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Exmo. Sr. Dr.

Juiz da …………ª Vara Federal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro (RJ)

ALEXANDRE MENOCCI PAGLIANO, brasileiro, casado,


economista, portador da Carteira de Identidade n. 116.42650-3/SSP-SP e do CIC n
066.553.098-67, residente e domiciliado em Paris, France, na 29 rue Médéric –
Bâtiment B, Apt. 143, 75017, vem por seus advogados (Doc. 01), propor a presente

AÇÃO ORDINÁRIA DE OBRIGAÇÃO DE FAZER

Em face da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – CEF, autarquia


federal, com sede e endereço nesta cidade, na Av. Rio Branco, nº 174, o que expõe e
requer:

DO PEDIDO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA

O Autor, não possui condição econômico-financeira de


arcar com as despesas processuais, sob pena de prejudicar o sustento próprio e o de
sua respectiva família.

Por tal razão, com fundamento na Lei 1.060/50, o


Autor requer lhe seja deferido o benefício da Justiça Gratuita, possibilitando-lhe o
acesso à Justiça e o levantamento dos valores depositados em sua conta vinculada do
FGTS, como restará demonstrado a seguir.

R. Anfilófio de Carvalho, nº 29, 8º andar, Centro 1 Fone: +55 (21) 2524-5909 Fax: 2524-5655
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D O S F A TO S

Em razão da relação de trabalho que manteve o Autor


com seu empregador (BELOCAP – PRODUTOS CAPILARES LTDA, inscrita no CNPJ sob o
n 30.278.428/0001-61) (doc. n ..........), é este titular de uma conta vinculada ao
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), cuja gestão, de acordo com o
disposto no artigo 4º da Lei 8.036, de 11 de maio de 1990, passou para o Ministério
da Ação Social, ficando a Ré na condição de agente operador das referidas contas.

O Autor teve seu contrato rescindido, sem justa causa,


por sua empregadora em 16 de fevereiro de 2004, passando a ter direito ao fundo
constituído mediante contribuição, pela mesma empregadora, através de depósitos em
valores equivalentes a 8% (oito por cento) das remunerações pagas, tudo conforme a
Lei 5.107, de 13.09.66 que criou o fundo de garantia por tempo de serviço.

Teve mais empregos

O Autor, residente e domiciliado na França (doc.


n ............) e por ser muito onerosa sua vinda ao Brasil (despesas de viagem e
hospedagem mais os dias não trabalhados que serão descontados por seu empregador
no exterior), constituiu um Procurador junto ao Consulado Geral de Paris para que este
receba em seu nome os valores depositados na citada conta vinculada do FGTS (doc.
n ............).

No entanto, a Ré, fundamentada em dispositivo de lei


interna do FGTS, se nega a realizar tais pagamentos ao Procurador do Autor, sob o
pálido argumento de que o Autor teria de se apresentar pessoalmente ao gerente de
sua conta vinculada ao FGTS para fazer o saque dos valores depositados (doc.
n ............).

Ora Exa., não parece justo excluir a possibilidade de


procurador habilitado por procuração, lavrada junto ao Consulado Geral Paris, levantar
a verba fundiária, haja vista que o AUTOR, titular da conta vinculada, reside fora do
país e que os gastos com sua vinda ao Brasil, exclusivamente para o saque de tal
verba, como despesas de viagem e hospedagem, mais os dias não trabalhados que
serão descontados por seu empregador no exterior, importariam no total de

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R$ ........................ (doc. n° ...........) e ainda o AUTOR correria o risco de demissão
em seu emprego na França, pois as leis daquele país são bastante severas com
trabalhadores faltosos.

Tal exigência viola o direito líquido e certo do AUTOR


em receber sua verba fundiária, ou seja, seu patrimônio, sendo injustificável seu
bloqueio por causa de uma norma unilateral da RÉ.

Embora não seja doença grave que impossibilite o


AUTOR a levantar a verba fundiária, hipótese prevista no § 18 do artigo 20 da Lei
8.036/90, há de ser seguido o critério de razoabilidade adotado pelo próprio legislador
infraconstitucional.

A hipótese dos autos merece tratamento idêntico, na


medida em que, de forma alguma, pode ser considerada como uma burla ao sistema
de presença física do titular da conta vinculada para efetuar o saque do FGTS.

Trata-se, pois, de isonomicamente reconhecer que, em


casos onde a presença física é impossível, de forma comprovada, como é o caso do
AUTOR, há de se aplicar a mesma regra excepcional descrita na lei, permitindo o
saque por procuração.

E mais, já há entendimento sobre o tema no Tribunal


Regional Federal da 2ª. Região, confira-se a Jurisprudência:

“ ADMNISTRATIVO. REMESSA OFICIAL.


