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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA _____ VARA FEDERAL DE ____

AUTOR (A), nacionalidade, estado civil (informar se for o caso de uniã o está vel),
profissã o, portador (a) do documento de identidade nº ___, expedida por ___e
inscrito (a) no CPF sob o nº ___, e-mail ___, residente e domiciliado (a) na Rua ___,
Bairro ___, Cidade ___, Estado ___, CEP: ___, vem a presença de Vossa Excelência, por
intermédio do (a) advogado (a) subscrito (a), cuja procuraçã o segue anexa, propor
a presente
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C DANOS MATERIAIS E MORAIS
em face da UNIÃO FEDERAL, pessoa jurídica de Direito Pú blico interno, com sede
na Rua ___, Bairro ___, Cidade ___, Estado _________________, CEP: ___, e do BANCO DO
BRASIL S/A, pessoa jurídica de direito privado, agência nº ___, com sede na Rua ___,
Bairro ___, Cidade ___, Estado ___, CEP: ___, de acordo com as os fatos e fundamentos
adiante alinhavados.
1. DAS PRELIMINARES
2.1) DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Inicialmente, cumpre afirmar que a parte Autora nã o tem condiçõ es de arcar com
as custas processuais e honorá rios advocatícios sem prejuízo do seu pró prio
sustento e de sua família, enquadrando-se nos preceitos normativos contidos na
Constituiçã o da Repú blica Federativa do Brasil, especialmente em seu art. 5º,
LXXIV e na Lei 1.060/50, com a posterior redaçã o introduzida pela Lei 7.510/86.
Assim, é imprescindível, para que seja resguardado o seu acesso à Justiça, que V.
Exa. lhe conceda o benefício legal da Gratuidade de Justiça.
Esse é o espírito da Lei nº 1.060/50:
“Art. 4º. A parte gozará dos benefícios da assistência judiciá ria, mediante simples
afirmaçã o, na pró pria petiçã o inicial, de que nã o está em condiçõ es de pagar à s
custas do processo e os honorá rios de advogado, sem prejuízo pró prio ou de sua
família. (Redaçã o dada pela Lei nº 7.510, de 1986)
§ 1º. Presume-se pobre, até prova em contrá rio, quem afirmar essa condiçã o nos
termos desta lei, sob pena de pagamento até o décuplo das custas judiciais.
(Redaçã o dada pela Lei nº 7.510, de 1986) [...]”
Em caso de indeferimento do pedido de Gratuidade, requer a parte Autora em
pedido subsidiá rio, o pagamento das custas judiciá rias ao término do processo, em
consonâ ncia com o art. 12 da Lei nº 1.060/50 e com a jurisprudência emanada
do E. Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, consubstanciada na ementa
abaixo transcrita, nos autos do processo 2005.002.22995, proferida em 14 de
fevereiro de 2006. Assim, tã o logo haja situaçã o pó stuma que possibilite o
pagamento das custas, haverá o seu recolhimento.
“Art. 12. A parte beneficiada pela isençã o do pagamento das custas ficará obrigada
a pagá -las, desde que possa fazê-lo, sem prejuízo do sustento pró prio ou da família,
se dentro de cinco anos, a contar da sentença final, o assistido nã o puder satisfazer
tal pagamento, a obrigaçã o ficará prescrita.”
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. ABERTURA DE INVENTÁ RIO POR ARROLAMENTO.
PLEITO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA INDEFERIDO. Pedido de gratuidade de
justiça formulado pela inventariante alegando impossibilidade de arcar com as
custas judiciais porque, apesar dos bens arrolados, entre eles duas contas
bancá rias, nã o teria, no momento, disponibilidade sobre esses bens para efetuar o
pagamento das custas necessá rias. Rol de bens entre os quais se encontra lote de
terreno e conta bancá ria que totaliza mais de R$75.000 A decisã o do juiz está
correta ao afirmar que, com esse monte, nã o se pode atribuir - a condiçã o de
hipossuficiência ao herdeiro ou à meeira. Considerando, contudo, que é razoá vel a
alegaçã o de que, no momento, enfrenta condiçõ es de indisponibilidade dos bens
inventariadas, concede-se o pagamento das custas devidas ao final. Decisã o que,
