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MACEIÓ
2024
Evaldo Francisco dos Santos Junior
MACEIÓ
2024
RESUMO
O presente trabalho busca entender como funciona o Fundo de Garantia de Tempo de Serviço
(FGTS), através de seus princípios, doutrinas, jurisprudência e legislação. Para tanto, busca-se
compreender seu conceito, sua história e como ocorre a caracterização do vínculo empregatício.
Posteriormente, é evidenciado quais os legítimos beneficiários do FGTS. Em seguida, é
mostrado como é possível que a lei reconheça que o empregado possa movimentar a conta
vinculada, para, enfim, adentrar na análise da jurisprudência, por meio de decisões judiciais,
contemplando os entendimentos firmados no que diz a respeito do FGTS. A partir de análises
de artigos científicos e jurisprudências, para utilizar a metodologia de pesquisa investigativa e
embate jurisprudencial. Ao final, é visto o impacto social que o FGTS causa para os
empregados.
The present work aims to understand the functioning of the Fundo de Garantia de Tempo de
Serviço (FGTS), through its principles, doctrines, jurisprudence, and legislation. To this end,
an understanding of its concept, history, and the characterization of the employment relationship
is sought. Subsequently, the legitimate beneficiaries of the FGTS are identified. Next, it is
demonstrated how the law allows employees to access their linked accounts. Finally, the
analysis delves into jurisprudence through judicial decisions, encompassing interpretations
related to the FGTS. The methodology includes analyses of scientific articles and jurisprudence,
employing investigative research and judicial confrontation. Lastly, the social impact of the
FGTS on employees is examined.
1. INTRODUÇÃO
O Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) é uma espécie de poupança do
trabalhador, onde o empregador é quem deposita o dinheiro do fundo. Foi criado com o objetivo
de proteger o trabalhador demitido sem justa causa, ou seja, é um direito do trabalhador com
carteira assinada que só pode ser sacado mediante condições específicas. Enquanto não retirado,
fica depositado na Caixa Econômica Federal.
A partir da Lei n° 5.107/66, os empregados tiveram um ano para optar pelo novo regime
ou continuar no anterior. Para os que ingressaram em um contrato de trabalho após a referida
legislação, a opção deveria ser feita quando da contratação, sendo anotada na Carteira de
Trabalho e Previdência Social no prazo de 48 horas (SOUZA, 2015).
Souza (2015, p. 88) diz que foi criada a Lei nº 7.839, de 12 de outubro de 1989, que
tornou revogada a lei anterior, inclusive unificando a Caixa Econômica Federal às contas
existentes.
E segundo Martins (2010), citado por Souza (2015), essa lei teve curta existência,
durando poucos meses. Vindo então a lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, regulamentada pelo
Decreto n° 99.684, de 8 de novembro de 1990, que são as regulações atuais acerca do FGTS.
3. BENEFICIÁRIOS DO FGTS
De acordo com o art. 15, § 2º da Lei nº 8.036/90, os beneficiários do FGTS são: “toda
pessoa física que prestar serviços a empregador, a locador ou tomador de mão-de-obra,
excluídos os eventuais, os autônomos e os servidores públicos civis e militares sujeitos a regime
jurídico próprio”.
Despensa sem justa causa: em caso de encerramento de contrato sem justa causa, o
empregador deverá proceder à anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, e
comunicar a dispensa aos órgãos competentes.
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a) o mutuário conte com o mínimo de 3 (três) anos de trabalho sob o regime do FGTS,
na mesma empresa ou em empresas diferentes;
Suspensão total do trabalho: suspensão total do trabalho avulso por período igual ou
superior a 90 (noventa) dias, comprovada por declaração do sindicato representativo da
categoria profissional.
Doença grave: o saque do FGTS pelo motivo de Doenças Graves é permitido quando o
trabalhador ou seu dependente estiverem acometidos por doenças graves.
Saldo inferior a R$ 80,00: a qualquer tempo, quando seu saldo for inferior a R$ 80,00
(oitenta reais) e não houver ocorrido depósitos ou saques por, no mínimo, 1 (um) ano.
Doença rara: quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for, nos termos do
regulamento, pessoa com doença rara, consideradas doenças raras aquelas assim reconhecidas
pelo Ministério da Saúde, que apresentará, em seu sítio na internet, a relação atualizada dessas
doenças.
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5. JURISPRUDÊNCIA
Referente à jurisprudência sobre o tema, foi analisado o processo nº TST-RR-1000615-
60.2018.5.02.0066, onde a recorrente entende que foi demonstrada a falta grave patronal
justificadora da rescisão indireta do contrato de trabalho, ao fundamento de que no ano de 2016
a empresa depositou apenas 7 meses do FGTS em 2017, apenas 4 meses. Aduz, diante desses
atrasos, que a confiança entre empregado e empregador foi quebrada.
Em suma, o texto interpreta que o atraso no pagamento do FGTS não é, por si só, motivo
suficiente para justificar a rescisão indireta do contrato de trabalho, e que outros elementos
devem ser considerados para tal conclusão.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após analisar os textos fornecidos sobre o Fundo de Garantia de Tempo de Serviço
(FGTS), é possível concluir que se trata de um importante instrumento de proteção ao
trabalhador, estabelecido com o objetivo de assegurar uma espécie de poupança para situações
específicas, como demissão sem justa causa, aposentadoria, doenças graves, financiamento de
moradia própria, entre outras.
Ao longo dos anos, o FGTS tem evoluído para atender às demandas e necessidades dos
trabalhadores, como evidenciado pelas diversas situações que permitem a movimentação da
conta vinculada, conforme estabelecido por lei. Além disso, a jurisprudência tem interpretado
o não recolhimento ou o recolhimento irregular do FGTS como falta grave do empregador,
conforme previsto na CLT.
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Em última análise, o FGTS não apenas funciona como uma proteção financeira para os
trabalhadores em momentos de dificuldade, mas também tem um impacto social significativo,
contribuindo para a estabilidade econômica e social dos empregados, promovendo o acesso à
moradia e garantindo a segurança financeira em situações adversas.
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BIBLIOGRAFIA
Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos. S.D. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8036consol.htm. Acesso em 24 de mar. de 2024.
A7o%20%2D%20FGTS%20foi,trabalhador%20demitido%20sem%20justa%20causa. Acesso
em: 24 de mar. de 2024.