Você está na página 1de 3

AO JUÍZO DA VARA DE FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE NOVA IGUAÇU-RJ

Proc. 0081499-52.2021.8.19.0038

JOSUE RANGEL RIOBEIRO, brasileiro, casado, aposentado, portador da Carteira


de Identidade nº 0115233231, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o nº
859.587.787-49, residente e domiciliado na Rua Paulina Gois, n 91, Jardim
Alvorada, CEP 26261-280, vem, por meio de seu advogado, oferecer:

EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE

em relação aos termos da ação de execução fiscal proposta pelo município de


Nova Iguaçu-RJ, também já qualificado, representado pela Procuradoria-Geral
do Município, em desfavor de JOSUE RANGEL RIOBEIRO, pelos fundamentos de
fato e de direito que passa a expor.

DO CABIMENTO DA EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE

A exceção de pré-executividade é instrumento de defesa


direta do devedor para arguir, independentemente de prévia garantia
do juízo, matéria cognoscível de ofício pelo juízo e não houver
necessidade de dilação probatória para a sua solução.
Nesse sentido, o próprio Superior Tribunal de Justiça pacificou
entendimento sobre o cabimento da exceção, sobretudo porque o
procedimento executivo é extremamente gravoso ao executado, não
podendo ser admitido quando manifestamente insubsistente (AgRg no
REsp 1111069/RJ, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, julgado
em 17/10/2013, DJe 22/10/2013). Essa orientação restou sedimentada
perante o Superior Tribunal de Justiça, tanto que sumulou o entendimento
n.º 393, segundo o qual “A exceção de pré- executividade é admissível
na execução fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício que
não demandem dilação probatória”.
Inexiste controvérsia doutrinária ou jurisprudencial quanto à
apreciação do tema prescrição e parcelamento de crédito tributário em
sede de exceção de pré-executividade, por serem matérias de ordem
pública (cognoscível de ofício), cuja análise não demanda dilação
probatória. Desta forma, é evidente o cabimento da presente exceção
de pré-executividade.

DA IMPENHORABILIDADE PRESUMIDA ATIVOS FINANCEIROS DE PESSOA FÍSICA ATÉ O LIMITE

DE 40 SALÁRIOS MÍNIMOS – AgInt/AREesp n. 2.358.584

O excipiente, um militar aposentado portador de mal de


Parkinson, foi surpreendido com o bloqueio de R$ 4.010,21 (quatro mil, dez
reais e vinte e um centavos), em decorrência de penhora solicitada pela
Fazenda Pública para a cobrança de créditos tributários registrados nas
CDAs n. 2018/113059, 2019/074256 e 2021/092231.

A penhora no valor de R$ 4.010,21 (quatro mil, dez reais e vinte


e um centavos) refere-se a 100% da aposentaria do excipiente do mês
de setembro que é pago no 01.10.2023.

O bloqueio foi efetuado na conta corrente na qual o excipiente


recebe sua aposentadoria militar. É possível constatar, pelos extratos
anexos, que os gastos do requerente se limitam à farmácia e ao
supermercado.

Todavia, é imprescindível esclarecer que a penhora realizada


na conta corrente do excipiente deverá ser revogada, pois contraria a
recente jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, que considera
como impenhoráveis, de maneira presumida, os depósitos, aplicações
em poupança e conta corrente até o limite de 40 salários mínimos
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO
NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ART. 833, X, DO CPC.
IMPENHORABILIDADE DE VALORES DEPOSITADOS EM
CADERNETA DE POUPANÇA OU CONTA-CORRENTE. LIMITE
DE ATÉ 40 SALÁRIOS MÍNIMOS. 1. A jurisprudência do
Superior Tribunal de Justiça trilha o entendimento de que a
quantia inferior a quarenta salários mínimos depositada
em conta corrente, conta poupança ou em qualquer
fundo de investimento decorrente de verbas salariais deve
ser acobertada pela proteção legal da
impenhorabilidade absoluta, nos termos do art. 833, IV e X
, do Código de Processo Civil. 2. Agravo interno não
provido. (AgInt no AREsp n. 2.128.627/RS, relator Ministro
Sérgio Kukina, Primeira Turma, julgado em 10/10/2022, DJe
de 14/10/2022).
Podendo o juízo conhecer EX OFFICIO a possibilidade de
desbloqueio da conta do excipiente, dai o cabimento da exceção de
pré-executividade nesse sentido, Superior Tribunal de Justiça.

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AGRAVO


EM RECURSO ESPECIAL. ART. 1022 DO CPC. VIOLAÇÃO
NÃO CONFIGURADA. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA.
ATIVOS FINANCEIROS DE PESSOA FÍSICA ATÉ O LIMITE DE 40
SALÁRIOS MÍNIMOS. IMPENHORABILIDADE PRESUMIDA.
POSSIBILIDADE DE DESBLOQUEIO EX OFFICIO. PRECEDENTES.
AGRAVO CONHECIDO PARA CONHECER PARCIALMENTE
DO RECURSO ESPECIAL E, NESSA PARTE, NEGAR-LHE
PROVIMENTO.

DO PEDIDO.

À face do exposto, requer, V. Exa, a desconstituição do


bloqueio/penhora considerando a impenhorabilidade presumida
impenhorabilidade de valores depositados em caderneta de poupança ou
conta corrente. limite de até 40 salários mínimos.

Considerando a urgência e a gravidade do ato, requer o prazo de


15 (quinze) para a juntada do instrumento de mandato.

Felipe Solomon

OBR/RJ 180.581

Você também pode gostar