nesses termos, se reforma parcialmente, considerando-se que nã o faz a agravante
jus ao benefício da gratuidade justiça, mas que poderá , ante a circunstâ ncias, fazer
o pagamento ao final.” [grifo nosso]
Com efeito, a parte Autora se enquadra nas exigências da Lei de nº 1.060/50, na
medida em que apó s todos os gastos correntes pessoais, nã o lhe sobra valores
suficientes ao pagamento das despesas processuais, afirmando este fato mediante
declaraçã o, sob as penas da Lei, devendo ser garantido o seu acesso à Justiça, pela
primazia do Princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional, em razã o do
qual a lei nã o excluirá da apreciaçã o do Poder Judiciá rio lesã o ou ameaça a direito,
garantindo o livre acesso ao Judiciá rio, tendo a parte direito a ver apreciadas pelo
juízo competente as suas razõ es e a ver fundamentadas as decisõ es que lhes negam
conhecimento.
2.2) DA LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA
O autor é inscrito no PASEP sob o nº ________, mantendo vínculo jurídico com os
Réus, motivo pelo qual a legitimidade ativa se faz presente, e o direito subjetivo em
questã o é passível de ser analisado pelo Ó rgã o Jurisdicional pertinente.
De acordo como a Lei Complementar nº 8/70, se extrai o polo ativo da presente
açã o, uma vez que em seu art. 5º, elenca as pessoas que estarã o aptas a receber os
valores decorrentes da relaçã o jurídica sob exame. Nesse sentido:
Lei Complementar 8/70
“Art. 5º - (...)
§ 4º - Por ocasiã o de casamento, aposentadoria, transferência
para a reserva, reforma ou invalidez do servidor titular da
conta, poderá o mesmo receber os valores depositados em seu
nome; ocorrendo a morte, esses valores serã o atribuídos aos
dependentes e, em sua falta, aos sucessores.”
DECRETO Nº 71618/72
“Art. 18. O Banco do Brasil S.A. manterá contas
individualizadas para cada servidor, na forma que for
estipulada pelo Conselho Monetário Nacional.
§ 4º Por ocasião de casamento, aposentadoria, transferência
para a reserva, reforma ou invalidez do servidor titular da
conta, poderá o mesmo receber os valores depositados em
seu nome; ocorrendo a morte esses valores serã o atribuídos
aos dependentes e, em sua falta, aos sucessores."
O art. 1º da Lei nº 6.858/80 dispõ e que os valores devidos pelos empregadores
aos empregados e os montantes das contas individuais do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço e do Fundo de Participaçã o PIS- PASEP, nã o recebidos em vida
pelos respectivos titulares, serã o pagos, em cotas iguais, aos dependentes
habilitados perante a Previdência Social ou na forma da legislaçã o específica dos
servidores civis e militares e, na sua falta, aos sucessores previstos na Lei Civil,
indicados em alvará judicial, independentemente de inventá rio ou arrolamento.
A Lei Complementar nº 08/70 instituidora do Programa de Formacao do
Patrimonio do Servidor Pú blico – PASEP, em seu art. 5º, delega ao Banco do
Brasil a competência para operacionalizar o Programa, da seguinte forma:
“Art. 5º - O Banco do Brasil S.A., ao qual competirá a
administraçã o do Programa, manterá contas individualizadas
para cada servidor e cobrará uma comissã o de serviço, tudo na
forma que for estipulada pelo Conselho Monetá rio Nacional.”
Nesse sentido, o Banco do Brasil como agente operador do Programa PASEP,
possui ingerência procedimental sobre as contas e dever de guarda dos valores
repassados, motivo pelo qual se insere na relaçã o jurídica processual em tela, que
questiona justamente aspectos desta operacionalizaçã o, junto com a
responsabilidade constitucional da Uniã o.
Ainda se faz presente, que o Banco do Brasil presta serviço pú blico, devendo ser
aplicada a responsabilidade civil objetiva, que somente deverá ser afastada se
comprovada a inexistência de defeito no serviço ou a culpa exclusiva do autor ou
de terceiros, como será adiante explicitado com mais rigor, tendo falhado em exibir
os extratos condizentes com o serviço por ele prestado como agente operador do
