPC.
A penhora de salário deve ser admitida apenas em
situações extraordinárias, eis que o comando do dispositivo do Código de Processo
Civil excetua a regra da impenhorabilidade somente quando se tratar de penhora para
pagamento de prestação alimentícia ou quando os vencimentos e proventos
ultrapassarem 50 (cinquenta) salários-mínimos, o que não é o caso dos autos.
Além da impenhorabilidade das verbas constantes no inciso IV do CPC, é gritante a
incidência da impenhorabilidade constante no inciso X do artigo 833 do mesmo
diploma legal, ao qual versa que a quantia depositada em caderneta de poupança,
até o limite de 40 salários-mínimos também é impenhorável.
“Art. 833. São impenhoráveis:
(...)
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários,
as remunerações, os proventos de aposentadoria, as
pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as
quantias recebidas por liberalidade de terceiro e
destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os
ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de
profissional liberal, ressalvado o § 2º
X - a quantia depositada em caderneta de poupança,
até o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos;”

Nesse sentido, o Superior Tribunal de Justiça (STJ)


consolidou o entendimento que a impenhorabilidade de valores até o limite de 40
salários-mínimos, prevista no artigo 833, X, do Código de Processo Civil ( CPC),
compreende não apenas a quantia depositada em caderneta de poupança, mas
também em conta corrente ou em fundo de investimentos, bem como a guardada
em papel-moeda, ou seja, qualquer tipo de conta bancária:
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO
INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. REGRA DE
IMPENHORABILIDADE. VALORES ATÉ 40 SALÁRIOS
MÍNIMOS DEPOSITADOS EM CONTAS BANCÁRIAS.
INCIDÊNCIA. PRECEDENTES.
1. São impenhoráveis os saldos inferiores a 40 salários-
mínimos depositados em caderneta de poupança e,
conforme entendimento do STJ, em outras aplicações
financeiras e em conta corrente. Precedentes.
2. Agravo interno não provido.
(STJ – Primeira Turma. REsp nº 1812780 – SC. Rel.
Ministro Benedito Gonçalves. Julgado em 24/05/2021)

Da leitura da jurisprudência supramencionada, tem-se


cristalino que o entendimento do Superior Tribunal de Justiça é de afastar a penhora
de até 40 salários-mínimos em qualquer tipo de conta bancária, classificando essas
verbas como impenhoráveis.
No caso em tela, além de terem sido constritas as verbas
destinadas ao sustento do devedor e da sua família, os valores bloqueados estão em
desacordo com o entendimento uníssono do Superior Tribunal de Justiça pelo fato de
que os valores bloqueados totalizam o montante de R$ 1.605,87.
Portanto, em razão da alegação de impenhorabilidade
dos valores constritos através de penhora online, com fundamento no artigo 833,
incisos IV e X do CPC, requer-se o desbloqueio imediato dos valores bloqueados até
o limite de 40 salários-mínimos, tendo em vista que acobertados pelo manto da
impenhorabilidade, OU da , pela transferência e devolução dos valores para a Conta
Poupança nº 1012919-2, agência 529 do Banco Bradesco.

III – DA SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO FISCAL


Como se observa pela juntada do documento anexo, o
valor reclamado na exordial, foi objeto de Requerimento de Parcelamento de Débito,
perante a Prefeitura do Município de Osasco, com base na Lei Complementar nº 409
de 20 de março de 2023 que instituiu o Novo Programa de Parcelamento Especial de
Osasco, consoante termo em anexo que descreve as seguintes certidões de Dívida
Ativa:
- IP2019/0031021
- IP2020/0023919
- IP2021/0026982
- IP2023/0017953
Ainda, cumpre relatar que referida obrigação assumida
pelo embargante está sendo cumprida em conformidade com o Requerimento de
Acordo para Parcelamento de Débito nº 0000000558/2023 (anexo).
Inclusive, a prestação referente ao mês de maio, foi
totalmente adimplida, consoante faz prova em documentos acostados.
À vista do exposto, verifica-se a necessidade de
suspensão da presente Ação de Execução Fiscal, tendo em vista que o parcelamento
do débito suspende a exigibilidade do crédito tributário, e, por consequência,
acarreta também a suspensão do executivo fiscal, nos termos do art. 151 do Código
Tributário Nacional, dispositivo in verbis:
“Art. 151. Suspendem a exigibilidade do
crédito tributário:
VI – o parcelamento. (Incluído pela Lcp nº
104, de 2001)”
Portanto, tendo em vista que houve a concessão de
parcelamento fiscal do débito, requer por força do artigo 151, VI, do CTN, a suspensão
do exposto executivo fiscal.
Com efeito, deverá este efeito perdurar pelo prazo do
parcelamento contraído pelo EMBARGANTE, até abril de 2024, cabendo, neste caso,
o arquivamento do feito, sem baixa na distribuição.

VI - DOS PEDIDOS
Vez que sedimentado o posicionamento diante dos
fundamentos estipulados, levando-se em conta igualmente aos ditames do art. 854,
§ 3º, inc. I, do Código de Processo Civil e artigo 7º, Inciso X, dá CF/88 o EMBARGANTE
pede:
1) A distribuição dos Embargos por dependência aos
autos da execução fiscal n°151326-
60.2022.8.26.0405;
2) Seja acolhida a presente arguição de nulidade dos
bloqueios efetuado no importe de R$1.605,87, com
a devida comunicação às instituições financeiras
(CPC, art. 854, § 4º) revertendo-se ao status
anterior, e pelo posterior emissão de MLE para
levantamento do bloqueio; OU, pela transferência e
devolução dos valores para a Conta Poupança nº
1012919-2, agência 529 do Banco Bradesco;
3) Pede a este juízo o benefício da justiça gratuita por
ser o Embargante pobre na acepção da palavra,
conforme declaração de necessidade já acostada
aos autos do processo;
4) Pelo acolhimento do acordo entabulado com a
Prefeitura, sobrestando o feito até a quitação e
posterior extinção com a anuência do pagamento
pela Prefeitura;
5) Pelo cadastramento nos autos desta patrona no
Sistema Informatizado Oficial, para receber as
publicações da imprensa Oficial para acompanhar o
processo, Alessandra Taraborelli Martins, OAB/SP
467402, com endereço profissional em Rua Calixto
Augusto Viriatto, 197 – Bussocaba, Osasco/SP e
Gabriela Rosa Pereira da Silva Alves de Moraes, com
endereço profissional em Rua Bazílio da Silva, 209
apto 71A – Jardim Monte Alegre São Paulo/SP,
endereço eletrônico taraborelli.adv@gmail.com.

Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00

Termos em que,
Pede deferimento.

Osasco, 12 de junho de 2023

Alessandra Taraborelli Martins


OAB/SP 467402

Gabriela Rosa Pereira da Silva Alves de Moraes


OAB/SP 452693

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