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FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO

DE SERVIÇO – FGTS
EVOLUÇÃO LEGISLATIVA
• Constituição de 1934, art. 124, § 5º;
• Fundo de indenização trabalhistas, art. 46 da Lei nº 3.470/58;
• FGTS foi criado pela Lei 5.107, de 13/09/1966, e regulamentado pelo Decreto nº 59.820 de
20/12/1966;

• A Constituição de 1988 disciplinou sobre o FGTS no art. 7º, inciso III;

• Após a CF/88 foi editada a Lei nº 7.839 de 12/10/1989, regulamentada pelo Decreto nº 98.813, de
10/01/1990. Essa Lei revogou a Lei nº 5.107/66, passando a regular o FGTS;

• Por fim, a Lei nº 8.036, de 11/05/1990, revogou expressamente a Lei 7.839/89. A Lei nº 8.036/90, foi
regulamentada pelo Decreto nº 99.684, de 8/11/1990 e regula atualmente o FGTS;

• Medida Provisória 889/2019


Conceito:

•O FGTS é um depósito bancário destinado a formar uma poupança para o


trabalhador, que poderá ser sacada nas hipóteses previstas na lei,
principalmente quando é dispensado sem justa causa. Servem os
depósitos como forma de financiamento para aquisição de moradia pelo
Sistema Financeiro da Habitação. (SÉRGIO PINTO MARTINS, 2014, p.
505).
Natureza Jurídica:

•Híbrida: Quanto ao empregado e Quanto ao empregador.


•Quanto ao empregado:
 Espécie de salário diferido;
 Salário socializado;
 Salário atual;
 De prêmio;
Crédito feito na conta vinculada do trabalhador, uma espécie de
poupança forçada feita em seu proveito. (SÉRGIO PINTO MARTINS, 2014, p.
508).
• Quanto ao empregador:
 Teoria fiscal;
 Parafiscal;
 Contribuição previdenciária.

A contribuição ao FGTS é uma espécie do gênero tributo:


Contribuição Social.
Contribuintes e Beneficiários:

• Contribuintes: Empregador (pessoa física ou jurídica, de direito público ou


privado), que admitem trabalhadores regidos pela CLT.

• Beneficiários: Todos os trabalhadores regidos pela CLT, os avulsos, os


empregados rurais, trabalhador temporário, empregadores domésticos (LC
150/2015)
• São excluídos como beneficiários: Os autônomos, trabalhadores
eventuais, servidores públicos civis e militares.
Depósitos:

• Serão realizados na conta vinculada do trabalhador, que, se não a possuir


será aberta pelo empregador.

• Alterações no art. 457 da CLT com a Reforma Trabalhista:

§1º “Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e


as comissões pagas pelo empregador”. 

Logo,

• O FGTS incidirá sobre: o salário, as gratificações legais e as comissões

pagas pelo empregador. 


• O FGTS não incide sobre: “As importâncias, ainda que habituais, pagas a
título de ajuda de custo, vale refeição, mesmo pago em dinheiro, diárias
para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do
empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem
base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário.” Art.
457, §2º da CLT.
• O valor do depósito será o correspondente a 8% (oito por cento) do salário bruto
pago ao trabalhador.
• Para os contratos de trabalho firmados nos termos da lei nº 11.180/05 (Contrato
de Aprendizagem), o percentual é reduzido para 2%.
• No caso de trabalhador doméstico, o recolhimento é correspondente a 11,2 %,
sendo 8% a título de depósito mensal e 3,2% a título de antecipação do
recolhimento rescisório.

Fonte: www.caixa.gov.br
Novidades com a Reforma Trabalhista - Lei 13.467/2017.

•O trabalhador que pede demissão ou é dispensado por justa causa, não tem direito
de sacar os depósitos do FGTS, não tem direito ao seguro-desemprego e não recebe
a multa de 40% sobre os depósitos do Fundo.

. Com a reforma trabalhista, o trabalhador e a empresa podem extinguir o contrato de


trabalho de comum acordo com a garantia de alguns benefícios para o trabalhador.

•Nesse caso, o empregado recebe a multa de 20% sobre os depósitos do FGTS e


pode retirar até 80% do fundo. Entretanto, ele não possui o direito ao seguro-
desemprego.
Prazo:
• Art. 15 da Lei 8.036/90: estipula que os depósitos referente ao
FGTS devem ser realizados até o dia 07 de cada mês.
Possibilidades de saques do FGTS:
• Dispensa sem justa causa por parte do empregador;

• Extinção total da empresa ou falecimento do empregador pessoa física;

• Extinção normal do contrato de trabalho a termo;

• Aposentadoria concedida pela Previdência Social;

• Suspensão total do trabalho do avulso por período igual ou superior a 90 dias;

• O trabalhador que permanecer três anos ininterruptos, a partir de 1º/06/1990,


fora do regime do FGTS, o saque será efetuado a partir do mês de aniversário
do titular;
• Para aquisição de moradia própria, liquidação ou amortização de dívida ou pagamento de

parte das prestações de financiamento habitacional;

• Quando o titular da conta vinculada tiver idade igual ou superior a 70 anos;

• Falecimento do trabalhador;

• Quando o trabalhador ou qualquer dependente for acometido de tumor maligno, portador do

vírus HIV ou estiver em estágio terminal em razão de doença grave;

• No caso de necessidade pessoal, urgente e grave, decorrente de desastre natural causado

por chuvas ou inundações que tenham atingido a área de residência do trabalhador, quando

a situação de emergência ou o estado de calamidade pública for assim reconhecido, por

meio de portaria do Governo Federal;


Indenização:
• Na dispensa do empregado, inclusive na rescisão indireta, é devida a
indenização de quarenta por cento (40%) sobre o montante de todos os
depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do contrato de
trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros.

• Em caso de despedida por culpa recíproca ou força maior, o percentual de


indenização será de vinte por cento (20%) – art. 18, §2 da Lei 8.036/90.
• Prescrição:

• Prazo decadencial é de 5 anos;


• Prazo prescricional: Art. 7º , XXIX da CF: “ação, quanto aos créditos
resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos
para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a
extinção do contrato de trabalho”.
Súmula 362 do TST. FGTS. Prescrição. Prazo de 2 anos a partir da extinção do
contrato de trabalho. CLT, art. 11. CF/88, art. 7º, XXIX. Lei 8.036/1990, art. 25, § 5º.

I – Para os casos em que a ciência da lesão ocorreu a partir de 13/11/2014, é


quinquenal a prescrição do direito de reclamar contra o não-recolhimento de
contribuição para o FGTS, observado o prazo de dois anos após o término do
contrato;

II – Para os casos em que o prazo prescricional já estava em curso em 13/11/2014,


aplica-se o prazo prescricional que se consumar primeiro: trinta anos, contados do
termo inicial, ou cinco anos, a partir de 13/11/2014 (STF-ARE-709212/DF).
Competência:
Da Justiça do Trabalho para dirimir os litígios entre empregado e empregador;

• O Ministério do Trabalho, por meio das Delegacias Regionais do Trabalho tem


o dever de fiscalizar quanto ao recolhimento dos depósitos do FGTS;

• À Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional compete a inscrição em Dívida


Ativa dos débitos para com o FGTS, direta ou por intermédio da CEF, a
representação judicial ou extrajudicial do FGTS, para cobrança de contribuição
e multas.

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