Programa 1.
Com efeito, como o Conselho do Fundo de Participaçã o do PIS /PASEP foi criado
como ó rgã o vinculado ao Ministério da Fazenda e nã o é dotado de personalidade
jurídica pró pria, deve, portanto, a Uniã o figurar no polo passivo da açã o originá ria,
em razã o de sua competência para arrecadaçã o e administraçã o do tributo em
questã o.
Nesse sentido, o polo passivo, em decorrência da administraçã o é inequívoco,
sendo também hialina a competência da Justiça Federal, conforme já analisado
pelos Tribunais Superiores, como demonstra a Ementa abaixo:
“Decisã o: Trata-se de recurso extraordiná rio em face de
acó rdã o assim documentado, no que interessa:
CONSTITUCIONAL TRIBUTÁ RIO CORREÇÃ O MONETÁ RIA
FUNDO PIS- PASEP (...) 1. Legitimidade da Uniã o Federal para
figurar no polo passivo nas açõ es em que se pleiteia a correçã o
monetá ria do PIS- PASEP. (...)” (STF - RE: XXXXX SP, Relator:
Min. GILMAR MENDES, Data de Julgamento: 31/03/2014, Data
de Publicaçã o: DJe-066 DIVULG 02/04/2014 PUBLIC
03/04/2014)
Nos termos do art. 109 da CF:
“Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - as causas em que a Uniã o, entidade autá rquica ou empresa
pú blica federal forem interessadas na condiçã o de autoras, rés,
assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes
de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do
Trabalho; (...)”
Assim, certa é a competência da Justiça Federal, sendo notá vel que figura como
parte sujeita aos efeitos legais da presente relaçã o a Uniã o Federal e o Banco do
Brasil S/A.
2.3) DO TERMO INICIAL PARA CONTAGEM DA PRESCRIÇÃO
O artigo 189 do Có digo Civil de 2002 dispõ e que: “violado o direito, nasce para o
titular a pretensã o, a qual se extingue, pela prescriçã o, nos prazos a que aludem os
arts. 205 e 206”.
Entretanto, o ordenamento jurídico nã o silencia a respeito do fato de que muitas
vezes o titular do direito violado nã o possui ciência dessa violaçã o, ou mesmo, nã o
possui a condiçã o prévia necessá ria para o início de sua pretensã o (como é o
presente caso). Nesses casos, a aplicaçã o da regra absoluta acima causaria uma
situaçã o de injustiça patente.
Assim é que o ordenamento jurídico instituiu o princípio do “ACTIO NATA”, ou
seja, o NASCIMENO DA AÇÃ O (processualmente, direito à pretensã o).
Nesse sentido é a Sú mula nº 278 do STJ:
“O termo inicial do prazo prescricional, na ação de indenização, é a data em
que o segurado teve ciência inequívoca da incapacidade laboral.”
Da mesma forma, o Enunciado nº 14 do Conselho da Justiça Federal dispõ e:
1 - O início do prazo prescricional ocorre com o
surgimento da pretensão, que decorre da exigibilidade do
direito subjetivo;
2 - O art. 189 diz respeito a casos em que a pretensão nasce
imediatamente após a violação do direito absoluto ou da
obrigação de não fazer.
No presente caso, o termo inicial para a contagem do prazo prescricional
corresponde à data da aposentadoria da parte Autora.
Com efeito, o prazo prescricional somente poderá ser contado a partir da
aposentadoria e do consequente saque da conta Pasep junto ao Banco do Brasil,
pois esse é o momento em que a parte tem conhecimento da situaçã o que
possibilitará o exercício do direito de petiçã o junto ao Poder Judiciá rio.
3. DOS FATOS
A parte Autora ingressou no serviço pú blico e sua inserçã o ocorreu em _____,
possuindo matrícula financeira NIP_____, figurando atualmente no quadro de
professores aposentados.
Em decorrência da condiçã o de servidor (a), possui cadastramento no PASEP -
Programa de Formaçã o do Patrimô nio do Servidor, cujo nú mero de cadastro é
_______________.
Com efeito, apó s cumprir com suas obrigaçõ es funcionais durante a sua longa
carreira no serviço pú blico, a parte Autora se dirigiu ao Banco do Brasil para
solicitar o levantamento de suas cotas do PASEP, obtendo informaçã o que nã o
possuía valores a receber OU o banco nã o poderia fornecer tal levantamento. Este