LEVANTAMENTO DE SALDO DE CONTA FUNDIÁRIA.
PROCURADOR.
-Ação objetivando liberação do saldo da conta vinculada
do FGTS por procurador habilitado para esse fim.
-A exigência da presença física do titular da conta
vinculada implicaria em gastos maiores do que aquele
que teria o Impetrante que sacar relativo ao FGTS, vez
que reside em outro país.
-O FGTS constitui patrimônio do trabalhador,
revelando-se injustificável o seu bloqueio, se cumpridas

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todas as exigências prescritas em lei para o seu
levantamento.
-Improvimento à remessa oficial para a manutenção da
sentença a quo.”.
(2ª. Turma do TRF 2ª. Região, 28/04/2004,
2003.51.15.000090-9)

Sem outra alternativa para corrigir tamanha injustiça, o


Autor não vislumbra outra saída se não propor a presente demanda, em face da Ré.

DA LEGALIDADE EXCLUSIVA DA C.E.F. NO POLO PASSIVO

Indiscutível é a legitimidade passiva exclusiva da Caixa


Econômica Federal para responder à presente ação, já que, como agente operadora do
FGTS, compete-lhe, controlar e remunerar todas as contas vinculadas, ao passo que a
União Federal, ainda que gestora do Fundo, tem mera atuação normativa genérica
(art. 6º da Lei 8.039/96), sem dimensão operacional e sem submissão aos efeitos da
sentença que vier a ser proferida.

O fundo de garantia foi criado pela Lei 5.107, de


13.09.66, visando dar nova dimensão às relações trabalhistas com a substituição da
indenização devida pelos empregadores, quando rescindissem o contrato de trabalho
sem justa causa, pela percepção, pelos empregados despedidos, de um pecúlio ou
fundo constituído mediante contribuição, pelo empregador, através de depósitos em
valores equivalentes a 8% (oito por cento) das remunerações pagas, objetivando-se,
com isso, que no final de cada período anual, os depósitos realizados representassem
valores equivalentes as remunerações mensais dos empregados. O mesmo fundo ou
pecúlio será recebido em caso de aposentadoria.

A Caixa Econômica Federal, na qualidade de operadora


do fundo de garantia, é a responsável pelo fiel cumprimento e observância dos
critérios estabelecidos na legislação que regula o FGTS, ficando inclusive incumbida de
fornecer aos autores – titulares das contas vinculadas – todos os dados sobre a
mesma. Cabendo-lhe, pois, responder judicialmente pelos atos decorrentes das
operações efetivadas.

DOS PEDIDOS

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Ex positis, deve ser recebida a presente Ação, com a
finalidade de:

a) Concessão do benefício da gratuidade de justiça, com fulcro na Lei


1.060/50, por não possuir o Autor condições de arcar com as custas
processuais e os honorários advocatícios sem prejuízo do seu próprio
sustento ou de sua família;

b) A RÉ ser citada na pessoa de seu representante legal, no endereço do


preâmbulo da presente para, querendo, contestar a presente, sob pena
de revelia e confissão

c) Provado o alegado e satisfeitos os trâmites processuais, seja o pedido


julgado procedente em todos os seus termos para o fim de:

 Com fulcro no art. 653 do Código Civil e no Princípio Constitucional


da Razoabilidade, obrigar a RÉ a pagar diretamente ao Procurador e
Patrono do Autor (doc. n 01) os valores depositados na mencionada
conta vinculada ao FGTS em nome do Autor;

 Condenar a parte RÉ, nas custas e honorários de advogado, à base


de 20% do total da condenação que vier a ser imposta e nas demais
cominações legais.

Protesta, finalmente, pela produção de todo o gênero de


provas em direito admitidas, especialmente, documental, testemunhal.

Para os fins do art. 39, inciso I, do Código de Processo Civil,


informa que os seu advogados mantém escritório na Rua Anfilófio de Carvalho n° 29,
8° andar, Centro, Rio de Janeiro (RJ), tel. (21) 2524-5909, também requerendo,
outrossim, que, nas futuras publicações e na capa do processo sempre conste o nome
do Dr. Flávio Allevato Ramalho, inscrito na OAB/RJ sob o n° 23.479.

Dá-se à causa, o valor de R$ ...........

Nestes Termos
P. Deferimento

Rio de Janeiro, 29 de agosto de 2007.

Flávio Allevato Ramalho


OAB 23.479/RJ

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Marcos Paulo Bernardo Pereira
OAB 108.847/RJ

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DOC. 01

01 - Procuração Ad Judicia

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DOC. 02

02 – ...........................................

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DOC. 03

03 –....................................................

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DOC. 04

04 – ............................................

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DOC. 05

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DOC. 06

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DOC. 07

7 - ................................................

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