fato lhe causou muita estranheza, pois durante muitos anos, o Banco do Brasil
administrou os seus recursos originá rios do Programa PASEP.
Desta feita, o Autor solicitou as microfilmagens como comprovação do que
fora informado sobre o saldo das suas cotas PASEP. Porém, como se pode
verificar nos documentos em anexo, é nitidamente ilegível o extrato
entregue.
Assim é que nã o só o direito material da parte Autora foi aviltado, como também,
lhes foram negados os pró prios instrumentos (meios) de verificar a totalidade das
contas e valores detidos, para fins de aná lise detalhada, ferindo o direito de acesso
à informaçã o garantido em nossa Matriz Constitucional, tanto sob o viés da
prestaçã o de serviço pú blico, como sob o manto da livre iniciativa do setor privado.
Desta forma, o Banco do Brasil nã o foi capaz de demonstrar com clareza as contas
detalhadas, ou seja, todo o detalhamento das movimentaçõ es efetuadas nas contas
PASEP.
Assim sendo, independentemente de o Banco do Brasil ser o operador do
Programa, nã o se questiona, aqui nesta demanda, somente a sua responsabilidade
face à Uniã o, mas também a sua obrigaçã o em face do cliente/cidadã o, que teve
seus direitos usurpados.
Com efeito, adiante serã o apresentados os cá lculos da parte Autora, que requererá ,
ao final, em caso de ausência de impugnaçã o específica dos Réus, mediante o
comprovante de extrato completo de todo o período, que sejam os cá lculos
apresentados considerados como os valores corretos ao ressarcimento da parte
Autora.
Como se presume que a Uniã o tenha depositado os valores correspondentes, em
cumprimento da legislaçã o de regência, a parte autora se enquadra no tipo legal
que garante o recebimento do PASEP, e se presume que a, tudo indica que o Banco
do Brasil, administrador do Programa, tenha falhado em sua missã o.
4. DO DIREITO
A criaçã o do PASEP ( Programa de Formacao do Patrimonio do Servidor Pú blico)
se originou da necessidade de se propiciar ao servidor pú blico um fundo
econô mico, para que posteriormente ele pudesse usufruir do patrimô nio formado
pelo acú mulo desta quantia.
O respeito ao valor integral do PASEP a que tem direito dos militares reformados
nã o têm sido observado, ao contrá rio, tendo os gestores do Programa
disponibilizado valores insignificantes, perto do valor integral devido, com as
correçõ es e atualizaçõ es necessá rias, impossibilitando o cumprimento da Lei no
sentido do levantamento integral dos valores.
Para se ter uma ideia da forma como a legislaçã o está sendo descumprida, se faz
necessá rio expor alguns fundamentos relacionados à criaçã o do PASEP, bem
como seus objetivos, e a forma como está sendo administrada a gestã o do
Programa.
A sigla PASEP significa “Programa de Formaçã o do Patrimô nio do Servidor
Pú blico” e foi criada com o objetivo inicial, entre outros, de propiciar ao servidor
pú blico um fundo, em razã o do qual pudesse usufruir do patrimô nio acumulado
progressivamente.
A Lei Complementar nº 07, de 07 de setembro de 1970, instituiu o Programa de
Integraçã o Social - PIS, "destinado a promover a integraçã o do empregado na vida
e no desenvolvimento das empresas", garantindo a correçã o monetá ria e juros.
Ainda no mesmo ano, foi publicada a Lei Complementar nº 8, de 03 de dezembro
de 1970, a qual instituiu o Programa de Formaçã o do Patrimô nio do Servidor
Pú blico - PASEP, estabelecendo a forma de seu creditamento em contas que
seriam abertas no Banco do Brasil, nos seguintes termos:
“LEI COMPLEMENTAR Nº 8, DE 3 DE DEZEMBRO DE 1970
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o CONGRESSO
NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:
Art. 1º - É instituído, na forma prevista nesta Lei Complementar, o
Programa de Formacao do Patrimonio do Servidor Pú blico.
Art. 2º - A Uniã o, os Estados, os Municípios, o Distrito Federal e os
Territó rios contribuirã o para o Programa, mediante recolhimento
mensal ao Banco do Brasil das seguintes parcelas:
I - Uniã o:
1% (um por cento) das receitas correntes efetivamente arrecadadas,
deduzidas as transferências feitas a outras entidades da
Administraçã o Pú blica, a partir de 1º de julho de 1971; 1,5% (um e
meio por cento) em 1972 e 2% (dois por cento) no ano de 1973 e
subsequentes.
II - Estados, Municípios, Distrito Federal e Territó rios:
a) 1% (um por cento) das receitas correntes pró prias, deduzidas as
transferências feitas a outras entidades da Administraçã o Pú blica, a
partir de 1º de julho de 1971; 1,5% (um e meio por cento) em 1972 e
2% (dois por cento) no ano de 1973 e subsequentes;
b) 2% (dois por cento) das transferências recebidas do Governo da
Uniã o e dos Estados através do Fundo de Participaçõ es dos Estados,
Distrito Federal e Municípios, a partir de 1º de julho de 1971.
Pará grafo ú nico - Nã o recairá , em nenhuma hipó tese, sobre as
transferências de que trata este artigo, mais de uma contribuiçã o.
Art. 3º - As autarquias, empresas pú blicas, sociedades de economia
mista e fundaçõ es, da Uniã o, dos Estados, dos Municípios, do Distrito
Federal e dos Territó rios contribuirã o para o Programa com 0,4%
(quatro décimos por cento) da receita orçamentá ria, inclusive
transferências e receita operacional, a partir de 1º de julho de 1971;
0,6% (seis décimos por cento) em 1972 e 0,8% (oito décimos por
cento) no ano de 1973 e subsequentes.
Art. 4º - As contribuições recebidas pelo Banco do Brasil serão
distribuídas entre todos os servidores em atividade, civis e
militares, da União, dos Estados, Municípios, Distrito Federal e
Territórios, bem como das suas entidades da Administração
Indireta e fundações, observados os seguintes critérios:
a) 50% proporcionais ao montante da remuneraçã o percebida pelo
servidor, no período;
b) 50% em partes proporcionais aos quinquênios de serviços
prestados pelo servidor.
Pará grafo ú nico - A distribuiçã o de que trata este artigo somente
beneficiará os titulares, nas entidades mencionadas nesta Lei
Complementar, de cargo ou funçã o de provimento efetivo ou que
possam adquirir estabilidade, ou de emprego de natureza nã o
eventual, regido pela legislaçã o trabalhista.
Art. 5º - O Banco do Brasil S.A., ao qual competirá a
administração do Programa, manterá contas individualizadas
para cada servidor e cobrará uma comissão de serviço, tudo na
forma que for estipulada pelo Conselho Monetário Nacional.
§ 1º - Os depó sitos a que se refere este artigo nã o estã o sujeitos a
imposto de renda ou contribuiçã o previdenciá ria, nem se
incorporam, para qualquer fim, à remuneraçã o do cargo, funçã o ou
emprego.
(omissis)
§ 6º - O Banco do Brasil S.A. organizará o cadastro geral dos
beneficiá rios desta Lei Complementar.
Art. 7º - As importâ ncias creditadas nas contas do Programa de
Formacao do Patrimonio do Servidor Pú blico e do Programa de
Integracao Social sã o inaliená veis e impenhorá veis, e serã o
obrigatoriamente transferidas de um para outro, no caso de passar o
servidor, pela alteraçã o da relaçã o de emprego, do setor pú blico para
o privado, e vice-versa.
Art. 8º - A aplicaçã o do disposto nesta Lei complementar aos Estados
e Municípios, à s suas entidades da Administraçã o Indireta e
fundaçõ es, bem como aos seus servidores, dependerá de norma
legislativa estadual ou municipal.
Art. 9º - Esta Lei Complementar entrará em vigor na data de sua
publicaçã o, revogadas as disposiçõ es em contrá rio.
Prosseguindo, em 26 de dezembro de 1972 foi editado o Decreto n.º
71.618, o qual regulamentou a Lei Complementar nº 8, dispondo,
em seu artigo 1º, sobre os objetivos do fundo PASEP:
"Art. 2º - O Programa de Formacao do Patrimonio do Servidor
Público - PASEP, tem por finalidade assegurar especificamente
ao servidor público, como definido neste Decreto, a função de
patrimônio individual progressivo, estimulando a poupança e
possibilitando a paralela utilização dos recursos acumulados em
favor do desenvolvimento econômico-social.".

Apó s o advento da Lei Complementar nº 26 de 1975, com vigência a partir de 1º


de julho de 1976, houve a unificaçã o do PASEP com o PIS ( Programa de
Integracao Social), cunhando-se, a partir disso, a expressã o PIS- PASEP (
http://www.tesouro.fazenda.gov.br/fundo-pis-pasep). Observe que, por ocasiã o
da Constituiçã o Federal de 1988, na redaçã o do artigo 239, foi alterada a
destinaçã o desses dois fundos, vindo, agora, a serem utilizados para o custeio do
Programa o Seguro-Desemprego, do Abono Salarial e do Financiamento de
Programas de Desenvolvimento Econô mico pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Econô mico e Social (BNDES).
Nessa ocasiã o a Legislaçã o previu que tal unificaçã o não afetaria os saldos das
contas individuais existentes, e elencando as hipóteses para levantamento
do saldo, dentre eles a aposentadoria ou reserva, nos termos in verbis:
“Art. 1º - A partir do exercício financeiro a iniciar-se em 1º de julho
de 1976, serã o unificados, sob a denominaçã o de PIS- PASEP, os
fundos constituídos com os recursos do Programa de Integracao
Social ( PIS) e do Programa de Formacao do Patrimonio do Servidor
Pú blico ( PASEP), instituídos pelas Leis Complementares nºs 7 e 8,
de 7 de setembro e de 3 de dezembro de 1970, respectivamente.
Parágrafo único - A unificação de que trata este artigo não
afetará os saldos das contas individuais existentes em 30 de
junho de 1976.
Art. 2º - Ressalvado o disposto no parágrafo único deste artigo,
são mantidos os critérios de participação dos empregados e
servidores estabelecidos nos arts. 7º e 4º, respectivamente, das
Leis Complementares nºs 7 e 8, referidas, passando a ser
considerado, para efeito do cálculo dos depósitos efetuados nas
contas individuais, o valor global dos recursos que passarem a
integrar o PIS- PASEP.
(Omissis)
Art. 4º - As importâ ncias creditadas nas contas individuais dos
participantes do PIS- PASEP sã o inaliená veis, impenhorá veis e,
ressalvado o disposto nos pará grafos deste artigo, indisponíveis por
seus titulares.
§ 1º - Ocorrendo casamento, aposentadoria, transferência para a
reserva remunerada, reforma ou invalidez do titular da conta
individual, poderá ele receber o respectivo saldo, o qual, no caso
de morte, será pago a seus dependentes, de acordo com a
legislação da Previdência Social e com a legislação específica de
servidores civis e militares ou, na falta daqueles, aos sucessores
do titular, nos termos da lei civil.”

Com o advento da Constituiçã o Federal de 1988, a destinaçã o dos recursos do


PIS- PASEP foi modificada, passando a ter outros fins, quais sejam, o
financiamento do programa de seguro-desemprego e o abono salarial. Nesse
sentido:
"Art. 239. A arrecadaçã o decorrente das contribuiçõ es para o
Programa de Integracao Social, criado pela Lei Complementar nº 7,
de 7 de setembro de 1970, e para o Programa de Formacao do
Patrimonio do Servidor Pú blico, criado pela Lei Complementar nº 8,
de 3 de dezembro de 1970, passa, a partir da promulgaçã o desta
Constituiçã o, a financiar, nos termos que a lei dispuser, o programa
do seguro-desemprego e o abono de que trata o § 3º deste artigo".
Com efeito, seguindo o que se espera da legislaçã o no que diz
respeito ao direito adquirido, a Constituiçã o Federal garantiu o
patrimô nio acumulado do Programa de Integracao Social e do
Programa de Formacao do Patrimonio do Servidor Pú blico seriam
preservados, inclusive mantendo-se os critérios de saque nas
situaçõ es previstas nas leis específicas, com exceçã o da retirada por
motivo de casamento. É o dispositivo:
“§ 2º Os patrimô nios acumulados do Programa de Integracao Social
e do Programa de Formacao do Patrimonio do Servidor Pú blico sã o
preservados, mantendo-se os critérios de saque nas situaçõ es
previstas nas leis específicas, com exceçã o da retirada por motivo de
casamento, ficando vedada a distribuiçã o da arrecadaçã o de que trata
o"caput"deste artigo, para depó sito nas contas individuais dos
participantes.”

De acordo com os elementos de informaçã o dos autos, verifica-se que o banco Réu
parece omitir a informar valores relativos aos benefícios da conta da parte Autora,
apó s anos de trabalho.
Uma vez que nã o há justificativa razoá vel em relaçã o a conduta dos Réus, é de rigor
a obrigaçã o de indenizar a parte Autora na forma do Có digo Civil Pá trio, verbis:
"Art. 186. Aquele que, por açã o ou omissã o voluntá ria, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará -lo.”

Como se pode verificar, a parte Autora, lesada em seu direito, de ter ou, pelo
menos, de ser informada dos valores, fruto dos benefícios do PASEP, atualizados e
resguardados na forma da Lei, teve o seu direito de acú mulo do fundo econô mico
(que deveria dispor) suprimido, motivo pelo qual devem os Réus, além de informar
os valores devidos, consequentemente deve realizar o pagamento dos valores
contidos em sua conta.
Com efeito, de toda a narrativa fática aduzida nesta exordial, resta cristalino
o vínculo de sujeição jurídica dos Réus, que por rigor do nosso sistema
processual civil devem rebater ponto por ponto da presente ação, juntando
TODOS os extratos pretéritos e fundamentando o motivo pelo qual deixaram
de informar os valores e de oferecer um documento legível com todas as
atualizações e correções devidas na conta da parte Autora.

5. DA EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS
De acordo com a narrativa fá tica apresentada, se evidencia que os Réus deveriam
ter disponibilizado para a parte Autora, toda a documentaçã o referente à s suas
contas, de forma detalhada, com extratos e demonstrativos de evoluçã o do saldo
da conta.
Ocorre que apó s tentativa de obter informaçõ es, a parte Autora continua sem
acesso à s informaçõ es que, por direito, deveriam ter sido disponibilizadas a ela.
Como os documentos estã o indubitavelmente em poder do banco Réu, será pedido
ao final, que seja concedido prazo para que se apresente toda a documentaçã o
solicitada, sob pena de inversã o do ô nus probató rio, em razã o da dinâ mica de
atribuiçã o probató ria estabelecida no Novo CPC, verbis:
“Art. 396. O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou
coisa que se encontre em seu poder.
Art. 397. O pedido formulado pela parte conterá:
I - a individuação, tão completa quanto possível, do documento
ou da coisa;
II - a finalidade da prova, indicando os fatos que se relacionam
com o documento ou com a coisa;
III - as circunstâncias em que se funda o requerente para
afirmar que o documento ou a coisa existe e se acha em poder da
parte contrária.
Art. 398. O requerido dará sua resposta nos 5 (cinco) dias
subsequentes à sua intimação.
Parágrafo único. Se o requerido afirmar que não possui o
documento ou a coisa, o juiz permitirá que o requerente prove,
por qualquer meio, que a declaração não corresponde à
verdade.
Art. 399. O juiz não admitirá a recusa se:
I - o requerido tiver obrigação legal de exibir;
II - o requerido tiver aludido ao documento ou à coisa, no
processo, com o intuito de constituir prova;
III - o documento, por seu conteúdo, for comum às partes.
Art. 400. Ao decidir o pedido, o juiz admitirá como verdadeiros
os fatos que, por meio do documento ou da coisa, a parte
pretendia provar se:
I - o requerido não efetuar a exibição nem fizer nenhuma
declaração no prazo do art. 398;
II - a recusa for havida por ilegítima.
Parágrafo único. Sendo necessário, o juiz pode adotar medidas
indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias para
que o documento seja exibido.”

Como decorrência da obrigaçã o legal de aprestar os elementos de informaçã o


supramencionados, resta evidente que, a nã o apresentaçã o dos mesmos pelo banco
Réu, poderá ensejar o julgamento do presente pedido de acordo com os cá lculos
apresentados pela parte Autora.

6. DOS PEDIDOS
Em face do exposto, requer a parte Autora:
I - A gratuidade judiciária prevista na Lei nº 1060/50, conforme já exposto;

II - A citação dos Réus para, querendo, ofertar resposta em tempo hábil, sob
pena de confissão e revelia;

III – A inversão do ônus da prova e a apresentação dos documentos das


microfilmagens LEGÍVEIS adiante especificadas, uma vez que o banco Réu
não se dignou a apresentar a parte Autora as informações que foram
solicitadas, que de fato, são documentos comuns as partes, e sobre os quais a
parte Autora tem o lídimo direito de se manter informada, determinando ao
Réu que apresente as microfilmagens dos extratos de todo o período da
conta do PASEP do Requerente, nos termos do art. 396 CPC, tendo em vista
que as instituições financeiras devem manter seus arquivos devidamente
organizados e catalogados de modo a permitir uma fácil e célere consulta, a
teor do disposto no § 1º do art. 1º da Resolução nº 913/84 do BACEN.

VI - A condenação dos Réus no ônus de sucumbência, na razão de 10% (dez


por cento) do valor da condenação, além das custas já adiantadas ou outras
despesas eventualmente despedidas.

Protesta-se provar o alegado por todos os meios de prova em direito


admitidos.
Dá-se à causa o valor de R $ (___) (inserir valor por extenso)

Nestes termos, pede e aguarda deferimento.

Belém/PA, ___ de __________de 2023.

(Nome, assinatura e número da OAB do advogado)

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